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História Mistérios de Frost Ville - II - Mike Butcher quer um beijo.


Escrita por: IsaHolmes

Notas do Autor


Oi, oi queridos. Desculpe mesmo pela demora, viu? Espero que gostem :)

Capítulo 7 - Mike Butcher quer um beijo.


Fanfic / Fanfiction Mistérios de Frost Ville - II - Mike Butcher quer um beijo.

Igual ao restante da casa, o quarto de John Brown cheirava a baunilha e anelina. Quando Merida e Jack entraram, dividiram-se cada um para um canto. Jack abria e fechava os armários, as gavetas e o guarda-roupas. Merida olhava debaixo da cama e por cima das mobilhas e cômodas. O quarto parecia pequeno para a quantidade de móveis, mas era impecavelmente organizado. Quadros (provavelmente falsificados) de Edouart Manet, Alfred Sisley e Edgar Degas ocupavam as paredes. Na escrivaninha envernizada estava um rádio antigo e um globo com pés de descanso dourados. Quando Merida chegou mais perto e o girou, percebeu que lugares como  Egito, Áustria, México, Estados Unidos e Roma estava marcados com uma bolinha feita a mão.

— Acho que são lugares que ele já trabalhou como arqueólogo antes — Merida disse quando Jack aproximou-se dela — Provavelmente ele marcava os lugares que viajava.

Eles continuaram a procurar. Revistaram suas roupas, livros e cadernos cheios de anotações de expedições em Moscou, Hawaii e Islândia. Encontraram mapas do pacífico ao atlântico, guias turísticos de cidades e recibos de hotéis e restaurantes. Um dos blocos de notas estava cheio de garranchos, junto de um recibo do hotel de Waipoua Lodge, na Nova Zelândia. Em outro bloco, de uma outra pasta, recibos de restaurantes do Hawaii e do hotel Hilton Waikoloa Village. Quando encontraram as anotações de sua expedição em Roma, havia recibo do frigobar de um Hotel chamado Cicerone e de restaurantes como Ad Hoc e La Pergola. 

— Olha esses preços. São lugares extremamente caros! — Merida balbuciou — Ele devia ser um cara muito importante.

— Ele viveu bem, esses recibos têm muito mais dinheiro do que a gente vai conseguir um dia. Eu só queria saber como que disso ele virou um professor no meio do nada.

Merida guardou os blocos, recibos e pastas em seus devidos lugares. Por mais um tempo, os dois vasculharam as cômodas e estantes do professor. Acharam livros de arqueologia bíblica. Junto havia A classificação em arqueologia, de Robert Dunnell. Deuses, túmulos e sábios, de C Walter Ceram e A arqueologia do saber de Michael Foucault. Edgar Allan Poe e contos como O retrato oval, Morella e O poço e o pêndulo faziam parte de suas coleções. Arthur Conan Doyle e sua obra Um estudo em vermelho, H.P Lovecraft e O chamado de Cthulhu e As montanhas de loucura, Ágatha Christie e O cão da morte e Assassinato no expresso do Oriente. Junto de tudo, Charles Dickens.

Quando Jack entrou no banheiro da suíte, encontrou remédios para calvice, dor de cabeça e insônia. Junto estava um pote de gel pela metade e um pente de madeira. Igual ao quarto, o banheiro estava extremamente limpo e ordenado. Quando ele voltou para o quarto, Merida estava com um abajur no colo.

— Encontrei ele no fundo do armário. Olha aqui. Tá vendo? A lâmpada? — ela ligou o abajur na tomada. 

A luz era luz negra.

O quarto foi engolido pela iluminação roxa misturada com a lâmpada esbranquiçada do cômodo. Mesmo assim não foi trabalho nenhum para que os dois conseguissem ver as paredes rabiscadas de formas banais, cheias de número, frases e desenhos, como a da sala do professor na noite anterior. Por cima dos quadros de Edouart, Alfred e Egdar número estavam escritores. Tanto Jack quanto Merida haviam notado.

— Você conhece o nome dos quadros? — ele perguntou.

— O de Manet é A Ferrovia  — Merida apontou — O de Sisley é Route to Versailles — desta vez ela pronunciou com dificuldade — E o de Degas é Bailarina Inclinada

Antes que pudessem voltar aos seus questionamentos, Jack e Merida ouviram um bater na porta e, enquanto ela era aberta, apressaram-se a desligar o abajur e a empurrá-lo para debaixo da cama.

— Me desculpe o incomodo — a voz de Leide crescia no quarto conforme ela entrava — Um rapaz estava na porta procurando por vocês, disse que trabalha com vocês. Acho que precisam conversar.

— Merda, deve ser o David — Jack sussurrou para Merida — Melhor a gente cair fora.

— Precisamos de mais tempo, Jack.

— Acho que hoje não dá mais. Se ele souber...

Um pigarreio.

— Senhores? — Leide pronunciou-se novamente.

— Desculpe. Nós já vamos.

— Encontraram o que procuravam?

Os dois negaram.

— Nós já vamos descer, senhora Brown. Obrigada por nos acolher.

A mulher sorriu docilmente e fechou a porta novamente. Jack afastou-se de Merida, enquanto ela pegava o abajur portátil e enfiava dentro da mochila.

— Você vai roubar?

— Aprendi com o melhor — ela piscou para Jack e ambos sorriram — Nós vamos precisar dele. Vamos fingir que só peguei emprestado.

Silêncio. Um bip.

Jack pegou seu celular e afastou-se, murmurando algo.

— É, vamos mesmo ter que ir. Meu irmão me mandou uma mensagem. Tyler disse que eu tô encrencado, é melhor eu ir embora.

— O que você fez?

— Queimei as revistas pornô dele.

Merida arqueou a sobrancelha.

— É brincadeira. Eu bati a bicicleta dele. Ele encontrou. É melhor eu ir mesmo, a gente se vê mais tarde, não é, gatinha?

Merida concordou. Os dois se despediram e ela viu Jack sumir quando atravessou a porta do quarto, e logo em seguida, ouvir a porta do andar de baixo fechando. Merida suspirou, olhou ao redor do quarto novamente e foi até a janela. Destravou a trava da janela e deixou uma fresta de dois dedos aberta. Jogou a mochila por sobre o ombro e desceu as escadas, encontrando a senhora Brown sentada no sofá assistindo televisão enquanto tricotava. Ela ria apaixonadamente.

— Você não adora Monty Python? Eles são tão engraçados!

Merida sorriu e concordou, deixando a mulher ainda mais animada.

— Senhora Brown, irá fazer algo mais tarde ou amanhã?

— Hoje irei na casa de uma amiga e amanhã irei ao teatro à noite. Vai ser um espetáculo! O ingresso custou caro. Por que, minha querida?

— Irei mandar docinhos como agradecimento por nos receber. Gostaria que estivesse aqui quando recebê-los, então mando depois de amanhã.

Leide Brown agradeceu e serviu-se novamente de chá. Merida despediu-se e saiu. Respirou fundo e começou a andar pela calçada, cercada de questionamentos. Lembrando dos recibos caros dos hotéis e restaurantes e dos rabiscos na parede do quarto do professor. Os recibos não eram nada além de fazê-la se questionar porque o professor mudara tanto de status. 

— Fracasso? — Merida sussurrou para si mesma — Alguém sujou o seu nome? 

Ela se lembrou dos rabiscos na parede. Sua mente então pulou para os quadros, questionando novamente se eram falsificados ou legítimos. Talvez não legítimos, pensou, mas muito bem falsificados. Ela voltou novamente para os rabiscos na parede e para o abajur. 

— Estamos no caminho certo.

Pensou então nos números em cima dos quadros. 

1875

1883

1873

(ou 1876 e 1865?)

Merida ouviu um barulho de galho trincando quando pisado e olhou para trás, encontrando Mike Butcher seguindo em sua direção. Ele sorriu com seus dentes tortos. Quando Butcher percebeu que ela o viu, ele aumentou o passo, obrigando Merida a fazer o mesmo. Quando ela encontrou em um beco para cortar caminho, surpreendeu-se com Mika Marsh e Kalel Everdeen. Os dois a seguraram contra a parede e logo Butcher entrou no beco, arfando e com suor no rosto, melando mais o cabelo.

— Ora ora, o que temos aqui? A putinha que cuspiu na minha cara.

— Eu posso fazer de novo, Butcher! — Merida rosnou.

Mike fechou o sorriso. Aproximou-se de Merida com passos pesados enquanto Mika e Kalel a seguravam com força, prendendo a circulação de seus braços. Butcher socou primeiro sua barriga, arrancando todo o ar que ela havia puxado, depois puxou os cabelos ruivos de Merida para trás e cuspiu entre seus nariz e sua bochecha.

Mike sacou um canivete do bolso. Ele apertou um botão lateral e a lâmina saltou para fora do covil. Butcher pegou um punhado do cabelo de Merida e apoiou a lâmina nos fios.

— O que você foi fazer lá?

— Eu não sei do que você está falando — Merida arfou.

Butcher segurou o pescoço de Merida com força. Mika estava vidrado na reação de Mike e em seus olhos cheios de ódio. Kalel havia relaxado as mãos que seguravam Merida, um pouco preocupado.

 Eu não sou burro, ô sua piranha. Que porra que você foi fazer lá dentro? O que você encontrou lá?

Merida estava começando a ficar vermelha, não conseguia falar, então negou com a cabeça. Mike soltou seu pescoço, deu uma volta, nervoso e socou seu rosto, quase na altura do nariz. As pernas de Merida vacilaram e seu peso foi destribuído entre os braços de Mika Marsh e Kalel Everdeen.

— Vai com calma, Mike — Kalel sussurrou e os olhos de Mike pareceram que iriam comer Kalel. Kalel Everdeen abaixou o olhar.

Mike olhou para Merida novamente, segurou seu rosto pelas bochechas, obrigando-a a fazer biquinho. Havia um corte no canto da boca de Merida e seu nariz estava escorrendo.

 — Não sabia que você era tão burra de acreditar que era um amigo seu na porta  — Mike inclinou a cabeça — O que vai fazer você falar, hein? Talvez um beijinho refresque a sua memória. Meu amigo já está alegre só de imaginar a sua boquinha na minha.

Butcher sorriu e puxou o rosto de Merida para perto. Kalel olhou para o lado e os olhos de Mika brilhavam. Assim que Mike fechou os olhos, seu rosto contorceu-se em dor quando sentiu suas bolas serem esmagadas pelo joelho de Merida, que em seguida soltou-se de Kalel Everdeen e Mika enquanto estavam distraídos. Merida empurrou Mike e chutou sua bunda. Mika e Kalel fracassaram em segurá-la novamente e, enquanto ela corria com dificuldade do beco, conseguiu ouvir Butcher tossir e gritar

—  Eu vou te matar sua piranha!
 


Notas Finais


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