História Mistérios de verão - O show de mágica

Pacífica Southeast

Soube que o dia começava assim que senti o sol da manhã batendo no meu rosto, abri lentamente os olhos tentando me acostumar um pouco com a claridade, esfreguei os olhos e me sentei, olhando ao meu redor vi aquela bela floresta, uma vista e tanto para se ver logo após acordar, sorri agradecendo por aquele estilo de vida. Apesar de muitas pessoas falaram que era "pré-histórico" dormir ao ar livre e viver em sintonia com a natureza eu não me sentia assim, claro que meus pais me criaram desse modo, mas não é apenas costume, é muito gratificante e bom ter a paz interior e me conectar com a natureza. Meus pais são os melhores pais do mundo, eles me amam mais que tudo e eu os amo também.

Eu e meus pais vivemos viajando e por isso nunca tive tempo de ter muitos amigos,  minha única e melhor amiga é Hanna, nossa galinha, ela é definitivamente minha companheira de aventuras e confidente, mas assim que nos mudamos para Gravity Falls, ainda vivendo em nossa van, eu conheci Gideon, ele virou com certeza um grande amigo e ele é uma boa pessoa, por causa de nossa amizade meus pais decidiram que ficaríamos o verão inteiro em Gravity Falls. Bom, há duas semanas desde o início das férias e hoje é o dia que eu e Gideon combinamos de ir ver o show de mágica dos irmãos Gleeful, eu nunca acreditei muito em mágica na verdade, mas depois de ler esse diário estranho que Gideon me deu  e ver aqueles gnomos estranhos eu preciso de toda informação para desvendar esse segredo.

Depois de ficar muito pesando olhando para o céu finalmente fiquei de pé e fui em direção a van para trocar de roupa, meus pais já estavam acordados e sentados perto da van com o café da manhã, em geral eram frutas (morango, maçã, mirtilo e tangerina) e um suco natural de laranja.

— Bom dia, querida — Disse minha mãe ao me ver enquanto terminava de fazer o suco de laranja.

— Bom dia, mãe! Bom dia pai! — Respondi sorrindo.

— Bom dia, filha. Troque de roupa e venha tomar café da manhã com a gente — Disse meu pai.

— Tudo bem — Sorri para ele e entrei na van 

— E não se esqueça de tomar banho depois

— Eu vou, papai — respondi

Entrei na van e fui em direção a minha mala que estava em baixo do banco de trás, me abaixei, peguei a mala e abri, olhando demorei um tempo para escolher uma roupa, mas logo me decidi. Peguei uma calça jeans branca, ao chegar na panturrilha ela se dividia ficando mais larga, também peguei uma blusa larga com alças curtas a qual tinha um trançado na alça e no final um lacinho, na blusa dizia " Make love, not war", também calcei um chinelo e peguei a minha bolsa de couro com franja e o simbolo de paz onde guardei o diário misterioso. Assim que me vesti saí da van e fui ver meus pais e tomar café da manhã com eles.

Assim que minha mãe me viu me deu um prato e disse — Pegue o que quiser, querida

Eu sorri, peguei o prato e coloquei um pouco de cada no prato e também peguei um copo de suco de laranja, logo Hanna, minha galinha, apareceu do meu lado e cacarejou.

— Bom dia, Hanna — Respondi

— Querida — Minha mãe me chamou e olhei em sua direção enquanto comia os morangos — Você e Gideon vão em um show de mágica hoje, não é?

— O show — Quase me engasguei com as frutas — Que horas são? — Me levantei rapidamente

— Uma da tarde 

— Oh, não! — Como posso ter dormido tanto, Gideon deve estar me esperando a horas na cabana no mistério! — Tchau, mamãe! Tchua, papai! Tchau, Hanna! — Fui correndo em direção a cabana, por sorte não era assim tão longe, mas eu estava atrasada do mesmo jeito, eu devia estar lá há meia hora!

Quando cheguei perto da cabana vi Gideon sentado no banco em frente a ela tomando um refrigerante — Gideon! — Gritei em quanto corria — Eu cheguei!

Ele olhou em minha direção — Paz? Onde estava? — Perguntou

— Eu...— precisei tomar um tempo para recuperar o ar —...dormi....demais...

— Bom, não estamos muito atrasados, mas se realmente quer ver precisamos correr

— Calma aí, crianças! — Stan saiu da cabana — Eu levo vocês, é perigoso saírem correndo assim

— Não tinha pesquisas para fazer? — Perguntou Gideon

— Eu tenho e também não gosto dos Gleeful, mas eu não posso deixar vocês irem sozinhos! Entrem no meu carro — Disse apontando para o carro

— Stan! Você é o melhor! — Disse Gideon

— Muito obrigada, Stan! — Eu disse animada. Stanley era alguém que eu e Gideon confiávamos, eu queria conversar com ele sobre o diário, não sabíamos como ele tinha conseguido aquele diário e ele não gostava sobre, mas eu não gostaria de força-lo.

----- Quebra de tempo ---

Apesar de ser meio sombrio eu tenho que admitir, era um lugar bem bonito. Estava lotado de gente e todos eles para ver os gêmeos, o lugar era realmente enorme, tivemos que passar pelo meio da multidão para conseguir os lugares na frente, assim que nos sentamos Gideon afirmou:

— Eu amo shows de mágica 

— Eu nunca acreditei muito — Disse — Mas depois de ver um gnomo acho que devo dar o braço a torcer

— Vai ser legal de qualquer mo...— Ele parou de falar — Paz, cadê sua bolsa?

— Minha bolsa? — Demorei um pouco para processar a informação que minha bolsa não estava comigo — Minha bolsa! — O diário está dentro dela! Eu precisava achar a qualquer custo, procurei de baixo da cadeira e em todos os lugares e então voltei para a multidão procurando no chão, quando olhei para a frente uma garota estava com a minha bolsa, ela tinha cabelo preto e usava óculos, estava usando uma roupa toda verde, a saia ia até uma mão antes do joelho, usava uma blusa e uma gravata também verdes, era como um uniforme de escola.

— Essa bolsa é minha! — Disse e ela correu com a bolsa para fora do teatro, em um canto como um beco — Ei! Você! — Eu corri atrás dela e quando fui ver me deparei com algum tipo de parede, era estranho porque eu não me lembrava de nenhuma parede na frente do teatro. Quando olhei mais para cima vi que se tratava de uma garota. Ela era forte e alta, usava uma calça comprida, uma blusa e um laço amarelo, seus sapatos era um par de sapatilhas rosas, a garota de verde deu a minha bolsa para ela e pegou o celular.

— Ei! — Eu reclamei — Isso é meu! Por favor! 

Então a garota alta disse com uma voz um pouco grossa demais para uma garota — Olha, Candy! Ela disse que quer a bolsa dela de volta!

— É, ela pediu até por favor — A garota de verde estava com o celular na mão

— Pega — A outra garota levantou a bolsa até onde eu não alcançava, normalmente eu não me humilharia assim, mas o diário estava ali dentro então dei pulinhos para pegar, mas era inútil.

— Por favor! Me devolvam a minha bolsa! Eu imploro! — Isso só fez elas rirem

— Isso vai para o youtube, com certeza! "Hippie idiota implora por sua bolsa" — Ela começou a rir, eu estava pestes a chorar quando a bolsa começou a brilhar em azul

— Mas o que é... — Acabei dizendo em voz alta e quando fui ver a bolsa flutuava para a mão de um garoto, ele tinha olhos castanhos e o cabelo da mesma cor, o cabelo estava penteado para o lado o que mostrava na testa dele uma marca de nascença em forma de uma constelação, a ursa maior, ele usava uma blusa preta que ficava coberta por um casaco azul escuro, a calça dele era preta e tinha um amuleto com um broche azul que também brilhava.

— Candy, Grenda... — Ele chamou as duas que tremiam— vocês não deveriam estar sendo as marionetes da minha irmã em vez de perturbar pessoas que encontram por aí?

— Sim... — A garota de verde, a tal de "Candy" abaixou a cabeça — Vamos Grenda — Ela e a garota maior passaram andando como se estivessem com medo

— Candy — Ele chamou e a garota se tremeu

— Sim? — Respondeu

— Me dá o seu celular agora, vou apagar o vídeo — O garoto disse pegando o celular dela e depois de fazer algo com ele devolveu — Saiam da minha vista — Elas entraram correndo pelo outro lado do teatro, o que parecia ser os bastidores.

O garoto com um olhar frio começou me olhar de cima para baixo, eu estava com medo do que ele podia fazer, afinal se elas tinham eu não fazia ideia de como reagir, mas ainda assim sorri para ele, ele pareceu achar graça e sorriu de volta.

— Qual o seu nome? — Perguntou

— Pacífica. Pacífica Southeast — Respondi

— Então, senhorita Pacífica — Ele pegou a minha mão e abaixou a cabeça, beijando-a — Elas não te incomodarão mais.

Eu olhei no fundo dos olhos castanhos dele enquanto ele erguia a bolsa para que eu pegasse e não sei o porque, mas nesse momento o meu coração parou, e depois começou a bater mais e mais forte, um sorriso se abriu no meu rosto e eu peguei a bolsa.

— E você? Quem é? 

— ...Só pode estar brincando, não sabe quem eu sou?

— Não — Respondi confusa — Eu deveria?

— Bem...Senhorita Southest, você veio ver o meu show de mágica — Ele disse e eu fiquei chocada.

— Você é...Dipper Gleeful?! — Perguntei chocada, eu tinha tanto a perguntar, se alguém sabia sobre mágica era ele, mas quando eu ia falar algo lembrei do que o diário dizia "Não confie em ninguém" e me calei.

— Sim, e estou atrasado agora...coisas que eu não sacrifico por garotas bonitas! — Ele disse e eu corei — A gente se vê, Pacífica Southest

— A gente se vê — Quando ele foi para a parte de trás do teatro eu fiquei olhando um tempo para a porta, mas depois eu voltei.