História More Than Friends - 7- Agora!

Camila pov.

A semana passou rápido e nada de muito importante aconteceu. Me aproximei mais dos amigos do Cam e por causa deles quase levei suspensão na ontem, mas foi divertido a brincadeira da Vero e da Dinah, essas duas juntas ainda vão aprontar muito e tenho medo das coisas que elas podem fazer. Me aproximei mais ainda da Lauren, ela é uma garota incrivelmente encantadora sabe conversar além de ser bem inteligente. Aproveitando disso ela ficou de me ajudar com algumas matérias que eu estava tendo dificuldade e descobrir que são as preferidas dela.

Hoje já era sexta e acabamos saindo cedo da escola. Aproveitei para passar mais um tempo com meu namorado após sair do escola a gente foi dar um passeio no shopping e por lá mesmo almoçamos. Depois disso a gente foi para casa dele e nesse momento é onde nos encontramos para ser mais exata na cama dele conversando.

- O que você acha de realizarmos uma social na sua casa, amor? - perguntou Cam enquanto dedilhava carinhosamente o meu ombro direito e eu sorrio preguiçosa.

- Não sei. Eu tenho que ver se meus pais vão estar em casa. - respondo.

- Mas não tem problema. Seu pai me ama, esqueceu? São só uns amigos. Nem precisa de bebida alcoólica. Vou pedir para levarem violão e uns filmes para assistirmos. - insistiu.

- Tudo bem. Eu vou falar para o meu pai hoje e te mando uma mensagem confirmando. - respondo e sinto seus lábios pressionarem o topo de minha cabeça em um beijo singelo fazendo-me sorrir.

- Ok. Agora descanse, você está parecendo um bicho preguiça. - brincou e eu iria retrucar se segundos depois eu não adormecesse.

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- Papa, boa noite! - cumprimento meu pai que bebericava seu chá gelado.

- Boa noite. Chegou tarde. - olhou de soslaio para o relógio em seu pulso e eu engulo seco. Sempre foi assustador conversar com meu pai.

- Eu acabei dormindo, estava muito cansada e o Cam me trouxe só agora. - respondo e o vejo assentir em concordância.

Ok. Camila. Respira.

- Papa...

- Oi? - perguntou.

- Cam e uns amigos podem vir aqui em casa amanhã assistir uns filmes? - pergunto e ele me encara.

- Você sabe que eu não gosto de bagunça. - respondeu sério.

- Mas não vai ter bagunça, eu prometo. - eu disse.

- Eu estou confiando em você, Karla. - respondeu e eu sorrio.

- Obrigada! Te amo! - corro em sua direção e beijo sua bochecha fazendo-o sorrir e logo voltar sua atenção para a TV.

Subo as escadas para o meu quarto e pego meu celular, abro o aplicativo de mensagens;

23:15 Eu: tudo certo pra amanhã, amor.

Enviado.

Olho-me no espelho e passo minha mão em meus cabelos. Será que ficaria bom se eu cortasse um pouco?

Ouço meu celular vibrar e o pego para ver a mensagem.

23:17 Cam��: Tudo certo, princesa. Estarei aí com a galera 14:00.

Recebido.

23:17 Eu: ok. Boa noite.

Enviado.

Bloqueio meu celular e suspiro para o meu reflexo no espelho, dou a última olhada e caminho em direção ao banheiro para tomar um banho rápido e dormir.

De banho tomado, enrolo a toalha em meu corpo e escovo os dentes. Termino minha higiene e volto para o quarto indo em direção ao guarda-roupa para pegar meu pijama favorito.

O de bananas.

Já vestida, me jogo na cama e a última coisa que eu penso antes de entregar-me ao sono é a cor dos olhos da amiga do meu namorado.

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Fui acordada na manhã seguinte por minha little princess, vulgo Sofia. Ela disse que desde que comecei a namora o Cam eu não dou mais atenção a ela, achei aquilo fofo mas acabei percebendo que aquilo era verdade e acabei me sentindo mal. Ela me fez prometer que após o café eu iria brincar ou fazer qualquer coisa com ela e eu obviamente prometi, ela saiu toda saltitante do meu quarto após mama chamar ela.

Levantei e fui fazer minha higiene, dei bom dia ao Cam e ele me disse que estaria aqui por volta das 16hr então eu tinha tempo para aproveitar com minha irmã já que era 9hr ainda, dei bom dia a Lauren também o que resultou em uma pequena conversa e acabei perdendo quase uma hora conversando com ela e nem tinha percebido o tempo passar. Me despedir dela e desci para tomar café.

- Bom dia família - disse assim que cheguei a sala onde meu pai estava lendo seu jornal em sua poltrona e mama estava vendo algum programa de culinária.

- Bom dia hija, o café ainda está na mesa e após terminar favor limpe tudo - mama respondeu sem me olhar.

- Bom dia, que horas seus amigos vão vim? - Papa perguntou desviando a atenção que antes estava voltada para o jornal para mim.

- Cam me disse que por volta de 16hr eles chegam aqui - ele apenas disse um "ok" e voltou a atenção para o jornal.

Fui para a cozinha pois estava morrendo de fome e comecei a tomar meu café enquanto conversava no grupo que a Vero tinha criado e me colocado pois segundo ela agora faço parte da "gangue" deles quando ela me disse isso eu não consegui segurar o riso assim como os outros que estavam junto. Aproveitei e chamei a Dinah para vim também e ela disse que umas 14hr chegava. Quando terminei meu café arrumei a mesa e lavei a louça que tinha sujado. Subi para o quarto da minha irmã que estava assistindo bob esponja, o que eu achei ótimo pois amo esse desenho e acabei passando esse amor para ela.

Ficamos assistindo até a hora do almoço e mama nos chamar falando que já estava na mesa. Descemos disputando quem chegava primeiro, eu teria chegado se a Sofia não tivesse trapaceado. Após o almoço fiquei mais um pouco com ela e depois fui fazer algumas atividades quando estava quase terminando alguém entrou com tudo no meu quarto me assustando.

- Oi amor, sentiu minha falta?

- Dinah se porta existe e para ser batida antes de se entrar, principalmente quando se está fechada - Respondo enquanto tento normalizar minha respiração.

- Desde quando bato em portas antes de entrar?

- Deveria, sabe se lá o que a pessoa está fazendo - falo e dou um sorriso malicioso para ela, antes de começar a rir da cara de nojo dela.

- Eca Camila! - ela fala antes de se jogar na minha cama.

- Intimidade é uma droga mesmo.

- Para de reclamar está parecendo até a minha mãe - ela faz uma careta antes de continuar - Mas então que horas o pessoal chega?

- Cam disse que umas 16hrs - respondo agora voltando a responder as atividades. Dinah responde apenas com um som nasal antes de ligar minha tv e procurar algo para assistir pois ela sabia que odiava conversar enquanto fazias algum trabalho.

Depois de terminar minhas atividades ficamos mais um tempo no meu quarto assistindo mas Dinah disse que estava com fome e então descemos para a cozinha para procurar algo para comer. Estávamos lá comendo e conversando quando escuto...

- Querida! Chegamos! - ouço a voz do Cam do outro lado da porta imitando o desenho que vivíamos assistindo e eu sorrio maneando a cabeça em negação ao abri-la e dar de cara com Cam, Vero, Lucy, um de seus amigos que não gosto muito e.... Lauren.

- Ei. Entrem. - dou passagem e sou recebida com um selinho do meu namorado e um rápido olhar de Lauren.

- E aí, Camilinha? - Vero diz animada e eu sorrio para ela.

- Vamos ver qual filme? - pergunto interessada.

- A Hora do Pesadelo. - Lauren respondeu e eu arregalo os olhos.

TERROR? PUTA MERDA.

- O que? Não pode ser, sei lá, Marley e eu? - pergunto esperançosa.

- Nada de Marley e você. - respondeu brincalhona e eu reviro os olhos.

- Qual é, amor. Vai ser legal! - disse Cam e eu suspiro.

- Se eu tiver pesadelo, eu juro, que mato cada um de vocês. - digo ameaçadora e paro meu olhar em Lauren que tinha um semblante engraçado.

- Sim senhora! - respondeu todos e eu me sento no sofá.

- Deixa que eu ligo a TV pra por o DVD. - Cam se ofereceu e eu aceno em concordância.

- Muito medrosa, pequena. - sussurrou Lauren ao meu lado e eu me assusto levemente fazendo-a sorrir.

- Nunca fui fã de filme de terror. - confessei.

"A cada 28 horas, um homossexual morre de forma violenta"

- NÃO COLOCA AGORA - Lauren grita de repente atraindo nossa atenção. - Vamos ver essa reportagem. - pediu mais calma e dou de ombros.

"Em 2015, o Disque 100 recebeu quase 2 mil denúncias de agressões contra gays. Desde o início de 2016, 132 homossexuais foram mortos no país. Estima-se que a cada 28 horas, um homossexual morre de forma violenta no país. Mas não se sabe quantos desses casos tiveram a homofobia como motivação principal. Hoje, se uma pessoa sofrer uma agressão física ou for xingada, pelo simples fato de ser homossexual, ela vai chegar numa delegacia de polícia pra prestar queixa, mas não vai conseguir registrar o caso como homofobia. Porque não existe esse crime na legislação americana. A homofobia não é considerada crime, e por isso casos de violência contra homossexuais recebem menos atenção da polícia."

- ISSO É UM ABSURDO! - Lauren grita novamente. - Homofobia deve ser considerada crime sim! É agressão moral! - disse exasperada.

- Que gritaria é essa? - a voz do meu pai se fez presente. - Por que estão assistindo sobre gays? Essa espécie de gente não merece atenção. Desliguem a TV agora. - pediu sério e ouço a respiração de Lauren ao meu lado se alterar.

- Desculpa? O que disse? – perguntou se levantando e virando em direção ao meu pai.

- Você ouviu. - meu pai respondeu.

- O que o senhor acabou de falar sobre os homossexuais foi um ato homofóbico. Os gays não são uma "espécie de gente" - fez aspas - E eles tem sim que ter atenção, atenção como todos nós.

- Você está dentro da minha casa e indo com uma ideia contrária do que eu falei? - respondeu com o rosto vermelho. - Gays são uma vergonha!

- ELES NÃO SÃO UMA VERGONHA. - Lauren gritou e eu sinto meus olhos lacrimejarem. Isso não pode estar acontecendo. - VERGONHA É EXISTE PESSOAS COMO VOCÊ QUE PENSAM DESSA MANEIRA!

- SAIA DA MINHA CASA AGORA. TODOS VOCÊS! NÃO PISEM MAIS AQUI. - meu pai gritou de volta, mas ninguém se moveu. - AGORA!

E foi a última coisa que eu ouvi antes de enxergar o preto.