1. Spirit Fanfics >
  2. Monsta X Files 01 >
  3. Alguém em casa

História Monsta X Files 01 - Alguém em casa


Escrita por: SmoothDelusion

Notas do Autor


Essa é uma ideia que eu tive após assistir alguns filmes de terror e Arquivo X. Já resolvi aproveitar o nome que o Monsta X usa nas lives do Vapp aqui e como vocês notaram, essa é a primeira short fic. Sempre que surgirem ideias novas, eu as postarei como "Monsta X Files" também, porém eu não tenho um número certo, temas específicos ou uma periodicidade. A única certeza é que todas serão curtas e de terror/suspense.

Capítulo 1 - Alguém em casa


Fanfic / Fanfiction Monsta X Files 01 - Alguém em casa

- Alguém em casa? Senhor... Yoo!

Wonho toca a campainha insistentemente, enquanto chama pelo nome escrito no bilhete que está grudado em cima da caixa de pizza. Esse é o último pedido do seu turno, que já se aproxima da meia noite. Está escuro, a rua deserta e o silêncio absoluto lhe causa um arrepio na espinha. Tudo que ele consegue pensar é no aconchego de seu apartamento e seus cobertores espalhados pela cama.

- Me desculpe pelo atraso senhor, eu tive um problema com meu GPS... – ele grita enquanto olha para seu bolso onde está depositado o celular com o visor trincado que ele deixou cair enquanto pilotava sua moto apressadamente. – A pizza ainda está quente senhor, por favor atenda!

Uma luz fraca e amarelada mostra os contornos da sala através da cortina e ele vê uma cabeça encostada no sofá. Certamente é Yoo Kihyun, o dono da pizza que ele carrega. Mas Wonho não consegue entender o motivo do homem não atendê-lo. Em qualquer outra ocasião, ele arcaria com a despesa da pizza perdida e iria embora para casa, mas não hoje, não esse mês. Além de estar sem dinheiro, ele corre o risco de ser demitido caso seu gerente receba uma reclamação da entrega. Por isso ele permanece em frente à casa, insistindo para que a pessoa aceite a pizza atrasada.

Sem pensar, ele resolve bater na porta, mesmo sabendo que não será mais efetivo que a campainha ou seus gritos. Bater é a única coisa que ele ainda não fez e, considerando que todo o resto foi um fracasso, ele não tem nada a perder. Toc toc. Faz o som seco da batida na porta, que range quando se move, para a surpresa de Wonho.

Uma porta aberta em um local deserto e tão assustador com certeza não é um bom sinal, mas ele só chega a essa conclusão depois que deixa seus sapatos no tapete da entrada e adentra a residência.

Wonho olha para a caixa de pizza e nota o tremor em suas mãos. O bilhete com o nome e endereço do dono da pizza está um pouco amassado e uma mancha de óleo evidente. A imagem da pizza de queijo com pepperoni trêmula não é agradável como costuma ser.

A casa é velha e escura; apenas algumas luzes fracas de abajures, localizados em pontos extremos do cômodo, iluminam seu caminho. Após alguns passos, Wonho chega na sala onde vê, por trás, a cabeça que repousa no sofá. O televisor velho está ligado sem som e as imagens em preto e branco se alternam na tela. A decoração do cômodo é um tanto peculiar: uma cabeça empalhada de um javali está pendurada na parede da esquerda, logo acima de uma estante de madeira escura cheia de livros; um papel de parede com uma estampa trabalhada em cores escuras e sujas completa o restante das paredes e algumas fotos de pessoas velhas com molduras complexas dão o toque final. O sofá é vermelho com um desenho trabalhado em amarelo e os braços são de madeira, o que o faz não apenas parecer velho, mas extremamente desconfortável.

O ar é pesado e Wonho sente seu corpo fraquejar mais do que ele imaginava ser possível. Um mal-estar súbito lhe percorre todo o corpo lhe causando ânsia. Mas ele já está lá, tão perto. Tudo que ele deve fazer é acabar com isso logo, mas seus pensamentos são substituídos subitamente por uma voz.

- Você demorou. Eu já estava morrendo de fome... – Wonho logo concluí que o dono da voz certamente é Kihyun, a pessoa que comprou a pizza.

- Me desculpe senhor, eu tive problemas no caminho... mas eu estava tocando a campainha a mais de quinze minutos e o senhor não apareceu. Me desculpe por entrar assim, a porta estava aberta e eu queria entregar a pizza. – ele se justifica com a voz esganiçada.

A cabeça se move vagorosamente no sofá e logo o misterioso Yoo Kihyun está em pé, encarando Wonho. Sua aparência é limpa e bem cuidada, mas as bolsas dos olhos carregam uma cor escura que lhe confere um aspecto assustador em contraste com os lábios pálidos.

- Não se preocupe, eu ainda estou com fome, só não tenho certeza se você será o suficiente.

Kihyun sorri, mostrando seus dentes pontudos e desalinhados enquanto pula o sofá avançando na direção de Wonho, que por sua vez, deixa a pizza cair e corre em direção à porta por onde entrou.

“Vampiros não existem”, Wonho grita em seus pensamentos, enquanto tenta abrir a porta que agora parece emperrada.

- Você sabe que eu não vou pagar por essa pizza, não é mesmo? – Kihyun diz enquanto observa a caixa com seu conteúdo caídos no chão, sujando o tapete empoeirado da sala. – não se preocupe, eu não vou sugar seu sangue, tudo que eu preciso é de um pulmão e talvez você até sobreviva até o resgate chegar. – ele diz de forma casual enquanto caminha em direção à entrada.

Suor frio escorre pela face de Wonho, enquanto ele ouve Kihyun falar e, após a última revelação, ele finalmente desiste da porta de entrada e corre para a esquerda, onde se depara com a cozinha. Ele fecha a porta, tranca e coloca uma cadeira segurando a maçaneta, mas assim que termina, antes mesmo que sinta uma pontada de alívio, ele ouve os passos se afastando e nota que há uma outra porta para aquele cômodo. Novamente, ele corre e a fecha, pouco antes que Kihyun seja capaz de alcançá-lo.

O barulho dos socos na porta faz com que Wonho trema e sinta dificuldades para pensar. A porta não irá aguentar por muito tempo, disso ele tem certeza. Ele olha rapidamente para os lados: as janelas possuem grades o que o impede de fugir por elas; a dispensa é tão óbvia que se esconder lá seria o mesmo que desistir de sua vida. Mas os socos se tornam cada vez mais intensos e a madeira da porta começa a ceder. Mais uma vez ele olha ao redor e então avista o forno. É um forno industrial antigo, grande o bastante para que ele entre e possui apenas uma fina abertura, quase imperceptível. Pessoas não costumam se esconder em fornos, logo essa é a melhor opção que ele possui no momento. Antes de se enfiar no buraco do forno, ele vai até a dispensa, derruba alguns itens e bate a porta, voltando e entrando no forno logo em seguida.

Ele fica encolhido enquanto observa pela pequena fresta o exterior da cozinha. A porta está quase quebrando ao meio por conta dos socos e é apenas uma questão de tempo para que Kihyun invada o local. O coração de Wonho bate intensamente, enquanto ele tampa sua boca com as mãos para tentar abafar sua respiração pesada e desesperada.

- Vamos lá garoto, não é tão ruim assim. Pelo menos eu vou ficar satisfeito e não vou ligar reclamando de você... – Kihyun diz, logo após terminar de quebrar a porta e entrar na cozinha. Ele segue diretamente na direção da dispensa e o Wonho o observa pela pequena fresta do forno.

Enquanto o monstro fala e tenta brincar com o Wonho, na errônea certeza de que ele estaria escondido na dispensa, o entregador de pizza abre com cuidado a porta do forno e sai silenciosamente de forma bem-sucedida, até que, ao passar pela porta quebrada aberta por Kihyun, tropeça em um pedaço de madeira e cai. Kihyun se volta em sua direção, parando seu discurso subitamente, enquanto Wonho levanta aos tropeços e corre em direção à escada, subindo para o andar superior, avançando dois degraus por vez, enquanto suas mãos se agarram ao corrimão tentando lhe dar um impulso adicional.

No andar superior, Wonho adentra o primeiro cômodo que encontra, trancado a porta atrás de si, e lamenta assim que nota a janela sem grade, porém minúscula do banheiro. Ele não tem para onde ir.

O silêncio toma conta da casa antiga e Wonho logo se dá conta de que Kihyun sabe onde ele está e com certeza está se gabando pelo fato de ter encurralado sua presa, o que, ele pensa, não é mentira.

À sua volta, Wonho vê apenas a pia, o sanitário, um pequeno armário e uma banheira envolta por uma cortina. Ele tira o celular quebrado do bolso, desajeitadamente, e tenta ligá-lo, apenas para descobrir que não há como fazer ligações. Isso o irrita e ele jogo o celular contra a parede, fazendo barulho. Logo ele se dá conta de seu erro e solta um suspiro mudo.

O cômodo é iluminado apenas pela luz fraca da noite que entra pela janela minúscula, fazendo que fique difícil enxergar detalhes, mas depois de apertar os olhos ele nota uma mancha estranha na banheira. Vagarosamente e com muito cuidado, ele se aproxima e abre a cortina delicadamente, revelando um corpo ensanguentado deitado em meio à cubos de gelo. Ele se assusta e solta um grito engasgado com a descoberta, ao mesmo tempo que um enorme estrondo abre a porta e revela a figura monstruosa de Kihyun.

Wonho dá alguns passos para trás e pega um tubo de shampoo na beirada da banheira. Kihyun avança com seu sorriso cínico estampado na face, escondendo seus dentes tortos. O entregador se prepara e ao primeiro sinal de ataque, ele abre o shampoo e se concentra para acertar os olhos de seu caçador, obtendo êxito.

Ele passa por cima de Kihyun e corre, abrindo as portas de todos os cômodos, até encontrar um que não possui grade na janela. Ela não pensa duas vezes antes de abrí-la e pular, caindo de costas no chão. Quando sente suas costas colidindo contra a terra, uma dor aguda na região do abdômen o invade. Sem conseguir se levantar, ele move a cabeça com esforço e vê que caiu em algum tipo de metal pontiagudo que perfurou seu corpo, atravessando-o de trás para frente. Olhando para os lados ele nota que é uma espécie de cabo de aço que sustenta uma cerca.

Suas mãos se movem com dificuldade encontrando o metal, mas ele não tem força suficiente para puxá-lo, muito menos para se levantar. Seus olhos começam a escurecer e o gosto de ferrugem do sangue invade sua boca. Seu corpo não consegue se mover na mesma velocidade que seus pensamentos e isso faz com que o desespero que invade o seu corpo se torne tão intenso que a única reação plausível é desistir e aceitar que vai morrer.

- Ah, você não precisava ter me dado tanto trabalho se iria terminar assim. – Kihyun se abaixa ao lado de Wonho e o observa curioso. – Olhando com atenção, você parece bem bonito, será uma pena se você morrer...

Wonho tem um pequeno espasmo e regurgita sangue enquanto vê Kihyun se aproximando de seu rosto. Para a sua surpresa, Kihyun aproxima seus lábios, forçando um beijo que ele tenta evitar sem sucesso. As mãos de Kihyun percorrem o corpo de Wonho, até chegar em seu peitoral, onde, com uma investida única e violenta, ele abre um buraco.

Tudo fica escuro e Wonho já não sente mais nada. Não há dor, não há frio, não há medo.


Notas Finais


Espero que tenham gostado. Eu jamais imaginei que escreveria algo com KiHo... Ficou meio clichê, mas (na minha opinião) todo bom terror é clichê neh?!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...