Peguei um taxi para o Vanilla’s.
Entrei no Vanilla’s e vi Brooke no balcão. Ela acenou e eu sorri. Fui até Brooke a abracei na medida do possível já que existia um balcão entre nós.
— Como você está? — Ela perguntou.
— Bem. — Fingi um sorriso.
— Eu falei com o Max há pouco tempo. — Falou. — Ele parecia preocupado com você...
— Eu não falei com ele desde ontem. — Falei. — Ele está bem?
— Eu acho que sim...
— Bem... Eu preciso encontrar o Thomas, ele falou que estaria aqui...
— Na ultima mesa. — Brooke falou sorrindo. — Ele está há algum tempo aqui com uma garota...
Eu virei e vi os cabelos pretos de Nina.
— Se me der licença... — Falei saindo do lado de Brooke.
Eu fui até a mesa e Thomas estava com a cabeça encostada no vidro — ele não parecia nada bem — e Nina estava sentada a frente dele.
— Oi. — Falei me aproximando e colocando a bolsa em cima da mesa. Sentei-me ao lado de Thomas. — Você está bem?
Thomas continuou com a cabeça encostada no vidro sem falar uma palavra se quer.
— Acho melhor eu ir. — Nina falou. — Qualquer coisa pode me ligar, Thommy.
Thomas fez que sim com a cabeça e Nina pegou a bolsa que estava ao seu lado.
— Tchau, Alena. — Nina falou sorrindo.
— Tchau. — Falei assustada.
Eu fiquei ao lado de Thomas... Não sabia o que tinha acontecido... Ele parecia triste... mal...
— Tom? — Perguntei encostando a minha mão em seu braço e o acariciando. — O que aconteceu?
Thomas levantou a cabeça e respirou fundo...
— Eu descobri algo. — Ele falou.
— O que descobriu? — Perguntei assustada.
— Quando eu era criança... — Thomas fechou os olhos lentamente e depois abriu. — Eu fui sequestrado.
— O quê?
— Lorenzo é policial então não demorou muito para que me achassem... Quando voltei para casa Kathrin me falou que... Ela me falou que a mulher que me sequestrou tinha problemas mentais... O nome dela é Corine Fitzgerald, ela foi internada após meu sequestro...
— O que aconteceu Thomas? — Perguntei colocando minha mão por cima da mão dele.
— A mulher que me sequestrou me chamava de Anthony... Ela me chamava de filho às vezes... Muitas vezes na verdade... Kathrin falou que ela tinha um filho e o garoto morreu, e ela me chamava como o filho dela... — Thomas voltou a olhar para o vidro. — Lorenzo viajou então eu fiquei com a Lori e o Enzo... Lori pediu que eu pegasse algumas coisas no porão e eu derrubei uma caixa que estava no alto da estante.
— Thomas, o que aconteceu?
— Quando eu derrubei a caixa alguns papeis caíram de dentro. — Thomas me encarou e pude ver que ele não estava bem. — Eram papeis sobre adoção... Adoção de um garoto chamado Anthony Fitzgerald.
— Oh meu deus...
— Então eu comecei a ler os papeis... Um por um... E adivinhe... O garotinho chamado Anthony foi adotado por Lorenzo Campbell e Kathrin Campbell-Watts.
— Thomas... — Falei apertando a mão dele de leve.
— Eles mudaram o nome do garotinho... Agora ele se chama Thomas Campbell Watts.
— Oh meu deus... — Eu puxei Thomas para mim e o abracei.
— Eu sou o garotinho, Alena. — Thomas falou e pude sentir algo molhado no meu ombro... Thomas estava chorando. — Eles mentiram para mim...
— Thomas... Eu sinto muito...
Eu não podia deixá-lo naquele momento... Eu não quero deixá-lo nesse momento. Thomas estava lá quando eu não sabia sobre meu pai... Eu não vou deixá-lo nesse momento.
Thomas me soltou e limpou o rosto...
— Eu não sei o que fazer. — Thomas falou encostando a cabeça no vidro.
— Você quer encontrá-la? Você quer conhecê-la?
— Eu não sei... Ela me sequestrou...
— E o seus pais?
— Pais adotivos. — Thomas me corrigiu.
— Mesmo assim eles são seus pais. — Falei seria. — Eles criaram você... Te deram o melhor sempre, amor... Tudo. Isso significa família.
— Eles também mentiram... Sobre tudo.
— Você precisa falar com eles se quiser procurar por sua mãe biológica.
— Corine. — Thomas falou me corrigindo.
— Então você vai agir como se não tivesse família? — Sorri triste.
— Eu tenho você. — Thomas falou me encarando. — Acho que é tudo que eu preciso no momento.
Eu sorri. Meu celular tocou. Eu peguei a bolsa e tirei o celular. Era Oliver.
— Oi. — Falei.
— Onde você está? Achei que estaria em casa.
— Eu precisei sair. — Falei. — Mas prometo que já estou voltando.
— Mamãe está pegando o papai no hospital, espero que chegue antes.
— O.k., já estou indo.
Desliguei o celular e encarei Thomas. Eu queria tanto poder falar que escolhia Zach... Mas não posso fazer isso com ele.
— Eu preciso...
— Eu sei. — Thomas falou me interrompendo.
— Você vai ficar bem? — Perguntei.
— Não se preocupe. — Thomas falou sorrindo. — Vou ficar bem.
— Você me avisa quando chegar em casa? — Perguntei preocupada.
— Acho que vou dormir na Nic, mas aviso sim.
Na Nic? Então ela sabia... Ela já sabia... Assim como Nina...
— Ela já sabe? — Perguntei.
— Eu fui lá assim que descobri. Precisava que ela hackeasse algo para conseguir todas as informações possíveis...
Meu celular vibrou.
Zach Bryant: Está tudo pronto.
— Ollie precisa de mim. — Menti. — Eu tenho que ir.
Peguei minha bolsa e sai o mais rápido possível.
Eu esqueci totalmente que havia falado que iria com Zach... Peguei um taxi e fui até o apartamento. Não fui a recepcionista apenas peguei o elevador.
Subi até o andar de Zach e quando o elevador abriu meu coração apertou...
Eu bati na porta e não demorou muito para que Zach abrisse.
— Oi, Cindy. — Zach falou abrindo a porta.
Eu entrei, mas fiquei calada. As cortinas estavam abertas e as luzes da cidade brilhavam no vidro.
— O que aconteceu, Alena? — Zach perguntou.
— Eu não posso ir com você. — Falei e meu coração apertou mais um pouco...
Zach riu.
— Eu já imaginava... Sua família a mataria se fizesse isso... — Zach riu.
— Não... Eu não posso ir por que...
— Por quê?
Eu me virei e encarei Zach.
— O quê? — Zach perguntou perdendo o sorriso que estava em seu rosto.
— Você merece ficar com alguém que o faça feliz. — Respirei fundo. — Alguém que não vá complicar sua vida. Alguém que não vá magoá-lo.
— Alena...
— Estou me afastando.
— Então, é o Thomas.
— Sinto muito.
— Posso saber por quê? — Zach perguntou.
— Você um grande cara. Um cara maravilhoso. E pode até ser que seja o melhor. Mas...
— Você ainda gosta dele?
— Eu gosto de você. É só...
— Precisa de um tempo.
— Você está bravo. — Falei e meu coração se despedaçou ali mesmo... Não queria vir a casa dele e falar tudo isso... Acabei o deixando irritado...
— Não. — Zach falou. — Apenas sei o que quero. E você falou que é ele.
— E eu gostaria que não fosse.
— Eu geralmente sou paciente, mas estou cansado de esperar o tempo todo. Eu não posso esperar por você, não posso ficar por você, não vou perseguir você, não estou culpando você. Eu estava errado sobre você. Ele vai magoá-la de novo. E, quando o fizer, não estarei aqui.
— Eu sinto muito. — Uma lagrima escorreu pelo meu rosto.
— Eu sei. Mas eu não vou esquecer.
— Eu amo você. — Falei saindo. Apertei o botão e o elevador abriu.
— E é isso que torna as coisas tão tristes.
Eu entrei no elevador.
— Cuide-se, Alena. — Zach falou antes que porta fechasse.
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