História More Than Babies - More Than Transition

 

Namjoon acordou ao escutar a campainha tocar, um corpo em cima do seu se mexeu e o mesmo se assustou brevemente até se lembrar. Ele estava na casa de Seokjin e acabou dormindo enquanto esperava por Yoongi.

 

— Namjoon, abre isso logo! — A voz do seu irmãos caçula soou alto e o pediatra se assustou novamente. Suspirou ao ver as horas e se deparou com as exatas dez horas.

 

Colocou Seokjin, que estava dormindo, deitado no sofá e se levantou para abrir a porta. Quando abriu a mesma encontrou o irmão vestido em um pijama de seda rosa, Hoseok também vestia um pijama de seda só que a cor era verde, Minseok que estava nos braços de Yoongi vestia um pijaminha de animais e uma touca em sua cabeça, os gêmeos estavam nos braços de Hoseok, ambos também vestidos com pijamas e toucas. Todos os bebês se encontravam dormindo pacificamente.

 

— Por que estão de pijamas? — Questionou se despertando de vez do sono.

 

— Estávamos indo para a cama quando nos ligou, graças a Deus eu tinha comprado esses pijamas de casais. Imagina sair de casa com aquelas tralhas que Hoseok usa como pijama. — Yoongi respondeu ácido e o Jung se virou ao ouvir seu nome e fez uma careta.

 

— Não são tralhas…

 

— Por que você não vestiu simplesmente as suas roupas? — Questionou confuso pegando Taehy dos braços de Hoseok.

 

— Esses pijamas são da última coleção, você acha mesmo que eu não ia usar ele? — Yoongi perguntou como se fosse óbvio e Hoseok soltou uma risada.

 

— Ele sempre usa todas as roupas que ele compra em toda maldita coleção. Até os pijamas. — O Jung respondeu prontamente.

 

— Isso, de quebra comprei um pijama decente para o meu marido gostoso. Será que agora podemos entrar, quero saber o que aconteceu. — Yoongi foi logo entrando no apartamento antes mesmo de terminar a sua fala.

 

Namjoon olhou para Hoseok e o mesmo sorriu.

 

— Transaram? — O Jung questionou.

 

— Você é um pervertido. — Namjoon fez uma careta de nojo.

 

— Pelo o seu irmão. — Hoseok soltou uma risada e logo se calou ao ver algo.  — Nossa, o que é isso roxo na sua bochecha? Ele te bateu? Uou, sexo selvagem!

 

— Entra logo antes que eu te chute!

 

Namjoon abriu mais a porta e Hoseok entrou correndo e rindo. O pediatra respirou profundamente, arrumou Taehy em seus braços e voltou até a sala. Hoseok estava sentado no outro sofá com Taejin e, agora, Minseok dormindo em seus braços. Yoongi saiu da cozinha segurando um pote aberto em suas mãos, o mesmo olhou para Namjoon com os olhos brilhando e questionou.

 

— O que é isso?

 

— Acho melhor não comer isso, talvez pode te fazer mal. — Namjoon advertiu o irmão, mas Yoongi ignorou-o.

 

— O que você acha que é isso, bebê? — Yoongi perguntou entregando o pote para o marido. Hoseok de primeira fez careta e logo em seguida cheirou a comida.

 

— Kimchi. — Respondeu prontamente e Yoongi soltou um gemido prolongado.

 

— Kimchi! Kimchi! Minha boca saliva… — O caçula saiu em direção à cozinha com o pote em suas mãos.

 

— Não íamos conversar? — Namjoon questionou e o irmão apareceu na sala.

 

— Eu estou indo comer, por favor, eu estou grávido tenha um pouco de consciência. Seu egoísta.

 

— Egoísta. — Hoseok tentou acompanhar seu cônjuge, mas Namjoon lhe enviou um olhar duro e o mesmo segurou os bebês fortemente. — Estou com as crianças, Namjoon. Você não pode me bater.

 

O pediatra apenas suspiros e se sentou no sofá, colocou Taehy deitada em seu peitoral e esperou Yoongi terminar de esquentar sua comida. Quinze minutos – de puro silêncio desconfortável para Namjoon e Hoseok – Yoongi voltou a aparecer na sala, dessa vez com um prato em mãos.

 

— Agora sim. — O mais novo falou e se sentiu ao o lado de Hoseok.

 

— Eu quero um pouquinho. — Comentou o Jung abrindo a boca, Yoongi serviu ele é Namjoon observava aquilo tudo muito entediado.

 

— Terminaram? — Perguntou irônico e Yoongi fez uma careta.

 

— Aigoo, você está tão chato. Vamos, fale logo. — Yoongi disse voltando a comer e Namjoon suspirou aliviado.

 

— Ele… ele me contou tudo. Me sinto péssimo por não ter ficado ao lado dele, apoiado só que um lado meu ainda se sente ressentido. — Namjoon passou a língua pelos os seus lábios secos e em seguida engoliu em seco. — É como se ele nunca tivesse confiado em mim…

 

— Você sabe muito bem pelo o que ele passou. — Yoongi apontou e o irmão concordou. — Ele está temeroso com tudo, poxa, ele fugiu do lugar que ele chamava de casa para viver em paz. Você apareceu do nada, Namjoon, até eu mesmo iria desconfiar.

 

— Isso ai… — Hoseok concordou um pouco confuso.

 

— Mas ele te contou… — Namjoon rebateu ciumento e Yoongi revirou os olhos.

 

— Eu achei uma cópia da certidão de casamento dele e também algumas cópias do pedido de divórcio. — O caçula explicou e o pediatra respirou aliviado por um momento.

 

— Um momento… casado? — Hoseok questionou completamente confuso e Namjoon ignorou ele, se levantando e caminhando para pegar Taejin.

 

— Quando o Seokjin quiser te explicar, ele explica. A história não é minha para contar. — O pediatra falou e Hoseok fez um bico entregando o bebê para o outro.

 

— Droga, odeio ser o último a saber… — O Jung falou manhoso e Yoongi soltou um aww.

 

— Aqui bebê, vem cá que eu cuido de você. — O caçula falou com a voz manhosa e levou um pouco de Kimchi até o esposo. Hoseok abriu um largo sorriso e recebeu de bom gosto. — Já vamos para casa, vai dormir aqui?

 

— Sim, não posso deixar o Jin e os bebês sozinhos. — O pediatra olhou para Seokjin que dormia tranquilamente no sofá. — Não mais…

 

— Certo, enfim, cuidado.

 

Namjoon viu o seu irmão e o marido dele se levantarem em silêncio para não acordar Minseok, Yoongi largou o prato em cima da mesa e foi embora em seguida. O pediatra, ao se ver sozinho, caminhou até o quarto dos gêmeos e deixou os mesmos em seus respectivos berços, voltou para a sala e pegou Seokjin em seus braços. Levou ele até o quarto e colocou em seguida na cama, cobriu o corpo do frio, suspirando ao ver a face do outro tão tranquilo.

 

— Me desculpe. — Namjoon comentou para o vazio. — Ter te abandonado deve ter feito a sua desconfiança em mim aumentar, me desculpa ter te machucado quando eu só queria te proteger. Espero que me entenda também.

 

Namjoon saiu do quarto e caminhou até a sala, se deitou no sofá e encarou o teto se questionando o que iria fazer em diante. O que iria fazer para que Seokjin aceitasse suas desculpas.

 

[•••]

 

Seokjin acordou com uma forte dor de cabeça, se embolou mais em sua cama quentinho e resmungou se sentindo um pouco melhor. Abriu os olhos lentamente e se lembrou da noite anterior.

 

— Droga. — Resmungou baixinho e se encolheu em sua cama.

 

Namjoon… tinha falado tudo de uma vez, tudo da sua vida para ele. Se sentia um pouco aliviado, mas ao mesmo com medo de como tudo seria a partir de agora. Se levantou lentamente e por um momento se perguntou quem tinha trazido, mas a resposta era óbvia.

 

Namjoon.

 

Seokjin decidiu tomar um longo banho e assim que terminou vestiu um conjunto de pijama qualquer, ele iria ligar para Yoongi e pedir os filhos ele não teria que trabalhar então aproveitaria o seu dia com os filhos. Ao sair do quarto e ir até a sala se assustou ao encontrar Namjoon ali, deitado e dormindo pacificamente em seu sofá.

 

— O que…? — Questionou a si mesmo confuso e deu a volta no sofá, parando em frente de Namjoon.

 

Pensou em acordar o pediatra, mas assim deixou. Ele daria um momento de paz para o outro, já que eles dois mereciam ter isso. Viu um prato sujo em cima da mesa e suspirou, talvez Namjoon tivesse sentido fome. Colocou o prato na pia e olhou ao redor, pensando no que poderia fazer, mas um som interrompeu seus pensamentos. Um choro alto soou por toda a casa fazendo com que ele se assustasse, saiu correndo da cozinha e foi para o quarto dos filhos encontrando Taejin com o rosto inchado de sono, chorando copiosamente enquanto se apoiava no berço para ficar em pé.

 

— Meu bebê. — Seokjin murmurou confuso e caminhou até o berço, tirando o seu filho e fazendo ele se acalmar rapidamente.

 

Seu coração acelerou ao sentir o cheirinho único de seu bebê e o seu corpo relaxou. Era mágico o poder que seus filhos tinham sobre ele, e o mesmo amava isso.

 

— Eu te amo. — Jin murmurou contra a bochecha do filho e secou as lágrimas do mesmo. — Teve um pesadelo? Uhn? Quando você chegou?

 

Deu um sorriso e beijou a bochecha do mesmo, se virou encontrando a sua bonequinha ainda dormindo. Saiu do quarto com Taejin e viu que o mesmo já estava calmo.

 

— Jin. — A voz de Namjoon chamou a atenção dele e o Kim mais novo encontrou o pediatra em pé, o cabelo estava assanhado, a roupa e o rosto amassado e ele parecia bem confuso. — Você acordou…

 

— Sim. — Murmurou fracamente e se virou para o filho. — Obrigada por trazer os meus filhos ontem a noite.

 

— Não foi nada. — Namjoon comentou se sentando no sofá e suspirando. — Yoongi e Hoseok trouxeram eles.

 

Seokjin abriu a boca surpreso e em seguida concordou rapidamente. Um silêncio constrangedor caiu sobre eles e o mais novo rapidamente saiu dali, entrando na cozinha e indo fazer algo para Taejin comer.

 

— O que eu vou fazer? — Seokjin murmurou para o filho e o bebê apenas observou ele. — Que tal um leite com achocolatado? Você gosta.

 

Taejin apenas coçou os olhinhos inchados e murmurou alguma coisa, Jin soltou uma risada e pegou uma panela para esquentar o leite.

 

— Quer ajuda? — A voz de Namjoon soou novamente, só que dessa vez Seokjin se assustou.

 

O mais novo se virou e negou devagar, Namjoon sentiu suas bochechas queimarem de vergonha e concorda brevemente.

 

— Precisamos conversar. — Murmurou ganhando o olhar do outro.

 

— De novo? Pensei ter falado tudo ontem a noite. — Seokjin disse colocando o leite para esquentar.

 

— Não é sobre o seu passado e sim o seu presente. — Namjoon se aproximou. — Eu quero te ajudar.

 

— Não preciso de ajuda. — Seokjin soltou uma risada seca. — Eu estou bem, obrigado.

 

— Jin…

 

O mais novo ignorou o outro e pegou a mamadeira do filho, tirou o leite morno do fogo e despejou na mamadeira.

 

— Seokjin, por favor vamos conversar. — Namjoon pediu inspirando profundamente.

 

— Não precisamos conversar e não preciso de sua pena, Kim Namjoon. — Jin disse ríspido ao despejar o achocolatado em pó no leite e em seguida balançar a mamadeira. Com o leite pronto entregou a mamadeira para o filho que segurou com um pouco de dificuldade, mas já começou a tomar.

 

— Não estou com pena, Seokjin, eu quero te ajudar porque você precisa de ajuda. Quero te ajudar para nos ajudar.

 

— Agora você quer nos ajudar? — Seokjin perguntou rancoroso e Namjoon fechou os seus punhos.

 

— Eu aprendi a minha lição, okay? Eu sei o que eu fiz foi errado, mas Seokjin… você não me entende? — Namjoon perguntou com a voz séria e o mais novo baixou o olhar.

 

— Claro que eu entendo, Namjoon… mas… mas eu não consigo ignorar o fato de que você se foi quando eu te falei. Não me deixou explicar e resultou nisso tudo.

 

— E eu me arrependo, me arrependo muito. — Namjoon se aproximou lentamente e ficou parado em uma boa distância. — Me desculpa, eu devia ter ficado e conversado com você. Acho que isso pouparia muito sofrimento.

 

Seokjin  abaixou a cabeça e em seguida fechou os olhos, ao tornar a abrir eles viu um vislumbre de esperança no olhar do mais velho. Inspirou profundamente e concorda brevemente.

 

— Me desculpe, Namjoon. — Pediu e o pediatra suspirou. — Me desculpe por ter te escondido algo tão importante…

 

— Era a sua história, Seokjin.

 

— Você faz parte da minha história, Namjoon, você merecia conhecer ela e eu falhei em não te contar sobre ela. — Seokjin murmurou e o pediatra concordou.

 

— Tudo bem.

 

O mais novo observou o filho ter um pouco de dificuldades e ajudou ele a terminar o leite, voltou a olhar para Namjoon e encontrou o mesmo sorrindo com aquela cena.

 

— Como quer ajudar? — Questionou confuso.

 

— Quero te ajudar com o seu divórcio, primeiro. — Namjoon comentou e ganhou um olhar assustado de Seokjin.

 

— N-não…

 

— Calma, calma. — Namjoon abraçou de leve o outro ao ver que ele ficou realmente assustado. A simples menção de divórcio já era um gatilho para Seokjin. — Vai dar tudo certo.

 

— Não! Ele não vai deixar! — Seokjin murmurou bravo e se separou de Namjoon. — Vamos ignorar o divórcio.

 

— Me escute. — Namjoon se aproximou e colocou a sua mão no ombro do outro. — Vamos procurar um advogado primeiro, um de confiança e vamos conversar com ele. Você mesmo disse que ele… que o seu marido pode vir te encontrar. Temos que estar preparados.

 

— Ele vai tirar os meus filhos. — Seokjin parecia que a qualquer momento desabaria. — Eu não vou deixar isso acontecer!

 

— Isso não vai acontecer, Seokjin. Eu te prometo! — Namjoon quase gritou e o outro relaxou um pouco. — Acredite em mim, por favor, me dê mais um voto de confiança e eu prometo nunca quebrar ela.

 

Jin observando tudo aquilo concordou lentamente, o pediatra suspirou aliviado. Passou a mão pelo o rosto do outro e viu ele desviar o olhar envergonhado.

 

— O que mais? — Seokjin questionou e Namjoon suspirou aliviado.

 

— Quero te ajudar psicologicamente, eu marquei uma consulta para você com o psicólogo do hospital.

 

Jin se afastou rapidamente e começou a rir, negou brevemente e colocou a mamadeira vazia na pia.

 

— Eu não volto para aquele hospital…

 

— Seokjin. — Namjoon tentou começar um diálogo, mas o outro negou rapidamente.

 

— Não vou voltar para aquele hospital, você me humilhou lá e eu não volto.

 

— Por favor, Jin, é a sua saúde. — O pediatra tentou rebater, mas ganhou um contínuo não do outro.

 

— Não e não. — Seokjin arrumou Taejin em seus braços e olhou para o mesmo. — Acho que está na hora de você ir trabalhar, se não vai se atrasar.

 

Namjoon tentou falar novamente, mas decidiu deixar o outro levar um tempo. Olhou as horas e viu que realmente, se não se apressar-se, iria se atrasar. Caminhou até o mais novo e beijou a bochecha de Taejin.

 

— Depois eu converso com você. — Namjoon sussurrou na direção de Seokjin, mas o outro não lhe dirigiu o olhar e nem lhe respondeu.

 

O pediatra começou a andar em direção a saída da cozinha quando Jin lhe chamou novamente.

 

— Por favor, não volte a marcar consultas para mim novamente sem a minha permissão. — O mais novo pediu e o pediatra concordou.

 

— Me desculpe, só quero que entenda que eu só quero o seu bem…

 

— Eu sei, Namjoon. — Seokjin pensou em se aproximar do outro e abraçar ele, mas não fez. — Mas eu não volto para aquele hospital. — Namjoon concordou, entendendo o ponto de vista do outro. — Bom trabalho.

 

O pediatra sorriu e acenou caminhando até a porta do apartamento do outro. Quando Seokjin escutou a porta bater soltou um grande suspiro, seu coração batia muito forte e ele conseguia ainda sentir o cheiro de Namjoon. Taejin lhe olhava estranho e aquilo fez com que ele soltasse uma risada.

 

— Vamos trocar a sua fralda, mocinho? — Jin falou com a voz boba e o seu bebê não demorou a lhe mostrar um sorriso com poucos dentinhos.

 

[•••]

 

Namjoon entrou na sala de descanso e viu que estava quase vazia, Seulgi e mais dois médicos estavam ali. O mesmo se sentou perto da médica e viu ela olhar para ele de modo estranho.

 

— O que foi? — Questionou confuso e a mulher deu de ombros.

 

— Estava apenas admirando esse roxo em seu rosto que aliás está coberto de um jeito muito mal feito. — Ela sussurrou voltando a fechar os olhos.

 

— Porra. — o pediatra xingou baixinho e passou a mão pelo o rosto. — Tentei esconder com maquiagem, mas acho que não deu certo.

 

— Céus! Quem não sabe usar maquiagem nisso? Não me diga que nunca escondeu um chupão com maquiagem. — A obstetra soltou uma risada e Namjoon se encolheu na cadeira onde estava.

 

— Claro que já escondi um chupão com maquiagem. — Namjoon falou descontraído e Seulgi soltou uma risada alta debochada, o que fez alguns médicos ali presente olharem para ela torto.

 

— Namjoon. — A mesma abriu os olhos e apoiou o queixo em uma mão. — Eu te conheço o suficiente para dizer que você chupou um pau ou transou loucamente apenas olhando para o seu rosto e a sua voz, querido, te entrega. Não precisa mentir para mim, isso não é importante.

 

— Seulgi, não seja rude. — Um médico ali próximo falou se levantando e arrumando o jaleco em si. — Tenha mais respeito com um de seus chefes e por seus colegas de trabalho.

 

— Eu também tenho um pau, Namjoon não se incomoda que eu fale sobre isso com ele. — O médico fez uma careta. — Ele é enorme, quer ver?

 

— Piedade. — O médico falou e em seguida saiu quase correndo da sala.

 

Namjoon observou o médico ir embora apavorado e logo em seguida Jennie entrar confusa. Ele desviou olhar para Seulgi que olhava para si.

 

— Você realmente tem um pau? — Namjoon questionou confuso, Seulgi era uma caixinha de surpresa.

 

— Ew. Não. — Ela fez uma careta de nojo e um nó se formou na cabeça de Namjoon.

 

— Se você nem ao menos gosta de pênis, por quê ficou esse tempo todo me pedindo o numero do meu namorado? — Namjoon questionou vendo Jennie quase correr ao escutar a palavra namorado.

 

— Se acalme aí, Korean Bratz, que ele não é mais o seu namorado e aliás, eu queria te irritar e fazer você cair na real, o que acabou funcionando. Você é óbvio demais com ciúmes. — Namjoon revirou os olhos. — Agora me conta, ele que fez isso em você? — Seulgi pressionou o pediatra soltou um gemido de dor.

 

— Foi. — Confirmou gemendo dolorido e tentou afastar a mão da obstetra de si.

 

— Seokjin bateu em você? — Jennie questionou arregalando os olhos ao ver o roxo na bochecha do outro. — Céus…

 

— Está tudo bem. — Namjoon afastou a mão de Seulgi e arrumou o jaleco em si, olhou para Jennie e viu que a mesma estava com o rosto vermelho enquanto encarava o machucado em seu rosto. — Eu mereci.

 

— Ele não podia bater em você, isso é covardia. — A enfermeira falou enquanto fechava várias vezes a mão, como se estivesse se controlando.

 

— Minha vida pessoal não será discutida em horário de trabalho. — Namjoon sentenciou e Jennie abaixou a cabeça concordando, ele se virou para Seulgi e viu que a mesma ainda encarava ele do mesmo jeito.

 

— Nem vem, Korean Bratz, estou no meu horário de descanso. — Ela deu de ombros e Namjoon deixou Seulgi de lado por um momento e se levantou.

 

— O que houve? — questionou a enfermeira a mesma não ia aquela sala com frequência, somente quando algo grave acontecia.

 

— O paciente do quarto 103 teve uma recaída, quase uma hemorragia, mas agimos a tempo. A família quer falar com o senhor. — Ela entregou a ficha do paciente para Namjoon e o mesmo suspirou ao ver  que era uma vítima de atropelamento.

 

— Peça que eles venham até a minha sala, vou passar no quarto para verificar o paciente e aliás — Namjoon se virou para Seulgi. — Procure o Minhyuk para mim, por favor e pega para ele me encontrar na minha sala. — Seulgi abriu a boca para debater mas Namjoon já estava indo.

 

Namjoon saiu sem falar mais nada e Jennie encarou o mesmo ir. Suspirou ao se ver sozinha e logo escutou um suspiro junto ao seu, ao olhar para o lado viu que não estava sozinha. A estranha obstetra estava com ela.

 

— Sério mesmo que está suspirando por ele? O que as pessoas enxerga nele? — Seulgi questionou confusa e Jennie arrumou o seu uniforme.

 

— Ele é um homem de alma muita boa, sem falar do porte físico e feições maravilhosas. — A enfermeira declarou e a obstetra fez uma careta enorme.

 

— Você precisa ser tão formal assim? — Jennie pensou em responder, mas viu que ela falava sozinha. — Caralho, ele deve ter um pau enorme.

 

— O que? — A enfermeira perguntou assustada e Seulgi riu.

 

— Sabe, você devia suspirar por uma coisa melhor. — Seulgi se levantou. — Tipo, eu.

 

Jennie soltou uma risada e rapidamente negou.

 

— Eu não gosto do que você gosta. Sinto muito, não estou interessada. — Declarou e Seulgi revirou os olhos.

 

— Não precisa gostar, apenas admirar. — A obstetra arrumou o seu cabelo e sorriu em direção a enfermeira. — Às cinco eu tenho um horário livre, espero ver você na cantina. Você é bonita demais para correr atrás do Namjoon, ele só tem olhos para o Seokjin.

 

Jennie rapidamente adquiriu uma postura séria e se afastou um pouco da médica.

 

— Com licença, irei avisar aos pais do paciente que o Dr. Kim irá encontrá-los. — A enfermeira começou a andar em direção a saída e Seulgi riu.

 

— Às cinco. — Gritou, mas Jennie continuou ignorando ela. Seulgi viu um outro médico olhar estranho para ela e fez uma careta. — O que foi? Estou tentando desencalhar.

 

— Respeito pelo o seu lugar de trabalho, doutora.

 

— O senhor que tenha respeito, pensa que eu não sei que usa o Wi-Fi para acessar site pornôs. Nojento. — a médica começou a andar em direção a saída ignorando os gritos do médico. — Preciso arrumar um outro lugar para descansar.

 

[•••]

 

Dois dias tinham se passado desde a conversa, Namjoon mandava algumas mensagens e Seokjin respondia elas, mas nada muito extravagante. Eram simples com bom dia, boa noite e o como está. Jin pensava que tudo voltaria ao normal, ou ao quase normal, mas ele só estava se iludindo novamente.

 

— Ele deve estar com pena. — Seokjin murmurou para si mesmo.

 

Era claro que Namjoon estava com pena de si, tinha sido enganado e sofrido um relacionamento quase que abusivo do marido e ainda tinha o fato dele ter medo do divórcio. Quem era o homem que iria querer acabar com alguém casado?

 

— Com licença. — Uma voz um pouco grossa lhe chamou e Seokjin se virou, vendo que tinha um cliente. — Eu gostaria de fazer um pedido.

 

— Claro, me desculpe. — Seokjin se culpou por estar tão aéreo. — No que posso te ajudar?

 

— Me vê... — Ele retirou o óculos e passou a mão pelo o cabelo negro e sedosos. Ele era muito lindo, Seokjin notou que ele parecia um k-idol de tão bem vestido. — Um chocolate quente, por favor.

 

— Certo, mais alguma coisa? — Seokjin perguntou e ele sorriu.

 

— Uma conversa… talvez.

 

O atendente corou rapidamente ao notar o tom malicioso e que aquilo era um flerte, suspirou sorrindo fraco e finalizando o pedido.

 

— Me desculpe, senhor, mas estou trabalhando e… não estou afim. — Seokjin comentou tímido e o outro apenas riu.

 

— Eu estou apenas brincando, Seokjin. — Ele leu seu nome no crachá. — Me chamo Minhyuk.

 

— Prazer. — Seokjin entregou a nota fiscal. — Deu ₩2000.

 

Minhyuk retirou no bolso da calça uma carteira e tirou de lá um cartão, entregou para Seokjin e o mesmo passou.

 

— Então, Seokjin. — O outro sorriu. — Em algum relacionamento?

 

O atendente apenas sorriu e entregou a máquina com o cartão, para o outro colocar a senha.

 

— Senhor… — Seokjin começou mas o outro interrompeu.

 

— Calma aí, eu sou psicologo. Talvez eu possa de te ajudar em alguma coisa.

 

Uma luz brilhou instantaneamente na cabeça de Seokjin, ele soltou uma risada fraca e voltou a pegar a máquina para finalizar a compra. Ao voltar a entregar o cartão se inclinou sobre o balcão e sorriu.

 

— Foi o Namjoon que te pediu para vir aqui? — Sussurrou e o outro apenas deu um sorriso. — Eu sabia.

 

— Você é mais esperto do que eu achava. — Minhyuk falou enquanto guardava o cartão novamente. — Eu não costumo trabalhar fora, eu amo atender as pessoas na minha sala, mas como Namjoon é o meu amigo e me prometeu um aumento de salário. Aqui estou eu. — Minhyuk apoiou o braço no balcão e o queixo na palma de sua mão. — Agora, me deixa te ajudar que todo mundo sai vencendo.

 

Seokjin suspirou brevemente e pensou em mandar uma mensagem para o outro, questionando se ele estava louco em mandar um psicólogo para o local do seu trabalho.

 

— Ele contou alguma coisa? — Seokjin questionou nervoso e o outro só negou.

 

— Não, ele disse para confiar em você.

 

— Pelo menos isso… — Seokjin murmurou para si e sorriu fraco.

 

— Ai merda… — Minhyuk xingou baixinho e rapidamente abaixou a cabeça e tentou se esconder no balcão. — Ai merda!

 

— Você está bem? — Seokjin questionou confuso e o ouviu um resmungo. — O que…

 

— Você precisa me ajudar. — Minhyuk correu como o vento e deu a volta no balcão, assim se escondendo.

 

— Ajudar no que? — Seokjin olhou para os lados com medo do seu chefe aparecer a qualquer momento. — O que você está fazendo? Sai dai.

 

Minhyuk puxou Seokjin e o mesmo quase caiu, se ajoelhou em frente ao outro que parecia estar nervoso com algo.

 

— Um ficante meu acabou de entrar aqui, me ajuda. — Seokjin arregalou os olhos e negou. — Por favor.

 

— Olha… eu não me meto nos relacionamentos alheios.

 

— Eu só preciso que me esconda, pode ser aqui. — Seokjin retornou a negar.

 

— Meu chefe me pegar fazendo isso ele me mata, esse é o meu local de trabalho.

 

Minhyuk começou a choramingar pedindo para ser escondido e Seokjin revirou os olhos, acabou concordando com o outro e retornou a ficar de pé para atender o outro cliente. O tal de ficante era muito bonito, tinha um forte bem forte e era bem alto também, ele não era muito exigente e logo fez o seu pedido, ao pagar e se afastar Seokjin se virou e revirou os olhos.

 

— Me lembre de matar o Namjoon. — Seokjin comentou e apontou para uma porta. — Aquela é a sala de descanso, pode ficar lá.

 

— Muito obrigada. — Minhyuk sussurrou se arrastando de quatro até o quartinho.

 

Seokjin massageou as suas têmporas se perguntando se aquele dia não pode ficar pior. O seu celular começou a tocar e o nome de Taehyung brilhava na tela, atendeu rapidamente com medo de ter acontecido algo com os gêmeos já que Taehyung estava cuidando deles, Jungkook estava reclamando de muitas dores na barriga e por isso não estava podendo ficar com os gêmeos.

 

— Alô?

 

— Seokjin hyung. — A voz de Taehyung estava manhosa. — Eu acho que fiz merda…

 

— O que? Como assim? Os meus filhos estão bem? — O coração de Seokjin estava em sua garganta já de tão nervoso que estava.

 

— Sim, estão dormindo mas…

 

— Fala logo, Tae!

 

— O hyung me ligou… o meu hyung. — Taehyung suspirou triste na linha. — Os bebês estavam dormindo e eu pensei que não teria problema de atender, mas no meio da conversa a Taehy acordou chorando e ele ouviu.

 

— Taetae. — As mãos de Seokjin tremiam, seu coração batia forte, mas ele tentava a todo custo parecer bem. — O que ele queria?

 

— Ele queria saber se eu estava com você, ele recebeu uma notificação estranha vindo daqui da Coréia e ele sabe que veio de você. — Seokjin engoliu em seco. — Eu ia dizer que não, mas o choro da Taehy entregou tudo. Eu desliguei o mais rápido possível.

 

Seokjin olhou para os lados e viu que os pedidos já tinham chegado, sorriu fracamente para alguns clientes que entravam na loja e tentou se acalmar.

 

— Está tudo bem, Tae, uma hora ou outra vou ter que enfrentar ele. Obrigada por cuidar bem dos bebês, mais tarde a gente conversa mais.

 

Desligou a ligação e guardou o celular, voltou a vestir uma máscara em seu rosto, mostrando simpatia aos clientes e passou a trabalhar. Como se nada tivesse acontecido.