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História Moon Lovers: The Second Chance - Não foi um Sonho


Escrita por: VanVet e AndyeGW

Notas do Autor


— Essa história pertence a mim e a minha amiga Andye, que não tem conta no Spirit mas me autorizou a postar a fanfic apenas com a minha conta. Ela é continuação para o drama Moon Lovers: Scarlet Heart Ryeo, a versão coreana lançada em agosto de 2016 pelo estúdio SBS.

— Fanfic repleta de SPOILERS da série original.

— Não faça plágio, faça suas próprias histórias.

Capítulo 1 - Não foi um Sonho


Fanfic / Fanfiction Moon Lovers: The Second Chance - Não foi um Sonho

~~~

Os olhos de Ha Jin se inundaram d’água respondendo a um sentimento que nem um ano de coma conseguiu enterrar. Conforme ia observando a gravura do rei Gwangjong, as recordações da história de amor vivida mil anos atrás desabrochou dentro do seu coração como uma flor abrindo as pétalas numa época onde não haveria mais chance para sua polinização.      

  O museu estava praticamente vazio àquela hora da tarde, mas a jovem levou as mãos aos lábios para não gritar, para não chorar a plenos pulmões como gostaria. Não fora um sonho. Os lugares, os festivais e os príncipes eram exatamente iguais aos espectros que vinham lhe visitar no sono. E ele também. Ela já conseguia dizer o nome dele, Ha Jin se lembrava perfeitamente de Wang So.

So…

O príncipe renegado de Goryeo. Uma aparição toda de negro, montando um cavalo veloz e brandindo uma espada afiada. Um rosto sinistro por trás de uma meia máscara noturna. Uma franja longa ocultando seu olho dentro dessa máscara. Um rosto traumatizado por debaixo do disfarce e, entre sua dolorosa cicatriz, olhos meigos, ansiosos por amar. Ela, dez séculos na frente, lhe devolveu a dignidade necessária para lutar pelo trono de Goryeo.

Rei So… Seu So. 

Junto com a gravura do rei, o museu informava sobre as principais ações de Gwangjong. Nova onda de choro quis desaguar em Ha Jin.

So libertou os escravos, estabilizou a economia, foi piedoso com a população e sábio em suas decisões. Nada do príncipe usurpador sanguinário ou do fratricida ambicioso era mencionado. O que Ha Jin aprendeu na escola foi totalmente alterado. O quarto rei de Goryeo fez a diferença para o povo. Ele a ouviu. E ela mudou a história; Fez daquele período algo mais suportável.

Se So buscou ser um rei melhor, para o coração dela apenas uma certeza existia: Ele continuou amando-a, mesmo depois da última decepção ao saber de sua primeira paixão pelo oitavo príncipe.

E quando ele não veio, quando não respondeu suas cartas, quando de Ha Jin, naquela vida Hae Soo, foi tirada a possibilidade de olhar para os olhos do pai de sua filha e só então decidir se ele deveria saber ou não, ainda assim ela permanecia sendo amada por aquele homem. 

ー Moça, tudo bem? ー alguém a chamou. 

  A jovem permanecia em torpor, perdida numa existência sem volta. Os olhos já estavam completamente embaçados e os joelhos, fracos, encontraram sustentação no piso. 

ー Moça, você recebeu uma notícia ruim? Quer que liguemos para alguém? Venha conosco até a sala dos funcionários e tome um copo de água. 

ー Ele era real. Meu amor era real ー a garota balbuciou, erguendo a cabeça para quem falava com ela. Viu dois vultos uniformizados, dois borrões insignificantes, e então tombou no piso desacordada. 

***

Mi Ok foi chamada pelo hospital para fazer companhia à Ha Jin. Elas eram amigas há pouco tempo, se conheceram no trabalho, mas já desfrutavam desse bom relacionamento. Mi Ok havia sido impelida a puxar conversa com a colega de vendas assim que soube, por alto pelos outros funcionários, que ela era a garota que ficou um ano em coma profundo depois de passar mais de dez minutos debaixo do lago.

Era uma história incrível e Mi Ok não dispensava conversas fascinantes por nada no mundo. Papo vai, papo vem e as duas moças combinaram alguns happy hours de fim de semana.

Logo, mais do passado de Ha Jin foi sendo revelado. Ela era uma jovem coreana morando solitariamente em Busan. Sua família se constituía da mãe, residente numa cidadezinha a vários quilômetros de Busan, que só ia visitá-la duas vezes por ano, e seu irmão mais velho que morava em Seoul e, como sua mãe insistia em enfatizar, levava uma vida muito boa com um trabalho que lhe rendia um bom salário para sustentar a esposa e os dois filhos, além de lhe sobrar para mimos enviados à matriarca periodicamente.

O relacionamento entre elas, pelo que Mi Ok sabia, não era ruim, mas estava longe de ser o ideal materno. A mãe de Ha Jin ficara muito desgostosa da filha, quando ela decidiu largar os estudos para morar com o namorado em outra cidade. O namorado em questão a trocou há dois anos pela sua ex-melhor amiga. Foi mais ou menos nessa época que Ha Jin tentou se afogar.

ー Go Ha Jin ー a enfermeira anunciou no corredor. Mi Ok ergueu a cabeça e acenou. A enfermeira pediu para ela se aproximar ー A senhorita é a Wi Mi Ok?

ー Isso. 

ー Chamamos você porque seu número era o único na lista de emergências na bolsa da Srta Go Ha Jin. 

ー Tudo bem, sou amiga dela ー respondeu Mi Ok ansiosamente ー O que houve com a Ha Jin?

A enfermeira consultou rapidamente o prontuário em mãos para ter certeza do histórico da paciente. 

ー Sua amiga teve um espécie de colapso nervoso no Museu de História Goryeo. Ela chegou no hospital muito agitada e teve que receber calmantes intravenosos para relaxar e ser examinada. A senhorita já está bem melhor e, embora um pouco sedada, autorizada a receber visitas agora. 

Mi Ok colocou o crachá de identificação para visitantes e percorreu a ala dos internados até encontrar o quarto da amiga. Não existia outros leitos naquele quarto, apenas Ha Jin, metida nos lençóis, na penumbra vespertina por detrás das persianas. Ela se acomodou na cadeira à direita da jovem e a fitou silenciosamente. A moça tinha os olhos fechados, dormia calmamente. 

ー Alguma vez você já ficou imaginando como se sentiria se todas as pessoas da sua família tivessem morrido? Pior, como se tivesse acordado no tempo errado e elas já tivessem vivido, casado, tido filhos, envelhecido e deixado este planeta no ciclo natural das coisas? 

ー Aiii... Pare com isso, Ha Jin ー Mi Ok levou um susto apalpando o peito. Não sabia o que fora mais tenebroso: se a amiga começar a sussurrar do nada ou ficar dizendo aquelas coisas mórbidas.

Na televisão do quarto, um filme americano romântico e deprimente estava passando. Ela achou por bem levantar e mudar de canal. 

ー Me contaram que você teve um colapso nervoso. O que estava fazendo num museu? 

Essa lhe parecia a pergunta mais relevante. Ha Jin resolveu se enfiar dentro de um museu, aquele lugar monótono que as pessoas só iam quando eram obrigadas pelas excursões escolares, logo depois de um exaustivo dia de trabalho na feira de cosméticos. Não fazia nenhum sentido. 

ー Eu queria não ter acordado. 

ー Como assim? Acordado do quê…? ー então Mi Ok fez suas próprias conclusões ー Do coma? Agh, pare de falar idiotices! 

ー Desculpe… ー Ha Jin abriu os olhos devagar e sorriu gentilmente para a amiga ー Eu adorei você ter vindo me ver. 

ー Estou bastante preocupada, isso sim ー a outra disse com indignação ー Que colapso foi esse que você teve? 

ー Eu senti umas palpitações doloridas no peito e acabei desmaiando ー a jovem simplificou os fatos ー O médico me disse mais cedo, depois de me examinar, que tenho defeito cardíaco numa das válvulas do coração.   

ー Oh, não! HA JIN! Como assim?! ー exclamou Mi Ok de olhos lacrimejantes e expressão aterrorizada. Ha Jin fitou a amiga brandamente.

Segundo o médico, ela deveria marcar uma consulta com um cardiologista o quanto antes e iniciar seu tratamento. Isso, disse ele, lhe proporcionaria uma expectativa de vida longa e segura. Na era Goryeo não havia cardiologistas, de modo que a doença acabou por fazê-la partir precocemente de So. 

ー É tão grave assim? ー Mi Ok levou as duas mãos a boca ao ver que a paciente derramava lágrimas. 

ー Não é não ー Ha Jin limpou as lágrimas rapidamente com as costas das mãos ー Eu só estou cansada e com um pouquinho de raiva de já ter de me tratar tão nova. Se eu puder ficar algumas horas sozinha, descansando aqui, estarei nova em folha depois da alta médica. 

ー Também, por quantas coisas você já passou, minha amiga… ー os olhos de Mi Ok miravam-na repletos de piedade. 

Ela detestava aquele semblante nas pessoas que conheciam seu incidente com o afogamento. Ninguém lhe dizia diretamente, contudo todos imaginavam que, depois de salvar o garotinho no lago, ela afundou propositalmente para dar um fim no seu sofrimento devido a infidelidade do namorado. 

ー Estou bem ー disse tentando encerrar aquele clima penoso. 

ー Fique bem, certo. Vou pedir para o hospital me ligar assim que sua alta acontecer. Quero te levar para casa. ー Mi Ok se levantou da cadeira e ergueu o punho animadamente ー Fighting! 

ー Fighting ーHa Jin sorriu. 

Depois da porta do quarto se fechar, a garota desfez o sorriso. As lágrimas que segurou na frente da amiga foram liberadas para escorrerem livremente. De quantas palavras de incentivo ela precisaria dali para frente para acordar todas as manhãs com a certeza mais horrível de todas?: o abraço de Wang So nunca mais estaria ao seu alcance.


Notas Finais


E então, gostaram?


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