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História Mon Petit Soleil (Larry Stylinson) - Capítulo 10


Escrita por: hesjagger

Notas do Autor


OMFG, 1K de visualizações, que surpresa maravilhosa, muito muito obrigada vocês são incríveis, não acredito que tem tanta gente lendo meu bebê SOS dkfkfkf, obrigada de verdade 💖

Capítulo 13 - Capítulo 10


Fanfic / Fanfiction Mon Petit Soleil (Larry Stylinson) - Capítulo 10

 

"Como eu sou o girassol, você é meu sol" - O Girassol - Ira!

Louis

- Liam, você não acha estranho nos deixarem fumar aqui? Não que eu esteja reclamando mas me pego perguntando isso, nesses dias, beleza que só podemos fumar cinco cigarros por dia mas é meio estranho, eu acho. - pergunto realmente confuso, é algo que venho pensando.

     Uma coisa sobre esse lugar é isso, você pensa muito mais nas coisas, do que normalmente fazia antes daqui, não é como se tivéssemos muita coisa pra fazer também, o tempo se arrasta, não temos contato com mundo de fora, não vemos notícias, é como se vivêssemos em um universo diferente, é meio doido, tentando nos distrair de alguma forma, e o cigarro ajuda a passar o tempo, da um certo alívio, é uma merda, prejudica mas é verdade.

- Bem segundo uns professores, é algo para passar o tempo mesmo, matar o tédio, e no caso dos dependentes químicos, é uma forma de lidar com a frustração de não estar usando a droga, o vício não some simplesmente, o cigarro torna a exclusão da droga mais aceitável digamos assim, e vocês podem fumar até um tanto de cigarros, para não trocarem um vício por outro, é o que se pode fazer né, nem todos daqui fumam, cada um reage de uma forma, e pra alguns fumar alivia o processo de recuperação, e o legal daqui é isso, te dão essa opção, você fuma se quiser mas também não fuma como quer. - Liam diz com a mão no queixo e da de ombros.

É faz sentido.

    Eu me sinto melhor depois da conversa com a minha mãe, uma semana atrás, no dia foi bem emocionante e eu me senti bem diferente, um diferente bom, eu acho, ainda não tive a ligação com ela dessa semana e sinceramente não acharia nada ruim que ela me visitasse invés de telefonar, me sinto preparado pra isso e quero saber como todos estão, como tudo esta lá fora, fora daqui. É um dia bem agradável, talvez seja por conta do meu humor, mas parece que tudo esta entrando em seu devido lugar na minha vida, aos poucos mais esta.

      Ainda estou tentando aceitar que estou apaixonado pela primeira vez em 21 anos, por um cara que eu só vi uma vez na vida, quão ridículo isso soa? Parece aquela comédia romântica patética que eu assistia com a minha mãe e as meninas quando ainda morava com elas. Eu me pergunto por que justo com Harry? Por que justo nesse momento da minha vida? Deus, por que?

    Algo engraçado tem acontecido esses dias, segundo Perrie isso acontece desde que eu cheguei aqui e eu que sou burro por não ter notado antes, mas como eu decide ignora-la, então é um fato recente, tem um cara da clínica, deve ter minha idade por aí, que sempre que eu o vejo em qualquer lugar, tipo terapia em grupo, ou alguma refeição, ele já esta olhando pra mim, o nome dele é Stanley, eu me sinto muito desconfortável com os olhares dele, ele é até um cara bonito e tudo mais, mas não rola, se fosse outros tempos eu já tinha chegado nele e perguntado se ele tinha perdido alguma coisa na minha cara ou apenas um daqueles olhares " que que você quer aqui, rapaz", porém eu fico desconfortável e meio tímido, sim eu me sinto tímido uma coisa que eu achava que não tinha mais em mim, e afinal não estamos aqui pra isso não é? Ele tenta se aproximar de mim, e eu me esquivo, Perrie já disse que se eu quiser ela vai lá dar um veja bem nele, mas eu não quero isso, o cara só me olha, o tempo todo mas só olha, é um pouco assustador mas não é como se ele fosse me matar, será? Ok, estou exagerando, e eu estou bem com a minha amizade com Perrie e Liam, estou me acostumando com eles, não me sinto preparado para ser aquela pessoa que é amiga de todo mundo.

       Não sou de conversar com todo mundo daqui, até porque tem pessoas de várias idades e com mais diversos problemas aqui dentro, cumprimento boa parte das pessoas, e falo com quem fala comigo, e pela terapia em grupo vejo e ouço o quanto somos parecidos em várias coisas e como também somos muito diferentes, como sentimos diferentes uns dos outros, como sofremos de formas diferentes pela mesma coisa, o vício, tem todos os tipos que se pode ou não imaginar, tem umas que me deixam bem triste, mas eu só me permito chorar na tranquilidade do meu quarto, cada um interpreta de uma forma o ato de chorar, e às vezes pra quem já sofre, ver alguém chorando por conta de algo seu é ainda pior, eu apenas evito isso, não sei como agiria se alguém chorasse quando eu contasse o porquê de estar aqui, coisa que ainda não contei porque não me sinto pronto, e ninguém me força a falar também, eu só escuto e tento passar apoio da forma que eu posso, quando estamos nas sessões.

     Deitado na grama, observando o céu sem nuvens, com Liam e Perrie do meu lado conversando, e participando ocasionalmente da conversa pra jogar um comentário ácido aqui e ali, penso que as coisas não são tão ruins como eu sempre as enxergo, poderia ser pior, porra poderia ser muito pior, até que um enfermeiro vem até nos e me chama, porque o médico que eu passo quer falar comigo, não deve ser nada demais, deve ser aquela ligação com a minha mãe que eu ainda não fiz, me despeço dos dois e sigo o enfermo até a sala do doutor, e quase tropeço em choque com a pessoa que encontro ali conversando com ele.


******


Harry


     Jay e Lottie passaram mais dois dias conosco e eu passei muito tempo com a mais nova, a conhecendo melhor sabendo do que ela gosta, do seu namorado e de alguns amigos, ela me contou diversas histórias da infância dela com várias irmãs e Louis, foi bom conhecer um pouco mais sobre ele, e eu gostaria de ter passado minha infância com todos eles, mas foram vários desencontros, Jay com tantas crianças pra cuidar, a mudança deles para Londres, minhas várias crises de asma quando menor e o divórcio dos meus pais tornou tudo mais difícil.

     Se por um lado eu estou feliz por ter as conhecido melhor e por toda a aproximação por outro estou bem apreensivo, será que quando Louis souber do bebê, vai pensar que eu só estou me aproximando da irmã e mãe dele para entrar na vida dele de qualquer jeito e não sair mais? Não sei, quando o assunto é Louis eu me sinto pequenininho e inseguro, ele é muito importante para mim e não quero que ele pense mal de mim ou tenha uma impressão errada de como eu sou. Niall diz que eu estou viajando, que estou procurando coisa ruim onde não tem, mas eu realmente me preocupo com isso, e também não quero me afastar delas.

   Meus enjôos estão cada vez piores, estou com dois meses já e o tempo parece que esta voando, passar mal na escola já aconteceu umas três vezes, uma delas tive que voltar pra casa, porque realmente eu não estava nada bem. E toda hora eu estou comendo alguma coisa, eu sinto fome o tempo todo, como um saco sem fundo, estou comendo tanto quanto Niall, e mesmo não gostando de dividir sua comida com ninguém, ele se esforça para dividir comigo, com um bico enorme mas faz, e Ed sempre diz "seja um tio legal Ni, o conquiste desde já".

   Eu e minha mãe conversamos com o diretor e ele foi compreensivo com a minha situação, como não é tão incomum assim gravidez na adolescência, a escola já tem um sistema para lidar com a situação sem prejudicar os estudos e nem a pessoa grávida, estou tendo mais matérias que o normal para poder terminar já antes com o último ano, não vou ter as férias do meio do ano, para poder assim terminar de uma vez antes que fique bem perto do bebê nascer, sem falar que vai chegar uma hora que não vai dar mesmo, ele disse que dependendo de como for minha gestação vou ir as aulas até os 7 meses, depende de como vai ser, se vai ser uma gravidez de risco ou não.

     Outra coisa que me preocupa é como eu vou estudar estando grávido, os enjôos ainda não pararam e eu já estou pirando, meu corpo ainda não começou a doer, ainda e como vou fazer com tudo isso? Minha barriga já esta com uma leve ondulação, mas como eu só uso roupas folgadas na escola não tem como saber ainda que estou grávido, meu corpo começou a mudar, percebi ontem meu quadril um pouco maior do que antes, sem falar que estou sentindo umas dores nas pernas, meu médico disse que pode ser porque eu ainda estou e vou crescer mais, e com todas as mudanças já da adolescência acontecendo mais as da gravidez, como que eu vou ter cabeça pra estudar? Por gostar de mim e por saber que sou um bom aluno, o diretor disse que pode tentar me formar antes dos 7 meses de gestação, mas só se eu realmente estudar toda a matéria que eu preciso nesse período, o que eu não sei se consigo, mas já estou me matando de estudar pra me livrar logo da escola.

   Mamãe recebeu uma ligação de Jay ontem, ela vai poder visitar o Louis essa semana, invés de só falar no telefone, eu fiquei muito feliz por ela é nítido o quanto ela sente falta do filho, e tanto o psicólogo como o psiquiatra dele falaram que seria bom ele já saber que vai ser pai, ele esta cada vez melhor e esconder isso por mais tempo dele poderia piorar o que ele já melhorou nas últimas semanas, sem falar que ele esta deixando os médicos se aproximarem dele, as pessoas que convivem com ele, a mãe e esconder por mais tempo, ele pode se sentir traído e sem importância em um assunto que ele deveria ser o primeiro a saber, mesmo sendo arriscado, é melhor contar de uma vez para evitar danos piores ainda, e ele lá esta com vários profissionais que podem e vão ajuda-lo e tem uma amiga bem próxima lá dentro que ele pode contar.

     Admitido que estou com muito medo da reação dele, do que essa notícia pode causar a ele, se ele vai rejeitar totalmente eu e o bebê, Lottie e Ned sempre me lembram que o próprio Louis admitiu estar apaixonado por mim e que não faria isso, mas uma coisa é estar apaixonado por uma pessoa, outra coisa é ficar sabendo que vai ter um filho com alguém que mal conhece, isso eles não entendem e disso que eu tenho medo, apaixonado ou não, mal não conhecemos pelo amor de Deus e já temos essa responsabilidade enorme em nossas mãos.

       Bom só me resta esperar, Jay prometeu que ligaria logo após sua visita, tento me distrair de todas as formas, estudando, saindo com os meninos, tentando refrear Niall de comprar mais roupinhas de bebê, o que não adianta muita coisa, ele esta animado e quando está assim ninguém o segura, ele escolhe roupinhas pequeninas que provavelmente o bebê não vai usar por muito tempo, mas são bem fofinhas, uma certeza que eu tenho até agora sobre o meu bebê, é que ele ou ela já é adorado pelos meus amigos e ambas as famílias, Jay disse que as gêmeas juram que é uma menina que estou esperando, e Fizzy  esta louca pra me conhecer, mas por conta de também estar na escola ainda fica difícil.
       
  
  Não sei quando a visita a Louis vai acontecer, enquanto isso tento me ocupar com outra coisa, até ter alguma notícia.

 

*******

Louis

 
 
     Ainda não consigo acreditar no que os meus olhos vêem, minha mãe esta diante de mim, mais bonita do que eu me lembrava, me sinto mal ao perceber o quão grande sua barriga esta e saber que eu não estivesse presente na sua gestação, como estive na das meninas, que eu não comprei roupinhas pra eles, que eu não senti eles chutarem, que eu não a ajudei quando ela sentiu dores, que eu não comprei a primeira bola de futebol para o meu primeiro irmãozinho.

      Quando dou por mim, estou chorando e minha mãe esta me abraçando apertado tentando me acalmar, enquanto eu choro como uma criança, me agarrando a ela.

- Shh querido, agora esta tudo bem, mamãe esta aqui, por que você não mostra a casa pra mim, huh? – ela disse enxugando delicadamente minhas lágrimas, e eu concordo balançando a cabeça levemente e saio do abraço, limpando meu rosto rápido e tomando a frente.

     Com o braço entrelaçado ao meu caminho por toda a clínica com ela, a área dos dormitórios, a sala aberta onde ocorre as terapias em grupo, o refeitório e cozinha, e claro área externa, o pequeno campo de futebol e até mesmo uma piscina, que eu nunca entrei, que tem um salva vidas por perto, nunca se sabe o que alguém pode tentar, então não custa prevenir, enquanto isso minha mãe me conta o quanto essa gravidez esta sendo mais desgastante que as outras fisicamente, os gêmeos são inquietos e ela já tem as meninas pra cuidar, então ela anda bastante cansada mas não deixa ninguém tomar o lugar dela cuidando de seus filhos, conversamos sobre tudo e nada, sobre o que anda acontecendo no mundo e até no futebol, que ela fez questão de saber para poder me contar, e ao saber disso não consigo parar de sorrir para ela, tenho a melhor mãe do mundo.

- Você parece diferente Boo, mais solto, eu diria até mais leve. – dona Jay diz cautelosamente com um leve sorriso.

- Eu me sinto diferente mãe, um diferente melhor, às vezes tudo é uma merda, mas no geral eu estou bem, realmente bem, eu tento. - eu digo meio envergonhando olhando para o gramado a nossa frente, enquanto chegamos no jardim.

- Fico feliz em saber filho, soube até que fez amigos, me conte como eles são. – ela diz amorosamente.

      Conto um pouco sobre Perrie, com quem divido o quarto e se tornou uma grande amiga, conto sobre nosso dia-a-dia e também um pouco da história dela, e minha mãe se comove e pergunta se pode fazer alguma coisa para ajudar, eu digo que sim.

-  Eu preciso mãe que você saiba o que aconteceu com uma garota chamada Jade Thirlwall, ela é muito importante pra Perrie, mas ela é uma mula teimosa, por favor faça isso por mim, Perrie já faz tanto por mim que eu queria poder fazer algo por ela também e estando aqui isso é o que eu posso fazer, pedir sua ajuda para encontra-la.

      Minha mãe anota o nome da garota e sorri para mim, vejo orgulho em seus olhos e fico envergonhado, não fiz muita coisa para outras pessoas durante o decorrer da minha vida, mas eu quero realmente fazer algo por Perrie, ela não merece a família e vida de merda que teve. Falo sobre Liam também, como ele esta próximo de nos, mesmo sendo meio fechado mas aos poucos ele esta se soltando, contando uma coisa aqui e outra ali sobre a vida dele, e falo até de Stanley e sua mania estranha de ficar me olhando, mas acho que todos aqui somos estranhos de alguma forma mas okay, e fico extremamente envergonhado, e minha mãe ri de mim, na minha cara.

- Sempre um destruidor de corações huh? Mas agora me fala do garoto que conquistou seu coração, Boo Bear, confesso que estava ansiosa para esse dia. – minha mãe diz dando risadinhas, e eu fico roxo de vergonha, começo a olhar para a frente, onde tem um pequeno parquinho infantil.

      Sentados ali na pequena mesa do jardim da clínica conto tudo para minha mãe, da primeira frase que troquei com Harry, até a última a poupando dos detalhes quentes, porque poxa ela é minha mãe, conto de como foi único e especial estar com ele, em como me senti especial na presença dele e como ele não sai da minha mente por mais que eu tente esquecer, que todas as noites antes de dormir, são seus lindos e grandes olhos verdes que eu vejo antes de cair no sono e me seguro para não chorar de novo, é horrível gostar de alguém e saber que nunca irá ver a pessoa novamente, e eu acho que minha mãe percebe pois ela segura minha mão que esta em cima da mesa.

- Se apaixonar é algo tão bonito filho, não se sinta envergonhado ou idiota por isso, não tem nada pra ter vergonha por gostar e querer bem alguém, não tem nada de errado nisso, não tente controlar o que sente, você não vai conseguir e é algo tão bonito, seu rosto todo brilha quando fala dele, eu nunca vi isso acontecer com você falando sobre qualquer pessoa, sinta isso querido. – minha mãe diz amorosamente.

- Eu não acho que um dia eu vou encontrar ele de novo, mãe, vamos encarar a situação, eu meti os pés pelas mãos e quase me matei, olha onde eu estou, eu estou bem hoje mas e amanhã? Eu não sei, eu estou uma bagunça e tornando a vida de vocês uma bagunça, eu ainda não posso acreditar que foi Lottie que me encontrou daquele jeito, eu nunca vou me perdoar por isso e mesmo se encontrar Harry novamente, ele é tão novo mãe, com tantos sonhos, com tanta vida, e eu eu.... – digo com a voz embargada e mordendo os lábios para segurar o choro e ela me interrompe.

- Shh querido não fale assim, Lottie é sua irmã e te ama incondicionalmente, senão fosse por ela ia ser tarde demais, ela não deixou de te amar, pelo contrário liga aqui todos os dias para saber como você esta, e você não teve culpa meu anjo, você tem um vício e agora esta aqui para melhorar, eu já vejo você melhor, a quanto tempo você não conversava assim comigo, Louis? – ela diz me olhando e eu assento concordando. - E sobre Harry, querido você também é tão novo, tão cheio de vida e não faz ideia do quanto ele se importa com você, o quanto ele se preocupa com você.

   Congelo com essa última frase, o que minha mãe quer dizer com isso? Como ela sabe disso? Acho que ela percebe meu espanto e se indireta em sua cadeira e pega o celular.

- Mãe

-  Eu não sei por onde explicar querido, mas sei como o senhor não gosta de enrolação e vou falar de uma vez, não sei se lembra que eu tenho uma amiga que mora em Holmes Chapel, estava lá no dia que nos falamos. – eu concordo com a cabeça, me lembrando desse dia, ela toma fôlego pra continuar e me solta. - Ela tem um filho mais novo, chamado Harry, com grandes e brilhantes olhos verdes, com cachos castanhos adoráveis e um lindo sorriso com covinhas, parece alguém familiar?

Puta que pariu, que porra é essa? Estou de boca aberta sem reação, mas gente não é possível, que o meu Harry, seja também esse Harry, percebendo minha descrença, minha mãe aproxima seu celular em minha direção, o pego inseguro como se ele fosse me fazer algum mal, olho para imagem que esta na tela, e não tem como negar, é o meu Harry, sorrindo de forma fofa para Lottie, enquanto segura delicadamente com seus dedos esguios e pálidos uma xícara de chá, tão lindo, tão puro.
    
 
    
- Imagine a minha surpresa ao saber que o meu Lou, se apaixonou pelo filho da minha melhor amiga. - minha mãe diz me tirando dos meus devaneios.

- Como você soube? - pergunto ainda chocado com tamanha coincidência.
      

 
- Assim como você boo, Harry também se apaixonou e contou para a mãe tudo o que sabia sobre você, e bem nos conversamos sobre isso, imagine nossa surpresa e alegria ao saber de vocês dois e como você foi tão doce com ele.

Harry apaixonado por mim, oh meu Deus, será verdade? Minha mãe não mentiria pra mim, mas isso parece coisa de louco, como pode o mundo ser tão pequeno assim? Não estou entendendo merda nenhuma.

      Minha mãe começa a me contar que na verdade eu já conheço Harry, desde que ele era um pequeno bebê e eu um garotinho, e me mostra uma foto de nos dois juntos, e Deus como ele era um bebê fofo, da vontade de morder suas bochechas, e ao lado dele esta minha versão mini, e tenho que admitir eu parecia um ursinho mesmo, por isso meu antigo apelido Boo Bear, fico encantado com a foto e não falo nada, enquanto minha mãe conta os vários motivos que me fizeram os desencontros entre nos dois acontecer até aqui, onde nos encontramos por acaso, na hora e lugar certos, é incrível mas também um pouco assustador.

       Permaneci quieto ouvindo como foi a viagem para Holmes que ela e Lottie fizeram, que Anne sua amiga continua tão bonita como na época em que estudavam juntas, em como Harry e Lottie estão grudados agora, em como ele tem um casal de amigos que são uma graça e o zoam o tempo inteiro, fico mergulhado nos meus pensamentos em como parece que o destino, ou alguém quer Harry e eu juntos, pensando nisto, minha mãe se cala, olho para ela e ela me parece apreensiva e até mesmo um pouco nervosa, e muito muito preocupada.

- Tem algo errado mãe, a algo errado com Harry? - digo preocupado, tive um pequeno vislumbre de o ter, e não quero perder isso, eu preciso saber o que esta acontecendo com ele. – Por favor me diga mãe, por favor.

   Jay olha para mim rapidamente e depois leva seus olhos até sua barriga e da um pequeno afago ali, ainda com seus olhos em sua barriga, ela começa a falar.

- Não a nada de errado com Harry, ele esta grávido Louis e esta tudo bem com ele e o bebê. - ela levanta seus olhos até os meus. – Você vai ser papai.

   Oh meu Deus será que eu ouvi direito? Harry esta esperando um filho meu? Como isso é possível? Um filho, eu vou ter um filho ou uma filha, uma pequena pessoa de início, fruto da minha noite de amor com o Harry, uma criança nossa, com características de nos dois, uma pequena criança totalmente dependente dos seus pais, seu pai de 17 anos e seu outro pai um drogado problemático que não foi capaz nem de estar com ela, durante sua gestação. Sabe quando tudo o que você acredita, tudo o que você acha desmorona bem na sua frente? É o que esta acontecendo agora.

- Um bebê, você me disse que Harry esta esperando um bebê meu? Nosso? Comigo desse jeito? Como, mãe? - digo desnorteado, minhas mãos tremendo, não sabendo de mais nada.

- Oh querido, você quer mesmo ter uma conversa de sexo comigo, nessa altura? - ela diz tentando descontrair.

   De primeiro ela consegue, dou uma fraca risada mas tão logo ela vem, logo ela morre, mas em seguida um soluço fortíssimo que eu não sei direito da onde vem toma conta de todo o meu corpo, e quando dou por mim estou chorando inconsolavelmente, levo minhas mãos trêmulas até o meu rosto, em uma tentativa ridícula e falha de me esconder da vergonha que estou sentindo, já não basta ter feito da minha vida uma bagunça, fiz da vida de Harry uma bagunça também.

    Um bebê é dito como uma bênção, mas acredito que não seja bem assim na vida de um adolescente de 17 anos, com planos de ingressar logo na faculdade, e muito menos na vida de um jovem que não sabe o que quer da vida e tem problemas sérios com drogas, oh que merda fomos nos meter, eu não tinha ideia da possibilidade de Harry engravidar, não sabia que ele podia engravidar, e duvido muito que ele sabia também, ele é tão ingênuo, tão precioso para esse mundo e eu acabei com a vida dele, destruí seus sonhos para o futuro.

- Harry esta bem querido, ele vai ficar com bebê, esta tudo bem, vai ficar tudo bem. – minha mãe diz me abraçando e beijando meus cabelos, estamos agora no chão, e eu estou quase no colo dela. – Você precisava saber, mesmo estando aqui é seu bebê também, você tem o direito de saber, eu imagino o quanto esteja sendo difícil pra você agora, também não é fácil para o Harry, mas vocês não estão sozinhos, eu, Anne, seu pai, estamos com vocês.

       Não esta sendo fácil para ele também, ele esta carregando um bebê, o nosso bebê como não deve estar a cabeça dele, ele esta com seus amigos, sua família, a minha família está o apoiando, mas eu que sou o outro pai não estou, e sabe se lá quando estarei com ele novamente, vou ficar aqui por um ano, quem sabe mais, o bebê já terá nascido, eu não sei o que eu faço, não sei como vai ser minha vida sabendo que além de estar fundido, vou ter um filho ou filha que mal vou poder participar da vida dele.

- Ele não me odeia? – pergunto quando já estou um pouco menos caótico, podendo falar, mesmo com a voz trêmula, agora praticamente no colo da minha mãe, mesmo com sua barriga nos separando um pouco, me sinto uma criança que acabou de machucar outra sem querer, e agora se sente culpada por isso.

- Oh Boo, Harry esta tão apaixonado por você, como você por ele, ele ainda esta aceitando e se acostumando com a ideia de estar grávido, ele sabe que vim te ver hoje, o pobre garoto estava morrendo de medo de você o odiar. – olho pra ela duvidando da informação que ela me passa. – Ele também esta com medo querido, assim como você, ele também não sabe como fazer agora com o bebê, e eu repito vocês não estão sozinhos nessa, vão ter ajuda para tudo o que precisarem e logo você estará bom para sair daqui, e ficar com seus bebês. – não consigo não corar com o comentário da minha mãe, meus bebês, isso até que soa bem.

- Você realmente acredita nisso, mãe? Que eu vá melhorar e sairei logo daqui? Você acredita mesmo nisso? – pergunto inseguro, agora um pouco mais calmo.

- Eu acredito filho, acredito de todo o meu coração que você vai melhorar, eu já vejo isso em você, você esta melhorando, e sei que lá no fundo querido, você sabe também, você sabe que é capaz, e não sou só eu que acredita nisso, seu pai e suas irmãs também, até mesmo Harry acredita, você esta sendo tão forte sweetheart, estou tão orgulhosa de você e ainda vai me dar um netinho ou netinha, não pense nesse bebê como um erro, ele vai vim ao mundo com um propósito, assim como você também veio, assim como você ainda está aqui, você tem mais um motivo pra continuar lutando, o seu filho ou filha.

       Não consigo dar uma resposta a ela, então fico quieto chorando baixinho e minha mãe canta uma canção de ninar para mim, enquanto permanecemos em abraçados até o horário de visita acabar.

     Consigo me recompor para me despedir dela e beijar sua barriga, enquanto ela murmura que eu vou ficar bem e me da um dos seus belos sorrisos que me deixam quentinho por dentro e que me fazem acreditar que sim, tudo dará certo no final das contas.

     Mas assim que ela entrou no carro e foi embora, eu corri até o meu dormitório, dando de cara com uma Perrie com um sorriso enorme no rosto, que se transforma em uma expressão confusa ao ver o meu estado, que é bem desesperado por sinal.

-  Eu vou ser pai Perrie, Harry esta esperando um filho meu. - digo e me jogo na cama chorando e abraço meu travesseiro.

   Silêncio, e de repente sinto uma mão delicada fazendo carinho nos meus cabelos, agora totalmente com sua cor natural. Fico o que se parece minutos chorando, até que ouço a bela voz da loira começar a cantar.

   -  "You, with the sad eyes, don't be discouraged, oh I realize it's hard to take courage in a world full of people, you can lose sight of it all, and the darkness it's inside you, can make you feel so  small."

(Você, com seus olhos tristes, não fique desanimada, oh eu sei é difícil criar coragem num mundo cheio de pessoas, você pode perder tudo de vista, e a escuridão que está dentro de você, pode te fazer sentir tão insignificante. - True Colors – Cyndi Lauper)

     E antes de pegar totalmente no sono, escuto a voz dela cantando

- But I see your true colors, shining through, I see your true colors [...] Your true colors, true colors are beautiful, like a rainbow.

(Mas eu vejo suas cores reais brilhando por dentro, eu vejo suas cores reais [...] Suas cores reais, cores reais são lindas como um arco - íris.)

       No dia seguinte acordo com um humor terrível, e fingindo que nada esta acontecendo, uma arte que conheço muito bem e posso até ensinar se quiser, Perrie não toca no assunto na verdade mal fala comigo, mas fica por perto pra vê se eu não faço alguma merda, sua preocupação é percebida a distância mas dou uma de louco, fico o dia inteiro inquieto andando por todo lado, a loira sempre por perto, raramente falando alguma coisa que me distraí e acaba me fazendo rir.
     

Por algum motivo, não me deixam fumar, o que piora em muito meu humor, suspeito que eu já esteja sentindo a famosa e filha da puta abstinência, estou inquieto, puto por qualquer coisa, comendo mais que o normal, perguntei a loira e ela tentou fugir do assunto, mas eu não deixei e ela finalmente admitiu que sim, estou tendo isso, por isso ela esta sempre por perto, até roendo a unha eu estou, coisa que não faço, me sinto desconfortável no meu próprio corpo, e eu só queria algo que me fizesse sentir melhor, coisa essa que eu não posso ter.

  Mas a noite, eu me acabo de chorar, e Perrie sempre ao meu lado cantando pra mim, isso dura uns dois dias, até que alguns pacientes decidem jogar futebol a tarde para passar o tempo, então ao invés de ficar andando por aí, fico jogando bola onde acabo descontando todas as minhas frustrações, mas isso não dura muito, pelo que parece sou meio bruto mesmo jogando muito bem, depois de só uma tarde e quase uma briga que se não fosse por Perrie iria acontecer, fico novamente sem ter o que fazer e extremamente inquieto rabugento, até que encontro uma sala sem uso, e uns giz de cera na área recreativa infantil que tem perto da sala dos médicos, e uma ideia invade a minha mente.

 

Começo a escrever nas paredes tudo o que me vem na cabeça, tudo que minha mente esta berrando para mim e estou cansado de guardar.


"Eu estou tão distante de tudo, que eu não consigo nem reagir*. Existe um abismo entre eu, onde estou, e o mundo onde estou. O mundo qual movo meus pés. A atmosfera que respiro é como selva dourada, vinte e sete atmosferas de espessura. Eu estou vagando pelo mundo, consumido por consumido. E eu estou vagando pelo pântano que meu corpo se tornou."

  Era uma vez um pequeno garoto de olhos azuis, ele só queria ser o suficiente, ele só queria encontrar algo em si mesmo, ele nunca achava, ele era mais que o irmão mais velho, ele era mais que seu rostinho bonito, ele só queria que alguém o visse, ele só queria que alguém o amasse.

    eu não a quero, mas eu preciso tanta dela, não entendem o que é estar dentro da minha pele.

    eu só peço um pouco de qualquer coisa, para fazer a dor passar, ela nunca passa

     Conheci um lindo garoto de cabelos encaracolados, ele era um sonho, ele era a vida, ele era o por do sol e toda a porra das estrelas, tão doce, tão ingênuo, tão curioso, era todo o oceano, toda a primavera, todas as flores desabrochando e eu? Eu era a confusão, eu era a tempestade, e ele era tão belo e eu era somente o rei dos estúpidos.

     eu não tinha nada, agora eu tenho um par de olhos verdes que me assombram, e também um bebê, um bebê que ainda não nasceu mas já me apavora mais que qualquer coisa.

        eu fui um péssimo filho, um péssimo irmão, e pai? como serei?

   Me procurei em muitos corpos, e não me achei nem no meu.

    Pago de alguma coisa, mas sou um clichê, procurei algo que não sabia o que era, com sexo e com drogas, desdenhei do amor por medo e por não me achar merecedor dele, tive que quase morrer para saber que as respostas que sempre quis só eu as tenho.

    Procurei um propósito para continuar, achei a mim, um eu que não conheço, a ele, e uma pessoa que ainda não nasceu que me apavora mas também já me fascina.

"E eis aqui, o segredo mais profundo que ninguém conhece. Eis a raiz e o broto do broto. E o céu do céu de uma grande árvore chamada vida. Que cresce mais do que a alma pode esperar ou a mente esconder. E esta é a maravilha que mantém as estrelas distantes. Carrego seu coração comigo. Carrego - o no meu coração."


Perco a noção do tempo ali escrevendo, não faço ideia se o que eu escrevi esta de fácil entendimento para alguém e pouco me importa, eu precisava tirar isso de dentro de mim, aliviar um pouco essa angústia e acho que consegui isso, parece um emaranhado de palavras, sem muita divisão entre si, quase se misturando entre si, e essa confusão que sinto dentro de mim, ainda mais agora.

    Saio daquela sala mais leve porém ainda perdido, e assim que saio de lá encontro meu psicólogo que diz que esteve a minha procura o dia todo, aponto com a cabeça para a sala onde estava e digo que depois de passar lá, aí sim vamos conversar. Encontro a loira no quarto lendo.

- Lembra que você disse que tinha um propósito para continuar tentando melhorar? Um propósito na vida, acho que já tenho o meu, mas estou com medo, medo de fracassar com eles, medo de fracassar comigo. - digo me sentando em sua cama, com a cabeça baixa enquanto balanço meus pés.

- Estranho seria se não tivesse medo bonequinho, seja dono do seu medo e não deixe ele ser dono de você. – Já parou para pensar em como seu filho ou filha vai se parecer?

- Com o Harry, o imagino parecido com Harry, seus cachinhos e suas covinhas, ele é tão bonito. – digo suspirando.

     Perrie começa a me zoar por soar como o tolo apaixonado que sou, e que torce para que a criança não tenha minha personalidade azeda, e nessa noite eu não chorei até dormir, por medo ou por culpa, ou por achar que tinha acabado com a vida dele, eu chorei por querer estar com Harry, nesse momento mesmo sem saber o que fazer, mesmo sem saber qual vai ser o meu amanhã.

      No dia seguinte acordo um pouco melhor, mesmo que sinta algumas dores de cabeça e uma fome de leão, já comecei meu dia com Perrie implorando para pintar minhas unhas para quem sabe assim evitar as roer, a deixo fazer isso, e elas as pinta de preto pra combinar com meu humor, a engraçadinha. Jogo xadrez depois do café com alguns senhores, porque toda distração é bem vinda, qualquer coisa para eu não pensar que o meu corpo esta "cocaína" "cocaína", é uma merda, até consegui jogar futebol sem quase arrancar a perna de alguém, aquele momento de escrever naquela sala, foi bom, foi bom expulsar aquelas coisas para fora da minha cabeça.

Caminho sozinho sem preocupações pelo jardim, até que um vislumbre me paralisa, não um vislumbre qualquer mas sim de uma silhueta conhecida um pouco mais cheinha, digamos assim, mas com a cabeça cheia de pequenos cachos castanhos que eu sei que são tão macios como aparentam ser, me a próximo devagar com medo de estar delirando ou sonhando acordado, e ele sorri, seu sorriso com todos os dentes e com covinhas enquanto se inclina delicadamente para os poucos girassóis que tem ali, aproveito sua distração e foi me aproximando.

  Ele esta mais bonito que eu me lembrava, e o brilho que vem dele, Deus é como mil faróis, errei ao chamar ele de pequeno sol, ele é o fudido sol em sua totalidade, e quando ele enfim percebe minha presença, e mais uma vez o azul encontra o verde, e ele direciona a mim o mais adorável sorriso tímido que já em minha vida com suas bochechas coradas, tão tão belo, é  uma cena tão bonita que daria para fazer um quadro dela facilmente.

      E naquele silêncio enquanto olhamos e sorrimos um para o outro, sorriso que eu não sei quando foi parar no meu rosto, eu tenho certeza que por ele vale a pena tentar, vale a pena me esforçar para ser uma pessoa melhor, um bom pai, e eu estou disposto a tentar só para ter a oportunidade de estar com ele, de participar da vida dele e do bebê, por mais medo, por mais culpa que eu sinta, o que eu sinto por esse garoto é muito maior que tudo isso.

Eu não faço ideia de como vai ser a partir do dia de hoje, eu não sei o que vou fazer, mas isso eu posso deixar pra lá um pouco, porque hoje, hoje eu tenho Harry comigo e quem sabe isso e outras muitas coisas que eu não sei, eu sabia com ele?
   

 


 

 


Notas Finais


Oie, desculpa pela demora, tive um bloqueio horrível com esse capítulo, me desculpem também se ele não tiver muito bom, eu fiz o melhor que pude, e eu sei que vocês esperaram muito pra saber desse momento do Louis sabendo que vai ser papai.

A cena em que o Louis escreve nas paredes enquanto passa por uma abstinência, foi inspirada em uma cena do filme Candy, já citado na história, foi dele que me partiu a ideia e adaptei para cá, por isso essa cena e as frases com (") são de total autoria e direitos aos envolvidos do filme. Esse é um dos filmes mais lindos que já vi, é mais que um filme sobre dependência química, é sobre o amor em seus mais belos, feios e difíceis momentos, vou deixar aqui embaixo o trailer caso alguém fique interessado/curioso.

Eu queria que por favor vocês me dissessem o que acharam do capítulo, do Louis pedindo pra mãe ir atrás da Jade e a grande notícia e tudo mais, plis pensem com carinho.

que que cês acham que vai acontecer no próximo cap? não é por nada mas ele ta ficando um amorzinho djdkfkff

xx


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