História Mitw- How I Met Your Father... - Yellow Pt 3.- Of Course I Do, You Idiot...

– Crianças, seu Tio Felps e eu tínhamos vários lances só nossos. As noites assistindo futebol, jogando Call of Duty e assistindo Supernatural eram parte da nossa rotina, mas surpresas eram algo que geralmente estavam fora disso... Felps era um adicto em me surpreender. Sempre procurando um jeito de me enganar e me fazer surpresas... E nessa época eu me lembro que ele estava me escondendo outra coisa. Só que eu não fazia ideia do que era, então acabei ficando com uma grande pulga atrás da minha orelha. E como bom fatalista que sou, comecei a segui-lo para tentar descobrir o que ele estava escondendo. E adorei o que descobri...

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Eu acho que já estou virando um viciado em seguir o Felps...

Essa já é a segunda vez que o sigo a algum lugar desconhecido sem ter certeza de onde ele vai...

Eu estava o seguindo a uma distância de alguns respeitáveis metros. Felps usava fones de ouvido e encarava o nada como geralmente fazia quando andava pela cidade. Eu estava tentando juntar as peças de pra onde ele estava indo...

De repente Felps se vira e eu me escondo rapidamente num beco. Acho que ele não me viu...

Eu olho de soslaio pela quina do beco e vejo que Felps conversava animadamente com a mesma garota que foi ao colégio mais cedo... Aqueles dois definitivamente estão tramando alguma coisa juntos... E eu vou descobrir o que é...

Após se despedirem, Felps volta a caminhar e eu continuo a segui-lo, mas eu paro quando vejo aonde ele havia entrado.

– Lux? – Eu pergunto pra mim mesmo quando paro em frente a porta da boate.

Lux era uma nova boate que havia estreado na cidade havia pouco tempo.

Até onde eu sei, Felps não curtia bares...

Decidi não entrar. Não queria correr o risco de dar de cara com ele ali dentro. Eu precisava ser mais cauteloso, ele quase me descobriu agora a pouco...

Peço um táxi pelo telefone e volto pra casa pensando no que o Felps estaria fazendo numa boate dessas...

#QUEBRA DO TEMPO#

– Uma boate? – Pac pergunta ao me ouvir contar sobre a minha investigação.

– Exato, com luzes e tudo... – Eu suspiro e me deito na minha cama soltando meu peso em cima de Pac que reclama e me empurra pro lado dele.

– Mas eu achei que ele detestasse boates... – Pac relembra – Lembra quando um amigo nosso ia a uma boate e ele negou? – Eu assinto com a cabeça.

– Lembro sim. Ele disse “Eu não vou, detesto boates”... Por isso não faz sentido! – Eu pego meu telefone e vejo a proteção de tela de nós dois no táxi. Era uma das minhas fotos favoritas porque eu consegui captar uma reação bem realista dele...

– E por que não entrou no bar? – Eu bloqueio o telefone e o encaro.

– Eu fiquei com medo de acabar dando de cara com ele e ter que dizer “Oi Felps! Então, eu estava te seguindo até aqui porque sou um namorado ciumento e provavelmente paranoico com segredos, então já vou indo, tchau!”. Isso não existe, Pac... – Pac revira os olhos por causa da minha ironia.

–Sim, mas agora você está na dúvida sobre o que tem lá dentro... Pode ser a resposta pras suas indagações... – Pac se levanta e se espreguiça – Bem, isso apenas une o útil ao agradável... – Eu franzo o cenho e me sento na cama.

– Como assim? – Pac me olha com uma cara que parecia que eu tinha tropelado o gato dele.

– Alô? Íamos sair hoje, se lembra? Porra, você só não esquece a merda da cabeça porque está presa no pescoço... – Pac geralmente ficava puto quando eu esquecia alguma coisa importante pra ele, tipo quando eu me esqueci de trazer uma barra de snickers pra ele quando fui ao mercado.

– Desculpa, maninho... Eu estou com muita coisa na cabeça pra ainda me lembrar disso... – Eu coço a nuca e Pac suspira.

– Ok, saímos às nove e meia. Se demorar demais eu vou sem você... – Pac abre a porta do quarto e sai. Eu me jogo novamente na cama até resolver dar uma volta pela quadra. Gosto do local pra poder pensar.

Eu me sento na arquibancada e me perco em meus pensamentos, eu tento desvendar os motivos de Felps estar tão sumido e tento encaixar as peças desse quebra cabeça. Eu saio desses pensamentos quando ouço alguém quicando uma bola dentro da quadra.

Quando olho a misteriosa figura percebo que era Chris, ele estava com uma regata e um short enquanto trazia uma bola de basquete. Ele pareceu tão surpreso quanto eu de início, mas logo sorriu.

– Oi Lange Rafael Lange. O que está fazendo aqui? – Ele segura a bola no lado esquerdo do corpo e eu desço a arquibancada para cumprimentá-lo.

– Ah, o de sempre, pensando na vida e no fracasso que está o meu namoro... – Ele sorri meio constrangido pra mim e se aproxima.

– Você o seguiu como combinamos? – Eu assinto com cabeça – E aí? O que ele escondia?

– Eu não sei... Eu o segui até uma boate chamada Lux, conhece? – Ele nega com a cabeça – Só sei que ele foi até lá... Não tive coragem para entrar... – Ele parecia decepcionado comigo.

– Por que não? Se tivesse entrado, talvez já tivesse a resposta que tanto queria... – Eu suspiro e ele se senta na arquibancada comigo – Olha, você precisa voltar lá. Precisa descobrir o que ele está tramando, senão a sua mente vai ficar fantasiando. Lembre-se o que os olhos não veem...

– O coração não sente? – Eu completo sem muita certeza.

– Não, a mente inventa... Ou vai me dizer que não está preocupado com o que ele está escondendo? – Eu suspiro pra ele e me recosto no banco.

– Sim... Eu estou ficando maluco Chris... Preciso descobrir o que ele está escondendo!

– Então vá e descubra! Você já sabe que, o quer que ele esteja escondendo, está escondido lá. Então, como você pode ir até lá sem causar desconfiança nele?

– Eu e Pac, meu irmão, vamos sair hoje pra lá. Acho que vou usar a oportunidade pra descobrir o que ele estava fazendo por lá... – Eu me levanto e aperto a mão de Chris – Valeu de novo, Chris. Nos vemos em breve – Ele assente e eu saio na direção do meu quarto. Precisava me arrumar direito pra essa noite...

#QUEBRA DO TEMPO#

– Tem certeza de que isso é uma boa ideia?! – Eu pergunto praticamente gritando para Pac que estava curtindo o som alto da boate. Nunca me acostumaria com isso...

– O que é que tem a geleia? ! – Eu bufo de irritação, por isso não gosto de baladas, um som alto pra cacete onde é praticamente impossível conversar, cheiro de bebida e de gente bêbada... A minha lista é longa...

Mas cá estava eu... Preso nesse lugar tentando descobrir o que Felps poderia estar tramando aqui...

– O que está pensando? – Pac me pergunta ao irmos pra uma área menos barulhenta.

– Pac... Será que o Felps pode estar sentindo saudades dos tempos de solteiro? – Eu pergunto temeroso da resposta. Felps era um solteirão de marca maior. Ele ficava com um por noite e nunca se envolveu com alguém... Então não me surpreenderia se Felps sentisse saudades disso depois de ficarmos juntos...

– Está maluco? Felps te adora, cara... Ele é o cunhado que eu pedi a Deus... – Pac fala como se eu tivesse falada a maior asneira – Fica calmo e não vamos pensar no Felps, vamos pensar em nos divertirmos... – Eu assinto e nos direcionamos ao bar.

– Vai ficar me regulando hoje pra não beber demais? – Eu pergunto com um sorriso ladineo e Pac revira os olhos.

– Não, mas não vamos exagerar... Ainda tenho péssimas lembranças da minha última ressaca... – Eu não em contenho em sorrir.

– A ressaca irônica... – Eu rio de cara que Pac fez enquanto nos sentávamos no bar.

– Que seja! Vai ficar nessa história até quando? – Ele pergunta meio esbaforido.

– Cara, essa é uma história que eu vou contar pros seus filhos! – Ele levanta uma sobrancelha.

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– Dito e feito. – Cellbit diz fazendo todos rirem.

– Eu odeio você... – Pac diz enquanto todos riem dele.

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Após vários drinks eu começo a sentir os efeitos da bebida no meu corpo. Eu e Pac estávamos na pista dançando até que eu tenho um vislumbre de um homem alto, com os cabelos pretos e que usava terno. Ele vai no centro da boate e pega o microfone.

– Alo, alo, testando... – Ele é vítima de todos os nossos olhares – Boa noite para vocês, mais uma vez sejam bem vindos à Lux! – Todos batem palmas e gritam de alegria – Meu nome é Lúcifer Morningstar, sim eu sou o Diabo – Ele fala com seu sotaque inglês fazendo todos rirem, mas uma coisa me chama a atenção...

“Meu nome é Christian... Christian Morningstar... Mas meus amigos me chamam de Chris, qual o seu?” – A imagem de Chris vem imediatamente a minha cabeça. Eu começo a olhar pelos cantos da boate até que vejo o dito cujo me encarando de longe com um sorriso engraçado. Aquele filho da puta! O que será que ele tem a ver com isso?!

– Enfim, a noite de hoje é um pouco diferente da habitual, aqui, como sabem, é um lugar de perdição – Todos riem do que ele diz – Mas hoje não. Hoje um amigo do meu filho tem algo muito especial pra nos mostrar hoje... Eu quando soube da história dele eu tive que ajudar. Claro que tive uma pequena manipulação do meu filho no meio, mas eu me senti compelido a ajudar... Senhoras e senhores, com vocês – Não pode ser... – Felipe Zaghetti! – Ele aponta pro palco atrás dele e eu fico boquiaberto ao encarar quem estava lá... O próprio Felps estava lá, em pé com um microfone e um violão, porém ele não estava sozinho, havia ainda Mike e Lucas junto dele. Mike na guitarra e Lucas na bateria. Não fazia ideia do que aquilo significava, mas já havia entendido aonde todos haviam ido, já que não os via fazia um tempão.

Felps pega o microfone e se aproxima.

– É... Boa noite... – Ele se apresenta timidamente e todos o cumprimentam – Meu nome é Felipe, mas meus amigos me chamam de Felps... Eu estou aqui hoje cumprindo uma promessa que fiz a minha mãe antes de ela morrer... Eu conheci um garoto há um tempo atrás que me causou muita dor de cabeça, mas que com certeza é um dos motivos de me dar alegria todos os dias quando acordo... Rafael – Ele olhou pra mim – Eu sei que você deve estar puto comigo agora e muito confuso, mas eu fiquei esse tempo separado de você porque precisava organizar algo que eu deveria ter feito há muito tempo... – Eu sorrio pra ele e já sinto as minhas lágrimas começarem a querer sair – Você se lembra de quando eu fiquei uma semana na casa do meu pai? Eu fiquei lá durante todo esse tempo pra poder compor uma canção... Eu queria algo que representasse tudo o que eu sentia por você, mas isso não era o suficiente. Eu precisava te dar tudo o que eu podia... E por isso estamos aqui hoje... Eu conheci o Chris quando o ajudei com alguns garotos que queriam o atormentar. Eu o contei da minha situação e ele ofereceu esse local maravilhoso pra eu poder fazer isso... E todos me ajudaram, Mike, Lucas, Batista, Jv, Thomas... Todo mundo, mas o Pac foi essencial... – Eu olho pra ele que deu de ombros – Ele foi a minha distração pra poder arrumar tudo e pra que você não suspeitasse de nada... Bem, você suspeitou... – Todos riem dele – Mas eu queria que você ouvisse essa canção e pensasse em nós... Pensasse em tudo que passamos juntos... Porque eu só quero mais desses momentos com você... Espero que goste da canção, meu loirinho...

Os acordes da canção começam com um som de violão até se transformarem num solo de guitarra e bateria que tocava no fundo.

(N/A: Link da música nas N.F)

Yellow-Coldplay.

Look at the stars

Look how they shine for you

And everything you do

Yeah, they were all yellow

Olhe para as estrelas

Olhe como elas brilham para você

E para tudo o que você faz

Sim, elas eram todas amarelas

Eu via os holofotes mudando de cor para o amarelo... Filho da puta, ele sabe que é minha cor favorita...

I came along

I wrote a song for you

And all the things you do

And it was called Yellow

Eu vim de longe

Eu escrevi uma canção para você

E todas as coisas que você faz

E foi chamada de Amarelo

So then I took my turn

Oh, what a thing to've done

And it was all yellow

Então eu esperei minha vez

Oh, que coisa para se fazer

E era tudo amarelo

Eu sorria como há muito tempo não sorria. Não podia acreditar que aquilo estava realmente acontecendo. Eu chorava, ria e via Pac olhando pra mim e sorrindo de orelha a orelha.

Your skin

Oh, yeah, your skin and bones

Turn into something beautiful

Do you know

You know I love you so?

You know I love you so?

Sua pele

Oh, sim, sua pele e ossos

Transformaram-se em algo bonito

Você sabe

Você sabe que eu te amo tanto?

Você sabe que eu te amo tanto?

Pac começa a me empurrar pra mais perto do palco pedindo licença pras pessoas na nossa frente. A cada passo que eu dou Felps parece mais e mais sorridente... E eu também...

I swam across

I jumped across for you

Oh, what a thing to do

'Cos you were all yellow

Eu atravessei o oceano

Eu superei barreiras por você

Oh, que coisa a se fazer

Porque você estava todo amarelo

I drew a line

I drew a line for you

Oh, what a thing to do

And it was all yellow

Eu tracei uma linha

Eu tracei a linha por você

Oh, que coisa a se fazer

E ela era toda amarela

And your skin

Oh, yeah, your skin and bones

Turn into something beautiful

Do you know

For you I'd bleed myself dry?

For you I'd bleed myself dry?

Sua pele

Oh, sim, sua pele e ossos

Transformaram-se em algo bonito

Você sabe

Por você eu daria todo o meu sangue ?

Por você eu daria todo o meu sangue ?

Eu sabia exatamente o que aquela estrofe significava... Eu ainda me lembrava de quando ele ajudou o Mike doando o sangue dele para ele... Eu tenho certeza que ele faria o mesmo por mim...

As luzes da casa começam a diminuir, menos uma luz central que iluminava o palco. A luz de fora começava a entrar. O teto da boate se abria deixando a luz das estrelas entrarem. Elas brilhavam no céu noturno de maneira que todos, mesmo de dentro da casa pudessem vê-las. Enquanto as luzes estelares entravam eu via caindo uma chuva de flores encima de nós... Margaridas e rosas... Nossas favoritas... O filho da puta pensou em tudo...

It's true

Look how they shine for you

Look how they shine for you

Look how they shine for

É verdade

Olhe como elas brilham para você

Olhe como elas brilham para você

Olhe como elas brilham para

Look how they shine for you

Look how they shine for you

Look how they shine

Olhe como elas brilham por você

Olhe como elas brilham por você

Olhe como elas brilham

A música troca apenas para um fundo de violão, eu já estava na frente do palco e Felps me oferece a mão para subir lá. Eu a seguro e ele me puxa pra cima, pra bem perto dele, onde ele me olha com um olhar apaixonado...

Look at the stars

Look how they shine for you

And all the things that you do...

Olhe para as estrelas

Olhe como elas brilham para você

E todas as coisas que você faz...

A música termina e todos batem palmas e gritam pedindo bis, Felps tinha realmente uma ótima voz, mas acho que todos sabíamos o porquê de tanto alvoroço.

– Rafael... Eu te conheci num hospital... Você me viu vestido de palhaço e mesmo assim não me deu um fora na primeira oportunidade... – Ele ri e eu também – Mesmo com todos os meus defeitos você me aceitou como ninguém o fez... Me ajudou, me aconselhou, me guiou de volta à luz... Me mostrou que há muito mais na vida para se viver do que eu pensava... Você me ensinou o que é o amor de verdade. Me ensinou que o amor não é algo que você sai e procura, o amor te encontra... E quando te acha, você estando pronto ou não, é a melhor coisa que pode te acontecer... E por mais que eu tenha te machucado, por mais que você tenha me odiado, na primeira oportunidade que você teve, você não me colocou pra baixo, apenas me ajudou... Porque esse é você, Rafael... Um garoto incrível, bonito, inteligente, engraçado e amável... Eu demorei muito tempo pra perceber isso... Mas eu não quero esperar nem mais um segundo... – Ele se ajoelha na minha frente e eu coloco as mãos na boca de surpresa. – E mesmo que tenha sido ideia do Pac de fazer isso aqui na boate, eu fico feliz da iniciativa ser minha... – Ele, então, puxa uma caixinha preta do bolso da calça jeans revelando dois anéis com nossas iniciais – Rafael Lange, loirinho, eu amo você... E espero que você ainda sinta o mesmo... Mesmo depois de todas as coisas que passamos, você me daria a honra de namorar com você? – Ele pergunta e todo mundo começa a gritar um “Sim” em uníssono repetidas vezes. Bem, não tem muito o que eu responder além de:

– É claro que sim, seu idiota... – Eu digo e todo mundo aplaude, incluindo Pac, que estava lá atrás gritando de emoção.

Nós nos abraçamos e Felps segura na minha cintura me beijando lentamente enquanto todos aplaudem e gritam.

Após nos separamos ele me abraça e eu coloco a cabeça no ombro dele... Meu coração parecia que ia sair pela boca. Eu acho que nunca me senti tão feliz em toda a minha vida. Eu sentia minhas mãos tremerem de emoção... Sentia minha respiração ficando ofegante... Eu achei que eu ia desmaiar ali. Ao som dos aplausos e dos gritos eu me sentia... Feliz... Talvez como nunca antes... O filho da puta conseguiu me enganar... Conseguiu fazer a melhor surpresa de todas...

 

Eu realmente amo esse filho da puta...