História Missing - Devil in Disguise

Esmeralda POV

          Eu tinha acabado a entrevista, tinha estourado os índices de audiência, Olive estava tomando um café da Starbucks que algum produtor deixou de bobeira. Ela ajeitou sua minissaia, puxou sua calcinha e veio para perto de mim. Eu estava nervosa, peguei a minha bolsa no camarim e tinha diversas mensagens, duas mensagens me chamaram atenção, uma de Jimmy e Brian. Abri a mensagem de texto de Jimmy.

“Fala aí, eu fiquei chocado com todas as suas revelações. Acredito em você, eu serei seu aliado, ah eu não vou deixar que você se divorcie do Zacky”.

          Respondi e agradeci o apoio, Liv se aproximou de mim, aquela enxerida, ficou lendo twittes que falavam de mim, ela me avisou que estava 50/50. Metade acreditava em mim, outra metade me achava que eu era uma vadia mentirosa, eles poderiam pensar o que quiser de mim. Vi que a mensagem de Brian, era mensagem de voz, respirei fundo e abri.

- Oi, Esme. Confio totalmente em você, sabia que você sendo tão perfeita, não faria algo tão ruim, ainda mais para o cara que você ama. Zacky é um idiota de te perder, ele merece levar mais um par de chifres da Meaghan. Liga para mim, para desabafar, em mim você terá o que quiser, desde um amigo até um amante. – Deu uma risadinha.

- Caralho, ele está caidinho por você! – Liv quase gritou. – Que inveja! Synyster gostoso Gates querendo te comer, eu queria que ele me comesse.

- Aff, eu sempre amei o Zacky. Brian é lindo, mas é casado com a Michelle, ela é uma tremenda carne de pescoço, eu não quero me envolver com o marido dela, ela não me fez nada. – Meu celular tocou novamente e era Jimmy. – Sai de perto que eu tenho uma ligação importante dos meus aliados.

- Deve ser o Brian, manda um beijo naquela boca gostosa. – Revirei meus olhos.

- Fala, Jimmy. O que achou da minha entrevista? – Fiquei feliz.

- Na verdade, eu não te liguei por isso… - Não entendi. – Zacky, ele voltou a beber e se drogar, sofreu um acidente em Los Angeles, está entre a vida e a morte. – Fiquei preocupada.

- O que eu posso fazer por ele? Ele precisa de sangue?

- Exatamente, o hospital para onde ele foi levado não tem sangue do tipo do Zacky e nem O negativo. Ninguém de nós pode doar sangue para ele.

- Eu posso, meu é B negativo como Zacky é AB negativo, ele aceita. – Fiquei nervosa. – Você vem aqui, me leva no hospital, mas ninguém pode saber que eu doei sangue para o Zacky, capaz de deixa-lo morrer do que receber meu sangue.

- Claro.

          Contei tudo para Liv que avisou que rezaria por ele, agradeci. Eu rezaria se acreditasse. Fui até a entrada do estúdio, fiquei na portaria, esperando Jimmy aparecer, ele veio rapidamente de moto, nem sabia que ele tinha uma para começo de conversa. Eu subi na moto sem capacete e pedi para que ele acelerasse.

          Chegando ao hospital, passamos por trás, se fossemos a emergência, todos os amigos e parentes de Zacky me veriam, não deixariam que eu sequer entrasse. Corremos até o local de doação de sangue, avisamos para qual paciente era. Eu preenchi uma enorme ficha, depois entreguei para Jimmy, um enfermeiro tirou o meu sangue, era desconfortável, só que era para salvar o homem que eu amava então valia a pena.

          Depois que doei sangue, pedi para ver Zacky, mas ele estava sendo examinado e não poderia vê-lo. Jimmy me levou até a lanchonete do hospital e me comprou um pão com manteiga e um cappuccino. Comi tudo rapidamente, pedi para ele desse notícias de Zacky e se ele precisasse de mais sangue, poderia me trazer ao hospital.

          Jimmy me olhou ternamente como estivesse enxergando bondade em mim. Dei um sorriso amarelo, eu ainda me sentia fraca. Eu o abracei um pouco, depois eu me apoiei nele para poder ir embora. Quando estávamos chegando a saída, Meaghan nos viu e começou a gritar feito uma louca.

- Como você ousa trazer essa vadia aqui? – Meaghan espumava feito um cachorro louco.

- Mais respeito, ok. Ela merece estar aqui tanto quanto você. – Jimmy me defendeu. – Até mais do que você.

- Se o Zacky quase morreu é por sua culpa, suas mentiras o deixaram assim. – Revirei meus olhos, não estava afim de brigar.

- Zacky precisa de mim para se manter sóbrio, na linha. – Cruzei os braços enquanto dizia. – Caso você não saiba, somente eu posso doar sangue para ele. – As pessoas apareceram para ver o barraco, como sempre. – Nós estamos ligados até no sangue, meu sangue é B negativo, e é compatível com o tipo sanguíneo do Zacky.

- Claro, isso não significa.

- Bem, eu posso ir embora, Zacky pode morrer. Ele precisa de mim, precisa do meu sangue do meu corpo para se manter são. Aceita que dói menos. – Dei uma risada irônica. – Você ficaria com o peso na consciência de que o Zacky morreu pelo seu orgulho? Eu quero uma coisa, senão não vou doar sangue para ele.

- Sua vadia!

- Se você não me tratar bem…

- Ok, ok… o que você quer? – Meaghan cruzou os braços.

- Quero que você se ajoelhe aos meus pés e me peça perdão. – Meaghan arregalou os olhos. A loira maldita olhou para todas aquelas pessoas, mesmo com ódio de mim, se ajoelhou aos meus pés.

- Me perdoe, Esmeralda. – Resmungou e pedi para ela falasse mais alto. – Quero que você me perdoe, Esmeralda.

- Pode se levantar. – Ela se levantou, caí na gargalhada. – Não precisava ter se ajoelhado, mas foi divertido. Eu já doei sangue para o Zacky, até parece que eu vou dar esse gostinho a você, de ter se sacrificado por ele. – Joguei beijinhos para ela.

XXXXX

          Os dias seguintes foram torturantes para mim, eu tinha que visitar Zacky escondido, com a ajuda de Jimmy e de Brian. Brian cobraria os favores em algum momento, só que eu era mais esperta do que ele. Infelizmente sempre que eu via Zacky, estava chapado de remédios ou desacordado, mas se recuperando e isso era bom para mim.

          Uma noite, eu invadi o hospital, entrei no quarto de Zacky quando a vadia da Meaghan para voltar para casa, Jimmy estava do lado de fora do quarto. Insistiu para Meaghan fosse descansar, ela aceitou, eu me escondi atrás da porta. Assim que ela entrou no elevador, eu andei até a porta do quarto do meu marido. Jimmy me viu, vestida de enfermeira sexy, eu fechei o jaleco e ele assobiou para mim. Ajeitei a minha peruca, entrei no quarto e fechei a porta.

- Esme, o que está fazendo aqui? – Engoli seco quando ouvi a voz de Zacky, eu me virei e ele estava sentado na cama.

- O que acha? Vim te ver, como tenho feito todas as noites. – Tirei a minha peruca, sentei na cama, deitei meu corpo em cima do dele. – É a primeira vez que te vejo acordado.

- Tomei várias xicaras de café, achei que você fosse uma alucinação, mas você é real, está aqui comigo. – Eu não pensei apenas colei meus lábios nos dele, nos beijamos rapidamente, fiquei sentada no colo dele. – Esmeralda, eu te quero tanto. – Ele começou a levantar a minha fantasia.

- Eu te amo.

          Zacky deitou na cama, me ajeitei em seu colo, senti sua ereção entre as minhas pernas. Meu corpo estava em chamas, tirei a minha calcinha branca, joguei no chão, me ajeitei no colo dele e conduzi seu membro para dentro de mim. Comecei a me movimentar no colo dele, me esfregando. Zacky fechou os olhos, eu gemia, Zacky me segurava pela minha bunda com força. Suas mãos subiram pelas minhas curvas e chegaram até meus seios.

          Eu me esfreguei ainda mais rápido, Zacky me puxou pelos cabelos, unimos nossos lábios num beijo descontrolado. Sua língua invadiu rapidamente meus lábios, unindo a minha, se tocavam com saudades. Eu estava ficando sem ar, Zacky acabou gozando dentro de mim, deitei ao seu lado. Fomos desacelerando o beijo, se transformando em longos selinhos.

- Por mais que eu te ame, tantas coisas, você sabe que eu e você não podemos mais ficar juntos. – Ele começou a beijar meu pescoço. – Seu cheiro e seu corpo, me enlouquecem, acho que vou morrer sem isso. Acabei de trepar, quero trepar de novo, vindo de enfermeira sexy quer me matar de tanto tesão.

- Eu preciso ficar com você, como eu preciso do ar para respirar. – Sua boca tinha descido até a minha intimidade, senti sua língua quente e molhada lambendo a extensão. – Isso é inacreditável, eu não consigo ficar longe, é insano.

          Chupou a pele do meu clitóris, revirei meus olhos, meu corpo estava sensível porque eu estava quase chegando lá durante a nossa relação. Toquei seus cabelos enquanto esfregava sua língua na minha intimidade, eu tive um orgasmo e não me controlei, gemi muito alto, meu corpo relaxou na cama. Dei um selinho longo nos lábios de Zacky.

- É um adeus? – Perguntei.

- Não, eu queria fugir com você, esquecer o passado, mas não posso. Eu me sinto culpado, eu voltei com a Meaghan. – Meu coração foi partido, eu me arrumei. – A gente pode ser amante.

- Você é um babaca. Agora eu só sirvo para te satisfazer na cama. Você transou com ela? – Zacky não respondeu. – Não acredito nisso, eu não fiquei com ninguém desde que nos separamos, eu achando que você estava pensando em mim, não, você estava se divertindo na cama com a Meaghan.

- Foi uma vez, você não pode me condenar. Você mentiu, enganou, foi a causadora de todos meus problemas! – Eu coloquei a peruca novamente. – Estaríamos juntos e nos amando, se você não tivesse roubado nosso filho. Quando estive na cama com a Meaghan foi a única hora que eu não pensei em você. – Eu me controlei para não chorar.

- Vocês dois me pagam, então divirta-se com a Meaghan. Ela pode ser a Barbie, mas ela não é a metade na mulher na cama que eu sou. Nem pense me dizer que ela tem mais caráter do que eu, porque ela te traiu na primeira oportunidade e quem não te garante que ela está trepando com o médico de plantão. Eu, posso ser tudo, mas nunca fui infiel a você.

          Eu fechei o jaleco, bati a porta, ouvi os gritos de Zacky, Jimmy foi atrás de mim, apertei o botão para chamar o elevador. Fiquei emputecida com Zacky, ele era igual a todos os outros homens que eu conheci, ele só me usou para ter seu prazer, depois fui descartada. Só que não ficaria daquele jeito, ele aprenderia da pior fora que eu era pior pessoa do mundo, poderia virar o próprio demônio quando sou contrariada, sequestrar o filho dele não era pior coisa que eu tinha feito na vida.

          No dia seguinte, eu resolvi não visitar Zacky. Ele não merecia o amor que eu sentia por ele. Respirei fundo, resolvi atacar, da forma como eu sabia. Fui até a creche onde Leon estudava, esperei na entrada, estava disfarçada para que não me reconhecessem. Meaghan deixou o pequeno na escola, ela tentou abraça-lo, mas ele se afastou dela.

          Eu não consegui conter a minha risada, parece que ela não conseguia ter seu paraíso de volta. Eu faria a vida deles um verdadeiro inferno! Assim que a loira entrou no seu carro, peguei Leon pelo braço e o levei até meu carro, entretanto era um carro alugado para não ter suspeitas. Tirei a peruca e os óculos escuros, Leon me reconheceu e eu o abracei e o enchi de beijos.

- Mamãe, mamãe, estava com tanta saudade de você. – Comecei a dirigir.

- Eu também, meu anjo. Como disse, a Meaghan e o Zacky te roubaram de mim, eu não posso mais ficar com você, os homens maus me prendem se eu te levar para morar comigo. – Leon começou a chorar.

- Ela disse que nunca mais vou ver você. – Eu abracei contra meu corpo.

- Eu te amo, meu rapazinho. – Lhe dei um beijo no alto da cabeça. – Eu tenho um plano para ficarmos juntos, mas preciso que você faça tudo o que mandar.

- Você sabe que eu sou um menino obediente. – Acariciei os cabelos.

          Eu contei todo o meu plano, expliquei de uma forma simples como Leon deveria fazer. Por ele ser um menino bastante esperto, ele saberia executar meu plano, abri minha bolsa e entreguei uma bolsa cheia de pães de coco recheado com presunto e queijo como filho gostava. Dei mais um beijo nele, o abracei forte e o levei para escolinha. Dei uma piscadela para ele, ele riu.

          Assim que entrei no carro alugado novamente, meu celular tocou. Peguei dentro da minha bolsa e era uma mensagem da minha advogada, a doutora Evans. Ela me avisou que Zacky tinha recebido alta, mas assim que ela levou os papeis do divórcio, ele não assinou. Dei um sorriso, eu usaria essa informação contra ele. Só que mesmo assim a minha advogada marcou uma audiência de conciliação para tentarmos um acordo e seria no dia seguinte.

          Passei o resto do dia ansiosa, queria saber o que aconteceria quando Zacky descobrisse que se casou comigo em comunhão total de bens, ele ficaria vermelho. À noite, Liv quis comemorar a minha vitória da guerra que eu estava travando com Zacky e Meaghan me chamando para ir uma boate em Los Angeles. Eu não queria ir, algo me dizia que não era uma boa ideia beber, dançar e ficar de ressaca na audiência no dia seguinte.

          Abri uma mala onde estava as minhas roupas, peguei um short jeans rasgado e uma camiseta branca que deixava a minha barriga de fora. Coloquei meus all star branco, fiz uma maquiagem leve, passei meu perfume Golden secret do Antonio Banderas que era o meu favorito. Peguei a minha bolsa com dinheiro e celular, já que Zacky fez questão de bloquear meus cartões de credito.

          Fiquei preocupada porque meu dinheiro estava acabando, não queria trabalhar, eu havia ficado muito mal-acostumada com a vida de madame. Coloquei um casaco preto enorme por cima da minha roupa. Ajeitei meus cabelos cacheados, Liv chamou um Uber para gente.

          Chegando à boate, furamos a fila, porque o segurança me reconheceu da entrevista, joguei beijos para pessoas da fila que ficaram reclamando. Rimos, ele liberou a nossa entrada, era uma balada eletrônica. O som estava alto, ela me mostrou que era open bar. Fiquei animada, mas não beberia muito. Fomos ao bar, então Liv pegou uma dose de tequila, pedi uma taça de vinho tinto e o barman revirou os olhos.

          Ele pegou nossas bebidas, eu bebi e era vinho seco, não gostei. Não bebi tudo, apareceu dois caras de mais ou menos uns vinte e poucos, eles queriam dançar conosco, eu não aceitei. Liv aceitou na hora, ela era muito fácil e aceitava qualquer coisa. Eu me afastei deles, olhei para área VIP, vi Jenna Rocket e ela era amiga dos meninos da banda. Dei um tapa na testa, estava Michelle, Val e Meaghan com ela, além de outras mulheres aleatórias.

          Minha razão dizia que eu deveria embora, mas era teimosa. Não poderia fugir de todos os lugares na Califórnia que alguém da minha antiga vida estivesse presente. O problema que Jenna me viu e acenou para mim, fingi que não a conhecia para ela não fazer um escândalo, ou ser humilhada em público.

          Corri para o banheiro feminino, respirei fundo. Lavei meu rosto, entraram Michelle e Meaghan no banheiro, revirei meus olhos. Michelle trancou a porta com chave, não entendi nada. Cruzei os braços, eu me aproximei da porta, mas Meaghan me empurrou e eu caí no chão, eu levantei e a empurrei de volta.

- Você não se cansa de passar vergonha, Rachel. Quanto você quer para nos deixar em paz? – Meaghan estava com raiva.

- Quem tem dinheiro não é você, sim o Zacky. Como ele está? – Provoquei. – Estou chateada, ontem ele me disse que vocês estão juntos, mas se recusa assinar os papeis do divórcio.

- Você está mentindo. – Ela me deu um tapa e devolvi.

- Você, sua cadela, pode perguntar ao seu “marido”. – Fiz aspas com as mãos. – Leon já te chamou de mamãe? – Ela ficou com mais raiva. – Ele sempre me diz que sou a mamãe dele e me ama.

          Ela me agarrou pelos cabelos, eu dei um chute na barriga dela, derrubei Meaghan no chão, dei um soco no rosto dela. Michelle correu para defender amiguinha, me segurou por trás. Meaghan me encheu de tapas, tentava me soltar e não conseguia. Meaghan achou uma vassoura no chão do banheiro, começou a bater nas minhas pernas, Michelle começou a rir.

          Comecei a sentir muita dor, ela bateu nos meus braços, gritei, pedi por socorro, mas meu azar que o barulho da balada abafava meus gritos. Só que bateram na porta, então Meaghan acertou a vassoura no meu rosto, Michelle me jogou no chão, ainda cuspiu no meu rosto. Elas saíram rindo de mim, senti muita dor no corpo. Algumas mulheres me viram daquele jeito, pegaram seus celulares e ligaram para emergência.

          Eu me vingaria daquelas duas, elas poderiam estar rindo naquele momento, como dizia o ditado: “Quem ri por último, ri melhor”. Poderia ter perdido aquela briga, mas eu faria cada uma delas, chorarem lagrimas de sangue. Pegaria onde mais doía, eu tinha paciência e a minha vingança seria ainda mais cruel.