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História Mole's hill - Está atrasado.


Escrita por: caulaty

Notas do Autor


Essa fic é lemon despretensioso, explícito, homossexual e feliz. Se isso te ofende, rola pro lado.

Capítulo 1 - Está atrasado.


A antiga capela que ficava no meio de uma trilha nas proximidades da floresta, subindo um pouco a montanha, era um lugar abandonado e esquecido até mesmo por Deus. A tinta amarela que cobria o reboco já estava descascando em alguns pontos, havia alguns tijolos até mesmo destruídos, as janelas de madeira eram velhas e cheias de cupins. A imensa cruz no topo estava lascada em uma das pontas, mas mantinha seu formato original. Crescia mato pelas redondezas livremente. Mesmo no verão, em que a neve derretia e o clima era relativamente agradável, continuava frio naquela parte arborizada da cidade e ninguém costumava passar por ali, com exceção de alguns poucos cidadãos próximos da meia idade que acreditavam no hábito de fazer corridas matinais pela montanha e optavam pela trilha no bosque. Para a sorte de Christophe, não eram muitas pessoas que tinham tamanha disposição.

Ele tragava o cigarro sem qualquer pressa, mantendo os olhos estreitos, apoiado na parede na parte de trás da capela, que era voltada para as árvores florescidas naquela época do ano. Havia uma janela logo ao lado, que ele arrombara há alguns meses para passar a noite no interior da construção quando o frio era muito rigoroso. Havia um colchão lá dentro e uma manta velha de cachorro que compunham uma pequena base de soneca, pois Christophe nunca apagava completamente. Havia, também, uma pequena garrafa metálica que poderia conter água ou rum, dependendo da circunstância, igualmente velha e em estado precário; uma mochila com poucas peças de roupa e seus arsenais pontiagudos, armas, todas as coisas que faziam com que as pessoas pensassem o que pensavam dele. Jogado pelo chão, próximo à mochila, estava um maço amassado de cigarros que ele sempre comprava no posto de gasolina que ficava a uns três quilômetros pela estrada. Devia haver um sanduíche envolto em plástico-filme, que mais parecia um bolinho de tão esmagado, mas Christophe não tinha mais certeza de onde o havia guardado.

Checou o relógio preto e grosso em seu pulso, impaciente. Não era como se ele tivesse nada melhor para fazer, pelo menos não naquela tarde, mas era um homem que – desregulado com quase tudo em sua vida – levava horários bastante a sério. Resmungou baixo e agarrou o copo de isopor de café preto e frio para dar o último gole, largando-o sobre a bancada de cimento que era anexa à parede da capela, construída para abrigar os botijões de gás que ficavam do lado de fora quando a capela funcionava também como abrigo do padre que a gerenciava. A bancada estava imunda. Sua superfície, que já fora de pedra branca, agora era marrom e alaranjada de barro e poeira, lascada em algumas partes.

Christophe afastou o cigarro dos lábios e encarou os próprios pés sobre a grama, revestidos pelas botas pesadas, sujas como sempre. Levantou a cabeça somente quando ouviu o som familiar da bicicleta se aproximando, freiando na estrada de chão batido. Um sorriso sutil apareceu em seu rosto.

-Está atrasado. - Foi tudo o que disse quando Kyle Broflovski apareceu, dando a volta na capela com a mesma intimidade de sempre, sabendo que encontraria Christophe exatamente naquela posição (uma das pernas dobradas, encostando um pé na parede, segurando o cigarro entre o indicador e o dedo médio, com uma expressão de descontentamento no rosto).

O ruivo quase revirou os olhos, mas não chegou a fazê-lo propriamente, entreabrindo os lábios sem dizer nada, como se não quisesse dar a devida importância àquelas palavras. Secou o suor da testa enquanto ainda tentava recuperar o fôlego, levando a bicicleta pelo guidom com as duas mãos para encostá-la cuidadosamente na parede, depois escorregou a alça da mochila azul que carregava nas costas para segurá-la com apenas um ombro.

-Quem é que mandou você se esconder na puta que o pariu? É difícil chegar aqui.

O jovem francês ofereceu um riso curto de satisfação por se lembrar do esforço – e de fato, era um esforço – sobre-humano que Kyle fazia para administrar o tempo que levaria para chegar até a floresta, encontrar-se com ele e depois voltar para casa sem que seus pais descobrissem que ele não estava nem na biblioteca, nem na aula de hebraico. Christophe umedeceu os lábios inconscientemente ao olhar bem para ele, observando como o ruivo largava a mochila sobre a grama, retirava os óculos de grau cuidadosamente e se agachava para guardá-los na caixinha dentro do bolso externo. Adorava como ele ficava de óculos, fazendo-o parecer que tinha uns dois ou três anos a mais. Kyle correu a mão pelo topo da cabeça, pelos cachos pequenos e vermelhos. De onde ele estava, ainda um pouco afastado, seus fios de cabelo eram atingidos por alguns raios de sol que cortavam entre as árvores, tornando-os quase dourados. Enquanto estava abaixado, tirou o casaco para dobrá-lo com certa pressa e guardá-lo também dentro da mochila – Kyle ainda tinha horror de sujar suas coisas durante os seus encontros. Quando se ergueu, a camisa de mangas curtas estava bem à mostra, revelando os braços pálidos, com duas pintinhas expostas em um deles e apenas uma no outro; Christophe conhecia todas as pintas do corpo dele de cor. A camisa era azul claro com minúsculas bolinhas em azul marinho, os botões transparentes e facilmente arrancáveis. Da última vez que Christophe rasgou uma peça de roupa dele, Kyle não foi visitá-lo por uma semana.

Mentalmente, o francês calculava o quanto valia a pena arriscar que aquilo acontecesse de novo.

-Vem cá. Você já me custou tempo demais. - Disse com uma voz rouca, pigarreando, levando novamente o cigarro à boca para uma tragada longa antes que Kyle estivesse bem a sua frente, virando o rosto para não soltar a fumaça bem na cara dele. Sabia o quanto o ruivo detestava isso.

Kyle riu da urgência do comentário, passando a língua pelo lábio superior ao mesmo tempo em que suas mãos passeavam pelo peito largo do rapaz à sua frente, sentindo a textura rude da regata preta que ele vestia, fitando a pele dos braços fortes e expostos, bronzeados pelo sol. Um desses braços deslizou firme em torno da sua cintura para puxá-lo firmemente, de forma que os pés do ruivo quase saíssem do chão por um segundo. Nos lábios de Christophe estava o sorriso sacana e espontâneo que pouco aparecia, pelo qual Kyle era apaixonado, mas logo aquele rosto desapareceu no seu pescoço para cheirá-lo, enquanto a mão grande subia pelas suas costas, tateando o tecido fino da camisa, anseando sentir a carne macia que havia por baixo, tocando-o com um desejo tão familiar. O ruivo envolveu o pescoço dele com os braços e colou seu corpo ao dele, demonstrando a saudade nos gestos.

A verdade era que a pressa com que Kyle corria três ou quatro vezes por semana até a capela escondida no bosque não tinha somente a ver com administrar o tempo para que seus pais não desconfiassem de nada, mas especialmente, tinha a ver com o fato de que ele contava mentalmente os segundos para estar ali, abraçado àquele corpo robusto, suado, sentindo aquela barba malfeita roçando pela pele sensível do seu pescoço, os lábios mais talentosos que já conhecera, que se moviam tão úmidos por cada pedaço do corpo de Kyle. A língua de Christophe fazia jus à sua fala, com o sotaque francês carregado, enrolando e envolvendo de uma forma inacreditável, agressiva e estranha, mas que viciava.

Uma das mãos de Christophe, a que não segurava o cigarro, já deslizou por baixo da camisa de Kyle para tocar-lhe as costas e a cintura, levantando um pouco o tecido despretensiosamente enquanto subia a boca pelo queixo de Kyle antes de encontrar seus lábios, beijando-o com fome, empurrando a língua para dentro sem pedir licença, da forma grosseira com que fazia absolutamente tudo na vida. Kyle teve muito medo da forma como Christophe beijava e pegava nele no começo, com um instinto tão aflorado e uma ansiedade tão animalesca que fazia parecer que ele não tinha controle sobre si mesmo. Mas aquele medo frágil fazia parte de um passado – mesmo que não tão distante – em que Kyle era um adolescentezinho virgem. Agora, o ruivo encaixava a coxa entre as pernas do outro e o sentia empurrar o quadril contra o movimento para pressionar o volume na calça com firmeza, expondo o quanto precisava daquilo, como se não tivessem feito aquilo tudo há apenas dois dias. Kyle riu baixo contra os lábios dele enquanto o francês mordia seu inferior e o girava com facilidade para pressionar suas costas contra a parede, o cigarro ainda intacto entre seus dedos.

Fez uma pausa para dar uma tragada, com uma expressão mais satisfeita, mantendo o rosto bem perto, os olhos fixos naquelas duas esmeraldas que Kyle levava no rosto. Christophe tinha olhos que dançavam entre o castanho e o verde, uma cor de mel que não parecia humana, como se fossem castanho-claros na margem da íris e manchados de verde em torno da pupila. Havia algum divertimento neles, ainda que os lábios não estivessem sorrindo, algo no contorno das bochechas e nos olhos do Toupeira revelavam que ele achava graça do rapaz tão próximo a ele. Kyle tinha sardas tão leves no rosto que quase não eram visíveis, as maçãs coradas pelo calor, a respiração ainda pesada e o coração batendo acelerado no peito. Christophe não pôde conter a vontade de soltar a fumaça bem no rosto dele, fazendo com que Kyle apertasse os olhos e virasse a cabeça de lado, franzindo o nariz.

-Vai se foder, seu filho da puta. - Resmungou com um sorriso que não ajudava a levá-lo a sério.

Com isso, o moreno esmagou o cigarro na parede para apagá-lo, jogando a bituca na grama, afastando também a outra mão do corpo de Kyle para levá-la à parede, logo ao lado da cabeça do ruivo, inclinado para frente, encarando-o com uma expressão séria. Roçou o nariz pelo dele, separando um pouco os lábios, quase como uma provocação. O cheiro de tabaco, mesclado ao cheiro natural da pele de Christophe, era simplesmente intoxicante.

-Tá esperando o que pra me chupar?

-Você é sempre tão delicado.

Kyle já era acostumado à forma torta com que o francês se expressava, enxergando até mesmo um certo charme onde ele, no começo, costumava ficar profundamente ofendido. Agora, olhava com um sorriso discreto estampado no rosto para as nuances daquela pele maltratada, o maxilar quadrado e o nariz reto, as sobrancelhas que pareciam estar sempre franzidas, o cabelo castanho sempre tão sujo, a barba que ele nunca fazia propriamente, a boca maldita que falava cuspindo e sempre tragava um cigarro de maneira compulsiva. O ruivo mordeu o lábio enquanto o encarava; Christophe tinha uma característica tão intimidadora de manter os olhos fixos nele durante muito tempo sem dizer nada, como se esperasse por alguma coisa, sem reagir, sem piscar. Kyle sorriu com uma insinuação maliciosa, encolhendo o ombro sem jeito, quase envergonhado, levando as duas mãos ao cinto grosso dele para abri-lo devagar, puxando a fivela e ao mesmo tempo aproximando o quadril de Christophe do seu, com o rosto abaixado. O francês finalmente desviou o olhar dele e pareceu relaxar.

-Bom menino.

-Cala a boca.

Com as costas ainda pressionadas contra a parede, deslizando para baixo, o ruivo se ajoelhou na grama e terminou de abrir o cinto, depois desceu o zíper e abriu o botão com gestos mais apressados, descuidados, fazendo com que Christophe risse da sua ansiedade. O francês manteve uma mão espalmada na parede enquanto olhava para baixo, apoiando a outra no ombro do rapaz, apertando de leve, umedecendo os lábios enquanto observava a mão pequena de Kyle deslizar por dentro da abertura do jeans grosso que ele usava. Delicadamente, como sempre fazia com aqueles dedos finos, puxou o membro semi-rígido para fora com cuidado, imediatamente separando os lábios e fechando os olhos ao tomá-lo.

Christophe amava aquela boca. Não tinha experimentado muitas outras na vida, com dezoito anos recém-feitos, mas de todas as mulheres com as quais havia se deitado, nenhuma delas sabia fazer com a boca o que Kyle fazia. Nem mesmo as profissionais. Não se tratava tanto da habilidade, da técnica e do quanto se podia engolir, mas de todo o doce processo que era ser chupado por Kyle; o toque sempre tão macio dos cachos pequenos daquele cabelo cheio, tão fácil de puxar, de segurar com força para conduzir a cabeça dele, algo que Kyle obedecia com tanta facilidade, sem hesitar. O cheiro da pele do ruivo sempre tomava conta das suas narinas, impregnando todos os seus sentidos, maltratando-lhe enquanto eles se beijavam, sempre com pressa, antes de Kyle se ajoelhar. Era quase um ritual. Tinham também aqueles olhos gigantescos, verdes como os de um gato preto, sempre focados, fixos, propositalmente inocentes, feitos para enlouquecê-lo. Kyle transparecia o prazer na expressão a cada segundo em que sentia na boca quente e úmida aquele membro flácido que quase sempre fazia enrijecer na garganta. Agora, ele já deslizava o pau de Christophe na boquinha pequena quase que por inteiro.

Amava senti-lo endurecer na garganta, amava o gosto e a textura, como dilatava e pulsava dentro da sua boca apertada. Quando Christophe já estava rígido, quando eles se excediam no amasso – o que também não era incomum, pois pela experiência de Kyle, era muito real o que se dizia sobre a língua dos franceses – Kyle tinha muita dificuldade de engoli-lo por inteiro assim.

O ruivo recuou com a cabeça lentamente, espalhando a saliva pelo pau dele, chupando tão apertado, levando o francês a grunhir baixo, arranhando a parede com as pontas dos dedos – as unhas eram curtas demais – fechando os olhos. A outra mão continuava no ombro ossudo do ruivo, apertando-o, depois escorregou o polegar pela pele da lateral do pescoço de Kyle, umedecendo os lábios com malícia. Sua respiração começava a pesar e os pelos da nuca estavam arrepiados. Era tão quente, tão delicado o movimento da boca de Kyle pelo seu pau, tão sutil e esfomeado ao mesmo tempo, tão úmido e delicioso. Kyle segurava o membro pela base e deslizava os lábios molhados até a glande sensível, chupando-a de forma barulhenta, brincando com a língua.

O ruivo conhecia de cor cada centímetro daquele pau, o formato da cabecinha, onde a pele era mais áspera, como ficava rosado quando enrijecido. E como era grande, enorme, como Christophe tomava fôlego e impulsionava o quadril para frente quando ele desliava a língua em tal ponto, de tal maneira. Sua intimidade com o corpo de Christophe era enlouquecedora.

-Caralho. - Murmurou baixinho, olhando para baixo, tentando forçar o membro mais fundo na garganta de Kyle devagarzinho, mas firme, segurando a parte de trás da cabeça dele. O garoto engasgou, fechando os olhos apertado, lacrimejando. - Shh. Calma.

Havia um sorriso sacana nos lábios de Christophe. Ele soltou a cabeça de Kyle, deixando que ele voltasse ao seu próprio ritmo, indo e voltando até a metade do membro rígido, masturbando-o com a mão pequena que segurava a base, arracando do francês um gemido fraco, rouco, enquanto ele franzia o nariz de tesão.

Levantou a cabeça, enfim, tombando-a para trás por um momento, com uma expressão séria. De forma quase que automática, Christophe tateou o bolso da alça para alcançar um cigarro. Assim que Kyle percebeu o movimento, entreabriu os olhos para pegá-lo acendendo o isqueiro. O ruivo o retirou a boca de forma barulhenta, arrancando Christophe do transe. O francês sentiu um arrepio percorrer o corpo com a brisa leve que passou pela pele úmida e sensível que subtamente perdeu a sensação quente e deliciosa da boca do outro.

-Você tem que fazer isso agora?

Christophe o encarou sem expressão, como se não compreendesse; deixou que a chama do isqueiro se apagasse, levou a mão à bochecha de Kyle, acariciando sua pele colada com o dorso dos dedos.

-Te incomoda, petit?

Era característico de Kyle Broflovski responder às coisas com os olhos, tão terrivelmente expressivos. Bastou para que Christophe guardasse novamente o isqueiro e o cigarro, sem hesitar. Quase se divertia com o quanto Kyle era facilmente irritadiço.

Antes que o ruivo pudesse abocanhá-lo novamente, o francês lhe puxou pelo braço para que se levantasse, empurrando aquela forma leve contra a parede suja, masturbando o próprio pau, beijando sua boca ansiosamente, tão excitado com o próprio gosto na língua do outro. A mão livre já começou a desabotoar a camisa de Kyle com habilidade.

Depois, segurou sua cintura e o puxou bruscamente contra o próprio corpo, sorrindo com malícia pela maneira com que Kyle estremecia e roçava o quadril contra o dele, desfeito daquele pudor corriqueiro que tornou o ruivo tão atraente aos seus olhos para começo de conversa. Respirou fundo para acalmar suas mãos, umedecendo os lábios, controlando o instinto animalesco de rasgar aquele tecido fino. Kyle usava essas camisas tão leves de botão propositalmente, para provocá-lo, Christophe tinha certeza absoluta. Apesar de todos os seus impulsos e grosserias, Christophe era um homem muito controlado no que se tratando de sexo, de aproveitar cada pedaço da pele e do cheiro do ruivo. Mergulhou o rosto no pescocinho dele, que Kyle mantinha protegido pelo queixo baixo, devorando-no. Suas mãos habilidosas trabalhavam cuidadosamente em cada botão, erguendo a cabeça para enxergar aquele rosto corado e ansioso, com o pescoço úmido, chupado, a pele vermelha pela irritação causada pela barba.

Christophe sorriu ao beijá-lo, já enroscando a língua na dele antes mesmo de encaixar os lábios, levando as mãos por dentro da camisa aberta, pela barriga macia dele, apertando com desejo, deixando marca dos dedos na pele alva. Roçava nele o pau exposto que já gotejava de tesão, gemendo na boca dele, sussurrando alguma coisa em francês que Kyle não questionou, abraçando o pescoço de Christophe para descer as mãos pelas costas cobertas dele, fortes e largas. Kyle amava aquelas costas como amava poucas coisas em sua vida.

O francês abriu a calça dele sem interromper o beijo, abaixando-na junto com a cueca bruscamente e sem pedir licença, como era de costume. Kyle sempre sentia o coração bombear sangue desesperadamente, liberando pelo seu corpo inteiro a adrenalina de esperar pelo momento em que Christophe decidiria que precisava dele e não aguentava mais esperar.

E assim aconteceu. Não demorou para que, igualmente sem aviso, aquele jovem homem europeu de mãos grosseiras e unhas roídas agarrasse o quadril de Kyle por trás para separar as nádegas, enquanto Kyle apertava o próprio corpo contra aquela parede áspera, de tinta carcomida. O ruivo contraía os músculos, agoniado, ansioso, umedecendo os lábios lentamente com a língua. Ele nunca sabia o que viria a seguir, e isso o deixava louco. Obedeceu prontamente quando as mãos de Christophe fizeram menção de separar mais suas pernas, sentindo o homem se agachar atrás dele, até ficar com o rosto na altura do seu quadril, levando uma das mãos pela parte interna da coxa de Kyle, apertando com vontade. Como era gentil e firme aquela mão. Ele não se demorou a aproximar os lábios, envolvendo a região sensível em torno da entrada, sentindo como ela se contraía na ponta da sua língua, provocando. Christophe o chupava exatamente como o beijava, com o mesmo movimento lento e molhado, forte e paciente, sabendo ao certo qual era o momento de afastar a boca ou de pressionar mais fundo. Kyle se contorceu, roçando o joelho na parede ao tentar erguer mais a perna, abrindo-se, oferecendo-se a ele. Gemia alto, livremente, pois não havia ninguém num raio de três quilômetros que pudesse ouví-los. Essa era a parte realmente excitante desses encontros furtivos na floresta.

A sensação da boca de Christophe era a coisa mais pecaminosa que Kyle já sentira. Era difícil se mexer com a calça entre as coxas, mas ainda sim ele tentava abrir mais as pernas. Sua respiração falhou e ele tombou a cabeça para trás quando a mão rude do outro alcançou seus testículos para massageá-los com uma delicadeza incomum; o ruivo manteve os lábios separados e sentiu um arrepio percorrer sua espinha, correspondendo com um movimento firme do quadril contra o rosto dele, forçando para trás, deliciando-se naquela língua que o explorava de forma barulhenta, circulando as pregas e forçando por dentro, enquanto a mão livre de Christophe espalmava em sua nádega e apertava as ponta dos dedos na carne. Afastou o rosto bruscamente, com traços de saliva pelo lábio e pelo queixo, respirando pesado.

-Você é delicioso... - Murmurou com um grunhido satisfeito, deixando um tapa naquela nádega cuja pele branca marcava tão fácil, já avermelhada pela pressão dos seus dedos. - Vira aqui.

Kyle resmungou baixo com a perda do calor úmido daquela boca, mordendo o lábio, levando a mão por trás do corpo para apertar a própria bunda, agoniado, gemendo baixinho antes de obedecer às mãos de Christophe, que já tinha levantado e o conduzia até a bancada para incliná-lo sobre ela. Por mais imunda que estivesse, o ruivo precisou aprender a não se importar com esse tipo de coisa. Era difícil se concentrar em qualquer coisa que não fosse os dedos do francês, agora úmidos de lubrificante que ele tirara do bolso, trabalhando com tanta intimidade para espalhar pelo cu apertado dele, pelo próprio pau rígido que já latejava em necessidade, mas ele não se alterava.

Nunca dava aviso prévio antes de encaixar a glande bem na entrada do ruivo, tirando sempre um segundo ou dois para roçar o membro rígido ali com vontade, sem pretensão imediata de penetrá-lo, como forma de provocação. E quando finalmente o fazia, era quando Kyle mais precisava, já trêmulo e despreparado, com os músculos bem relaxados e um gemido de irritação pronto nos lábios, prestes a xingar o outro. Christophe penetrou o mais devagar que pôde, prendendo o lábio inferior entre os dentes e mordendo com força, grunhindo baixo ao mesmo tempo em que sentia o corpo do ruivo amolecer, desfeito, sugando o ar pela boca ainda aberta, com quaisquer palavras perdidas que Kyle nunca chegaria a verbalizar. O ruivo se agarrou à beirada da bancada e apertou o cimento com força, franzindo o rosto inteiro pela dor que tomava conta dos seus músculos, enfraquecendo-o. Deitou todo o peso do tronco sobre a superfície fria e apertou os olhos, enquanto Christophe descia ainda mais sua calça de forma desajeitada, usando também os pés, até que uma das pernas grossas de Kyle estivesse livre. Ele imediatamente dobrou o joelho para apoiá-lo sobre a bancada, empinando mais a bunda com o pau do francês já enterrado e pulsando dentro dele, respirando fundo, dobrando os cotovelos para suportar o próprio peso.

-Caralho... - Disse em uma voz tão mansa que quase não parecia Kyle Broflovski, estremecendo por inteiro, gemendo fino antes de continuar. - Eu esperei por isso a porra do dia inteiro.

-É? - Christophe sorriu, passando a língua nos dentes. Alcançou a mão até o pescoço de Kyle e fez com que ele levantasse a cabeça, impulsionando o quadril para frente, chocando contra as nádegas do ruivo, que deixou escapar um grito rouco. - É nisso que você pensa enquanto estuda, sua vadiazinha?

Ardia. Levou bons dez segundos totalmente imóvel até que Kyle pudesse respirar novamente, sentindo os olhos lacrimejarem, emitindo sons pela boca quase sem perceber, tão contidos e doloridos, mas carregados de um prazer excepcional, que dependia daquela dor para ser atingido. Ele passara a amar aquele lugar imundo, aquelas mãos sujas e ásperas pela sua pele, marcando sua carne, apertando seu corpo com tanto desejo. Amava, em especial, como se sentia naquela posição. Amava o quanto o pau de Christophe era grosso e doía para entrar, como podia senti-lo alargando a sua entrada e as paredes internas que eram tão apertadas em torno dele. Amava arquear as costas o máximo possível para recebê-lo, sentindo assim o saco de Christophe roçar contra as suas nádegas, por vezes tão de leve. Era viciado naquela sensação, no quanto queimava, em cada centímetro daquele falo e em como aquele homem sabia metê-lo na sua bundinha de forma que Kyle se esquecesse do próprio nome.

Sabia muito bem que o francês sofria de uma ansiedade terrível e roía as unhas – e quando não, elas quebravam – então podia sentir somente as pontas dos dedos dele arranhando as curvas entre suas costas e sua bunda, traçando aquela pele macia e tão cheirosa, levantando a camisa aberta que logo Christophe arrancaria do corpo dele com violência. O homem envolveu o braço em seu tronco e subiu a palma aberta pelo seu peito, por baixo do braço de Kyle, tão bem encaixado por trás, colado nele, respirando pesado em seu cangote. Mordia seu ombro, chupava a sua nuca, mal se importando com os cachos ruivos que colavam na pele suada dele e ficavam pelo caminho, em seu rosto, sua boca. Estava mais preocupado em inalar aquele cheiro, segurando-no com tanta firmeza no lugar para iniciar um movimento de vai e vem – ainda lento – certeiro, conhecendo de cor o ângulo que fazia o ruivo gritar.

Subiu a mão cegamente do pescoço do ruivo até o queixo, segurando seu rosto sem medir a força, enquanto Kyle prontamente abocanhava seu polegar e chupava com o mesmo desejo com que chupava seu pau, de olhos agora fechados, gemendo deliciosamente, tentando erguer mais o tronco com os braços sob um pouco do peso do francês. Christophe grunhiu de satisfação e assentiu devagar com a cabeça.

-Isso... Olha como você é bonzinho quando quer.

Sua mão livre escorregou pela lateral do corpo alvo de Kyle, enquanto lentamente recuava com o quadril para puxar seu pau para fora de pouco em pouco, deixando somente a glande dentro dele, largando um tapa pesado e barulhento na nádega direita do ruivo – que gritou, soltando seu polegar dos lábios, com a saliva escorrendo pelo queixo. Christophe segurou sua cintura para voltar a colidir o quadril contra o dele, enfiando novamente e fazendo pressão para baixo, machucando, logo colando as pernas nas dele e forçando o mais fundo possível, agarrando os cachos vermelhos de Kyle para pressionar sua cabeça para baixo, fazendo com que ele se deitasse novamente sobre a bancada e ficasse ali, paradinho, apenas recebendo as investidas mais rápidas e fundas. Kyle gemia alto e sem ar, agarrando-se ao que pudesse, revirando os olhos pelo prazer que se mesclava à pontada de dor quando Christophe forçava o quadril para baixo, propositalmente para alargar ainda mais. O francês sempre o pegava de tal forma que Kyle continuaria a senti-lo dentro do seu corpo por horas, até quando se deitasse sozinho na cama à noite. Ficaria duro e se masturbaria lembrando da sensação que vivia naquele exato instante, recebendo pau que, nas primeiras vezes, não pensou que pudesse aguentar.

Era grande demais. Tudo com Christophe era forte demais.

-Porra. - O francês grunhiu ao seu ouvido, roçando o nariz pela lateral do seu rosto. - Você é tão apertadinho...

O calor das roupas sempre fazia com que Christophe suasse muito mais, e ele raramente as tirava. Estremeceu com o sorriso sacana no rosto de Kyle ao que o ruivo virou o rosto, passando a língua rosada pelo lábio superior, tão oferecido, com aquela bundinha bem empinada contra ele e rebolando devagar, no mesmo ritmo em que levava.

-Você gosta?

A resposta foi uma risada tão espontânea, bem curta e abafada, enquanto ele sacudia a cabeça e correspondia com a velocidade com que o penetrava, tão sedento, apertando os olhos de tesão. O sorriso no rosto de Kyle se desfez quando o ruivo teve que abrir a boca instintivamente, mas nenhum som saiu. Ele franziu o nariz, os lábios ainda bem separados, caindo com o rosto para frente e gemendo mais alto, forçando a bunda para trás repetidamente contra o movimento mais nervoso e desajeitado de Christophe, revelando uma necessidade quase que desesperada. A mão continuava enroscada nos cachos macios do outro, puxando com alguma força, a respiração irregular maltratando os pulmões, abafando os gemidos contidos que escapavam de sua boca. Levou a outra mão por baixo do corpo do ruivo para segurar o pau dele pela glande e massagear com afinco, sentindo-o já úmido pelo pré-gozo, e mal foi preciso afagá-lo antes de sentir o outro se contorcer sob o seu peso ao mesmo tempo em que liberava o líquido quente pela sua mão, separando mais as pernas e estremecendo com um grito incontrolável, pressionando a bochecha contra a superfície da bancada. Christophe emendou imediatamente em uma série de estocadas tão fortes que o corpo do ruivo se movia no mesmo ritmo, mole e entregue, até que Kyle pudesse sentir o gozo do homem invadindo seu corpo por dentro, causando a segunda sensação mais prazerosa que existia para ele no planeta.

Kyle mal teve tempo de recuperar os sentidos antes de erguer a cabeça de repente, ainda na exata mesma posição, de pernas abertas e os braços esticados, as costas curvadas, a camisa enroscada num braço só, bem como a calça, ainda vestindo os sapatos, coberto de suor. Christophe tomava fôlego bruscamente, ainda dentro dele.

-Tira, eu preciso me ajeitar. - O ruivo resmungou, a voz rouca e sonolenta, os olhos entreabertos.

Ele obedeceu sem contestar.

Kyle odiava o momento em que o pau de Christophe deixava o seu corpo, mas logo em seguida vinha a delicada sensação do gozo quente dele escorrendo entre as suas nádegas e era sempre delicioso. Umedeceu os lábios, sentindo aos poucos seu coração voltar ao ritmo natural. Secou o suor da testa com o antebraço e se endireitou, trêmulo, vestindo a camisa novamente. Christophe não se demorou a fechar o zíper da calça e acender o cigarro que foi interrompido antes, afastando-se um pouco do ruivo que voltava a vestir o jeans e começava a fechar os botões da camisa rapidamente, verificando o relógio.

Nada daquilo tirava o aspecto bagunçado, os cabelos úmidos de suor, rebeldes e desgrenhados, as bochechas coradas e a respiração intensa, a boca inchada, as marcas pelo pescoço. O ruivo correu das duas mãos pelo topo da cabeça.

-Eu preciso arrumar um lugar decente. - O francês comentou de maneira casual, tragando do cigarro, como se falasse sozinho.

Ele raramente tinha muito a dizer depois que terminavam. A frase pegou o ruivo de surpresa.

-O quê?

-Você sabe. Um lugar mais perto da cidade, com uma cama de verdade. Aí... Eu vou poder te mostrar como vocês, americanos, não sabem transar.

-O que isso quer dizer? - Kyle perguntou, impaciente, voltando sua atenção aos botões.

Christophe se escorou na parede e aproximou o cigarro dos lábios, a cinza queimando devagar, enquanto encarava nada em especial. Seu peito subia e descia rapidamente.

-Eu sempre fico pensando no que eu poderia fazer com você se não tivesse que ser tudo tão rápido. Como eu poderia esfregar o meu pau duro no teu por um tempão, depois chupar o seu cuzinho durante vinte minutos. E te morder inteiro. Eu poderia te deitar de bruços e ficar só... Olhando os meus dedos entrando e saindo do teu cu o quanto eu quisesse. Acho que você não tem a menor ideia de quanto tempo eu consigo segurar uma ereção. De quantas vezes eu poderia te fazer gozar.

Ele tragou o cigarro e bateu as cinzas no chão antes que caíssem.

Kyle havia terminado de fechar sua camisa e mininamente ajeitado os cabelos. O suor pouco a pouco se esvaía do seu corpo. Aproximou-se do outro homem devagar, pisando com cautela na grama, levando a mão pequena à nuca dele.

Colocou-se na ponta do pé e deixou um beijo longo e demorado nos lábios de Christophe, sem usar a língua. Mal se afastou ao sussurrar:

-Você precisa arrumar um lugar decente.

O francês fez menção de sorrir, mas manteve a expressão carrancuda que lhe era tão familiar. Kyle riu baixinho, empurrando-o de leve, catando a mochila e caminhando em direção à bicicleta para montá-la.

-A gente se fala. - Disse ao francês, erguendo a mão em um aceno breve.

-Boa sorte para sentar nessa coisa, vai arder por um bom tempo.

Kyle lhe mostrou o dedo do meio antes de começar a pedalar. 



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