(S/N)
Jungkook retribuiu o beijo lentamente. Havia certo receio de sua parte, e acredito que no meu caso também não estava muito diferente, a única mudança é que eu não conseguia parar e nem queria.
Pedi passagem com a língua e ele acabou cedendo. Logo, meu corpo esquivou-se em direção ao seu e ficamos ainda mais próximos. Me segurei em seus ombros e entreguei-me contudo ao beijo. Entretanto, a falta de ar se fez presente e fizemos um pequeno intervalo. Antes que ao menos eu pudesse abrir os olhos sua boca já estava na minha novamente e nos beijávamos da mesma forma, porém dessa vez havia mais atitude da parte dele. Apesar de lento e molhado, com certeza, foi um dos beijos mais excitantes que eu já tive na vida.
Cessamos o gesto novamente e nos encaramos. Ambos estávamos ofegantes e desnorteados, mas Jungkook estava vermelho como um tomate, e ainda assim conseguia me olhar seriamente.
- Por que você...?
- Você beija bem, Jungkook. - interrompi sua fala, pois não queria justificar nada.
- (S/N)...
- Não quero falar sobre isso agora! - o conhecendo bem sei que iria querer falar das consequências e dar seus argumentos, mas eu realmente não queria ouvir nada.
- Não seja infantil, isso foi errado.
- Você retribuiu, não é?
- Eu...?
- Depois teremos essa conversa, depois. - afastei-me um pouco dele e desviei o olhar.
- Desculpe. - disse timidamente, mas me mantive em silêncio - E não tente me enganar dizendo que eu beijo bem, até porque foram poucas as vezes que fiz isso antes.
- Não estou tentando te enganar, é apenas o que eu acho. - olhei-o rapidamente, mas logo passei a encarar o chão da sala.
Ele aproximou-se de mim para pegar o controle da televisão, que estava ao meu lado, e a desligou. Logo, voltou a deixar o objeto ali e me olhou.
- Você disse que estava com sono... Não quer dormir?
- É, eu estou indo. - levantei do sofá e deixei o ambiente.
Entrei em meu quarto e fechei a porta. Encostei-me na mesma e xinguei-me mentalmente.
- Onde eu estava com a cabeça? - suspirei e baguncei meus próprios cabelos.
Deixei aquele assunto de lado e tomei um banho quente. Vesti uma roupa confortável para dormir, desliguei as lâmpadas e deitei na cama. Como a janela estava aberta entrava um pouco de luz ali, não me deixando totalmente perdida.
Mas a luz que eu realmente queria era em minha mente para sair daquela situação embaraçosa. Provavelmente ele estava me achando louca ou algo assim... Mas... Eu não o beijei apenas, nós nos beijamos. Foi diferente.
Para minha surpresa, minutos mais tarde Jungkook veio me ver. Entrou sem bater e não disse nada, apenas veio e deitou ao meu lado. Estava com uma roupa diferente e seu cabelo um pouco molhado, o que indiciada que havia acabado de tomar banho também.
- Não precisava ter vindo. - comentei, mas sem parecer rude.
- Não posso te deixar sozinha. - ele se acomodou debaixo do cobertor e me olhou - O que foi?
- Nada. Só estou... Pensando. - virei-me para o lado, demonstrando que não queria mais conversa.
- Pensando em que?
- Em coisas, Jungkook.
- Que coisas?
- Ah, não me irrite! - respirei fundo e ele riu. Simplesmente riu.
Senti seu braço em minha cintura e logo em seguida sua respiração contra minha nuca.
- Não fique assim... Eu não te quero distante. - disse seriamente e soou como um sussurro.
- Mas... - me desvinculei dele e virei-me um pouco para trás, a fim de vê-lo.
- Mas nada. - tomou a iniciativa de me beijar e eu apenas retribuí, ainda surpresa por aquilo. Mais cedo ele disse que era errado e agora o próprio havia me beijado.
Deitei de forma correta na cama e ele não demorou até tomar uma posição e ficar por cima de mim. Mas eu sabia que eram atitudes impensadas, porque de vez em quando ele parecia se dar conta da realidade e ficava com medo de me tocar.
Ao fim daquele beijo nossos olhares se encontraram e eu não conseguia dizer nada. Seus lábios roçaram os meus e eu fechei os olhos esperando para o que viria em seguida, mas para a quebra de expectativa ele não me beijou, apenas encostou nossas bocas.
Abri os olhos novamente e dessa vez sorri. Deixei minhas mãos irem até seu rosto e acariciá-lo. Logo subiram até seu cabelo e adentraram os fios.
- Gosto quando me toca assim...
- Você é meu bebê, Jungkook.
- Não sou uma criança, muito menos um bebê.
- Pra mim você é... E sempre será. - sorri divertida e ele revirou os olhos.
- Eu pareço um bebê quando faço isso? - percebi certa irritação em sua voz e logo em seguida senti um aperto em meu seio esquerdo. Encarei a região e vi sua mão agarrar aquela parte do meu corpo descaradamente por cima da roupa. Ele pareceu ficar incomodado e me soltou rapidamente - Desculpe.
Segurei a risada pela sua expressão, mas não foi possível deixar escapar:
- Viu, você é um bebê! Sempre se desculpando e tentando não incomodar.
- Eu não entendo você! - bufou.
- Calma, Jeon. Isso é como se fosse um elogio, está bem? Você é muito mais homem que muitos caras aí fora. Está bem?
- Vou fingir que acredito nessa sua desculpa.
- Não fique assim. - sorri de canto e o fiz olhar para mim novamente - Eu só quero que você me beije.
- E eu quero isso. - seus olhos estavam em minha boca outra vez.
- Só me beija então...
Mal terminei de falar e ele encaixou sua boca na minha. Trouxe seu corpo para baixo e eu aproveitei a deixa para tocá-lo. Escorreguei as mãos por suas costas e adentrei a camiseta naquela região. Arranhei-as levemente e ele grunhiu contra meus lábios.
Nos separamos novamente e eu o ajudei a retirar a camisa. Eu não podia perder a oportunidade de vê-lo sem aquela peça de roupa novamente. Sentado sobre meu tronco eu o encarei de cima a baixo. Incrível como minha visão de bebê se transformava num "homão da porra" em segundos.
- Jeon... Como foi seu primeiro beijo?
- Quer mesmo falar disso agora? - seu olhar foi de reprovação. Eu sabia que não era o melhor momento, mas eu queria saber e esse era um ótimo argumento.
- Sim. - assenti.
- Ah, faz tempo já. - suspirou - Foi na escola, está bem? Com uma menina da minha sala que dizia gostar de mim.
- Você gostava dela?
- Não.
- E por que a beijou?
- Para perder o BV. - deu de ombros.
- Que safado, você. - estreitei os olhos.
- Eu? A safada aqui é você que tirou minha camisa. - brincou me fazendo rir.
- Não sou não. - mordi o lábio inferior e o olhei de novo - Deita aí. - apontei ao lado vazio da cama.
Sem dizer nada, ele apenas fez o que eu pedi. Resolvi alternar as posições e fiquei por cima dele. Dei um selinho rápido em seus lábios e em seguida passei a beijar seu maxilar. Fui avançando ao seu pescoço, inclusive não pude perder a oportunidade de deixá-lo marcado, e assim por diante. Fiz questão de tocar cada parte de seu tórax até chegar mais embaixo. Notei um volume em suas calças e ele pareceu ficar um pouco envergonhado, mas não tinha motivo, pois eu ainda não iria fazer nada. Voltei com a trilha de beijos e cheguei em seu rosto novamente.
- Isso foi... Incrível. - ele comentou um pouco desnorteado - Eu... Posso te tocar assim também?
- Ainda não, mas se quiser me ver eu deixo.
- Sim, eu quero. - respondeu com as bochechas coradas outra vez.
Assim como ele mais cedo, eu senti um pouco de insegurança, mas lembrei que não havia motivos para tal. Eu não era nenhuma adolescente e meu corpo tinha algumas falhas sim, então cabia a ele aceitar isso ou não.
Respirei fundo e simultaneamente abaixei as alças da blusinha que usava, revelando meus seios, pois não usava sutiã algum. A respiração dele pareceu ficar mais pesada e o vi umedecer os lábios discretamente.
Suas mãos ousaram se mexer, mas não se aproximaram tanto de mim. Ele havia entendido a parte de apenas ver e, por isso, as repousou sobre minhas coxas apenas. Com o intuito de conseguir um efeito ainda maior sobre ele aproximei meu corpo ainda mais do dele, para fazê-lo sentir meus seios em seu peito.
Jungkook fechou os olhos e se manteve quieto enquanto eu fazia isso. Minha única reação foi rir mentalmente da sua expressão de sofrimento, mas logo parei. Arrumei a roupa e deitei ao lado dele.
- Posso te dizer uma coisa louca? - ele perguntou.
- Sim.
- Eu quero beijar você de novo e novo e até o dia amanhecer. - revelou, como se aquilo estivesse preso dentro de si até então.
- Eu também, eu quero isso assim como você.
- Podemos, não é?
- Claro. Me beije o quanto desejar.
Ele sorriu um pouco envergonhado, mas não demorou até fazer seu desejo acontecer.
Passamos boa parte daquela noite apenas trocando carícias. Apesar dele ter me visto quase nua e de eu ter lhe beijado em outros lugares que não fossem sua boca, mantivemos controle da situação e realmente foram apenas beijos.
(...)
Quando acordei estava sozinha na cama. Levantei e fui até a cozinha preparar o café da manhã, porém ele já o tinha feito por mim.
- Nossa, você já fez tudo. - bocejei.
- Eu acabei acordando mais cedo e não consegui dormir mais. Está com fome?
- Um pouco. - sentei-me num banco e o olhei lavar as louças - Não precisa fazer tudo. Eu posso terminar isso.
- Não se preocupe. Outro dia você faz.
- Ah, tudo bem. - comprimi os lábios num sorriso e o analisei novamente - Você viu meu celular?
- Acho que está na sala.
Fui em busca do aparelho e o trouxe para a cozinha.
- Se você não quiser ir me deixar na escola hoje tudo bem, eu posso ir sozinho.
- Nem pensar, sua escola não é tão perto assim.
- Claro que é, você que é sedentária.
- Não... - abri o aplicativo de mensagens no celular e vi que algumas eram de Taehyung - Olha, acabei de descobrir que tenho que ir trabalhar hoje, então eu aproveito e te deixo na sua escola. Está bem?
- Trabalhar... - ele disse baixinho parecendo um pouco incomodado.
- Jungkook?
- Hm?
- O que você disse?
Ele balançou a cabeça negativamente e me olhou.
- Nada não. Vou arrumar a mochila enquanto você termina de tomar o café da manhã.
- Eu nem comecei ainda...
- Por isso, seja rápida. - sorriu de canto e deixou minha presença.
Após terminar voltei ao quarto e tomei um banho rápido. Vesti uma roupa casual e peguei as chaves do carro. Em seguida, deixamos o apartamento e cada um foi para suas respectivas atividades.
(...)
Enquanto terminava de me arrumar para as próximas fotos ouvi o celular tocar em minha bolsa. O retirei dali e vi que se tratava de Jungkook.
- Alô?
- Oi, você ainda está no trabalho?
- Sim, por quê?
- A aula terminou mais cedo hoje. O porteiro tem a cópia das chaves?
- Acho que não.
- Tenho que esperar por você então. Vai demorar?
- Acredito que não muito. Eu até iria deixar as chaves pra você, mas eu não posso sair agora. Se quiser vir buscar.
- Eu posso?
- Sim.
- Só me explica direito onde você está.
Passei as informações para ela e logo encerrei a ligação.
- Está pronta, (S/N)? - Taehyung se aproxima com uma prancheta nas mãos, uma espécie de atividades para mim naquele dia.
- Acho que sim. - olhei para a maqueadora, que logo assentiu e se afastou.
- Vamos lá então. - levantei da cadeira e me olhei no espelho pela última vez antes de sair - Com quem estava falando?
- Com o Jungkook.
- Quem?
- Meu filho. Lembra?
- Ah sim, minha futura fábrica de dinheiro.
- Jamais, Taehyung. - revirei os olhos - Ele não merece entrar nesse seu mundinho capitalista.
- Claro que merece. Já te disse, se ele for tão bonito quanto você isso poderia nos render muito. Já imaginou quantas garotas iriam ficar falando dele, comprando revistas e lendo matérias..
- Ah, eu não quero nem pensar nisso. - bufei - Ele virá aqui apenas pegar as chaves de casa, então nem ouse falar com ele.
- Quem sabe. - riu brevemente - Vai lá, termine logo essas fotos que precisamos disso pra ontem.
- Já estou indo. - suspirei.
Trabalhar estava sendo cansativo naquele dia. Eu só queria ficar em casa e comer batatas fritas com o Jungkook.
Jungkook
- Com licença. - limpei a garganta e a moça pareceu notar minha presença.
- Ah, oi. - ela arrumou a postura e sorriu - Posso ajudar?
- Sim. Eu queria falar com a (S/N).
- Ah, acho que ela deve estar ocupada. Marcou de encontrar com ela aqui?
- Eu só vim pegar umas chaves. Ela já está sabendo disso.
- Ah, deixa eu só confirmar com o empresário dela se você pode subir agora. - ela pegou o telefone fixo e discou alguns números. Após alguns segundos a ligação encerrou e ela voltou a me olhar - Pode subir. É o último andar.
- Está bem, obrigado.
- Por nada... Você é parente dela? Se parecem um pouquinho.
- Ah, sou sim. - comprimi os lábios num sorriso e logo deixei o ambiente.
Entrei no elevador e subi até o andar indicado. O elevador já dava direto para um enorme estúdio onde haviam equipes com pessoas de diferentes funções.
- Com licença... - chamei a atenção de alguns.
- Ah, você deve ser quem a (S/N) está esperando. - um homem disse e se aproximou de mim - Eu sou o empresário dela, Kim Taehyung.
- Ah, posso falar com ela agora?
Toda aquela situação era desconfortável. Como ela conseguia lidar com aquilo constantemente? Com todos aqueles olhares para si?
- Vem cá. - ele passou a caminhar e eu fui atrás dele.
Entramos numa pequena sala dentro daquela e o cenário ali era totalmente branco. O que se destacava no meio de tanta igualdade era ela. Apesar de usar apenas uma lingerie (S/N) mantinha tranquilidade em frente aos câmeras.
- É, acho que ela está um pouquinho ocupada. - o empresário disse.
Assim que (S/N) notou minha presença sorriu largo e eu não pude deixar de retribuir. O homem ao meu lado notou isso e tratou de chamar minha atenção.
- Enquanto ela não termina, quer conversar um pouco? Tomar um refri?
- Pode ser.
- Venha. - ele tocou em minhas costas e me guiou para fora dali.
- Na verdade, eu nem vou precisar falar com ela, sabe? Se eu soubesse onde sua bolsa está poderia pegar as chaves de casa.
- Sem pressa. Primeiro, vamos conversar um pouco. - ele me entregou uma latinha de refrigerante e ficou com outra para si - Qual seu nome mesmo?
- Jungkook.
- Jungkook... Já pensou em seguir os passos da sua mãe? - percebi que ele me analisava como se eu fosse um objeto.
- Fama? Ah, não! Isso não é pra mim.
- Bem que ela disse mesmo que você provavelmente não iria querer nada assim, mas você já pensou com cuidado? Se ela já está inserida fortemente nesse mercado você poderia conseguir destaque rápido. E você sabe... Além do dinheiro você teria reconhecimento.
- Não, eu não quero trabalhar com nada disso.
- Ah, que pena! Mas sabe... Se quiser eu vou estar aqui para te ajudar. Pensa com carinho nessa proposta, está bem? Eu adoraria ter você como modelo na revista de verão.
- É... Quem sabe. - sorri forçadamente, mas nós dois sabíamos que aquilo jamais ocorreria.
- Vou pegar a bolsa dela.
Assenti e o vi sair. Ele pareceu avisar a minha mãe que iria me dar as chaves, pois ouvi algo assim ao longe.
- Aqui está. - me entregou - Eu não vou procurar para você porque isso seria falta de privacidade, mas como você é filho dela pode fazer isso sem problema.
- Está bem, obrigado.
- Vou resolver outras coisas, mas sinta-se a vontade. Se quiser esperar por ela pode também.
- Eu só vou pegar e ir pra casa, mesmo assim obrigado.
Ele assentiu e me deixou sozinho. Abri a bolsa e notei a bagunça que estava ali. Até achar o que eu precisava demoraria um pouco, mas eu iria conseguir.
Tinha maquiagem, alguns acessórios soltos e outras coisas. Ao abrir um outro bolso encontrei o que precisava. Porém, antes de pegar as chaves notei que seu celular estava tocando. Retirei o aparelho da bolsa e vi que o número era desconhecido. Apesar da ligação não ser para mim, eu era filho dela e a pessoa ideal para atender naquele momento. Talvez ela ficaria brava depois, mas a ligação poderia ser importante, certo?
- Alô?
- Oi. Onde a (S/N) está?
- Ahn, ela está ocupada. Quem está falando?
Até então eu sabia que era um homem, mas não tinha idéia de quem era.
- O ex-marido dela.
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