É, Megumi tinha certeza absoluta, quando Sukuna morresse, desceria pro inferno para fazer-lhe companhia.
Finalmente, depois de só deus sabe quanto tempo esperando, chegou a vez de Megumi na fila. O demônio/espírito/entidade que estava à sua frente atrás de um balcãozinho era incrivelmente parecido com um amigue de Sukuna que conheceu em vida. Um pouco mais baixe que si próprio, com cabelos brancos curtos em um corte chanel, com uma mancha vermelha atrás. Olhos negros, pele pálida, expressão completamente neutra. Realmente, muito parecido com Uraume.
Megumi pensava que talvez fosse uma ilusão para trazer algum conforto naquele momento de estresse, mas estranhou que a ilusão fosse de uma pessoa com quem tinha uma relação tão limitada. Não faria mais sentido que a ilusão retratasse Yuuji, Sukuna, ou mesmo Nobara?
Achou que estava ficando louco quando a ilusão pareceu reconhecê-lo. As sobrancelhas levantaram, e ele puxou um walkie-talkie de baixo do balcão.
— Ele chegou, câmbio. — falou curtamente no walkie-talkie, e até sua voz era igualzinha à de Uraume.
Sua atenção se voltou para Megumi.
— Preciso fazer só algumas perguntas simples pra concluir seu cadastro. Qual sua data de nascimento, data de falecimento e causa da morte?
Megumi respondeu, ainda meio chocado com a semelhança e atordoado por não estar entendendo absolutamente nada.
Nem cinco minutos após ter chegado ao balcão, ouviu mais uma voz familiar.
— Bênção!
Só havia uma pessoa no mundo todo que o chamava assim.
Megumi se virou para olhar através dos portões de fogo que se erguiam atrás do balcão, e não soube dizer o que sentia a respeito da vista que agraciou seus olhos.
Sukuna, seu namorado, estava sendo carregado em uma liteira por quatro pobre coitados, grandiosos e pontudos chifres negros protuberando de sua testa, suas tatuagens negras refletindo as chamas ao seu redor. As cicatrizes sob os olhos de Sukuna que Megumi tanto adorava acariciar deram lugar para um novo par de olhos rubros, o que significava que Megumi tinha quatro olhos grudados nos seus. As unhas de Sukuna estavam pintadas de um roxo escuro, quase preto. Ele não vestia camisa alguma, mas ao invés disso trajava uma calça preta, e um grande de pelo negro repousava sobre seus ombros. Ele parecia maior, mais alto e mais largo, uma coroa de chamas flutuava no espaço entre seus chifres, confirmando o que Megumi sempre soube no fundo de seu ser:
Sukuna era um rei sem reino este tempo todo.
Assim que seus olhos se encontraram, Sukuna estalou seus dedos, e os quatro homens que o carregavam pararam e abaixaram a liteira até o chão, quase que roboticamente. Na mesma hora em que o apoio da liteira encostou no chão, Sukuna chutou a porta para abri-la, fazendo-a acertar com tudo o servo que estava indo abri-la para ele. Nem ligou para o servo, que agora segurava seu braço que tinha recebido o impacto, e praticamente saltitou até Megumi, ignorando todas as pessoas que abriam caminho para ele e praticamente se jogavam no chão de joelhos em reverência.
Megumi foi abraçado, e nunca se sentiu tão aliviado em ver Sukuna, mesmo que o rosado estivesse rodopiando com ele nos braços de uma maneira que estava deixando-o enjoado, ao mesmo tempo que salpicava seu rosto com beijos.
— Você está aqui! — Sukuna comemorou, devolvendo Megumi ao chão, mas sem libertá-lo de seu abraço.
— Sim, estou. Mas, Sukuna, o que você está fazendo aqui? Você morreu também? O que tá acontecendo?
Sukuna beijou sua testa.
— Bênção, eu não morri, eu trabalho aqui.
Megumi piscou.
— Na verdade, eu sou meio que o dono.
O menor piscou novamente. Tinha certeza que logo teria fumaça saindo de seus ouvidos, tamanha a dificuldade que estava tendo para processar a informação.
— O que significa que eu sou o rei desse lugar — Sukuna esclareceu com um sorriso perverso.
Percebendo o estado de choque em que Megumi se encontrava, Sukuna foi rápido em tentar amparar o menor, guiando-o para dentro da liteira, onde Megumi sentou-se no colo do namorado e aguardou até serem carregados até os aposentos deste.
Ouvia mas não prestava atenção na explicação que Sukuna fornecia para tudo que estava acontecendo. Queria muito ouvir, e pediria para que repetisse tudo depois, mas agora só conseguia pensar em como era sortudo de pelo menos não ter chegado em um lugar novo sem conhecer ninguém.
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