História Mission Cupid (Imagine Bakugou Katsuki) - 07 - You look weird

Assim que saí do quarto de Satou, eu já havia me esquecido dos meus supostos problemas amorosos. Eu estava até que muito bem, nada melhorava mais um coração triste do que muito bolo! Caminhei praticamente saltitando pelo caminho curto que eu fazia até o meu dormitório. Porém, perto do finalzinho do caminho, uma pessoa praticamente brotou do chão, me fazendo pular para trás. Eu quis gritar, mas, considerando o horário, eu levaria uma bela bronca de Aizawa-sensei por ter gritado e perturbado sua “paz”, logo percebi que a pessoa não era ninguém menos que Ochako. Ela parecia irritada e animada ao mesmo tempo.

— Eu te procurei em todos os cantos! — ela exclamou irritada, enchendo suas bochechas gordinhas de ar. Por mais que ela tenha me deixado triste para uma desgraça mais cedo, ela não deixava de ser fofa... até.

E, como eu não a levo à sério, levei minhas mãos até seu rosto e apertei suas bochechas, fazendo ela soltar todo o ar que havia prendido. Ela devia odiar, do fundo do coração, dela quando eu fazia isso. É muito frequente e eu nem me importo se ela gosta ou não.

— Awnt, te irritei é? — perguntei, fazendo uma voz irritantemente fina, como se eu falasse com um cãozinho, ou algo do gênero.

— Para com isso, [Nome]! — ela pediu e segurou minhas mãos, as afastando de seu rosto, logo fazendo uma feição emburrada. — Eu queria conversar contigo... — murmurou fazendo bico.

— Ah... — Suspirei, lembrando de que Sero havia me falado sobre isso. É, eu realmente não esperava ter que realizar essa conversa justamente naquele momento. — Desculpe, eu realmente me esqueci. — Sorri sem jeito.

— Preciso de algumas dicas suas! Vem! — Ela, já aproveitando que segurava minhas mãos, me arrastou animadamente até seu dormitório.

Eu gostava do jeito simples daquele local. Acabei me jogando em sua cama, afinal, eu havia comido bastante bolo, estava pronta para simplesmente pegar no sono e só acordar pra ir no meu encontro com o meu crush... Se eu estou animada? Pode apostar que sim! É que, assim, é meu crush, mesmo estando com outras pessoas presentes ali.

— Então, eu tava pensando... — Ochako começou a falar e eu a encarei de soslaio.

— Lá vem. — Revirei os olhos e me sentei, para a encarar melhor. — No que você tava pensando, senhorita Gravidade Zero? — Ergui as sobrancelhas, em um ato que expressava minha curiosidade.

— Você bem que podia me dar uns conselhos de como conquistar o Bakugou, ne ne? — Ela sorriu esperançosa para mim, e eu tentei não parecer incomodada com esse pedido. Eu sorri amargurada. Lá se vai o efeito milagroso do bolo.

— Sinceramente, você está bem estranha desde que se declarou pro Deku ano passado — comentei, vendo ela franzir as sobrancelhas e vindo se sentar na cama comigo.

— Estranha como? — Ela escolheu os ombros, como se essa questão lhe incomodasse.

— Sei lá — comentei torcendo o nariz. — O Deku rejeitou seus sentimentos, alegando ser gay e ainda estar namorando, com o Shouto-kun. — Levantei as sobrancelhas após analisar brevemente os fatos. — Você ficou arrasada e agora tá gostando do meu melhor amigo, que é simplesmente uma bomba ambulante. — E que não combina nada com você, completei em minha mente. Eu só não shippo. Não consigo.

— É que... — Ela sorriu boba para o teto. — O Bakugou parece ser tão... — Ela suspirou sem graça e não acabou a frase, não que eu queira escutar, de forma alguma.

— Por quê? — acabei perguntando inconscientemente.

— O quê? — Ela me encarou, saindo de sua bolha do puro love.

— Por que, dentre todos os garotos da U.A, você escolheu justamente o Katsuki? — Eu a encarei. Tá, eu realmente estou muito curiosa quanto à isso. Então Ochako sorriu, de um jeito tão bobo, que eu achei que era impossível ser real. Será que eu sorria assim quando falava do Kirishima?

— O jeito que você fala dele, me fez ver que ele pode ter um lado diferente, pode ser alguém gentil e amável. — Ela começou a brincar com uma mecha de seu cabelo, e eu estava tentando entender de onde ela tirou o amável em Katsuki.

— Ah... Claro. — Eu desviei meu olhar para a cortina fechada de seu quarto.

Não queria pensar nisso, mas... Por que meu coração dói um pouco quando escuto isso?

 ♡

— Katsuki, sua puta loira, acorda agora! — cheguei gritando no dormitório de Katsuki. Talvez não fosse uma boa ideia fazer isso, mas eu nem estava ligando, eu era o ser humano mais feliz nesse planetinha triste.

— Caralho, logo de manhã essa merda?! — ele exclama, se sentando em sua cama, com uma expressão de puro ódio.

— Não é de manhã, e agora eu tô falando a verdade, já é quase uma da tarde. — Ele me encarou de olhos semicerrados, como se estivesse processando minhas palavras.

Ele não pareceu acreditar em mim (aliás, boa decisão) e pegou seu próprio celular, verificando as horas. Seus olhos se arregalaram e ele pulou para fora da cama, ele pareceu desesperado com o horário, afinal, logo o bakusquad iria sair e, provavelmente, ele ficaria para trás se não se apressasse.

— Por que você não me acordou mais cedo?! — ele indagou, completamente irritado. Paciência passou longe dessa criatura.

— Porque, se eu te acordasse mais cedo, você iria explodir meu rostinho lindo. — Cruzei os braços sobre a camiseta preta com uma estampa de caveira que eu usava, que eu furtei mais cedo do Katsuki. Ele nem tinha percebido que eu estava aqui. — E eu tenho que estar com o rosto intacto pro crush me notar. Sem contar que não é culpa minha se você ficou jogando a madrugada inteira e esqueceu de dormir. — Revirei os olhos. Era do meu conhecimento que ele jogava até tarde apenas nos finais de semana, mas perder uma oportunidade de jogar na cara dele? Jamais!

— Não é motivo — ele começou a gritar coisas sem sentido, e eu respirei fundo para não entrar em estado de surto também.

— A propósito, eu peguei uma camiseta sua emprestada e eu vou sair daqui antes que você entenda essas palavras, tchau — eu disse rápido e saí saltitando do dormitório dele.

E quando eu estava bem longe da zona de perigo eu escutei:

— [NOME], SUA DESGRAÇADA, SHINEEEE — mais um grito de Katsuki, mas acho que esse todos no dormitório escutaram.

Eu só sabia rir. Realmente adorava o jeito do meu melhor amigo, mesmo que ele fosse essa bombinha relógio que podia me matar a qualquer segundo.