História Mixtape ; reddie - Eight

Depois de horas, eles voltam ao lugar onde deixaram suas bicicletas e pertences.

Felizmente, ninguém como Henry Bowers apareceu e roubou suas roupas, mas esse é o menor dos problemas.

Enquanto todo mundo se veste, ele freneticamente mexe nos arbustos procurando a mochila que ele escondeu mais cedo. Richie mesmo pingando não se importava em se vestir. Ele precisa encontrar sua mochila. Ele precisa encontrar sua música.

Ele relaxa ao encontra-la escondida sob um galho. Verificando se está tudo bem, ele puxa o walkman e os fones de ouvido, analisando todas as superfícies procurando por arranhões ou danos.

"Tem alguma música nova?" Eddie Kaspbrak pergunta ao se aproximar.

Richie levanta a cabeça, olhando por cima do ombro para o garoto agora vestido. Ele se sente envergonhado e exposto à sua falta de roupa, mas Eddie não parece se importar. Em vez disso, ele se ajoelha ao lado de Richie, olhando para a mochila com curiosidade.

"S-sim..." Richie respira, erguendo os fones de ouvido para Eddie. Ele os pega nas mãos delicadas, deslizando-os sobre a cabeça enquanto Richie se esforça para se vestir.

Ele estava aliviado por ter escolhido essa camisa limpa, ele iria parecer um tolo se ele tivesse ficado com a camisa do PacMan manchada de espaguete que ele estava originalmente quando Bill apareceu esta manhã.

Richie observa os outros com um olhar ansioso, todos brincando um com o outro e se divertindo. Sua atenção volta para Eddie, que está sorrindo para as árvores e se concentrando na música. Richie observa como a luz do sol flui através das folhas, iluminando as sardas por todo o nariz de Eddie. Faíscas de luz fazendo seus olhos brilharem ainda mais, e Richie teve que se afastar fisicamente para não continuar observando por muito mais tempo.

"Richie, Eddie! Nós vamos de bicicleta até a sorveteria!" Ben chama, fazendo Richie dar um pulo.

"Vão indo na frente! Nos encontramos lá!" Eddie diz. Ele puxa os fones de ouvido de uma orelha.

Stan dá a Richie um olhar curioso, mas definitivamente um que não é tão hostil quanto seus olhares habituais. Talvez ele estivesse flertando comigo, Richie pensa. Ele rapidamente balança a cabeça, interrompendo a ideia antes que ela possa tomar forma em seu cérebro. Não fique muito confortável, idiota. Eles estão apenas tolerando você porque Bev ficou com pena.

Interrompendo seus pensamentos, Eddie joga uma toalha sobre o rosto de Richie. "Se seca!"

"Você quer que eu use a sua toalha?" Richie segura o material nas mãos, notando o cheiro distinto de água sanitária e spray desinfetante que ecoava.

"Sim", Eddie assente, segurando o walkman nas mãos com cuidado. "Seque seu cabelo. Eu não quero que você pegue pneumonia e passe para alguém."

Richie fica calado, esfregando o cabelo bagunçado com a toalha enquanto observa os outros garotos começarem a pedalar. Richie sente um leve desconforto agora que está sozinho com Eddie, mas não acha que Eddie esteja incomodado.

"Por que não foi com os outros?" Richie pergunta, a insegurança evidente em sua voz. Ele se arrepende por parecer tão estúpido, e disfarça para não acabar punindo a si mesmo.

"O que, e deixar você sozinho?" Eddie balança a cabeça. "E se um idiota viesse e...matasse você?"

Eddie se levanta, ainda muito mais baixo que Richie, ele prende o walkman no cinto. Richie o observa com olhos atentos, ainda segurando a toalha no cabelo. Eddie sorri para os cachos colados na testa de Richie e, com movimentos lentos, ele move os fones de ouvido dos ouvidos para os de Richie.

"Essa é uma boa música", comenta Richie, a cabeça acariciando a palma de Eddie enquanto o garoto afasta as mãos, da menor maneira possível, como uma tentativa de manter o contato humano por mais um segundo.

"Eu nunca tinha escutado antes, mas acho que já amo" Eddie sorri, abrindo o zíper da mochila e tirando o desinfetante para as mãos. Richie olha para ele confuso, vendo como ele abre a tampa e a segura pacientemente.

Eddie faz um gesto com frasco, oferecendo a Richie. Ele estende as mãos, com a palma da mão para cima. Eddie coloca um pouco de desinfetante nas mãos em cada palma e depois coloca de volta na mochila. Richie mal esfrega as mãos, apenas para que Eddie as pegue e comece a esfregar o gel nas mãos de Richie.

Puta merda. Mas que diabos. Meu Deus.

"Você tem que espalhar em todas as superfícies" Eddie explica, suas mãos minúsculas trabalhando tão suavemente contra as juntas quebradas de Richie. O coração de Richie bate forte no peito, seguindo o tempo da música que está tocando na fita. Play the game, Queen. Eddie não parece notar o fato de os dedos de Richie tremerem, ou que suas bochechas ficaram mais vermelhas do que a camisa polo que Eddie estava vestindo. "É aí que todas as doenças bacterianas gostam de se esconder".

"O-Oh" Richie gagueja, então se sente como um tolo por estar tão perturbado. Ele não poderia se beliscar enquanto Eddie estava segurando suas mãos, então ele deixa o sapato esquerdo colidir com força contra o tornozelo direito. Vai deixar um machucado, com certeza.

"Ok, agora está melhor ", Eddie assente, soltando as mãos de Richie e alcançando o volume do aparelho. "Cuidado", Eddie diz ao aumentar o volume da música.

Richie tira os fones de ouvido antes que possam ensurdecê-lo, a música tocando tão alto que pode ser ouvida claramente pelas pessoas em volta. Richie se pergunta exatamente o que Eddie está querendo dizer, mas ele não questiona os métodos do garoto.

"Seus amigos provavelmente estão esperando", diz Richie. Suas palavras não tem seu ar habitual, mas, novamente, ele tende a falar muito mais suavemente quando se trata de Eddie Kaspbrak.

"Deixa eles", Eddie encolhe os ombros, pegando as mãos de Richie mais uma vez. Richie respira bruscamente, seus pulmões parecem tremer o que apenas o lembra de parar de fumar. Eddie sorri para ele com carinho, com olhos curiosos, que se pareciam com todas as criaturas da floresta que Richie já tinha visto. Como se Eddie fosse um cervo, Richie se move lentamente. Não o assuste. "Você sabe como dançar?"

"Dançar?" Richie repete.

Eddie levanta as mãos, duas bagunças entrelaçadas onde os dedos de Richie parecem gigantescos em comparação com a fragilidade dos de Eddie. Onde os ossos dos dedos de Richie se tornam cada vez mais vermelhos quando ele soca as paredes de tijolo, as delicadas pontas dos dedos de Eddie se sobrepõem às feridas e começam a curar o que Richie supunha ser um dano permanente.

"Dançar." Eddie assente com confiança.

Richie não questiona, apenas começa a avançar e retroceder no ritmo da música. Ele é realmente muito bom, mas a única alma viva que sabe é Beverly Marsh. Richie adora dançar, seus quadris podem sincronizar-se com praticamente qualquer música que tocar na MTV.

Eddie, no entanto, não é tão gracioso. Ele tropeça nos sapatos de Richie, suas pernas ficando emaranhadas quando Richie dá passos largos, e ele tem que largar as mãos de Richie para segurar firmemente a cintura do mais alto. Ele ri, o som da risada, sons que se projetam muito mais claramente do que a música saindo dos fones de ouvido, e Richie não pode deixar de admirar o garoto sorridente com o olhar mais apaixonado do que Richie é capaz de produzir.

"Você já ouviu algo tão bonito antes?" Eddie ri, sua mão deslizando pelo peito de Richie para tocar os fones de ouvido pendurados no pescoço do garoto mais alto.

Richie olha sem fôlego, em choque. A risada de Eddie é o som mais reconfortante do que qualquer música que Richie tenha em qualquer uma de suas mixtapes. Somente esse som pode preencher as fendas e buracos dentro da mente de Richie, a simples risada do pequeno pode fazê-lo se sentir completo novamente.