1. Spirit Fanfics >
  2. Moonlight Sonata >
  3. Canção Excêntrica

História Moonlight Sonata - Canção Excêntrica


Escrita por: Kashi_

Notas do Autor


Esse chapie ♡

Capítulo 11 - Canção Excêntrica


11 - canção excentrica


Harry Pov

Eu estava procurando onde havia deixado as chaves de casa quando senti o celular vibrando no bolso da calça, e sorri imediatamente.

Desde que eu havia mostrado a Draco como enviar mensagens, ele só vinha melhorando nisso.

Na maior parte do tempo era para tentar me irritar, mas ainda assim era impossível não me sentir bem ao ser honrado por estar nos pensamentos daquele cara egocêntrico.

Puxei o aparelho, abrindo a conversa, e não evitei rir.

Era uma foto de um Tink furioso caído no chão, com uma bandeja ao redor e alguns pedaços de vidro quebrado. Parecia ter trombado no outro algo que também estava no chão ao seu lado. 

A expressão do elfo não era das melhores, e eu imaginei que isso deveria divertir Draco.

Embora ele parecesse se dar bem com Tink, os dois viviam se provocando.

“Você deveria ajudar ao invés de tirar fotos’’

‘’Vá se ferrar’’ respondeu seco como sempre, mas mandou um emoji revirando os olhos.

Desde que ele havia descoberto aquilo, eu não conseguia desassociar aquela carinha esnobe de olhos revirados com a imagem de Draco.

Provavelmente era o único que ele me mandava, pelo menos quinze vezes a cada cinco frases.

— Rindo para essa porcaria de novo?

Me sobressaltei, virando para a porta onde Ronald estava parado de cenho arqueado, parecendo duvidoso.

— Não é nada — Respondi bloqueando o aparelho e colocando ele no bolso.

— Harry, você esta saindo com alguma muggle? — Questionou entrando na sala, e eu revirei os olhos — Cara, está tudo bem me contar. Você e a Ginny terminaram numa boa. Ela tem outra pessoa. Eu estou bem com isso.

— Não tem ninguém, Ron. Eu te contaria.

— Você anda com essa coisa o tempo todo, e não é a primeira vez que ri para isso...

— Já falei que não é nada — Insisti vendo-o dar de ombros.

— Tanto faz. Mas eu estava falando sério. Eu não tenho problemas com você estar com outra pessoa. Faz quase dois anos que terminaram — Reforçou e eu assenti — De toda forma... eu vim te avisar que a minha mãe pediu para dizer que se você não aparecer no natal, ela vai ir até a sua casa te buscar.

— Ron...

— Cara, no ano passado você já não foi. É serio, Harry. Não é estranho. O cara da Ginny não vai estar lá.

— Ele não deveria deixar de ir por minha causa.

— Mas cara...

— Tudo bem, Ron. Se estiver bem por todos, eu posso ir. Mas eu realmente não me importo se ele estiver lá. Ela não deveria deixar de passar o natal com o namorado por minha causa.

— Tem certeza?

— É claro — Garanti dando de ombros — Não imagino que o namorado dela vá se sentir confortável sabendo que eu e ela estaremos juntos e ele não pode estar lá. De verdade, estou bem com isso.

— Certo. Então... vou deixar avisado que você não vai precisar ser arrastado. Não nos decepcione!

Assenti, vendo-o sair animado da sala, e apenas ri comigo mesmo.

O fim do meu relacionamento com Ginny parecia ser uma coisa difícil para ele entender. Mesmo que desconfiássemos que ela estivesse se apaixonando pelo empresário dela, quando ela realmente quis terminar por isso, Ronald havia ficado sem rumo.

Sempre me imaginou casando com sua irmãzinha, entrando oficialmente para a família, lhe dando sobrinhos bagunceiros.

Eu havia superado bem. É claro que ela fez falta, mas próximo ao fim do relacionamento ela já era tão ausente que não chegou a fazer diferença quando conversamos e seguimos separados.

Ainda assim os Weasleys sempre fizeram questão de me ter por perto, e provavelmente eu frequentava a casa de Molly muito mais do que Gina.

Balancei a cabeça, querendo parar de pensar nisso e me virei de volta para a mesa, rindo quando percebi que as minhas chaves estavam debaixo de um monte de papel.

Recolhi ela, guardando no bolso e voltei a pegar o celular.

‘’ Daqui dez minutos estarei ai. Fique pronto para dar uma volta’’

‘’Eu não quero dar uma volta’’

‘’Quando eu chegar vou te arrastar para fora. É bom que esteja vestido para isso, ou todos vão ver você de pijamas’’

Eu não me surpreendi quando ele mandou aquele emoji de novo, quatro vezes, e apenas ri ao colocar o celular no bolso e sair da sala.

Draco era um tanto engraçado com aquele mau humor que parecia fazer parte da personalidade dele.

Em pouco menos de dez minutos eu estava na frente da mansão Malfoy, gostando de como o clima parecia leve para um passeio.

— Ele está me amaldiçoando, não esta? — Questionei quando Tink abriu o portão e o elfo assentiu.

— Para o seu azar, senhor Potter, ele sabe amaldiçoar em dezenove idiomas diferentes.

Rimos juntos enquanto caminhávamos para a porta, e o elfo pareceu ansioso ao me olhar com curiosidade.

— Sim, conforme o combinado — Respondi a pergunta muda, e ele assentiu enquanto entravamos.

Draco estava terminando de descer as escadas, e franziu o cenho para mim, demonstrando seu desgosto.

— Ah, droga. Você realmente se vestiu? Eu queria tanto te arrastar para fora de pijamas — Não resisti a dizer, vendo ele revirar os olhos.

— Você devia agradecer o fato de eu não conseguir fazer magia, porque...

— Você ia me lançar uma maldição, grande novidade — Debochei só para vê-lo fechar ainda mais a expressão — Marque mais uma que fica me devendo. Tenho certeza que você tem uma lista para quando voltar a fazer magia.

— Pode apostar que sim.

— Vamos?

Ele não respondeu, apenas passou reto por mim, seguindo para fora e eu revirei os olhos, vendo o elfo rir.

— Senhor Potter é ótimo em aguentar o mau humor dele.

— Vá achando engraçado, Tink. Mas eu tenho uma foto sua todo caído no chão — Brinquei vendo o elfo fechar o cenho para mim e me empurrar para fora, batendo a porta em seguida.

Draco parecia mau humorado como de costume enquanto caminhávamos lado a lado em direção ao parque que tinha ali, parecendo decidir sozinho onde queria andar.

Eu apenas o seguia, vendo que nem aquele bonito parque florido parecia chamar a atenção dele, que apenas andava mecanicamente, como se não estivesse vendo as coisas ao seu redor.

— Por que me arrastou para fora? — Resmungou em certo ponto e eu dei de ombros.

— Ficar trancado naquela mansão não te faz bem, Draco. Você precisa de um pouco de ar fresco.

— Lá tem muito ar fresco.

— Você entendeu o que eu quis dizer.

Ele deu de ombros, suspirando pesadamente ao parar próximo a fonte, olhando sem ver para os pássaros que tinham por ali.

— Como você está?

— Bem — Respondeu de imediato, nem parando para pensar sobre, e eu sabia que era uma resposta automática.

— Estou perguntando de verdade, Draco. Tente ser sincero. Você parece desanimado.

— Estou sempre desanimado.

— Mas esses últimos dias parece ser mais. Como estão as crises?

— Sob controle.

— Sinceramente?

— Harry, você vem todos os dias para ver como estou. Eu estou bem. Porque não fica satisfeito?

— Não faz o menor sentido eu vir saber se você está bem se eu não estivesse disposto a fazer algo caso não esteja. Eu quero que seja sincero.

— Meu pai trouxe algumas poções para eu tomar, na última vez que veio. Não tenho mais crises de abstinência por causa delas, mas... — Falou sem me olhar, e eu ouvi com atenção — Elas me fazem sentir estranho. Ter sono o tempo todo e não ter vontade de fazer nada. Na inspeção ele removeu da casa qualquer coisa que eu pudesse achar interessante. Só deixou livros para eu treinar magia. Tivemos que... tivemos que deixar o cachorro em um abrigo. E eu... gostava dele — Admitiu baixo, quase como se tivesse vergonha de falar isso — Eu não posso ir para canto algum fora desse lugar estúpido, até voltar a fazer magia para assumir novamente a vida que meu pai escolheu. Nada está bem, Potter.

Ele se virou para mim, demonstrando sua chateação, enquanto eu via como os olhos dele pareciam aflitos.

— E você vem todos os dias, e isso só me faz sentir mais culpado com essa bagunça. Eu queria estar bem para que você não precisasse parar a sua vida por causa de um cara idiota qualquer. Olha para você! Você trabalha, vive sua vida, tem seus amigos, está sempre bem... Você não deveria estar aqui.

— Sabe de uma coisa? — Falei por fim ao reconhecer um pouco daquele sentimento que ele parecia querer nomear — Você foi o primeiro bruxo que conversou comigo, além de Hagrid. Não sei se você se lembra. No dia em que fui comprar meus materiais para a escola, você estava no Beco Diagonal. Você me perguntou sobre a minha família, sobre quadribol, sobre qual casa eu ia querer estar...

Ele assentiu, como se demonstrasse se recordar daquilo.

— Eu me senti tão inferior a você naquele dia — Confessei, e ele franziu o cenho — Eu não sabia nada sobre o mundo mágico. Eu descobri ser um bruxo naquele dia. Eu senti medo de ser incapaz, de não ser um bom bruxo, de envergonhar as pessoas. Eu não sabia responder nenhuma pergunta que me fez.

— Isso é... sério? Mas você é...

— Sim, eu sou Harry Potter. O menino-que-sobreviveu. Para a minha segurança, Dumbledore me deixou na casa dos meus tios trouxas, e ninguém nunca me contou sobre a verdade. Até os onze anos eu achava que meus pais tinham morrido em um acidente de carro — Falei vendo ele arregalar os olhos completamente descrente.

— Eu não sabia disso — Falou parecendo muito surpreso.

— Esse sentimento de ser um incomodo, de ser inferior, de não ser bom o suficiente... Você só o sente quando se compara com outras pessoas. E isso é terrível, Draco. Você deve se comparar a si mesmo. Buscar ser uma versão boa de você. Buscar dar o seu melhor. Mas deve fazer isso por você. Não para se igualar aos outros. O melhor exemplo para você, é você mesmo. É o tanto que você cresceu. Suas evoluções.

Ele assentiu, desviando os olhos de mim novamente.

— Eu venho todos os dias ver se você está bem, não para que minta para mim — Voltei a dizer e ele suspirou — Eu venho para tentar fazer algo para que realmente fique bem. Não são visitas vazias. Se eu quisesse apenas perguntar, poderia fazer isso por mensagem e receber aquele monte de emojis debochados.

Ele riu sem humor, dando de ombros.

Avistei ao longe a sombra de Tink caminhando até nós, e cutuquei o ombro de Draco, indicando o elfo.

O loiro pareceu confuso, mas eu vi um sorriso encher seu rosto quando ele viu o que o elfo tinha nos braços, e eu apenas pude ficar observando o cachorro pular do colo de Tink e vir correndo em direção ao dono.

Draco se abaixou para pegá-lo no colo, parecendo não saber o que dizer quando se ergueu, me olhando com algum sentimento, o que era extremamente difícil de ver.

Para ser sincero, parecia ser a primeira vez que eu o via demonstrando estar genuinamente contente.

— Eu disse que pretendia fazer algo quando não estivesse bem de verdade — Falei rindo ao dar de ombros.

— Mas...? Como?

— Ele está morando comigo. Eu e Tink sabemos o quanto você gosta dele. Antes do seu pai ir até sua casa, Tink o levou para mim.

— Ele... está ficando com você?

— Sim. Nos tornamos bons amigos — Dei de ombros, fazendo carinho sobre as orelhas do animal — Exceto quando ele acha que pode dormir no meio da cama.

Draco assentiu, apertando o bicho contra os braços, e eu apenas sorri de ver que o cão também parecia muito contente, abanando o rabo e tentando lamber Draco.

— Harry, eu... obrigado — Falou verdadeiramente feliz, e eu assenti.

— Tink me explicou sobre as vistorias do seu pai. Então eu vou cuidar dele por você, quando não puder. Ontem eu e Tink combinamos que enquanto eu tirasse você de casa, ele iria ao meu apartamento buscar essa coisa para fazermos uma surpresa.

Ele assentiu, parecendo não saber o que dizer ao se virar para o elfo, ainda sorrindo.

— Obrigado.

Tink apenas assentiu satisfeito, acenando para nós antes de aparatar, e eu fiquei ali vendo Draco sorrindo verdadeiramente como nunca fazia abraçando o bicho contra o corpo.

— Agora você pode dar um nome para ele? Não aguento mais chamar ele de coisa, troço, negócio, cão, demônio...

Ele revirou os olhos, dando de ombros.

— Não.

— Ah, deixa disso, Malfoy. Dê logo um nome, se não eu mesmo vou fazer!

— Não se atreva!

— Nós compartilhamos a guarda dele, Draco! Eu tenho tanto direito quanto você... E quer saber? Vou chamar ele de.... Grifinório!

— Você...! — Ele me olhou com raiva, fechando a expressão — Eu juro que vou ensinar ele a te morder, Potter!

— Como um leão? — Insisti, rindo de como ele pareceu chocado.

Quando ele colocou o cachorro no chão, eu imaginei que seria para tentar me dar um soco, mas se surpreendi quando ele me olhou com malícia e maldade.

— Pega! — Ordenou para o cachorro, apontando para mim e eu revirei os olhos.

— Ele é um filhote, e agora somos bons amigos. Não vai me atacar só porque você mandou... — Comecei a falar, mas franzi o cenho quando a miniatura vira-lata começou a rosnar, e eu realmente tive que correr do bicho.

Sabia que ele não era capaz de me ferir, embora tivesse uma mordida dolorosa com aqueles dentes finos, mas correr do bicho estava fazendo Draco gargalhar de um jeito que eu jamais tinha visto, com o olhar de satisfação a cada vez que eu tinha o tornozelo mordido.

E isso fazia qualquer coisa valer a pena.


Notas Finais


Ahhhhh
Att rápida porque essa fic é muito lindinha e eu preciso mostrar ela pro mundo kkkkk eu amei escrever cada letra.
Espero que estejam gostando ♡
Harry é muito gracinha, ainda mais com os discursos motivacionais dele.
Nessa fic, fiz tudo para transformar ele em uma "pessoa de verdade"
Alguém que quer ajudar, porque entende a dor do outro. Harry já se sentiu inferior, já se sentiu sozinho. Já se sentiu usado. Manipulado. E tantas outras coisas. Esse reconhecimento da dor do outro é o que mais aproxima os dois. Então pra quem está achando que já está rolando romance: não, não está. Kkkkk é difícil dizer um momento ao certo em que as coisas vão começar a surgir. É mais como uma construção. E eles ainda estão se tornando amigos. Ainda estão começando a construir confiança.
Isso vai ficar mais claro quando chegarmos ao chapie 16.
Autora que att rapidinho pra vocês acordaram de manhãzinha com chapie novo merece muito amor, ouvi dizer. Algo perto de mil milhões ♡
Até o próximo ♡ ( que provavelmente vem logo, afinal eu sou ansiosa demais kkkk)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...