História Misturados - Prazer, admirador secreto

Sentei-me novamente na mesma mesa daquele bar, queria mais uma vez observa-la de longe, seus cabelos longos e seu sorriso contagiante me alegravam, todas as noites que eu via que ela estava no bar mandava a mesma bebida que ela escolheu na primeira noite, ainda me faltava coragem para ir até ela.

– boa noite senhor Luan - André, o garçom, disse enquanto se aproximava.

– boa noite André - falei simples e ele me serviu o mesmo de sempre, ficou me olhando por alguns instantes e logo falou.

– ela acabou de chegar - ele disse e eu o olhei curioso, sabia que ele queria falar mais alguma coisa. - hoje está acompanhada de um homem.

– ah... então não mande a bebida, deve ser o seu namorado - falei, confesso que aquilo me machucou, demorei muito para chegar até ela.

– e se for apenas um amigo? - ele questionou mas eu logo neguei.

– não... Uma moça igual a ela não viria a um bar apenas com um amigo, depois de meses solitária ou com amigas, tenho certeza que é seu namorado... - falei enquanto fitava o copo de whisky em minhas mãos.

– tudo bem, no que eu puder ajudar é só me chamar - ele falou e eu concordei, segui com a minha garrafa de whisky, fiquei ali pensando na vida até sentir um olhar sobre mim, vi um homem parado em frente a minha mesa com um olhar atento sobre mim, como resposta o fitei.

– boa noite - ele falou enquanto se aproximava.

– boa noite, no que eu posso te ajudar? - questionei e ele sorriu de lado, será que ele pensava que eu queria algo com ele?

– me chamo Davi e sou irmão da Maria Fernanda - assim que ele falou seu nome meu coração acelerou, André estava certo! Eu deveria me fazer de desentendido e fingir não saber quem era?

– quem? - sim, me fiz.

– a moça que você manda bebida sempre, achei que já soubesse seu nome - ele falou simples e eu dei um meio sorriso. - posso me sentar aqui?

– claro - falei simples e ele sorriu enquanto se ajeitava em minha frente.

– vou ser direto, minha irmã foi largada pelo namorado de 8 anos e sofreu muito, tentou até se matar duas vezes e por longos meses ela acreditou que a bebida faria a dor sumir, mas depois que você começou a mandar as bebidas sempre, ela começou a melhorar aos poucos, você ajudou ela a melhorar e não foi pouco, ela realmente se interessou por você mesmo não sabendo como você era, ela está lá sentada e acha que eu estou fazendo uma ligação para o meu trabalho, eu sei que posso estar pedindo demais, mas será que poderia se apresentar pra ela? - ele terminou de falar e confesso estar surpreso, passamos pelas mesmas coisas e mal sabíamos um do outro.

– você acha que ela vai gostar de mim? - questionei e ele me olhou atento.

– vai sim, você parece ser gente boa - ele falou e eu apenas concordei com a cabeça, seria estranho dizer que eu estava com vergonha? - se ela disser que não, insiste e fala que você é o admirador.

– tudo bem, vou lá conhecê-la - falei enquanto me levantava, olhei-me no espelho que tinha na coluna que dividia o bar, arrumei o cabelo, organizei a camisa e fui em direção a mesa onde ela estava, a cada passo o coração acelerado me fazia suar, eu não conhecia alguém a muito tempo, era algo novo e eu ainda não estava sabendo como lidar com isso. Logo a avistei sentada na mesa, olhava o copo quase vazio em sua mão, não sei qual era o seu pensamento, mas sabia dizer que ela era ainda mais linda de perto.

– boa noite - falei, ela levantou a cabeça e ao olhar na minha direção confesso que fiquei ainda mais nervoso.

– boa noite... No que posso ajudá-lo? - ela questionou.

– me chamo Luan - falei esticando minha mão para a cumprimentar.

– e eu Maria Fernanda - ela falou enquanto apertava minha mão. - nos conhecemos?

– não... na verdade mais ou menos - falei enquanto passava a mão em meu cabelo.

– como "mais ou menos"? - ela perguntou enquanto me olhava com a cabeça tombada para o lado.

– bem... eu já tinha te visto por aqui - falei e ela sorriu como resposta.

– ainda não tinha te visto - ela falou enquanto dava um gole em sua bebida.

– sempre fico em uma mesa mais reservada - falei e ela concordou com a cabeça. - posso me sentar aqui? 

– oh...claro - ela falou e eu sentei-me em sua frente.

– você é modelo não é? - questionei e ela sorriu enquanto ajeitava o cabelo.

– sim - ela respondeu enquanto me olhava sorrindo, falar que o sorriso dela era o mais lindo que eu já havia visto não era exagero algum.

– quer uma bebida? - perguntei enquanto olhava seu copo já vazio.

– quero sim - ela respondeu e eu chamei André que veio em instantes.

– senhor Santana, vejo que conheceu a senhorita Maria Fernanda, claro que depois de tantas bebidas que o senhor a presenteava, uma hora teriam que se conhecer - André falou rápido, eu não queria me apresentar como o admirador, uma hora falaria sobre isso mas o meu plano agora não era esse.

– então é você o admirador? - ela questionou enquanto me olhava, fitei seus olhos penetrantes e me perdi por ali.

– prazer, seu admirador secreto - falei enquanto sorria.