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História Mister Cosmus Manipulates - Proposital


Escrita por: RaiinExe

Capítulo 11 - Proposital



A mágica tem a capacidade de instigar seus espectadores e tornar aquele que a domina um ser quase mítico. Isso é normal. Coelhos na cartola, números com cartas, coisas que levitam,  coisas que aparecem em outros lugares, coisas que somem do nada, escapar de lugares impossíveis, cortar pessoas ao meio, ficar sem respirar por horas embaixo d'água, e tantas outras coisas impressionantes e fascinantes que causam desde risos a espanto. Mágicos tem essa habilidade. Isso é normal.

23:50

Isso não era normal. Pensou Ycaro enquanto escovava os dentes repetidas vezes na frente do espelho. Sabia que era desnecessário, mas precisava pensar, talvez a rotina de escovar os dentes antes de dormir o fizesse lembrar de mais alguma coisa. 

A tarde havia sido cansativa, teve que ajudar sua mãe com algumas coisas antes da viagem dela que estava prevista para daqui a três dias. Isso foi bom, passou o tempo inteiro atarefado e preocupado com coisas comuns, coisas que o faziam se sentir alguém normal e com responsabilidades, alguém que vive a realidade. Uma pena que isso havia sido até entrar em seu quarto novamente e fechar a porta. Por algum motivo, estar em seu quarto sozinho o fazia lembrar dele. Estar na frente daquele espelho escovando os dentes o fazia pensar no que havia acontecido de manhã. 

Um resquício de um sonho dentro de sua realidade. Aquela xícara estilhaçada na cozinha era isso, era algo que havia acontecido em um ambiente criado dentro de sua cabeça e que por algum motivo também estava presente em sua realidade. Quantas provas tinha de que aquilo havia sido um sonho e quantas provas tinha de que realmente havia acontecido?

Uma prova apenas. No que era mais fácil acreditar? Que o mundo dos sonhos havia invadido sua realidade ou que Saiko estava tirando uma com a sua cara?

Doido. Tudo muito doido. Que tipo de mágico conseguia manipular tantas pessoas e coisas apenas para criar uma falsa realidade? Isso não era normal. Esse tipo de habilidade não era normal para um mágico. Pensou Ycaro abrindo a torneira da pia e cuspindo a pasta de dente. 

Encheu a boca de água e cuspiu novamente. Estava ficando louco com aquela história. 

Ycaro: Não sei mais o que pensar...

Disse ele, fechando a torneira enquanto olhava seu reflexo no espelho. 

Ycaro: ??

Um barulho veio de seu quarto. Apagou a luz do banheiro e saiu. Era a janela, estava aberta.

Ycaro: Oxi...

Jurava que estava fechada. Pensou caminhando até ela e fechando-a. Tudo aquilo estava fazendo esquecer as coisas também. Hoje a tarde precisou ir duas vezes ao mercado porque havia esquecido de pegar a lista com sua mãe. Precisava descansar. Precisava colocar as ideias no lugar. Apagou a luz e deitou. Dormir era a melhor coisa que podia fazer naquele momento.

3:33

Aquela noite estava agradável. Nem frio e nem calor. Não precisava de ventilador ou de muitas cobertas. O clima era o melhor possível, tudo estava normal, tudo estava em paz.

Embora não fosse tempo suficiente para estar completamente descansado, estava na melhor parte de seu sono, um sono bom e confortante. Tão confortante que mal se mexia na cama. Por mais que houvesse muito espaço ali, não se esparramava, preferia sempre ficar longe das beiradas, mais para o centro, assim a probabilidade de cair por qualquer motivo que fosse seria praticamente nula.

Estava em um momento de seu sono em que sonho e realidade podiam facilmente se misturar. Era sem dúvida a pior hora para distinguir algo, porém, estranhamente conseguia ter uma percepção mínima, como percepção de espaço, temperatura e movimento. Sabia o espaço que havia em sua cama e que não deveria ultrapassá-lo e sabia que o clima era agradável e que não estava passando frio, isso lhe garantia que podia continuar a dormir despreocupado.

E assim estava, até que a sua percepção de movimento notou o lençol repuxar em um dos lados da cama, era um movimento sutil, então, logo depois veio o calor. Um calor que vinha de cima e o envolvia por inteiro, era como o calor de outra pessoa. Sentiu um ar quente em seu rosto e um sussurro em seu ouvido: Ycaro. O ar quente que passeava por seu rosto parou encima de sua boca, então, percebeu que era a respiração de alguém. Estava tão próxima que pôde sentir um toque em seus lábios. Acordou assustado.

Ycaro: Sonho!! Um sonho! Foi um sonho.

Disse ligando o abajur perto de sua cama. Levou as mãos ao rosto e respirou fundo. Foi um sonho. Pensou.

Levantou-se e acendeu a luz, passou os olhos por seu quarto. Tudo normal. Decidiu descer até a cozinha e esticar as pernas, precisava tomar alguma coisa para acalmar os ânimos.  

Alguns minutos depois e estava de volta ao seu quarto. Havia sido um sonho, pensou. Pôs o copo d'água que havia trazido, ao lado de sua cama e apagou a luz. Precisava dormir, sabia que apenas mais algumas horas e teria que estar de pé para ir para a aula. Deitou-se e pegou no sono novamente. 



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