1. Spirit Fanfics >
  2. Mon Petit Chat >
  3. Racing Hearts

História Mon Petit Chat - Racing Hearts


Escrita por: MissMichie

Notas do Autor


MEOW OW! HELLOW!
Tudo bem com vocês, meus amores?
Acabei de perceber que minhas férias de fim de ano normalmente são mega improdutivas - fazer o que, eu posto mil capítulos no meio do ano, tenho que descansar em algum momento né? - Sorry por postar poucos capítulos essas férias...
Além disso já chegamos na marca dos 1.170(+1)! (~YAAAY)
Fico muito feliz em escrever pra vocês meus amores!
Ainda assim to morrendo de sono...
Mas e aí, assistiram Extraordinário? Jumanji? Fala Sério Mãe? Até que eu fui bastante pro cinema nessas férias (~adoro)
Como foi o ano novo? Onde passaram? Tem cachorrinho? Ele tá bem? ( aff odeio fogos)
Quais são suas metas pro ano de 2018? A minha é me formar, principalmente, e ver muitos filmes, adoro filmes
VOCÊS ASSISTIRAM The End of the F***ing World? A nova série da Netflix? Assistam! Menos de três horas, muito bom!
Anyways
Capítulo quentinho que acabou de sair do forninho, então segurem aí!

Capítulo 49 - Racing Hearts


O quarto cheirava a produtos de limpeza e enfermidade, Chloé não gostou nenhum pouco da combinação, respirou devagar e pela boca enquanto analisava o resto do quarto. Era de tamanho médio, uma divisória de vidro fosco separava-a dos leitos, um pequeno frigobar ao lado de uma porta que ela presumiu ser o banheiro, uma mesinha com alguns panfletos sobre saúde, e uma flor artificial era tudo o que tinha ali.

    Se a loira não contasse com o barulho infernal de bips que vinham das máquinas. A menina engoliu em seco, respirou fundo mais uma vez, e contornou a divisória lentamente.

    Para encontrar uma menininha sentada na poltrona ao lado da cama de Travis. A semelhança entre ela e o moreno era imensa, os mesmos cabelos castanhos, os mesmos olhos azuis intensos e a mesma pele bronzeada, ela aparentava uns seis, sete, anos, vestia jeans e uma camiseta com estampas de flamingos e segurava um boné dos Los Angeles Dodgers em mãos.

    Quando a loira entrou no campo de visão dela rapidamente os intensos olhos azuis encontraram os da loira, ela estreitou-os, como se tivesse dificuldade em enxergar e levantou-se rapidamente.

    - Quem é você?!

    - Calma, menininha… - Chloé falou em sua voz mais calma, mesmo que fosse um tanto difícil. - Sou só uma enfermeira. - a garota estreitou ainda mais os olhos.

    - Você parece meio nova pra uma enfermeira.

    - Isso é um ótimo elogio. - a loira sorriu, e em seguida olhou Travis.

    O sorriso sumiu de sua face.

    O moreno estava deitado, desacordado, uma máscara cobria seu nariz e boca, e o velho tom bronzeado de sua pele tinha sumido, os olhos fechados ocultavam seus intensos olhos azuis, a única coisa que permanecia igual era o cabelo castanho extremamente bagunçado.

    Chloé teve que segurar as lágrimas e a dor dentro de si. Ainda era um mistério do porquê de estar se sentindo daquela forma, mas sabia que seu coração doía, e as lágrimas ficavam entaladas em sua garganta. Cobriu a boca com a mão e fechou os olhos um segundo, tentando se controlar.

    - Você não é enfermeira, né? - Chloé ouviu e abriu um dos olhos, a menininha estava ao lado da mais velha, olhando Travis com a mesma tristeza da outra. - É namorada dele? - franziu a testa, e Chloé não conseguiu impedir um sorrisinho que surgiu em seus lábios.

    - Sou uma colega…

    - Uau… se um colega meu fizesse tudo isso pra vir me visitar no hospital, eu pensaria duas vezes antes de chamá-lo de colega. - a loira respirou fundo e riu baixinho. - Sou Nancy, irmã do Travis. - estendeu a mão.

    - Chloé. - as duas voltaram a olhar o moreno. - Sabe algo sobre o estado dele?

    - Eu ouvi os médicos dizerem algo sobre as costelas dele… - Nancy franziu a testa, Chloé fez o mesmo e agarrou a prancheta pendurada na cama, lendo o que estava escrito.

    Parecia que estavam administrando analgésicos e anti-inflamatórios, pelo o que a loira conseguiu entender, Travis tinha uma ferida na região abdominal e fraturas em três costelas. Suspirou e esfregou a testa.

    - O que foi? - a menina perguntou.

    - Nada demais… seu irmão vai demorar um tempinho pra ficar novo, mas acho que ele vai se recuperar bem, ele era um atleta não? - Nancy concordou com a cabeça. - Isso vai ajudar na recuperação dele. - a loira suspirou e sorriu pequeno.

    Caminhou até o moreno e acariciou seus cabelos, estavam macios apesar de tudo, tirou-os de sua testa e em seguida segurou a mão dele, respirando fundo.

    - Você tem que se recuperar logo… tá me devendo um encontro, Scott. - ela murmurou perto dele, e por um segundo pareceu sentir como se ele apertasse a mão dela, prendeu a respiração, olhando fixamente para aquele ponto.

    - Vai voltar? - Nancy a tirou de seu devaneio, fazendo a loira virar a cabeça bruscamente.

    - Pretendo… - sorriu pequeno. - Cuida dele enquanto estiver aqui?

    - Mas é claro! - a loira riu baixo e virou-se de novo pro moreno, acariciou seu cabelo mais uma vez e deixou um beijo na testa dele.

    - Está em boas mãos. - sussurrou, e soltou-o, por mais difícil que tenha sido. Caminhou para a porta, e olhou para Nancy por cima do ombro, a menina tinha ocupado sua posição, segurando a mão do irmão. - Nancy… vai ser nosso segredinho, ok?

A moreninha sorriu e concordou com a cabeça. Chloé respirou fundo e saiu do quarto.

~*~

- Não me deixaram nem chegar perto dos elevadores! - Alya resmungou durante o intervalo. - Eu tava pronta pra sair na porrada com aquela enfermeira recepcionista maldita! - ela saltava do banco a todo segundo e Nino tinha que mantê-la sentada.

Marinette e Adrien suspiraram, nenhum dos quatro adolescente tivera muita sorte em visitar o amigo hospitalizado, para falar a verdade, nenhum dos colegas de Travis conseguiu - como disse Alya - chegar nem perto dos elevadores, por conta da enfermeira da recepção.

- Max me contou que quando ele e Kim foram lá conseguiram uma informação, parece que a mãe de Travis quer distância de qualquer um que não seja ela ou a irmã mais nova dele, por isso proibiu a entrada de qualquer um de nós. - Nino falou

A azulada e o loiro se olharam, lembrando do episódio do pai de Travis. Adrien ergueu a sobrancelha como se pedisse permissão para falar do assunto e Marinette suspirou.

- Quando fomos até lá, também fomos barrados na entrada, depois seguimos pra lanchonete pra beber um café ou algo assim. - a mestiça falou. - Ouvimos uma gritaria na recepção e quando voltamos encontramos o pai de Travis…

- Dorian? - a morena franziu a testa e Marinette concordou.

- Ele tava fazendo o maior barraco, porque aparentemente a pessoa que a Sra.Johnson menos quer ver perto do filho é o pai… Quase chamaram a segurança, foi bem… tenso. - o loiro coçou a nuca.

- Então não podemos saber como nosso amigo está porque a mãe dele é uma lunática? - Alya falou e recebeu uma cotovelada de Marinette. - Ai! Mas é a verdade! Aparentemente.

Chloé ouviu parte daquela conversa com bastante atenção. Já faziam quatro dias que Travis estava hospitalizado e desacordado, a loira tinha visitado-o todos os dias, atualizando-se do estado e até mesmo sobre a vida dos Johnson antes de se mudarem para Paris - sendo a fonte Nancy, muita coisa parecia fora do lugar e Chloé ainda estava investigando.

Por um lado a menina queria muito compartilhar aquelas informações com os amigos mais próximos de Travis, mas tinha medo de que eles tentassem o mesmo e fossem pegos no flagra, ou que fizessem com que ela fosse pega. Nancy contava-lhe histórias de Travis muito boas, e estar perto do moreno enquanto ele se recuperava parecia acalmar o coração de Chloé - teoricamente.

Suspirou e a Srta.Mendeleiev entrou na sala, aquietando os alunos e dando início a aula.

~*~

    Adrien acordou bruscamente, o coração prestes a fugir do peito, a respiração acelerada, o grito preso na ponta da língua, o corpo suado. Quarta noite desde o acontecido, mais um pesadelo que assombrava Adrien. O loiro sentou-se esfregando o rosto suado, e logo Plagg apareceu ao seu lado, àquele ponto o kwami parecia saber exatamente o momento que Adrien acordaria.

    Suspirou e pegou o celular do criado-mudo, já estava virando algo automático, uma parte dele se sentia mal em perturbar o sono de Marinette todas as noites, a outra parte - uma egoísta e mesquinha - ficava feliz com a presença da azulada ali, era fácil expulsar seus demônios quando a menina estava ali com toda sua luz.

    Inexplicavelmente a ligação caiu na caixa postal, Adrien franziu a testa, aquilo nunca aconteceu, Marinette podia demorar um pouco mas sempre atendia suas ligações. Seu coração começou a bater mais rápido enquanto ele apertava para ligar de novo. Mais uma vez, caixa postal, sua respiração travou e o loiro apertou os lençóis da cama.

    - Garoto… - Plagg flutuou a sua frente. - Se acalme…

    - Plagg… eu não consigo… - o menino parecia ofegar por ar.

    - Adrien olhe pra mim, não tem nada aqui, não tem ninguém aqui, eu to aqui com você, e nada vai te fazer mal. - o kwami falou olhando o loiro, seus olhos brilharam naquele tom de verde neon e a respiração de Adrien pareceu facilitar. - Calma, Marinette podia estar ocupada, ou simplesmente imersa demais no sono…

    O loiro suspirou e puxou a pernas para perto do peito, abraçando-as, colocou a cabeça entre os joelhos, respirando fundo e devagar.

    - Quando isso vai passar… - ele murmurou.

    - Logo, garoto… - o kwami deu batidinhas nas costas do maior e respirou fundo. Ainda que as minhas memórias de matança nunca me deixem…

    Os dois ouviram uma batida na janela e Adrien rapidamente ergueu a cabeça, encontrando Ladybug do lado de fora. O loiro levantou-se rápido e correu pra janela, abrindo-a e deixando a heroína entrar. Tão logo ela o fez, já se viu nos braços do menino, o corpo dele tremia um pouco, e ela conseguia sentir o suor na pele do rapaz, respirou fundo e o abraçou de volta.

    - Desculpa a demora…

    - O importante é que você veio. - ele murmurou e a olhou, finalmente sua respiração e seu coração normalizaram, e os dois caminharam de volta pra cama.

    Ladybug sentou-se e quando Adrien se deitou sobre as pernas da menina, a heroína acariciou seus cabelos, tirando-os da testa, estavam molhados de suor. O loiro fechou os olhos, respirando lentamente, sentindo o carinho e perfume da menina, olhou-a, os olhos azuis de Ladybug pareciam concentrados em outra coisa.

    O que assolava a mente da menina era a temida conversa que teria que ter com Adrien. Até um tempo atrás, a azulada acreditava que vinha adiando essa conversa por conta do loiro, por prezar tanto o menino, ela temia que aquela conversa fosse tirá-lo dos eixos, coisa que ele já não estava muito; em um determinado ponto ela percebeu que vinha adiando aquilo por causa de si mesma também.

    Ela não contava a Adrien, mas vinha enfrentando seus próprios demônios desde aquela tarde, também tinha pesadelos, e também acordava com falta de ar e o coração disparado. Ladybug se culpava por tantas coisas, ela não tinha executado Jacques, mas o plano viera dela, a menina conseguia fazer os objetos mais idiotas virarem verdadeiras armas em suas lutas contra akumas, porque não pôde fazer o mesmo daquela vez? E Travis? Ela devia ter percebido, desde a escola, Jacques vinha mostrando interesse no moreno, se tivesse prestado mais atenção nisso, talvez não tivessem sido separados e ele não estaria hospitalizado agora.

    E por Deus, Jacques. Ela e Adrien tinham destruído a vida do homem, deviam tê-lo deixado em seu incesto maluco, Marinette nunca devia ter checado aquele quarto no hotel, deveria ter mantido a boca calado no mínimo!

    - My Lady? - o aperto em seu braço a fez sair de seu devaneio e olhar Adrien. - O que foi? - a voz dele se fez calma. - Foi porque eu te acordei nas últimas noites? - ele se sentou rapidamente e se virou pra ela. - Princesa, me desculpe eu não quis…

    A culpa nos olhos de Adrien, não apenas por acordá-la todas as noites, mas a culpa que refletia na execução de Jacques, no ferimento de Travis, tudo aquilo atingiu Ladybug, atingiu Marinette, e a azulada começou a chorar. Tentou sufocar tudo entre as mãos, mas logo sentiu Adrien puxá-la para seus braços, o loiro apertou-a com força e acariciou as costas dela.

    - Desculpe princesa, eu sei que estou tomando muito de ti mas…

    - Não é isso! - ela falou e o afastou de si, ele olhou as lágrimas dela, sentindo o coração doer no peito. - Meu Deus Adrien, nós matamos uma pessoa! - o loiro arregalou os olho e engoliu em seco, coçando a nuca.

    - Também te afetou não foi?

    - E como não iria? Meu Deus… matamos uma pessoa, podia ser Jacques mas ainda assim… - a menina falou chorando. - Podíamos ter prevenido isso tudo! Travis não estaria no hospital, Jacques não teria morrido, você não estaria a beira de ter crises de ansiedade no meio da madrugada! - ela apertou a cabeça. - Se eu não tivesse me metido na história deles dois, se eu tivesse virado as costas e descido quando ouvi os barulhos no quarto, se…

    - Marinette! - Adrien agarrou os ombros dela, gritando, sem se importar se acordaria alguém na mansão, mas aquilo que ouvia era absurdo demais. - Não foi sua culpa se aquele maldito era um pedófilo estuprador, não é sua culpa ele ter uma relação incestuosa com a irmã dele, não é sua culpa Travis ter se ferido.

    - Mas podia ter feito algo!

    - Eu também! Travis também! O cara corre tanto quanto o Kid Flash, ele podia ter dado um jeito de desviar! Se eu não tivesse tão assustado eu podia ter usado o cataclysm naquela caixa! As coisas que aconteceram não foram sua culpa!

    Ladybug soltou o ar lentamente e se aconchegou no peito de Adrien, ainda soluçando um pouco, o loiro suspirou abraçando-a, e acariciando suas costas. A heroína conseguia ouvir o coração acelerado dele no peito, ele ainda estava abalado com seus sonhos, mas conseguiu se estruturar para colocá-la nos eixos de novo, e aquilo deixou a menina um tanto orgulhosa dele.

    Soltou-o apenas para segurar seu rosto e beijar-lhe, Adrien devolveu lentamente e segurou a mão dela.

    - A gente vai ter que conversar sobre isso não? - ela sorriu pequeno e concordou, encostando a testa na dele.

    - Realmente, vamos. - Plgg falou de repente, surgindo. - Sem querer interromper vocês, mas já interrompendo, as coisas que aconteceram alguns dias atrás precisam ser trazidas a tona de novo. - o kwami cruzou os bracinhos. - Sei que ainda são crianças, mas devido às consequências, não vejo outra alternativa.

    - Ver você bancando o sério é provavelmente a coisa mais estranha que eu vou ver na minha vida. - Adrien falou sorrindo pequeno.

    - Do que está falando, garoto? Vá buscar meu camembert, acha que informação vem de graça? - os dois riram e Marinette desfez a transformação, Tikki juntou-se a Plagg e os dois se olharam.

    Vamos mesmo contar essas coisas pra eles? A joaninha falou.

    Não podemos continuar a escondê-las… Respondeu o gato, e suspirou.

    - Não seria a primeira vez que a única opção dos portadores é matar um adversário, Mestre Fu já disse isso pra vocês, eu já disse pra você, Adrien. - Plagg falou. - Mas sei que isso não vai tirar a culpa dos seus ombros, garoto.

    - Vocês são novos, eu diria até mesmo que são os portadores mais novos que já tivemos. - Tikki e Plagg se olharam. - E talvez, Mestre Fu deveria ter-lhes falado quando se apresentaram a ele, mas tudo isso vem com uma responsabilidade, e as vezes algumas coisas que não nos orgulhamos muito.

    - Tikki, você lê Homem-Aranha? - Adrien falou com um sorrisinho e a pequenina riu.

    - Em tempos passados tivemos que matar, às vezes exércitos inimigos, às vezes pessoas inocentes, às vezes pessoas que descobriram a identidade de nossos portadores. - a kwami joaninha falou. - Infelizmente as coisas não ficaram mais fáceis com os milhões de anos.

    - A única coisa que podíamos fazer era tentar enxergar as coisas boas que fazíamos. - Plagg continuou - Por mais clichê que pareça, focar na justiça que trouxemos em outras situações, ou em pessoas que salvamos nos ajudava bastante.

    - Ainda assim, é difícil esquecer a primeira morte que você presencia. - Adrien falou olhando para as calças de moletom. - Ainda mais quando você a causou…

    - Mas você causou essa morte pra salvar seus amigos não foi? - Plagg falou. - Ela ainda pode te assombrar, garoto, mas só se você deixar, se ficar focando nisso realmente sua vida vai virar o inferno que Jacques queria que você passasse…

    - Pensem assim, numa certa perspectiva, Jacques pode ter sobrevivido, e então vocês podem trazer justiça a ele do jeito legal. Na pior alternativa, ele realmente morreu, e vocês tem duas opções...

    - Sucumbir e deixar ele levar a melhor. - Tikki deu um soco no braço de Plagg e inesperadamente o kwami foi lançado com tanta força que atravessou a janela, a joaninha sacudiu a cabeça.

    - O que Plagg quis dizer, é que vocês podem viver nesse ciclo vicioso de culpa por tudo o que aconteceu, ou continuar suas vidas e seu trabalho como justiceiros de Paris! - a kwami falou com uma voz animada a segunda opção.

    Marinette sorriu pequeno e olhou Adrien, que ria baixinho.

    - Por mais clichê e história de quadrinhos que isso tenha isso, você tá certa Tikki. - o loiro falou e coçou a nuca. - Acho que realmente vai ser difícil os pesadelos me largarem, ou me acostumar com o fato de que matei alguém…

    - Não se acostumar, Adrien, entender que foi a única opção que o instinto de vocês teve no momento. - Tikki falou.

- Eu realmente disse a Mestre Fu que somos pessoas que seguem muito o instinto e a emoção em vez da lógica e razão. - Marinette sorriu fraco. - Quando ele contou a história das portadoras do Miraculous Abelha e Raposa… Foi um impulso, talvez não tenha sido o certo, mas na hora, na situação, com Travis ferido e aquelas borboletas prontas pra nos matar ou algo assim, não vimos outras opções, só aquela que o Lucky Charm ofereceu. - lágrimas entalaram em sua garganta quando ela se lembrou do que mais disse naquela conversa. - Eu também disse que se algum dia tivéssemos que nos sacrificar uns pelos outros, provavelmente seria no impulso, fazendo o que nossos corações diziam. - algumas lágrimas escorreram do rosto da menina.

- Travis podia ter pensado em mil outras opções para ter nos tirado daquela caixa… - Adrien compreendeu e sentiu o coração apertar mais uma vez. - Mas a única que ele conseguiu considerar no momento de desespero foi… - riu seco. - Fazer o que eu faço, aborrecer vilões a ponto de eles fazerem merda… ele só não sabia que todo esse risco ia ter consequência.

O loiro colocou o rosto entre as mãos, grunhindo.

- Puta merda, eu faço isso desde que virei Chat Noir e por mais que coisas acontecessem comigo eu nunca me feri gravemente, quando outra pessoa decide fazer. - o loiro grunhiu alto e olhou Marinette. - A partir de hoje eu sou o inconveniente desse grupo, eu posso aborrecer vilões.

Marinette sorriu pequeno, aquele comentário do loiro tinha sido tão estranho ao mesmo tempo que cômico, acariciou os cabelos dele, sorrindo e o menino achou aquela visão tão fofa que sorriu também. A azulada mesmo um tanto abalada, tirando um momento para achar graça de sua dorky attitude, e piadinhas, ele gostava de fazê-la sorrir.

Por fim a menina suspirou.

- Vamos apenas nos concentrar nos vilões que podemos vencer, Hawk Moth anda quieto, mas nunca sabemos quando irá atacar. - ela falou. - Também temos que pensar nas nossas vidas sociais, enfim! Vamos focar em outras coisas um pouco.

- Como quando você vai finalmente namorar comigo?

- Estou esperando meu segundo encontro, Agreste. - a azulada sorriu pro menino e ele fez o mesmo empurrando-a na cama e ficando por cima dela.

- Isso não conta como um?

    - Hm… - a garota fez uma expressão pensativa. - Não. - tirou-o de cima de si e enfiou-se embaixo dos cobertores de Adrien. - Agora temos que dormir, está de madrugada, tem aula amanhã e eu não vou ficar meia hora na frente do espelho pra esconder minhas olheiras.

    O loiro riu e deitou-se também, embrulhando-se, abraçou a menina por trás e beijou sua cabeça, ela sorriu e segurou a mão dele sobre sua cintura.

    - Pode não ser um encontro, mas é tão bom quanto um. - ela riu.

    Algum tempo depois os dois adormeceram. Tikki apenas observava aquilo, os dois eram tão fofinhos juntos, completavam-se tão bem, tinham um equilíbrio de inocência e safadeza, e conseguiam apoiar um ao outro, era uma relação tão bela de se ver. Suspirou e sentou-se sobre a escrivaninha de Adrien quando Plagg atravessou a janela novamente, voando até a kwami.

    - Você me fez voar de Notre-Dame de volta pra cá. - o gato falou. - Estou exausto, acho que até mesmo vejo a luz, ó a luz… - ergueu um dos bracinhos. - Camembert, preciso ver meu maior amor antes de partir.

    A kwami joaninha bufou e cruzou os braços.

    - Você ama esse queijo fedorento mais do que me ama, e estamos juntos a milênios… - ela falou olhando pra longe do kwami gato que rapidamente se sentou e agarrou as mãozinhas dela.

    - Tikki, não! Sabe que você é meu maior amor! - ela riu e o olhou, nos olhos verdes intensos de Plagg ela tinha tantas memórias, boas, ruins…

    - Você lembra de Ramsés II? - a kwami perguntou de repente.

    - Por que trazer isso a tona tão de repente? - a feição de Plagg mudou completamente, saindo da brincadeira e ficando tão séria que chegava a ser estranho.

    - Foi uma das épocas mais sombrias para nós… antes deles se rebelarem, matamos tantos, Plagg, vários escravos, hebreus, mortos porque eles eram empregados do Faraó. - a kwami falou.

- Tikki, isso já passou. - o outro colocou a mão sobre a cabeça dela.

- Mas não é possível esquecer… - ela olhou os olhos dele, e o kwami gato engoliu em seco, as memórias ruins voltando em sua cabeça.

- Nós nos redimimos por isso, além disso, essas crianças, elas são incríveis, o tanto que já passaram, e ainda assim permanecem… inocentes. - ele olhou os dois e sorriu de canto. - Até certo ponto.

Tikki revirou os olhos mas sorriu, olhando Plagg. Aos olhos dos kwamis eles não era pequenas criaturinhas mágicas, eles tinham uma forma humana, e a joaninha sempre admirou o gato desde que foram criados. Com sua pele negra, olhos de um intenso tom de verde com aquele olhar felino, os cabelos negros, tão bagunçados quanto de Chat Noir, orelhas e cauda de gato, porte de um jovem adulto, aos olhos de Tikki ele era um verdadeiro deus.

Já a kwami joaninha tinha uma pele clara e avermelhada, seus cabelos eram vermelhos, que o tom parecia mudar dependendo da luz, podendo ir do preto-avermelhado ao fogo, iam até suas omoplatas e tinham californianas negras nas pontas, os olhos muito grandes e muito azuis, e um corpo esguio. Na visão dela, seria uma “menina” bem mediana, mas para Plagg, era mais bonita que a própria Afrodite. Em teoria eles não tinham um gênero definido, com a possibilidade de mudá-la quando quisessem, mas já fazia tempos que os dois tinham se acostumado a ser ele e ela.

Os dois se aconchegaram um no outro e caíram no sono sobre a escrivaninha de Adrien.

    Nenhum dos quatro tinha notado, ou percebido a presença de Gabriel Agreste do lado de fora do quarto, ouvindo tudo desde o momento que Adrien começou a gritar, o estilista ficou espantado ao descobrir que o próprio filho era o herói parisiense, mas logo colocou isso de lado quando ouviu o resto. A morte de Jacques o intrigava, do jeito que ouvia, parecia que ele tinha se tornado um vilão, mas não havia um dedo de Hawk Moth em sua transformação.

Aquilo deixou Gabriel Agreste confuso, e ele decidiu que talvez fosse o momento de dar uma pausa em seus trabalhos de Hawk Moth para descobrir o que era aquilo que tinha possuído Jacques Lamartine.

~*~

    Chloé já se revirava na cama fazia horas, e não conseguia pegar no sono, sua cabeça estava cheia de pensamentos sobre Travis e sua saúde, e medo de ter pesadelos em que algo acontecia com ele. A loira grunhiu e se sentou, saiu da cama, escorregou para dentro de um par de jeans, vestiu uma camisa de alças amarela e um blazer branco por cima, calçou um par de sandálias cor de cobre e saiu do quarto lentamente.

    Desceu para o saguão do hotel e passou sem dar explicações para o recepcionista, simplesmente saiu para a rua e entrou num táxi.

    - American Hospital of Paris, por favor. - falou ao taxista e ele concordou com a cabeça começando a dirigir para o local.    

    Ela só precisava vê-lo, saber que estava respirando, segurar sua mão, sentir a maciez de seus cabelos, esfregou as mãos nas coxas e olhou pela janela mordendo o lábio. Continuava sem entender direito porque se sentia assim em relação ao garoto, tudo o que tinha admitido para Renard era que achava ele sexy, e realmente ele era, mas sexy no estilo, pegaria, mas é só.

    Falando em Renard, o  herói raposa também tinha desaparecido, a loira sentia falta de conversar com ele durante a madrugada, era alguém que não a julgava por ser sincera, por chorar, por falar que na verdade odiava usar aquelas roupas de piranha, ou mil quilos de maquiagem. Se tinha alguém que ela poderia ter se apaixonado seria Renard, era pra ele que ela contava as coisas, era ele quem esteve lá por ela.

    Mas por algum motivo seu coração a levava para Travis e não para o herói.

    Balançou a cabeça, ela realmente tinha pensado em se apaixonar por Renard? E em que momento falou que era apaixonada por Travis? Suspirou.

    - Mocinha, chegamos. - o taxista falou, ela pagou pela corrida, saiu do carro e foi até a recepção, logo encontrando seu desafio.

    Chloé devia saber que de madrugada haviam menos pessoas, logo seria mais difícil de entrar no vestiário para vestir a roupa de enfermeira, mas algo a tranquilizou, a enfermeira rechonchuda e grossa do turno da manhã não parecia ser a da noite, a loira se aproximou da recepção.

    - Olá, boa noite, eu preciso ir ao quarto 609… - ela ouviu o que a menina tinha a dizer e estava para pesquisar sobre o quarto quando a loira segurou seu pulso de repente. - Não, não se preocupe, sou uma… amiga da mãe do menino que está internado.

    - Você não é muito nova pra ser amiga da mãe dele? Parece até amiga dele. - a loira riu, como se aquela tivesse sido a piada do ano.

    - Isso foi um ótimo elogio. - se aproximou e sussurrou. - Na verdade, ela me pediu pra seguir o ex-marido dela, meio que jogar uns charmes, essas coisas. - piscou e a enfermeira ergueu a sobrancelha. - Enfim, depois do que aconteceu aqui uns dias atrás, nossa, ele falou tantas coisas, então ela pediu pra eu dar um relatório de como as coisas estão andando. - sorriu.

    - Você parece uma ótima amiga. - pegou o interfone.

    - Por favor, está no meio da madrugada, não ligue… E se ela estiver dormindo? E se o garoto estiver dormindo? Não vou demorar muito, eu juro, provavelmente vamos ir para um lugar menos… - fez um sinal para o hospital.

    A enfermeira suspirou e finalmente deu um crachá de visitante para a loira.

    - Obrigadinha. - sorriu e seguiu para os elevadores, entrou e suspirou, o coração começando a acelerar conforme ela se aproximava do andar.

    O elevador apitou, as portas abriram, e Chloé seguiu para o quarto. Abriu a porta devagar, no receio da mãe do menino estar ali dormindo e ela acabar acordando, entrou no quarto, sem encontrar sinais de outra mulher ali, andou até a cama e seu coração acelerou mais uma vez.

    Travis continuava do mesmo jeito que estava naquela tarde, e nas outras que a menina invadiu o hospital, a máscara, a pele não bronzeada, os olhos fechados e o cabelo bagunçado. A loira se ajoelhou ao lado dele e segurou sua mão, novamente sentiu como se ele apertasse a dela e fechou os olhos com força.

- Por favor, Travis… você tem que acordar. - ela murmurou. - Eu preciso saber o que tá acontecendo comigo, o que você causa em mim, eu quero te conhecer, quero saber porque meu coração acelera perto de você… - apertou a mão dele. - Só preciso que acorde.

Ouviu um barulho diferente na máquina e ergueu a cabeça, parecia que o coração do menino tinha acelerado por um segundo, mordeu o lábio, prendeu a respiração…

- Tem um motivo pra você não ser bem-vindo aqui, Dorian! - Chloé ouviu alguém gritando em frente a porta do quarto antes desta se abrir com tudo.

Uma mulher de meia-idade entrou com tudo apontando o dedo para o homem que substituira a Srta.Bustier a algum tempo, ela devia ser uns dez centímetros maior que Chloé, tinha cabelos castanhos com mechas cor de mel, olhos azuis, que diferentes dos do filho pareciam um tom morto de azul, várias rugas e linhas de expressão marcavam sua pele clara, ela parecia uma mulher que fora bonita antes, mas a vida marcou-a de tal jeito que sua beleza sumiu.

- Esse motivo se chama: Depois que minha filha quase ficou cega por minha culpa eu nem esperei outra pessoa chegar no hospital antes de fugir! - ela gritou e de repente Dorian percebeu a presença de Chloé. A mulher notou sua mudança de atenção e olhou para o mesmo lugar encontrando a loira. - Que merda é essa, quem é você, o que está fazendo no quarto do meu filho.

Avançou em direção a garota e antes que chegasse mais perto o homem segurou seus braços.

- E-Eu sou amiga do seu filho, só queria saber como ele estava…

- Pois eu fui bem clara para aquelas enfermeiras idiotas que não queria ninguém além de mim e minha filha chegando perto dele! - gritou e Chloé ouviu o barulho diferente na máquina mais uma vez.

- Eu precisava saber se ele estava bem! O noticiário não passou muito e eu…

- Você… Você é a filha do Prefeito, não é? - a mulher riu seca. - A garotinha mimada! Você é a que eu quero mais distante do meu filho! Ele não precisa de mulheres como você perto dele! Interesseiras como a sua mãe!

- Marion! - Dorian gritou enquanto ela se debatia tentando se soltar.

- Acha mesmo que pode oferecer alguma coisa pro meu filho?! Além do seu dinheiro e do que tem entre as pernas?! Você não tem nada além disso garota, você não tem nada pra oferecer a ele, nem a ninguém!

Chloé tinha lágrimas escorrendo, mas ela mal tinha notado-as, sua mão ainda estava na de Travis, e agora ela parecia sentir que ele realmente segurava a dela, os batimentos da máquina haviam voltado ao normal. A loira engoliu em seco e quando estava para soltar a mão dele foi quando notou que não era sua cabeça, e ele estava segurando-a mesmo.

Então Travis abriu os olhos.


Notas Finais


Algumas coisinhas:
- Como vocês se sentem após verem (um pouco de)Ladrien, Adrinette, TikkiXPlagg, e ChloéXTravis?
- Quem quer saber mais sobre a família do Travis?! o/
- Gente, como eu disse nas notas iniciais, uma das minhas metas de 2018 é me formar de boas, então isso significa que vai diminuir o número de postagens, não posso prometer uma a cada final de semana como eu tava fazendo ano passado, até porque como eu posto "em tempo real", ou seja o mesmo capítulo que eu to postando aqui é o último que eu escrevi, é um pouco mais complicado. Espero que entendam que de vez em quando eu vou dar uma verdadeira sumida do site, ok?
- GENTE DO CÉU ME PERDOEM! No capítulo antes do Especial de Natal, eu não sei o que me deu! Eu sei que postei sem formatação, mil desculpas, mil desculpas, mil desculpas!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...