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História Mistérios - Favores


Escrita por: Kach

Capítulo 32 - Favores


O corpo de Eren estava extremamente dolorido, mas não se arrependia minimamente daquilo. As marcas bem aparentes em sua pele, seja das chicotadas que acabou por receber, das algemas apertadas em seus pulsos ou as diversas outras coisas que foram usadas em seu corpo, pensava que estaria em um quesito marcas bem pior do que realmente tinha ficado, entretanto Levi acabou por ser mais carinhoso do que agressivo e aquilo realmente não era um problema para nenhum deles, até quando o professor sentiu o couro do chicote voltar-se até seu braço deixando uma belíssima marca extremamente avermelhada eles não pararam com aquilo, Levi até achou bom, afinal sofreria um pouco daquilo que Eren parecia amar, pois naquele momento esqueceu-se da existência de vizinhos e principalmente do horário que estavam.

Somente sabiam que tinham aproveitado bem aquele tempo quando por ventura acabaram por abrir aquela janela do quarto de Eren para refrescar um pouco, pois nem o ar condicionado estava ajudando com todo aquele calor e acabaram por notar que a claridade daquele dia já não existia, pois estava extremamente escuro, então apenas fizeram mais uma rodada de finalização e deitaram-se os dois naquela cama extremamente suados, porém extremamente aliviados sentindo ainda o prazer percorrer por cada centímetro de seus respectivos corpos. Aquele cafuné sempre acabava por retornar e Eren amava, principalmente aliado aos movimentos daqueles dedos recebia alguns beijos no cabelo. Se alguém visse o professor daquela forma nunca mais diriam que era agressivo e ríspido, entretanto o mais novo adorava ser um dos únicos que tinha acesso a essa parte de sua personalidade, sentia-se especial e queria continuar a ser como Levi sempre deixava claro que era.

A intenção inicial era tomar um banho antes que de fato dormissem, mas ambos apagaram daquela forma pouco se importando, até porque quem foi o último a dormir foi Levi, então se quisesse mesmo poderia acordar o rapaz e seguirem para o banho, entretanto preferiu ficar daquela forma com ele aproveitando aquilo. 

Ao acordarem o sentimento de pouco se importar com a falta de banho também passou por Levi, pois acabou por apenas acordar o mais novo com alguns beijos calmos em seu rosto até ver aqueles olhos verdes se abrindo gradativamente ainda ensonado e manhoso como sempre era. 

Após um banho tomado Eren estava sentado na cama apenas com a toalha no corpo ainda jogando algumas coisas dentro de sua mochila, pois havia esquecido que havia um seminário para finalizar com os amigos e possivelmente passaria a tarde preso com os três naquilo até terminarem, enquanto isso Levi já estava com algumas de suas roupas que acabavam por sempre ficar no armário do rapaz se vestindo aos poucos. 

Ao ouvir o primeiro toque da campainha olhou diretamente para a situação que Eren estava e logo negou com a cabeça quanto a possibilidade de ser ele a atender, não admitia que era realmente ciumento, mas quanto menos pessoas o vissem de toalha era sua preferência. Então murmurou um: “Eu atendo” recebendo um sorriso agradecendo aquilo. Sua camisa de botões estava praticamente posta no corpo, igualmente a calça social, porém ainda se mantinha descalço e com os cabelos molhando levemente bagunçados. Uma parte de si apenas torcia que não fosse a sogra, pois apesar de ter conseguido certa intimidade com Carla, sabia que daquela forma com algumas boas marcas pelo corpo ela talvez tivesse outras visões dele e pela primeira vez em anos estava realmente preocupado com a opinião de alguém. 

Foi até à porta e logo ao abrir poderia soltar um suspiro de alívio por ver que não era a sogra, porém um outro de surpresa por vez Zeke e um oficial parados lado a lado, o loiro o qual não conseguiu e nem queria esconder nem o sorriso satisfeito que surgiu em seus lábios por ver o homem de cabelos negros ali, não era como se já não esperasse algo daquele tipo, porém estava ainda mais feliz por aquela breve novidade.

- Bom dia. – Acabou por dizer na direção dos dois, o oficial não estava entendendo bem os sorrisos do homem loiro ao seu lado, porém pouco lhe importava exatamente o que estava acontecendo e sim que logo entregasse o homem como desejado. Voltou-se com o rosto para o apartamento para continuar com uma voz um pouco alta para que o rapaz que deveria estar se enrolando na cama se acordasse. – Teu irmão chegou, pirralho.

- Bom dia Levi. 

Zeke levou uma de suas mãos na direção do homem negros que aceitou o aperto leve em seus dedos bem a tempo de receber um Eren completamente descabelado e bagunçado que pelo menos teve o trabalho de vestir uma bermuda qualquer e uma camiseta, mesmo que Levi tivesse visto bem que estava do lado errado. Entretanto, não o julgaria afinal entendia que ele estivesse realmente morto pelas saudades e pegou a primeira coisa que encontrou pelo caminho. 

Só viu o rapaz o afastando com uma mão da porta delicadamente e abraçando o homem loiro com certa força enquanto o professor apenas deu dois passos para trás cruzando os braços e se encostando na parede, afinal era o momento dos dois e eles mereciam aquilo. 

- Tu disseste para mim colocar teu nome e eu realmente aceitei, precisava de uma cidade nova e de uma vida nova… – Zeke passava aquela mão nas costas do mais novo de uma maneira um tanto possessiva como se quisesse reafirmar que estava realmente tudo bem agora, entretanto acabou por parar de fazer ao sentir um suspiro pesado, pensava que o suspiro tinha sido alguma reclamação, mas só Levi e Eren sabia bem que aquilo era uma pontada de dor pelas costas levemente machucadas do rapaz de olhos verdes. – Há problemas?

- És sempre bem vindo aqui! – Falou ainda o apertando pouco se importando se estava forte demais, se pudesse machucar o loiro ou se o oficial ao lado estivesse querendo sair dali logo. Depois de tanto tempo aquele era literalmente o primeiro abraço deles sem envolver coisas ruins inclusas, seja uma sala da Delegacia ou literalmente no fim de um julgamento, então ambos queriam aproveitar aquela sensação tão boa. Eren afastou-se mantendo as duas mãos no ombro do mais velho olhando para aquele sorriso largo e sincero naquele rosto barbado, porém sabia que tinha um sorriso igual ou até talvez maior. Claro que receber aquela mão pesada passando em sua pele foi levemente doloroso no início, mas agora a felicidade se sobressaia a literalmente qualquer dor que pudesse sentir. – Fiquei ansioso por notícias tuas!

- E eu nem fiquei assim tão surpreso com algumas coisas. – Aquele olhar divertido na direção de Levi e aquele tom levemente baixo já respondia a Eren ao assunto que o irmão se referia e foi por esse motivo que certa vermelhidão bem discreta acabou por surgir naquelas bochechas. – Pois eu sabia que não tardaria para acabar por voltar tudo na normalidade que deveria sempre ter sido.

- Preciso que assine isso aqui. – O oficial falou com certo tom entediado movendo uma prancheta com uma caneta presa na direção de Eren que logo pegou em seus dedos para ler aquilo antes que de fato assinasse qualquer coisa.

Após alguns bons minutos lendo Eren acabou por assinar aquilo e devolver para o homem que moveu a cabeça em um sinal positivo logo saindo dali o quanto antes. Levi já não estava parado na porta, afinal estava terminando de se trocar para ir ao trabalho e sabia que Eren precisava aproveitar certo tempo ao lado do irmão, pois o casal já tinha tido bons tempos juntos, enquanto os irmãos pouquíssimos e poderia bem dividir um pouco daquela atenção. Sentaram-se no sofá após Eren apontar para o antigo quarto de Armin e evidenciar que era ali que ele ficaria e aos poucos poderia ir mudando como queria. Era clara a diferença de seus antigos apartamentos para aquele, afinal tinha uma cobertura em uma área nobre da antiga cidade que morava, os móveis eram extremamente luxuosos, tinha quadros de artistas famosos espalhados pela parede e uma bela visão, porém não trocaria nunca esse apartamento ao lado do irmão por literalmente qualquer outro mais caro. Aquele era acolhedor e sentia-se realmente bem, bem como nunca antes.

- E então? – Perguntou com certo sorriso divertido ao mais novo que claramente estava um pouco embaraçado pela situação que estava e principalmente os olhares amarelados que estava recebendo como se quisesse dizer que sabia bem o que eles tinham feito na noite passada, literalmente. – Voltaram para valer?

- Voltamos uns dias atrás. – Afirmou com certa vergonha, mas nem conseguia esconder a satisfação que sentia ao dizer isso e Zeke sabia bem, pois era evidente sua expressão bem menos carregada, mesmo que tivesse visto Levi por poucos segundos naquele tribunal viu claramente a diferença no rosto indiferente do homem também. 

E a confirmação aumentou ao vê-lo agora completamente vestido abaixando-se um pouco no sofá apenas para deixar um selinho rápido no rapaz que obviamente tentou engolir aquela leve vergonha que sentia ao fazer aquelas coisas na frente de familiares, nessas situações a língua de Levi coçava para gritar um: “Tu me pedes para queimar-te com cigarro, usar cintas, chicotes e é um masoquista puro, porém um simples selinho na frente dos outros tu morres de vergonha?! Caralho pirralho!”, entretanto sempre optava pelo silêncio nessas situações, pois sabia que ouviria respostas nada convincentes e teria certa irritação. 

- Já vais?

- Preciso resolver algumas coisas. – Lhe respondeu e aquilo poderia bem ser traduzido a: “Vocês precisam de um tempo sozinhos e eu entendo completamente isso”, os três sabiam disso e era esse detalhe que trazia ainda mais divertimento para o loiro que ainda olhava para o policial com certa felicidade, principalmente por ver novamente aquela mão ereta em sua direção. – Zeke, até mais.

- Somos família agora Levi, sem formalidades. – O loiro ia se levantar para dar um abraço, mas acabou por dar uma risada rouca aceitando aquele cumprimento mais formal, afinal o olhar divertido de Eren lhe dizia que seria uma cena e tanto, porém Levi ainda não partilhava da mesma opinião com literalmente qualquer abraço além dos do moreno de olhos verdes, os dos pais e algumas pessoas de seu seleto grupo de amigos que eram apenas Isabel e Hanji. – Devo agradecer-te por ter me ajudado de alguma forma com a juíza...

- Ajuda? – Perguntou como se não estivesse entendendo minimamente o que aquilo significava e novamente Eren em pensamento gritava o quão bom mentiroso ele conseguia ser quando queria e poderiam bem investir nesse lado esquecendo-se o fato dele sempre dizer com todas as palavras que não mentia. – Não sei do que está falando Zeke. – Moveu a cabeça de forma negativa insistindo naquela mentira e devolveu a mão até seu bolso. – Até depois.

Zeke apenas sorriu em negação e perguntou se ele tinha falado mesmo a verdade sobre não ter nada a ver com o assunto, porém o sorriso de Eren e a frase: “Ele ajudou sim, mas não vai admitir isso nunca, pois odeia esse tipo de atenção” foi o suficiente para Zeke dar de ombros com certo sorriso continuando a analisar o rapaz com certo divertimento e satisfação por vê-lo principalmente bem.

Levi ao sair torcia apenas para não encontrar ninguém conhecido no trajeto do elevador até a saída, por exemplo, como a vizinha do lado do apartamento de Eren, Dona Vera a síndica daquele prédio e que sabia do relacionamento dos dois provavelmente não teria gostado de passar o restante de seu domingo ouvindo bons gemidos do apartamento do lado, caso os tenha escutado e Levi realmente esperava que ela não tivesse gostado, pois se tivesse seria estranho demais. Sabia que com Zeke ali os encontros acabariam por serem menores, porém sentia-se mais seguro em deixar o rapaz com o loiro naquele apartamento quando não estivesse, afinal o medo de Nile realmente retornar a ativa ou quem sabe até Rico procurar o garoto era alta e Levi não queria que nada acontecesse de mal a ele.

Aquele colar cinzento e delicado continuava em seu pescoço e sabia que dificilmente o tiraria, pois de fato gostava de ter algo de Eren ali, assim como o soco inglês com um lâmina escondida, pois seria útil tanto para o trabalho como seu dia normal. Receber algumas ligações com algumas falas indiscretas dos pais foi resposta de que estavam curiosos desde o dia passado, afinal aquelas mensagens que acabou por responder quando ambos estavam na escada rolante já evidenciava que queriam saber detalhes e se tinha dado certo, então apenas se deu ao trabalho de responder: “Pode se dizer que o pirralho me surpreendeu bastante ontem”, não daria detalhes, mas tinha gostado imensamente e apenas Eren precisava saber daquilo.

Após uma passagem rápida no próprio apartamento entrou naquela Universidade com o capacete na mão, camisa social branca dobrada até os cotovelos para espantar aquela sensação de calor, uma calça de coloração escura, os cabelos o mais organizados possíveis e a mochila nos ombros, afinal a maleta já tinha sido descartada pela dificuldade de transporte há tempos, mesmo que deixasse um aspecto mais formal da coisa não acreditava que alguém iria realmente se importar com aquilo, pois nem ele se importava assim tanto. 

Viu Hanji e Erwin se aproximar no mesmo instante e se perguntava como eles sabiam exatamente o horário que acabava por chegar no local, pois dificilmente conseguia fugir e sabia que principalmente naquele dia não seria diferente. O olhar do loiro imediatamente recaiu a marca bem evidente em seu braço mantendo as sobrancelhas bem arqueadas curioso em saber como aquilo tinha acontecido, porém o olhar estreito e cinzento dizia claramente que não responderia nada que não desejasse responder.

- E então? – Hanji lhe perguntou com um sorriso beirando ao maníaco arrumando a haste dos óculos com aqueles dedos incentivando o amigo a falar sobre o dia, pois tinha de fato ajudado e visto o entusiasmo de Eren com aquilo, então torcia que o garoto tinha sido eficaz naquilo.

- E então o quê? – Repetiu em tom de pergunta pouco se importando se continuariam a segui-lo ou não, pois tinha horários bem definidos e não poderia ficar falando sobre sua vida amorosa em meio do corredor cheio de pessoas mais jovens com bons ouvidos atentos. Entretanto para o seu azar os dois estavam ali ao seu lado caminhando animados e com um semblante de que não deixariam o homem de cabelos negros sozinho até que ouvissem o que queria. – Levou-me à lugares legais, deu-me presentes, comida e muito sexo, foi bom.

Frontal e tão direto daquela mesma forma que Levi era e sempre foi, não surpreendia minimamente a de óculos que admitiu logo que aquilo tinha sido um sucesso, pois ‘lugares legais’ seriam facilmente substituídos por ‘coisas chatas’ ou uma variação extremamente ríspida, entretanto ‘legal’ em uma escala Levi de nomeação era uma afirmação que independente do local que tinham ido ele havia gostado imensamente. Erwin por sua vez ainda estava assustado que realmente ouviu algo, mesmo que esperasse ouvir algumas coisas bem mais detalhadas do que uma coisa geral. O quesito sexo era bem óbvio para qualquer um que tivesse olhos, afinal algumas boas marcas estavam por aquele pescoço e se porventura acabasse por ficar sem camisa veriam um peito bem marcado e umas costas extremamente arranhadas pelas unhas de um Eren extremamente necessitado.

- Presentes? – Hanji lhe perguntou claramente confusa, pois essa parte ela não havia participado, mas admitia que tinha sido uma ótima decisão e escolha de Eren, pois todos gostavam de presentes e Levi não seria diferente.

- Isso aqui e… – Retirou o pingente e colar de dentro da camisa de botões mostrando para a mulher que poderia sorrir ainda mais curioso sobre o motivo de um isqueiro sempre estar envolvido naquela relação, depois de alguns dias ao ver aquela cartela de cigarro pensou que tinha sido movida pelo fetiche de Eren, entretanto sentia que era algo especial deles bem mais forte que aquilo. Vê-lo usando ainda respondia que tinha gostado bastante e isso até Erwin conseguia ver claramente. – Comprou-me também uma arma extremamente útil e bonita…

Aquele pequeno sorriso de canto ao falar sobre o presente fez Erwin arregalar aqueles olhos azuis completamente chocado com essa nova notícia, afinal esperava que tinha sido algo romântico e não algo que incentivasse o homem a ser agressivo e mortal daquela forma como era. Depois do colar delicado esperava mesmo alguma coisa naquele sentido e não uma coisa daquelas. Hanji estava surpresa, mas nem tanto, afinal aquele sorriso em seus próprios lábios respondiam a qualquer um que de fato tinha gostado daquilo e a diversão aumentava ao saber que Eren de fato conhecia aquele homem muito bem a ponto de saber que iria gostar muito mais daquilo do que literalmente qualquer outra coisa.

- Puta que pariu! – Erwin exclamou ainda completamente assustado passando uma de suas mãos naqueles fios loiros se perguntando se era o único dentre eles que tinha visto o problema que aquele presente apresentava. – Ele ainda te incentiva?! – Viu o amigo entrar e guardar o capacete logo retornando com uma das sobrancelhas arqueadas querendo lhe perguntar o motivo do drama todo, pois para ele e para Hanji aquilo era bem desnecessário. – Vocês se merecem mesmo, caralho…

- É só um soco inglês com uma lâmina inclusa, não é nada demais. 

Levi deu de ombros sem entender onde o real problema estava, porém uma parte de si mesmo sabia bem que as pessoas não encarariam aquele presente como algo romântico ou coisa parecida, entretanto para si mesmo aquilo foi uma das coisas mais românticas que havia recebido na vida, afinal declarou com todas as palavras que mesmo não gostando de vê-lo em perigo o apoiava naquilo e queria ajudá-lo, seja com apoio ou também com aquela arma. O ‘nada demais’ fez Erwin ficar ainda mais surpreso, porém a mão da mulher ao lado lhe dando dois tapinhas em seu ombro deixando uma boa gargalhada foi o suficiente para o loiro saber que deveria mesmo ficar calado e aproveitar o ‘bom humor’ do outro. 

- Vão me deixar em paz agora?

- O que achas? – Hanji lhe perguntou negando com a cabeça sem dar chance nenhuma para o amigo, porém viu um olhar estreito de Levi lhe dizendo para realmente deixá-lo sozinho e se dependesse apenas de Erwin ambos já tinham o deixado há tempos para não testar aquela paciência, afinal sabia bem que para estourar um mau humor agressivo era questão de segundos após ouvir algo desagradável. – Obviamente não, preciso de detalhes.

- Tch, tens sorte que estás grávida, se não estava fodida... – Disse entre os dentes e viu mais um sorriso vitorioso de alguém que estava claramente se aproveitando bastante da nova fase de sua própria vida. – Não há muita coisa para falar, afinal foram diversas coisas bem programadas por ele que acabaram por realmente me surpreender.

- Resultado do Gus ainda não está pronto? – Perguntou trazendo certa seriedade para aquela conversa e isso se evidenciou ao ver o semblante do amigo ficar bem mais carregado do que estava até então. Não precisava ser amigo do homem para saber que era um assunto de extrema delicadeza para ele, principalmente para Hanji e Erwin que sabiam bem que ele vez ou outra acabava por sair com o pequeno e voltava com certas energias renovadas, até quando o término com Eren aconteceu a de óculos conseguia ver que pelo menos um brilho naquele olhar apagado ressurgia por um tempo até se apagar novamente e o estresse retornar.

- Não, a Ymir disse que isso demora, o que comprova que o exame da Rico era falso... – Respondeu em um tom baixo passando uma de suas mãos pelos fios negros e se aquele machucado tinha se passado despercebido até então agora com aquele movimento não ia passar, pois viu bem os olhares dos dois se recaírem nele.

- O que fizeste nesse braço? – Disse em certo tom interrogativo movendo os óculos para a ponta de seu nariz para conseguir ver com mais clareza aquela marca e nem se Levi fosse rápido conseguiria impedir que ela pegasse seu pulso com os dedos para que se mantivesse parado. Ver aquele pequeno sorriso malicioso nos lábios do melhor amigo foram o suficiente para largá-lo enquanto Erwin realmente queria saber o que tinha feito, porém nenhum dos dois lhe responderia e uma parte de si não sabia se queria mesmo respostas. – Não precisa nem responder, seu safado desgraçado…

- Sabem, isso me lembrou uma coisa. – Acabou por dizer passando uma de suas mãos nos fios negros atraindo a atenção total de ambos que estavam curiosos, afinal não era um homem que falava tanto e quando falava tinham que aproveitar. – Lembram-se que fiquei alguns bons dias mantendo minha barba porque o pirralho havia me pedido? – Perguntou-lhes e ouviu as confirmações, afinal Erwin principalmente não se esqueceria, pois se com o rosto limpo ele era medonho, barbado e fumando era uma visão aterrorizadora demais até para o loiro que não tinha tantos receios com muita gente, mas sabia que de Levi deveria ter um certo cuidado, mesmo sendo seu ‘amigo’. – Enfim, era um troca de favores, eu cumpri a minha parte, apesar de ter dado menos tempo que o estipulado, porém foi ele mesmo que pediu-me para tirar, entretanto tenho um favor ainda e simplesmente não sei o que pedir…

- Precisa de sugestões? – Hanji lhe perguntou arrumando as hastes dos óculos com certa diversão, principalmente ao ver aquele pequeno sorriso surgir nos lábios do amigo de cabelos escuros.

- E de sugestões aparentemente tu és boa, não é? – Disse em tom de pergunta com a sobrancelha arqueada não escondendo que sabia bem que aquele dia romântico que havia recebido do garoto no dia anterior tinha uma mãozinha ou quem sabe até o corpo inteiro da mulher dentro dos planos. Erwin não fazia a mínima ideia do que Levi estava falando, porém conhecendo a mulher como conhecia, sabia que havia aprontado algo. – O pirralho contou-me que teve algumas boas ajudas tuas, assim como de outras pessoas que realmente pensei que nunca entrariam naquilo.

- Deves admitir que ele teve certo esforço. – Falou na defensiva, mas nem precisava, afinal conseguia claramente distinguir quando o amigo de infância estava bravo ou quando estava fingindo certa irritação, como era o caso. – Chegou todo envergonhado para mim me perguntando se poderia ajudar porque eu conhecia-te melhor e ele queria mesmo surpreender-te com coisas românticas… Tua mãe ligou-me também e disse-me com certa diversão que o rapaz teve bons gaguejos nervosos ao conversar com eles sobre isso e August contou que ele de fato estava levando aquelas coisas a sério a ponto de nem entrar em coisas que claramente eram brincadeira daqueles dois… E..

- Tch, já entendi. – A interrompeu antes que continuasse a despejar aquele montante de informações, afinal não poderia nem se quisesse ficar bravo com aquele rapaz, não depois de tudo aquilo que recebeu de surpresas, mesmo que para isso tivesse que sofrer bons dias de palavras idiotas de seus amigos, pois valia mesmo a pena. – Admito o esforço dele, porém a dúvida do que pedir ainda se mantém, sabe, eu realmente não sinto nem que posso pedir algo como troca daquele favor, pois de fato já fez muito por mim e estou realmente tentado a esquecer disso, pois deixar a barba nem foi assim tão difícil e vez ou outra não vejo problema em fazer seus gostos…

- Sexo selvagem? – Arriscou com certa inocência e satisfação ao ouvir o amigo daquela forma, pois antigamente nunca que falaria aquilo para eles e sim guardaria para si mesmo. Era cada vez mais evidente a diferença que um simples estudante de direito estava fazendo em sua vida e Hanji adorava cada vez mais aquilo, pois desde o início daquela conturbada amizade de infância torcia e queria o bem do baixinho ranzinza e via que era ao lado de Eren daquela forma que alcançaria a felicidade total como aos poucos estava caminhando para conseguir.

- Não preciso nem pedir uma coisa dessas. – Negou totalmente sério enquanto Erwin estava prestes a parar de caminhar do lado daqueles dois, pois de fato não entendia como assuntos comuns poderiam retornar a sexo tão facilmente. Aquelas conversas eram sempre volúveis, pois vez ou outra o loiro até se perdia, pois mudavam de tópico tão rápido que não conseguia nem acompanhar, mas uma amizade longa daquelas já era de se esperar. – O garoto só tem essa feição angelical, pois é um masoquista nato...

- Deus, eu tenho aula com ele hoje… – Erwin murmurou levando a palma de sua mão até o próprio rosto o tampando e movendo a cabeça de forma negativa começando a torcer que as aulas com aquela turma finalizasse logo, pois de fato olhar aquele rapaz sorridente que sempre pensou que era a inocência em pessoa se tornando a pessoa que dormia com Levi e fazia aquelas marcas era algo demais para o loiro aguentar. – Esse mundo está mesmo perdido…

- Não achavas que o pirralho era virgem e eu tirei a inocência dele, não é? – Lhe perguntou com uma das sobrancelhas arqueadas na direção do loiro que retirou aquela mão para encarar os olhos cinzentos se perguntando se aquilo era uma ironia, mas nem precisava de respostas, pois era certeza que havia sim uma ironia e um sarcasmo velado ali. – Pois se tu ouvisse determinadas coisas que ele fala, pedisse ou faz diria que quem está perdendo a inocência sou eu. – Aquele sorriso pequeno e aquelas ironias faziam Erwin se lembrar do tempo que malmente trocavam um ‘bom dia’ e estranhamente sentia certas saudades daquele tempo, principalmente ao receber dois tapinhas em seu ombro e uma Hanji rindo abertamente ao seu lado. – Mas relaxa, quem tem aula com ele logo no primeiro tempo sou eu.

Entrou na sala ignorando os dois, poderia bem enrolar mais uns minutos e quem sabe até buscar um café, porém apenas abriu a porta para logo ir em direção de sua mesa os deixando lá parados nada surpresos por não receber uma despedida, afinal conheciam bem demais aquele homem para saber que dificilmente receberiam aquilo um dia. Sentou-se na cadeira massageando suas costas com os dedos, pois mesmo que quem estivesse mais dolorido fosse Eren ele também teve sua cota de dores, mas não se arrependia minimamente da dor muscular, mesmo que tivesse substituído a corrida diária por aquele dia com seu garoto. Passou as mãos nos olhos afastando aquela sensação de sono que ainda apoderava de seu corpo e retirou tudo que usaria naquele dia de sua mochila, o que não esperava de fato era que uma das únicas pessoas que estivesse naquela sala no horário que todos deveriam ainda estar se enrolando pelos corredores fosse Mia, a moça que sempre o refutava e agora era merecedora de uma favor, afinal mesmo que não soubesse ajudou a tirar o peso de uma sentença grande a um homem que não a merecia.

Vê-la se aproximar como se estivesse há um bom tempo ali o esperando foi resposta de que algo realmente tinha acontecido, então apenas organizou algumas fichas e as deixou de lado esperando que finalmente chegasse. Notou certo nervosismo, mas a escutaria independente do que fosse, obviamente estava começando a ficar com certa preocupação, afinal ela dificilmente falava algo em sua direção e naquele dia em especial até estava o esperando.

- Minha mãe pediu para falar contigo. – Acabou por dizer em um tom extremamente baixo mantendo aquele celular apertado em seus dedos. Levi a olhou incentivando que continuasse a falar sobre o assunto. – Ela confia em ti e… – Coçou a nuca com extremo nervosismo desbloqueando aquele celular logo para deixar a tela em direção do professor. – Há tudo explicado aí, mas…

Pegou o aparelho em seus dedos apenas murmurando para que pegasse uma cadeira se quisesse, mas apenas se manteve em pé o batendo contra o chão para afastar certa ansiedade enquanto o professor movia para ler o texto completo do arquivo que a garota havia o mandado.

- Ela recebeu uma ameaça? – Lhe perguntou com ambas as sobrancelhas arqueadas realmente chocado com aquilo em um tom mais baixo, afinal viu pelo canto do olho aquela porta abrindo e dando entrada a alguns outros alunos que se surpreenderam pelo diálogo silencioso que ambos estavam levando e principalmente pelo professor estar com um aparelho branco nas mãos e não o habitual negro de sempre, então sabiam que aquele era da colega. Ver aquela confirmação nervosa da mais nova foi resposta que de fato aquilo era preocupante, pois sabia bem quem poderia estar envolvido naquilo e de certa forma era algo ‘bom’ para ele. – Nile…

Olhou para o professor não entendendo o que aquela última palavra significava, pois não tinha a escutado por completo, apenas o viu coçando o queixo e devolvendo o celular da garota para pegar o seu próprio no bolso.

- O quê? 

Levi desbloqueou e mostrou a tela para ela onde estava seu contato salvo, uma nova surpresa, afinal apenas Hanji tinha acesso a aquele aparelho e o número do professor era uma das coisas que muitas pessoas realmente tinham interesse em consegui-lo já Mia havia conseguido por algum motivo e de uma forma bem rápida, pois logo pegou o próprio celular para salvar aquilo o quanto antes, afinal não queria mesmo tomar mais tempo do homem e principalmente a curiosidade dos colegas sobre o que estavam conversando. 

- Esse é o meu número. Mande-me esse arquivo, assim como podes mandar-me o número de tua mãe, quero rastrear uma pequena coisa através dele...

- E tu consegues fazer isso? – Perguntou digitando rapidamente o número do homem para logo enviá-lo aquilo, estava com o peito mais aliviado em saber que a mãe estava de fato certa em confiar sua segurança naquele homem, pois já iria fazer algo de imediato.

- Tch, criança, poupe-me de teu pessimismo e confia em mim. – Disse com certo sarcasmo deixando um sorriso extremamente pequeno de canto sem nenhum humor incluso nele e Mia sabia bem que aquilo significava que não era para duvidar de suas habilidades. Ao vê-la confirmar que já tinha pego seu número e enviado o arquivo voltou o aparelho para perto de si e viu o interesse claro dela nos dedos digitando um número. – Não tenho assim tanta ação de longe, porém conheço algumas pessoas tão confiáveis quanto eu, ou quase isso…

- Que seriam? – Lhe perguntou ainda mais preocupada ainda por ler o nome do contato e se surpreender, pois esperava um nome qualquer e não literalmente ‘Filho da Puta’ escrito. – Tens a certeza que é a melhor opção?

- Ele é uma das únicas pessoas que eu poderia confiar a minha vida. – Declarou de forma séria movendo sua cadeira para trás para que se levantasse e pudesse ligar para o homem e antes que de fato saísse daquela sala para conversar com Farlan levou a mão até o ombro da garota. – Obrigado por conversar com tua mãe sobre aquele problema e também por… bem… – Retirou a mão do ombro dela para coçar sua própria nuca sem saber exatamente como falar aquele tipo de coisa, mas ela sabia, pois seu sorriso divertido já dizia que tinha entendido claramente o que aquelas meias palavras significavam. – Tu sabes..

- Teu segredo está salvo comigo. – Afirmou com um sorriso analisando aquelas marcas em seu pescoço e principalmente aquela aliança que sabia bem que não era um anel que utilizava com seu irmão inexistente e sim com um moreno que estava chegando naquele momento na sala. – Proteja a minha mãe, apenas isso.

- Com certeza vou fazer isso. – Concordou apertando finalmente o trecho da tela para iniciar a ligação e levar ao próprio ouvido saindo daquela sala a procura de um lugar mais silencioso.

Eren depois de se despedir totalmente a contragosto de Zeke afirmando com todas as palavras para que se sentisse a vontade no apartamento seguiu para Universidade e agora estava ali sentando-se na cadeira habitual no fundo da sala estranhando aquela ausência repentina do namorado com o telefone na mão e um olhar sério, entretanto apenas sentou-se deixando seu corpo relaxado e tentando ao máximo encontrar um modo de não demonstrar o quão dolorido estava, mas se alguém o perguntasse se havia algum arrependimento não conseguiria responder que tinha, pois não estava minimamente arrependido, nem quando ao encontrar os amigos viu aqueles olhares interrogativos e frases que vagavam o: “Foste atropelado por um trem?!”, comentário feito claramente por um Jean que logo recebeu uma cotovelada de Armin que tinha outras dúvidas definidas, como: “Ele gostou mesmo dessa coisa que tu preparaste?”, afinal nenhum dos amigos tinha plena certeza que o professor fosse realmente se interessar por coisas românticas daquelas, mesmo que não tenha sido o símbolo de coisa romântica que um dia já viram, para aquele professor só um pouco de atenção a mais já seria motivo de agressões, entretanto o olhar brilhante de Eren já respondia que tinha gostado até demais daquilo tudo. Berth apenas manteve-se em silêncio dando bons sorrisos satisfeito, afinal tinha sido ele o primeiro a interceptar sobre aquele casal com aquela bebida recusada e agora vê-los daquela forma foi o suficiente para estar extremamente satisfeito. Nenhum deles admitia que um dos presentes que o moreno comprou era uma boa escolha, mas ouvir que o professor havia adorado era a explicação do motivo de Eren ter comprado aquilo, ainda mais por verem certo brilho prateado naquele pescoço evidenciando que o colar se mantinha, nenhum deles ouviu uma explicação sobre o motivo de ser um isqueiro, entretanto se divertiram imensamente ao ver aquela coisa delicada.

Então para desconversar e tirar o foco das marcas ou curiosidades para saberem detalhes acabou por falar sobre a aparição de Zeke e como estava satisfeito com aquilo. Contou com detalhes que o homem loiro iria ficar por um bom tempo ali e estava imensamente feliz em vê-lo aos poucos mostrando quem ele realmente era. Contou até da interação entre os dois e de como Zeke começou a chamá-lo de ‘cunhado’ vez ou outra com certo sarcasmo, obviamente após ter certa segurança que o policial não voltaria ao apartamento.

Depois de uma ligação curta apenas com certas palavras específicas que eram códigos para o homem loiro Levi ainda teve que ouvir coisas consideradas como ‘idiotas’ de Farlan, porém apenas o respondeu deslizando o dedo para finalizar aquela ligação sabendo e se autoafirmando infantil por uma atitude daquela, porém pouco se importava com o que o homem acharia e retornou à sala sentando-se na cadeira e massageando a lateral de sua testa pensativo sobre o que poderiam fazer em relação a aquele pedido de proteção. Teria que pedir certas ajudas para Ian, afinal era um dos melhores em hackear coisas e talvez até Gunther, quem sabe os dois em conjunto, porém tinha que ter pensamentos mais rápidos, afinal era uma vida extremamente importante em jogo e tinha a sensação de que sabia exatamente que era Nile ou algum de seus capangas envolvidos naquilo por culpa da sentença de Grisha Jaeger. Afinal ao contrário do que Jared, o antigo juiz corrupto que trabalhava naquela jurisdição, faria ela não foi assim tão branda com o mais velho, apesar de ter sido com Zeke, mas com o outro não foi minimamente e sabia que finalizando com aquelas pessoas de altas quantias de dinheiro o perigo de sua vida, assim como de sua família estava em jogo, porém entendia completamente que a justiça sempre se sobressaia a qualquer outra coisa.

Não esperava que em questão de minutos acabasse por receber um Erwin sorridente abrindo a porta de sua sala, Levi apenas voltou o olhar para ele com certa seriedade como se quisesse o perguntar com aquele olhar: “O que diabos tu pensas que está fazendo seu arrombado filho da puta?!”, porém apenas o silêncio o observando chegar até sua mesa mantendo aquele sorriso, obviamente os alunos sempre ficavam curiosos quando o homem sofria essas interrupções, ainda mais quando as pessoas em questão que se resumiam a Hanji vinham com aquele sorriso rasgado como se quisesse de longe ir amansando a fera até chegar à mesa, claro que não funcionava plenamente, porém não deixava de tentar. Sentia que aquele dia seria cheio de surpresas, só esperava que a maioria esmagadora fossem positivas, pois depois de saber que justamente a mulher que ajudou com o problema de Zeke agora poderia estar correndo riscos, praticamente estragou seu dia que tinha tudo para ser feliz.

- Lembra-se das vezes que cobri-te em algumas aulas tua? – Lhe perguntou em um tom baixo não escondendo o quanto estava se divertindo, porém não queria mesmo fitar o restante da sala e os alunos, pois sabia que veria determinado moreno e não conseguiria esconder o semblante levemente embaraçado.

- Lembro-me bem Smith. – Respondeu de forma séria deixando um suspiro pesado sair de seus lábios esperando o que se seguiria, era por esses motivos que não gostava de dever favores para outras pessoas, entretanto a primeira vez foi porque queria retornar à cidade natal pegar o relatório da missão que perderam Isabel, a segunda foi a ida para à casa da sogra, então devia mesmo algo ao loiro, mas aquilo não o deixava mais tranquilo, principalmente pelo olhar divertido que estava recebendo. – O que tu queres? – Procurou no bolso da calça sua carteira lançando um olhar para o colega que sorriu ainda mais negando com a cabeça. – Posso assinar um cheque pelo dia de serviço e tudo feito, o que achas?

- Não preciso de dinheiro. 

Negou e o viu fechar aquela carteira ainda completamente desgostoso enquanto os alunos queriam gritar para que ambos falassem em um tom alto, pois estavam curiosos, principalmente o namorado de um deles. Abaixou-se ainda mais próximo do seu ouvido vendo o olhar de Levi lhe dizer para manter-se bem afastado e principalmente um de Eren realmente afirmando que não deveria se aproximar assim tanto, porém mesmo assim abaixou-se passa sussurrar o restante daquela frase. 

- Preciso que leve minha turma para o fórum da cidade por uma hora mais ou menos, é obrigatório que assistam um julgamento qualquer e bem, tu me deves essa e eu estou com outras coisas definidas para agora, quebra essa para mim Ackerman.

- O quê?! – Perguntou querendo confirmar se tinha escutado de forma certa aquilo, porém vê-lo cruzar seus braços com um sorriso divertido pela expressão séria e negativa que estava recebendo era resposta de que não se livraria daquilo tão facilmente. – Nem fodendo Sobrancelhas. – Negou com a cabeça mais uma vez querendo ver se aquilo era mesmo uma piada enquanto Eren estava quase gritando para os dois pararem com aquelas palavras baixas, porque todos estavam curiosos para saber o que Erwin queria e principalmente por ouvir e ver aquela quebra de indiferença do professor de cabelos negros negando aquilo. – Procure outro idiota para isso, pois eu não vou.

- Tu me deves um favor Levi, vais quebrá-lo? – Erwin arqueou uma de suas sobrancelhas e viu uma nova parte daquela personalidade, pois só o olhar e expressão corporal já lhe dizia que se não tivesse tantas pessoas olhando possivelmente o quebraria sem nem pensar direito, também contava com a sorte de ser o pai da criança que a melhor amiga do homem estava gerando, então por isso não morreria, mas em circunstâncias normais sabia que sairia pelo menos com um olho roxo ou um nariz quebrado. – Logo tu que o Gunther afirmou com tantas palavras que eras um dos melhores em cumpri-las quando trabalhavam juntos? – Aquele tom manipulador não passava despercebido por ninguém principalmente por Levi que mantinha os olhos cinzentos estreitos irritado. – Porra Ackerman que decepção…

- Gunther é um idiota que não sabe do que fala. – Disse entre os dentes vendo que de fato teria que cumprir aquilo e suportar ser a ‘babá’ de pessoas mais jovens por determinado tempo para sua completa tristeza.

- E o Farlan? 

Erwin sorriu ainda mais abertamente ao vê-lo fechar aquele punho com certa força como se estivesse puxando seu último fio de consciência de que não poderia mesmo quebrar o loiro como estava planejando de diversas formas em sua própria cabeça há tempos. 

- Ele não tem uma cara de que não sabe o que faz, tem a mesma patente que a sua, não tem?

- Tch, não posso fazer isso para ti. – Olhou para a própria turma dando de ombros vendo com certo alívio que o horário da manhã estava bem ‘cheio’ e poderia se livrar daquilo. – Tenho aulas para dar.

- Podes levá-los também, o reitor não vê nenhum problema. – Descartou tentando não gargalhar pelas expressões que estava recebendo do amigo ou o que quer que Levi estava se tornando, pois até entrar naquela sala poderia chamá-lo de amigo, porém agora ele estava mais para o seu assassino do que outra coisa. – Na realidade já até conversei com ele e disse-me que não via problema.

- Certo. – Concordou com certa seriedade levando a mão até o homem para selar aquilo e inocente como era acabou por aceitar, mas não demorou nem dois segundos para se arrepender amargamente, pois o aperto extremamente doloroso que recebeu aliado a aquele olhar agressivo foi o suficiente para saber que nunca mais deveria tentar a mesma coisa. Os olhos azuis arregalados e aquelas bochechas tomando cores vermelhas de dor foi o suficiente para Levi soltar os dedos do homem e alguns dos alunos próximos que tinham um real medo de Erwin agora saberem de quem realmente deveriam ter medo. – Nunca mais ache que tem uma autoridade dessas para cima de mim, pois isso não é nem um por cento do que posso fazer em ti e só não faço por respeito pela Hanji.

- É apenas levá-los e pronto, explicar basicamente como tudo funciona e não deixá-los serem presos por fazerem alguma idiotice. – Afirmou massageando aquela mão dolorida tentando mesmo ignorar aquelas ameaças bem explícitas do homem em sua direção. – E também tu mesmo não o prenderes. – Ver aqueles ombros se decaírem foi resposta de que ele era bem capaz de fazer aquilo, principalmente por saber que vivia com aquele distintivo e tentava mesmo ignorar as vezes que o via armado. – A minha turma já deixei completamente avisada e a tua sei bem que está extremamente adiantada nos assuntos, então podem ‘perder’ esse tempinho para os acompanhar, serve de experiência.

- Está me espionando Smith? – Lhe perguntou com uma de suas sobrancelhas arqueadas para o homem que negou na defensiva quase que imediatamente. – Posso fazer isso, não deve ser assim tão difícil cuidar de alguns pirralhos…

De fato não era assim tão ruim como pensou, afinal depois que Erwin se despediu ainda meio divertido e com certos receios depois daquele aperto, Levi explicou a situação para a turma que entendeu claramente o motivo do mau humor do homem e principalmente a coisa agressiva que quase colocou a vida do professor de cabelos claros em perigo, o que causava ainda mais divertimento para todos, pois esperavam que o pedido fosse algo extremamente absurdo e não apenas os acompanhar em um local daqueles que na teoria Levi deveria estar mesmo acostumado. O divertimento aumentou ao vê-lo e ouvi-lo reclamar pela incontável vez sobre amigos idiotas que apenas Eren e os colegas entendiam claramente o que aquilo significava, afinal pelo menos o moreno conhecia bem aqueles amigos e sabia da situação.

- Espero sinceramente que levem isso da forma mais séria possível, pois alguns de vocês já estão para se formar e outros ainda não, entretanto isso aqui não é e não deveria ser uma brincadeira para vocês. – Acabou por falar de forma séria para eles não escondendo o quão mal humorado estava em levá-los até lá. Poderiam bem dar risadas e quem sabe o ignorar, entretanto o olhar sério e com pitadas agressivas os dizia que deveriam mesmo seguir as ‘ordens’ de forma certa, pois o mau humor chegava extremamente rápido para o homem e a paciência aparentemente não existia. – Não são crianças e alguns de vocês provavelmente são mais velhos que eu. – De fato existia uma boa quantia de pessoas das mais variadas idades, porém a curiosidade geral era para saber exatamente em qual grupo o professor entrava, mas nesse quesito apenas Eren, os amigos e aqueles que porventura acabaram por encontrar a ficha do homem no site da Universidade sabiam, ou seja, um grupo bem seleto. – Então não me façam mesmo perder a paciência, pois ela já está no mínimo e não quero acabar por participar de outro julgamento, porém o meu, pois vou quebrar o primeiro que fazer alguma merda ou alguma piada estúpida.

Não era para soar assim tanto como uma ameaça, mas aqueles que não tinham assim tanta intimidade com o homem assentiram no mesmo instante levemente assustados e com um real medo de fazer algo errado e acabar por sofrer nas mãos do professor, tanto pedagogicamente falando como também com a oportunidade de ganhar um acesso direto ao hospital ou ao cemitério. Nenhuma das opções eram boas, então preferiram ficar em silêncio o máximo possível.

- Sobre o que é o julgamento? – Um dos alunos da outra turma acabou por perguntar para o homem que estava em pé naquele ônibus que a Universidade acabou por disponibilizar e estava mexendo em seu celular com certo interesse. No mesmo instante os olhos cinzentos voltaram-se para ele mantendo aquela expressão indiferente. – Se não nos interessa saber agora também não há problemas em não nos dizer.

- O Sobran… O Erwin não os contou? – Perguntou tentando lembrar-se de corrigir aquele apelido, pois os alunos deviam ter certo respeito pelo homem loiro, mesmo que em determinadas circunstâncias não acabasse por merecer, como era o caso daquele dia. Os alunos até tentaram morder os lábios e não rir, porém ver alguém chamar o homem loiro alto e que sempre exalava certa seriedade daquela forma era divertido demais para impedir que um sorriso surgisse. Ao ver algumas negações Levi balançou a cabeça de forma negativa deixando o ar escapar de seus lábios guardando o celular novamente em um dos bolsos. – Pelo que soube é um assassinato qualquer, não é nada tão importante…

Talvez um assassinato fosse bem relevante para alguns deles que ainda ficavam surpreendidos com certa frieza ou pouca surpresa do professor em determinados assuntos, seja naqueles casos hipotéticos que falava em algumas de suas turmas ou casos como esse onde relativizava um assassinato a algo não tão importante. Depois de alguns bons minutos recebeu uma mensagem de Eren, no mesmo instante estreitou seus olhos, pois sabia bem que algumas pessoas específicas estavam o manipulando para mandar algo.

“Pare de ser tão estressado, caralho, coloque um sorrisinho nesse rosto! Não achas melhor ir para um fórum do que ficar preso em uma sala com pessoas idiotas?” – Obviamente tinha uma pequena influência de Berth que estava sentado ao seu lado, porém até Armin e Jean sentados juntos no banco do lado tinham lhe dito para melhorar aquele humor, pois de fato até a chegada de Erwin na sala o clima estava agradável, afinal o professor teve um dia anterior muito bom, porém o humor só durou o tempo de ouvir aquilo do loiro e voltar ao estresse habitual. – “Tens um sorriso tão bonito, amorzinho, mostre-o ao mundo!”

“Prefiro que tu não me enchas a paciência.” – Mandou em resposta não abrindo mais espaço para aquele diálogo, pois mesmo indo para lá estava em trabalho e não era um dos que preferia deixar o trabalho de lado para dar enfoque a sua vida pessoal como era o caso.

Eren deu de ombros segurando um sorriso murmurando um: “Eu tentei” na direção dos amigos, porém sabia bem que aquelas palavras agressivas não faziam o efeito desejado que Levi queria nele, afinal fingia certa agressividade, mas mesmo estressado dificilmente jogava todo seu estresse no moreno de olhos verdes, afinal como poderia se Eren era seu calmante natural? Ninguém sabia a resposta daquilo e Levi não queria nem saber dela.

Ao ver que o destino tinha chegado apenas moveu a cabeça de forma positiva para o motorista e saiu do veículo mais uma vez reclamando em pensamento por ter que fazer uma coisa daquelas, era justamente nesse momento que preferia um tiro no estômago do que entrar nessas situações. O único lado bom de tudo isso era o fato de ter uma missão de noite e isso deixava certas felicidades em seu peito a ponto de suportar aquela prova de fogo. Esperou pacientemente as pessoas saírem e acabou por caminhar em direção ao pequeno auditório que deveria ser feito mostrando com os dedos para que o seguissem, pois não esperaria ninguém que acabasse por se enrolar e os atrasarem.

Quando chegou até a porta viu que haviam dois guardas para impedir que qualquer um passasse, alguns alunos ao seu lado acabaram por dizer que haviam horário marcado ali, afinal Erwin havia os dito que era exatamente isso que aconteceria, entretanto os dois oficiais se mantiveram ali até Levi afastar os alunos com uma de suas mãos.

- Aprendam como se faz crianças. – Lhes disse procurando uma coisa em especial em um de seus bolsos enquanto os alunos de fato se afastaram pensando que arma ele retiraria para ameaçar os dois homens que ainda o olhavam com uma expressão de completo desdém. Porém ver aquele distintivo em seus dedos fez os alunos que ainda tinham aqueles boatos e suposições sobre a possibilidade do professor ser policial arregalaram os olhos levemente assustado. – Ackerman, esquadrão especial três da Corporação Principal, me deixe passar, pois aparentemente temos horário aqui para assistir e estou sem paciência para isso.

Alguns que tentaram poderiam bem murmurar um: “Não é justo, afinal tu tens essa possibilidade e nós não” referindo-se ao distintivo e toda aquela autoridade, entretanto preferiam ficar em silêncio e analisar a cena por completo. Levi naquele instante talvez entendeu bem a ideia inicial de Erwin, afinal ele mesmo não teria liberação, já um policial teria facilmente e tinha se aproveitado disso.

- Tu és o Rivaille? – Um deles perguntou em um tom crítico levando a mão para pegar o distintivo em seus dedos, porém Levi apenas o retornou até seu próprio bolso. Eren e os outros três já tinham ouvido bem aquela forma de seu nome, porém vê-lo daquela forma autoritária e séria era sempre algo legal, principalmente para o moreno de olhos verdes que ainda tinha algumas ideias bem quentes para aproveitar aquela autoridade, principalmente com a farda.

- Não, sou tua mãe. – Falou sem nenhum pingo de humor, mas aquilo não foi partilhado pelos alunos que se deram ao luxo de dar um pequena risada pela quebra de ego elevado dois dois parados a porta apenas com algumas palavras do professor. – Não me reconhece?

“Essa péssima mania de falar que é a mãe dos outros continua…” – Eren admitiu em pensamento com um sorriso largo em seus lábios. – “De fato quando isso não se volta para mim é bem engraçado.”

- Apenas não sabíamos que havia mudado de Corporação. – Afirmou tentando não ter o orgulho ferido, porém todos sabiam que não deveriam forçar algo a mais, pois começariam a ter consequências graves. – Por que mudaste no final das contas? – Arqueou ambas as sobrancelhas tentando insistir naquilo. – Esse é o grande mistério que ronda boa parte dos nossos colegas...

- Desde quando viraram meus superiores? – Levi os perguntou com uma de suas sobrancelhas arqueadas em um tom sério não escondendo o quanto não queria falar sobre o assunto. Eren poderia sorrir vitorioso por saber exatamente o motivo da mudança, afinal tinha sido ele mesmo, porém tentava ao máximo parecer surpreso igual aos colegas, mas era difícil, principalmente ao olhar para os três amigos e ver aquelas mordidas de lábios e os sorrisos divertidos. – Abram a merda da porta antes que eu descubra quem vocês são e lembrem-se que devem-me respeito, pois ao contrário dos dois, eu tenho uma patente maior e não tenho mesmo uma paciência assim tão grande para vocês tentarem a testar.

- Desculpe, senhor. – Disse entre os dentes claramente desgostoso com aquilo, principalmente por ter que admitir que de fato tudo que ele dizia estar certo.

O que Levi não esperava era receber um braço pesado em seus ombros de alguém extremamente conhecido que não esperava vê-lo ali. Eren tinha praticamente se engasgado ao sentir um aperto leve e discreto em seu ombro quando o homem passou entre eles e obviamente os amigos riram de sua cara sem nem esconder o quanto se divertiam com a situação que o amigo entrava sem nem perceber. Em um movimento instintivo acabou por segurar aquele pulso com certa brutalidade em um golpe e poderia bem quebrá-lo com um pouco mais de força, mas apenas deu um sorriso discreto de reconhecimento e o soltou.

- O que um velhote como tu estás fazendo aqui? – Lhe perguntou mordendo os lábios e mantendo as duas sobrancelhas arqueadas na direção do tio, os cabelos negros o máximo arrumados possíveis em uma escala Kenny, aquela barba escura bem aparada, o corpo sem o aroma habitual do cigarro, podendo até sentir o real perfume que ele sempre usava, uma camisa branca social levemente aberta com um colar prata do exército que era do avô de Levi, calças negras e toda aquela seriedade se quebrava ao ver aquela bota negra nos pés do homem. – Errou a direção do asilo?

Ver alguém com aquele grau de intimidade com o professor trazia certa surpresa para os alunos, retirando Eren e seus amigos, pois conheciam bem o homem, entretanto aqueles que não o conheciam já esperava que recebesse mais boas agressões por ter colocado o braço daquela forma e não aquele pequeno sorriso, então aquilo trazia ainda mais curiosidade tanto sobre o estranho como sobre a relação de ambos. Já os dois oficiais na porta morderam os lábios negando com a cabeça de forma um tanto receosa, pois se já estavam ferrados com um Ackerman, com dois no mesmo lugar era sinal de problema.

- Como tu és mal educado, puta que pariu! 

Reclamou, mas gostava de ver o mais novo na mínima oportunidade, obviamente seus olhos acabaram por vagar novamente até determinado moreno de olhos verdes que tentava mesmo passar despercebido fingindo um diálogo sem sentido com os três amigos, porém até o próprio Eren sabia bem que ele havia notado sua presença, afinal aquele pedido silencioso de licença para passar tocando em seu ombro foi quase gritar um: “Eai garoto, lembra-se de mim? Pois eu lembro-me bem de ti”. 

- Oras, o velho aqui é policial ainda seu idiota. – Deu de ombros completamente divertido analisando o sobrinho, poderia ver aquele semblante bem menos carregado e agradecia aquilo, afinal não tinha nenhum filho, mas passou bons anos próximo do mais novo e tinha uma ligação extremamente forte com ele a ponto de se importar mais com ele do que consigo próprio. – Não vai dar-me um abraço, pirralho?

‘Pirralho’ e ‘idiota’ em pouquíssimos segundos de diferença fazia eles temerem pela vida do homem mais velho, principalmente por vê-lo ser quase imobilizado tão rapidamente pelo professor. Entretanto ele estava pouco se importando ou se sentindo ameaçado.

- Falas assim da Dona Kushel com ela presente e dê adeus aos teus dentes. – Disse com certo divertimento e viu uma confirmação imediata do mais velho, pois sabia bem que a irmã não gostava muito daquele xingamento, principalmente quando August acabava por falar. – Tch, nem nos meus piores pesadelos, poupe-me destes teus abraços idiotas. – Dispensou deixando um pequeno sorriso surgir em seus lábios por aquele semblante falsamente magoado surgir naquele rosto barbado. – Não és nenhum carente para isso, Kenny, já passamos dessa fase.

Estalou a língua e fez um biquinho decepcionado apertando sua bochecha com os dedos para enfim retornar a postura séria e não aquela babona habitual que tinha com seu sobrinho.

- Preciso mesmo me apresentar? – Perguntou para os dois oficiais com um tom sarcástico apalpando seus bolsos e negando com a cabeça. – Esqueci-me do meu distintivo, merda, mas eu vou participar dessa chatice, então...

Levi voltou-se para ele negando com a cabeça antes de voltar-se completamente sério para os alunos que ainda olhavam esperando certas explicações, mesmo que não merecessem.

- E quando tu não o esqueces velhote? 

Os dois oficiais apenas abriram as portas vendo que não tinham mesmo nenhuma autoridade para impedir qualquer um de entrar e realmente não queriam testar a paciência daqueles dois policiais. 

- Podem ir se acomodando lá dentro e silêncio, pois as ameaças continuam bem em pé.

- Virou babá, pirralho?

- Tch, sim...

Deixaram a curiosidade de lado e entraram aos poucos totalmente a contragosto, pois queriam descobrir a relação de ambos e principalmente ver uma versão bem menos agressiva do homem mais baixo, afinal viram até um pequeno sorriso surgir naqueles lábios. Além disso viam uma clara semelhança de aparência, claro que um deles tinha um sorriso fácil já o outro nem tanto, porém fisicamente falando ambos tinham aquele mesmo olhar de que poderiam matar qualquer um a qualquer momento, então facilmente ligavam o policial estranho a alguém da família do professor, especialmente ao ouvirem sobre a perda dos dentes dele por Kushel, a qual associaram de imediato a mãe de Levi, se a chamasse de puta novamente. Eren queria mesmo entrar no meio deles e ir sem ser percebido, porém acabou por ser um dos últimos e sabia bem que havia sim uma mãozinha de Armin, Berth e Jean naquilo.

- Minha irmã contou-me sobre o namoro, fico muito feliz por ter-te finalmente na família pirralho. – Declarou em um tom baixo na direção de Eren que apenas sentia a falta de seu sangue em seu rosto, pois naquele momento se sentia totalmente assustado, afinal com August ao lado o homem não parecia tão assustador, porém sozinho ali era uma situação bem distinta. Eren apenas tentou dar um sorriso simpático, mas qualquer um poderia bem confundir aquilo como um dos sintomas de um acidente vascular encefálico, pois era mais forçado que qualquer um que o moreno já tinha direcionado a alguém na vida e até Kenny havia percebido isso, pois acabou deixando aquela gargalhada rouca dos anos de cigarro saírem de seus lábios. – Ele tem medo de mim?

- Acho que um pouco. – Concordou com certa diversão satisfeito de que o homem estivesse a vontade com aquela decisão de namoro, afinal quando afirmou que existia sim uma coisa casual entre eles Kenny não pareceu assim tão favorável, principalmente ao saber o sobrenome do rapaz, entretanto acabou por mudar bastante de opinião, o que era algo extremamente bom para o professor. Agradava a Kenny ver aquela aliança no dedo de ambos, afinal eram as que seus pais usava e admitia que a escolha tinha sido realmente boa dos novos usuários. – Quem é?

- Quem o quê? – Perguntou ao mais novo colocando as mãos nos bolsos tentando entender o que aquelas meias palavras significavam, mas indiretamente já se preparava para o que viria a seguir, pois sabia que estava sendo um pouco óbvio naquilo e Levi não era tolo de não perceber.

- Ah Tio Kenny, ouvi boas reclamações idiotas do meu pai sobre tu estares demais na cidade deles, obviamente eram brincadeiras e todos sabemos que ambos se dão bem, mas insistem em fingir que se odeiam. – Foi esclarecendo aos poucos enquanto o mais velho continuava com aquele semblante indiferente, porém como um dos que partilhava daquela facilidade de manter sua própria expressão sabia reconhecer facilmente no rosto dos outros qualquer incerteza ou choque e via com clareza aquilo no rosto dele. – Vieste aqui também e não sinto nem o cheiro do cigarro no teu corpo, é como se tu quisesse estar aqui para analisar alguém e usou esse caso como desculpa, assim como deve haver alguém na cidade dos meus pais… Não me enganas Tio Kenny, te conheço bem, está saindo com alguém, não está?

- Não vou discutir minha vida amorosa com um pirralho. – Descartou com o máximo de seu orgulho caminhando para dentro da sala e sentando-se em uma das cadeiras confortáveis. Levi apenas deu de ombros com certo divertimento o seguindo e sentando-se ao seu lado ainda o olhando com uma de suas sobrancelhas arqueadas para o tio que deixou um suspiro cansado sair de seus lábios. – Não vais desistir disso até ouvir algo, não é? – Lhe perguntou com certa seriedade e viu um sorriso afirmando com a cabeça, era nesses momentos que via no sobrinho lembranças bem recorrentes de Kushel daquela mesma maneira na adolescência e início da faculdade com aquelas insistências e suposições até conseguir o que queria, então não negava o sangue e parentesco com a mulher. Kenny passou uma de suas mãos pelos fios negros de seu cabelo falsamente decepcionado lançando um olhar para as pessoas sentadas ali perto, obviamente ao se verem sendo observadas desviaram os olhares, porém Kenny sabia bem que estavam curiosos para saber o que ambos tanto conversavam, afinal justamente o professor mais silencioso parecia bem a vontade na presença do homem misterioso. – Uma conhecida pediu-me um favor e estou aqui para… Ajudá-la nisso.

- O nosso Kenny fazendo favores a conhecidas? – Disse com uma pitada sarcástica que fez o homem voltar-se para o mais novo com os olhos ainda mais estreitos não gostando de estar naquela situação, porém não tinha assim tanta moral para reclamar, afinal quando o mais novo esteve naquela situação foi bem mais direto em suas suposições lhe falando com todas as palavras que estava dormindo com Eren e entendia que Levi precisava daquela ‘vingança’. – Que tipo de conhecimento tu tens com ela? Do tipo que vez ou outra acaba por dormirem juntos?

- Eu posso ter conhecidas, afinal quem disse que eu sou hétero? – Perguntou-lhe tentando não sorrir ao ver o olhar sarcástico que recebeu do mais novo em vê-lo naquela negação, mas não negava a genética, pois Levi negou até quase o último segundo seu envolvimento óbvio com Eren mesmo com todos tendo certeza sobre ele e tendo provas bem verídicas sobre o assunto. – Posso ter amigas e eu sou gay.

- Tu não és gay Tio. – Negou no mesmo instante com um sorriso divertido ouvindo-o em negação, mesmo em um tom baixo os ouvidos mais atentos de alguns próximos acabaram por ouvir pelo menos a forma de tratamento e entendiam claramente onde estava toda aquela semelhança tanto de personalidade como de aparência. O assunto quem sabe fosse mais interessante para os alunos do que os preparativos para iniciar aquele julgamento, principalmente por já imaginarem sobre o que estavam discutindo. Vê-lo franzir a testa lhe perguntando de forma silenciosa o motivo de não poder ser gay fez Levi mover a cabeça em uma negação rígida. – Se tu és gay eu sou totalmente heterossexual.

- Realmente. – Concordou com certo tom divertido deixando mais uma tosse rouca sair de seus lábios e com aquele movimento Levi arqueou as sobrancelhas vendo um pequeno adesivo de nicotina naquele pescoço. Era estranhamente divertido vê-lo tentando de fato tentar acabar com aquele vício, mas sabia que havia sim um motivo escondido naquilo tudo. – Até tentei uma vez quando era jovem, porém homem é uma coisa extremamente insuportável, sério, não tenho a mínima paciência para suportar. 

Deixou um sorriso arrumando-se naquela cadeira enquanto olhava para o relógio de seu pulso pronto para desconversar aquilo, afinal não queria mesmo discutir aquilo no meio de um tribunal ainda mais com o sobrinho, mesmo que ele fosse uma das únicas pessoas possíveis para se desabafar. 

- Eu o prendi. 

Apontou para o homem algemado que era puxado por dois policiais e no momento que olhou entre as pessoas mostrou os dentes completamente enraivecido, principalmente ao ver Kenny levar a palma da mão em um aceno como se quisesse o cumprimentar. Os alunos voltaram o olhar imediatamente para onde o criminoso estava olhando com tanto ódio e ver ambos os homens de cabelos negros daquela forma com um deles completamente divertido era resposta que de fato aquele misterioso em questão tinha alguma coisa em relação ao suspeito. 

- Estou me enrolando aqui para… Meio que proteger uma determinada pessoa que essa minha conhecida gosta muito e pode estar em perigo por culpa dela… Então comecei há alguns dias pegando alguns casos por aqui e lá é por… Bem… – Coçou sua barba com seus dedos deixando um pequeno sorriso para mentir o restante, pois já era de seu feitio não contar por completo as coisas e Levi sabia bem. – Eu gosto do clima da cidade que teus pais moram garoto, é bem interessante…

- Estou com certas suposições na minha cabeça. – Murmurou mordendo os lábios lançando um olhar para onde Mia estava com algumas colegas lançando a cada cinco minutos alguns bons olhares para o celular. Eren notou bem o olhar do namorado e estava curioso para saber o que estava acontecendo em torno da garota, pois já tinha encontrado Levi conversando com ela no início daquele dia e agora aquele olhar rápido significava que havia mesmo algo ali. – Mas… – Descartou movendo a cabeça de forma negativa enquanto o Tio estava realmente surpreso pela rapidez do mais novo naquilo. – A mãe dela deve ser uns seis anos mais nova que ti… Então sem chance…

- Claro, porque quem gosta de pessoas mais jovens é só tu, não é Levi? – Lhe perguntou com certa diversão e o professor não teve tempo de nem digerir aquela informação ou qualquer outra que seguiu-se ao seu ouvido, pois no mesmo instante o juiz chegou até o recinto e tiveram que se levantar, momento extremamente propício para o homem fugir das perguntas indiscretas.

Eren acabou por partilhar o que havia escutado do homem e viu um sorriso satisfeito surgir nos lábios deles, afinal até então achavam mesmo que seria Kenny a finalizar aquele relacionamento por algum motivo, entretanto ver que apoiava era coisa boa, principalmente para o moreno. Portanto estava com o peito bem mais leve, claro que ainda restava aquele nervosismo evidente em estar no mesmo local que o homem, afinal qualquer pessoa da vida de Levi a reação era a mesma e com o tempo aquilo ia melhorando, da mesma forma que tinha acontecido com os sogros ou com Isabel, Farlan, Hanji e Gunther. Ver aquela sintonia dos dois naquela conversa com um Kenny claramente desconfortável por algo que Levi estava falando foi o motivo de receber uma cotovelada de Jean murmurando para parar de babar, pois se continuasse daquela forma até o suspeito de assassinato perceberia que existia um clima amoroso no ar.

Todos tinham gostado da experiência de ver um julgamento daquele grau pessoalmente, entretanto ao ver Kenny, o qual alguns ainda não sabiam seu nome, e Levi encostados naquelas poltronas quase dormindo de tédio trouxe ainda mais dúvidas do que eles achariam divertido e animador, pois aquilo para eles tinha sido extremamente magnífico. Eren sabia bem que se Kenny tivesse os mesmos gostos que Levi ambos preferiam naquele momento estar atirando em alguém do que presos em um lugar daqueles, afinal se quisessem mesmo iriam querer seguir o ramo da advocacia e não da polícia.

Viram o homem levantar-se e seguir até onde tinha sido chamado, a curiosidade ainda aumentava um pouco ao vê-lo sentar-se no local para que pudesse dar o testemunho. Com a palma da mão levemente levantada em direção do homem vestido com uma roupa própria dos tribunais que esperava que levasse aquilo com certa seriedade.

- Eu Kenny Ackerman prometo… – Disse de maneira entediada podendo bem bocejar demonstrando o quão desnecessário aquilo era. Entretanto o olhar sério do homem a sua frente lhe respondia bem que deveria mesmo continuar a falar, enquanto os mais novos lá sentados próximos do professor agora entendiam a relação de ambos, afinal mesmo sobrenome e aparência já dizia claramente que existia um parentesco. – Blá blá. – Voltou-se para o juiz que já tinham bons anos de convívio e sabia bem que não deveriam esperar certa seriedade dele. – Tu me conheces, sabes que não vou mentir, precisamos mesmo dessa burocracia?

- Precisa Kenny. – Confirmou e o viu soltar o ar pela boca completamente desanimado antes de falar de fato o que deveria ser dito para prometer a veracidade completa do que falaria a seguir. – Foi difícil?

- Perca de tempo, tu sabes disso. – Deu de ombros olhando para o advogado que se aproximava com aquele semblante levemente superior que boa parte deles ainda mantinha. – Vou poupar-te das perguntas, eu o prendi por estar o investigando há boas semanas, encontrei-o com uma pista depois de finalmente entender o caso que deve estar em uma dessas pilhas insignificante de papéis ali. – Apontou para uma mesa qualquer e viu uma confirmação do advogado jovem que esperou realmente que o homem o deixasse fazer seu trabalho, entretanto como policial e aparentemente um homem que odiava coisas burocráticas queria finalizar aquilo o mais rápido possível. – Porventura acabei tendo que atirar no pé dele, mas foi totalmente com motivo. – Afirmou boas vezes com a cabeça e o juiz teve que mesmo morder os lábios para não acabar por sorrir, afinal conhecia a figura bem o suficiente para saber que tinha feito de propósito, entretanto aquilo não iria interferir em nada do julgamento. – Agora agradeçam-me por isso e me deixem ir.

- Sem perguntas, advogado? – O juiz perguntou para o jovem que simplesmente mordeu os lábios pensativo, afinal não poderia mesmo usar um policial ao seu favor, então afirmou voltando ao lado de seu cliente que ainda encarava Kenny com certo ódio que aumentava ao vê-lo coçando aquela barba mantendo um sorriso discreto na direção dele e seu pé enfaixado. – Liberado.

Mais algumas coisas que tanto Levi como Kenny achavam tediosas e aquele martelo de madeira sendo batido finalizando aquela breve ‘tortura’ que estavam vivendo. O professor ainda teve que ouvir certas coisas irônicas no caminho de volta que deixou os alunos caminharem a frente enquanto ele conversava com o homem alguns metros atrás mais calmamente. A grande parte delas era sempre voltada a clara aversão do mais velho em relação a ele continuar a lecionar, mas o professor acabou por dizer que até então estava tirando bons proveitos daquilo, claro que o homem entendeu no mesmo instante o que aquelas meias palavras significavam e deu um sorriso divertido.

- E aquele caso grande que estava trabalhando com o Farlan, terminaste ou desistiram após prender os Jaeger’s? – Perguntou de forma séria, pois lembrava-se bem de pedir para o sobrinho parar com aquilo, pois as consequências de mexer com pessoas de alto nível nunca eram boas.

- Está em andamento, porém após prendermos Grisha acabou por ficar ainda mais lento, restam-nos alguns bons nomes, mas aos poucos vamos prendendo-os. – Afirmou com certa seriedade evidenciando que não desistiria daquilo, mesmo que agora as visitas de Farlan não acontecessem com tanta frequência, as ligações e mensagens continuavam, afinal com Isabel lá ele não queria passar muito tempo longe e vez ou outra acabava por mandar Gunther de maneira discreta quando precisava mandar determinados relatórios ou fichas.

- Não fale para tua mãe que me viu por aqui e muito menos que estou prestando… Esses favores a minha amiga. – Lhe disse em um baixo após verem que de fato teriam que seguir caminhos opostos, pois o mais novo deveria logo entrar no veículo e ele possivelmente teria que continuar seus serviços. – Sabes bem que depois que terminei meu último relacionamento ela vem insistindo para que tenha essas coisas novamente e bem, preciso de um tempo ainda…

- Tenho boas coisas que ando escondendo deles também, mais uma não vai ser problema, podes confiar em mim. – Afirmou e viu aquele olhar sério se recair sobre si de alguém que possivelmente não tinha gostado nenhum pouco de ouvir aquilo. – Ela pediu-me ajuda para focar na proteção dela, tu sabias disso?

- Ela disse-me que não queria envolver-me nisso, entretanto conhecia alguém em comum comigo que poderia fazer aquilo. – Respondeu com um pequeno sorriso levando uma de suas mãos até o ombro do menor afirmando com a cabeça. – Confio em ti a ponto de saber que vais a proteger, porém a filha dela eu queria tentar ao máximo ficar próximo para proteger também já que a teimosa não deixa-me ficar perto dela para protegê-la…

- Faz muito tempo? – Mais uma pergunta com certa diversão, mesmo que seu semblante estivesse totalmente indiferente e ver o homem colocar as mãos no bolso deixando um suspiro pesado sair de seus lábios foi resposta de que estava bem desconfortável em falar aquele tipo de coisa com ele.

- A conheci em um julgamento qualquer que acabei por assistir, talvez tenha tido certo interesse nela e quando assumiu o cargo na cidade do teus pais acabei por dar meu jeitinho de encontrá-la algumas boas vezes de maneira totalmente desproposital. – Esclareceu vendo que não teria saídas a não ser falar qualquer coisa sobre o assunto, pois conhecia bem aquele olhar manipulador que tanto Levi como Kushel sempre tinham e conseguiam as coisas que queriam e quando queriam. – Mas eu devo deixar-te com o infantário e ir, somente tente descobrir logo quem foi o filho da puta que fez a ameaça para que eu possa… 

“Quebrar todos os osso dele, cortar toda aquela pele e colocar fogo em seu corpo nojento após jogar bons litros de gasolina e sem querer derrubar um fósforo”, era isso que seu pensamento dizia e aquele sorriso frio em seus lábios, mas qualquer um que o visse nunca imaginaria que estava pensando isso, já o sobrinho era uma situação distinta, pois já imaginava que era isso que queria dizer invés do que se seguiu. 

- Prendê-lo.

- Em um caixão? – Lhe perguntou com um sorriso divertido dando alguns tapinhas no homem ao ver aquela confirmação, afinal ambos se conheciam bem demais para não saber exatamente sobre o que estavam pensando um do outro. – Até mais e podes confiar em mim quanto aquilo, vou fazer meu máximo, afinal minha mãe não é a única que quer algo do tipo para o homem mais ausente de nossa família e ver que largaste até o cigarro devo até agradecer a mulher que conseguiu isso pessoalmente, pois é quase um milagre.

Kenny poderia bem dizer uma palavra sarcástica ou ignorar o sobrinho, porém quem foi o ignorado foi ele próprio com o mais novo entrando naquele veículo novamente e afirmando para o motorista que poderiam seguir novamente e retornar para a Universidade. Os alunos puderam ainda ver o homem lá fora com um sorriso negando com a cabeça antes de começar a caminhar, poderiam bem mostrar ainda mais a curiosidade deles fazendo perguntas diretas, porém nenhum deles além de Eren por mensagens teve coragem de perguntar algo.

“Ele deve me achar patético, não é? Tenho a sensação às vezes que ele me odeia.” – Mandou ignorando por completo os amigos e já tinha se sentado no banco próximo a janela para evitar os olhares dos três amigos ou aquelas suposições idiotas deles.

“Não odeias, na realidade devo admitir que no início tinha certos problemas em aceitar-te, afinal és um Jaeger e sabes bem que minha família tem um certo problema, eu tive com o teu pai e teu irmão, já meu tio teve um problema bem pesado com teu pai anos atrás. Reconheceu-te e perguntou-me discretamente se eu confiava em ti logo após dizer a ele que tinha algo mesmo contigo, mas depois de o dizer que confiava literalmente minha vida ele mudou de opinião e isso se comprova com hoje te dizendo com todas as palavras que estava feliz em ver-te. Desencana pirralho, minha família pode parecer um pouco assustadora no início, mas logo vais ver que eles podem amar-te mais do que a mim mesmo, afinal não foi exatamente isso que aconteceu com meus pais?” – Mandou depois de bons minutos digitando naquele celular enquanto Eren esperava com o celular bloqueado aquela mensagem finalmente ser concluída. – “E mesmo se qualquer um deles acabasse por não gostar, o que eu acho impossível, continuarias contigo, afinal teu pai me odeia, teu irmão até então também, acredito que tenha mudado de ideia, mas mesmo assim tu continuaste comigo, então por que diabos tu achas que eu iria abandonar-te?”

“Sou um idiota”. – Sua última mensagem naquele momento, pois ainda estava com aquele pequeno sorriso discreto que sempre surgia em seus lábios ao ler aquelas coisas e se surpreender como ele poderia ser romântico e agradável quando queria.

“Sim, isso todos sabemos, mas acostumei-me a tua idiotice e não me importo mais com ela.” – Finalizou aquilo, pois sabia bem que não poderia ficar discutindo aquilo por mensagens e com a possibilidade de qualquer um acabar por ver com que ele próprio conversava ou Eren, ligar aqueles dois não era assim tão difícil a olhos atentos e Mia sabia bem, afinal já tinha percebido há tempos e realmente não via nenhum problema, em circunstâncias normais poderia estar extremamente animada pelo julgamento que presenciou, porém seu medo de perder a mãe se sobressaia a qualquer outra sensação em seu peito que estava apertado desde que recebeu uma ligação nervosa da mãe, notou que ela tinha maneirado no tom de voz, porém como filha reconhecia bem aquilo e estava assustada.  



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