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História Moonlight Sonata - Retrato


Escrita por: Kashi_

Notas do Autor


Longfic nova! Eu ia postar só na proxima semana, quando finalizar D.R.A.C.O, mas estou muito empolgada com M.S e não conseguir segurar, chocando um total de 0 leitores haha
Nos vemos nas notas finais, e boa leitura!

Capítulo 1 - Retrato


1 – Retrato

Harry POV

Eu sentia minha cabeça doendo, e o ambiente de forma geral apenas fazia essa sensação se tornar cada vez pior. As luzes multicoloridas ao redor, assim como a música alta e de batida agressiva só tornavam o cenário enlouquecedor.

Junto a isso, tinham muitas pessoas juntas, fazendo do lugar abafado e desconfortável de uma forma que eu não conseguia gostar.

Mas ali estava eu, novamente, assim como todas as noites.

Tinha um copo de bebida na minha frente, mas eu não sentia vontade alguma de tomá-la como tantas outras vezes. Acabava pedindo achando que seria diferente, mas na realidade nunca era.

Voltei a contornar a borda do copo distraidamente com um dedo, sem saber ao certo o que dizer e pensar, e suspirei, erguendo os olhos para a outra ponta do balcão.

Ele estava sentado ali, e tinha um olhar muito atento a tudo a sua volta. Olhava para todos os lados, enquanto sorria e ia bebendo cada vez mais. Parecia compulsivo, na realidade.

Mas ele também estava ali, como todos os dias. Completamente ao contrário de mim, parecia muito animado. Até demais, para ser sincero.

Impecavelmente vestido e arrumado, ele sempre chamava atenção demais, e não era difícil ver pessoas aos montes chegando perto dele com convites indecentes.

Eu não sabia dizer o que me levava a voltar até ali toda maldita noite, mas sentia que deveria estar naquele lugar, por mais que o odiasse tudo o que aquilo significava.

Acho que tudo tinha começado quando Draco Malfoy pediu afastamento do trabalho.

Embora trabalhássemos no mesmo setor, dificilmente nos víamos. Mas ele sempre parecia meticuloso e atencioso com seus afazeres, embora não aceitasse de forma alguma trabalhar em grupo ou com qualquer parceiro.

Mas um dia qualquer eu vi ele entrar pela porta, deixar a carta de afastamento com o superior, e sair sem dizer nada.

A maldita carta dizia que ele, por motivos de saúde, estava incapaz de continuar trabalhando.

Ninguém entendeu, porque ele jamais havia dado indícios de estar doente, ou ter algum problema. Ninguém entendia, e ninguém verdadeiramente se importava.

Por mais que eu tivesse sido consumido pela curiosidade, não tinha realmente me importado a ponto de investigar ou ir atrás daquilo tudo.

E em uma noite qualquer, saindo do mercado para ir para casa, eu o vi.

Primeiramente duvidei que aquele pudesse ser Draco. Porque eu havia escolhido morar em um bairro trouxa, afastado e calmo, e o lugar que ele estava não tinha nada a ver como mundo bruxo.

Mas eu o vi entrar dentro de um grandioso clube.

E me perguntei porque um cara incapaz de trabalhar estaria ali.

Qual razão?

Havia sido a primeira vez que eu o segui.

E desde então, eu estava acostumado em ver aquela cena se repetir.

Ele chegar, se sentar ali, parecendo muito feliz e sorridente. Beber exageradamente, conversar com pessoas desconhecidas, beber mais...

Suspirei ao ver o mesmo cara de sempre encostar no ombro dele, se inclinando na direção de Draco.

Trocaram algumas palavras, como de costume, e Draco virou o restante da bebida que tinha em seu copo antes de se erguer do balcão e caminhar junto ao homem de aparência estranha até o banheiro.

No início, ao olhar aquilo, percebi que deveria ser exatamente o que parecia.

Draco por alguma razão não queria trabalhar, e aproveitava todas suas noites livres em um clube muggle para beber e fazer sexo com aquele cara. Era isso o que parecia, então eu me permiti acreditar, nos primeiros instantes.

Mas logo na primeira vez que o segui, percebi que após cinco minutos o cara que o levou até o banheiro voltou sozinho de lá, e continuou se divertindo, embora eu notasse que vez ou outra ele ia para o banheiro com outros caras.

Depois de dez minutos que Draco estava enfiado dentro do banheiro, eu fui até lá, porque tinha ficado muito desconfiado com tudo.

Foi o suficiente para que eu compreendesse tudo.

Eu estava abrindo a porta para entrar no momento em que ele saia, e trombamos ao nos esbarramos.

Draco tinha os olhos muito arregalados, quase salgados nas órbitas, e parecia completamente fora de si. Piscava repetidamente, e apertava um ponto específico do braço, parecendo tão fora de órbita que não se quer notou quem eu era e apenas riu ao dizer um “foi mal" em uma voz grogue e afetada.

Depois de ver essa cena estranha, eu fui para casa um pouco desnorteado, e no dia seguinte, com a mente mais clara, decidi voltar.

Só para comprovar que realmente Draco Malfoy se drogava todas as noites naquele lugar estranho. Agia superficialmente, bebia sem controle, e terminava a noite completamente fora de si.

Era tão irreal. Tentava o tempo todo imaginar o que poderia ter levado ele a algo como aquilo, mas não encontrava resposta alguma. Não compreendia ou conseguia entender.

Draco Malfoy sempre demonstrou estar acima de tudo e todos. Tinha algo em seu olhar que conotava superioridade, como se ele fosse algo muito valioso para perder tempo com o resto da humanidade.

E por breves instantes eu me recordei de tê-lo visto em um momento de fragilidade, há tantos anos atrás, em Hogwarts, quando a guerra estava prestes a estourar. Eu mesmo não o tinha visto chorar? Não tinha chegado a conclusão de que Draco também foi vítima de Voldemort?

Ainda assim era difícil de acreditar, porque por todo o tempo em que ele trabalhou no esquadrão de aurores, Draco demonstrava estar bem. Era sempre meticuloso no trabalho, perfeccionista, sério, pontual. Nada parecia errado.

Mas ele tinha se afastado.

Eu não consegui descobrir porque dados pessoais dos aurores eram sigilosos, então não sabia ao que devia seu afastamento. Mas ele realmente não estava trabalhando, e a única coisa que parecia fazer era ir até aquele bar muggle, que eu jamais tinha visto qualquer bruxo ou bruxa presente, beber o máximo que conseguisse antes de se trancar no banheiro por alguns instantes e sair dali completamente perturbado.

Algo muito errado parecia ter acontecido na vida dele.

Chequei o relógio, vendo que o padrão tão conhecido por mim estava estranho. Geralmente cinco minutos eram o suficiente, e Draco já estava no banheiro há quase vinte.

Suspirei pesadamente, porque faziam quase dois meses que eu acompanhava sua rotina, e jamais aquilo tinha acontecido.

Franzi o cenho quando vi o cara que fornecia para ele sair apressado do banheiro, e diferente de sempre, não voltou a rodar a pista para encontrar mais clientes, e saiu andando com certa velocidade, empurrando algumas pessoas e sumiu pela porta.

Esse comportamento atípico me sentir um pressentimento estranho e me levantar do balcão desconfiado, decidindo que não faria mal ir ver o que estava acontecendo.

Tive que desviar dos corpos que dançavam ao ritmo da música, e dar a volta pela pista até avistar o corredor onde ficavam os banheiros, empurrando a porta do masculino, vendo que estava vazio, aparentemente.

Caminhei até as cabines, empurrando as portas que estavam entreabertas, notando que apenas duas delas estavam ocupadas, e adivinhei que ele estaria na última, porque ouvi um som estrangulado vindo de lá, e me apressei.

A porta estava apenas encostada, e tão logo eu a empurrei, o corpo de Draco desabou para fora, e eu o segurei antes que fosse ao chão, franzindo o cenho.

Aquilo ali parecia muito mais do que o comum, e não precisava ser entendedor do assunto para saber que ele tinha ultrapassado todos os limites, se é que ainda existia algum.

Ele ergueu o rosto para mim, piscando várias vezes até finalmente arregalar os olhos, de uma forma aterrorizante, para tentar focar a visão. Estava muito pálido, e seus lábios tremiam visivelmente.

Aquilo não parecia em nada o Draco Malfoy que chegava todas as manhãs para trabalhar exalando charme, com aquela pose superior e austera. Não parecia nem perto do que aquele cara já tinha sido um dia.

Era apenas um fraco reflexo frágil e quebrado do homem que costumava ser.

— Potter? — Questionou, e não era por me reconhecer. Realmente ele estava perguntando se era mesmo eu, porque estava tão fora de si que provavelmente a essa altura eu poderia ser fruto de sua imaginação.

— Você está bem? Consegue ficar em pé? — Questionei e ele bufou.

— Eu já mandei parar de me seguir — Resmungou tentando me empurrar, e aquilo realmente tinha acontecido.

Eu nunca fiz questão de me esconder ou esconder o que fazia, porque na realidade nem eu mesmo sabia o que estava acontecendo.

E no terceiro dia que o segui até ali, ele havia vindo completamente bêbado até onde eu estava, parando na minha frente atordoado, embora muito sério.

‘Não me siga’  havia sido tudo o que ele disse naquele dia, e isso só me fez querer continuar indo até ali, porque tudo parecia errado de um jeito que eu não era capaz de simplesmente deixar para lá.

E como se eu adivinhasse, estiquei os braços no exato momento em que as pernas de Draco pareceram perder completamente a força, e eu vi em câmera lenta ele tombar contra mim, amolecendo ao desmaiar nos meus braços.

Eu apenas queria entender o que tinha acontecido, porque embora eu visse Draco Malfoy, e soubesse que ele estava ali...

Tinha a impressão que tudo o que eu via era um reflexo vazio e sem alma do que ele poderia ser.

Apenas um retrato vazio.


Notas Finais


AVISOS!
1 - Os títulos de todos os capítulos são de poemas da maravilhosa Cecília Meireles, porque eu sou totalmente apaixonada hahaha Então o nome dos chapies serão dos respectivos poemas que tem a ver com a fic, e eu indico a leitura pq é fantástica.
2 - REFERÊNCIAS não podem faltar aqui, não é? A sinopse faz referência a GOT, para quem não tinha certeza, eu confirmo hahaha E para ver quem está afiado, digam ai o que dizemos para a morte?
3 - Sim, o nome da fanfic tem a ver com Beethoven.
4 - Agora o aviso supersério: Essa fic vai ter muitos temas delicados e complicados, então deem uma olhada nos avisos, okay? Eu classifiquei direitinho para não deixar ninguém incomodado.
Vocês sabem que eu adoro usar as coisas que eu mais amo para criar fanfic. Tivemos uma de Gaga+Camões, e agora teremos uma de Meireles+Beethoven.
Eu escrevi, sem exceções, todos os capítulos ouvindo concertos de piano. Inclusive, aconselho ler fazendo o mesmo para sentirem toda a emoção que eu quero passar hahaha A quem tiver interesse, aconselho começar por 'Beethoven's Silence' de Ernesto Cortazar. Foi a que eu mais ouvi no processo criativo. (Eu falando como se o processe tivesse sido demorado, mas escrevi 30 chapies em cinco madrugadas de pura insônia)
Falando nisso, a fic é long, long fic. Eu estou escrevendo os últimos capítulos, então não tenho absoluta certeza de quantos vão ser o total, mas vai passar de 40. Então será uma longa aventura haha
Enfim, espero que gostem do novo projeto! Porque eu estou amando demais, credo.
Quem já me conhece, bem vindos a mais uma Kashific. E quem não me conhece ainda.... O que é que estava fazendo que não leu minhas outras fanfics?????
E para quem tem dúvidas: Me sinto aquelas malabaristas em cima de um monociclo jogando bolinhas de fogo no ar, mantendo todas equilibradas e dando um show muito legal e tenso, porque estou postando ao mesmo tempo 5 longfics! Amém Kashi HAHAHA
Até o proximo!
Ps. Perdoem as notas longas, eu gosto de conversar.
Ps2. Gi, espero que goste 💕


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