- Não, baby, ele não desmaiou.
- Estou te falando, caiu durinho no chão. – confirmou em meio a uma risada diante a expressão quase assustada desenhada no rosto do namorado. Os dois tinha acabado de terminar a última reunião daquela manhã de segunda-feira e faltava pouco para o meio dia, aonde sairiam para fazer a primeira consulta de pré-natal na hora do almoço, e como ainda tinham um tempo, Taehyung acabou por questionar ao menor como tinha sido o jantar em família já que não tinham se falado mais do que o essencial no domingo. – A mamãe não sabia o que fazer, se ria de desespero, se chorava por eu está esperando um bebê ou se acudia o marido. Foi a maior confusão e depois que ele se recuperou, se tornou taciturno e quieto, nem falou comigo durante o domingo inteiro.
- Ele está chateado com você pelo bebê? – o Kim estava sentando na sua cadeira de sempre na sala de reunião enquanto o namorado sentava em sua coxa, conversando bem juntinhos enquanto a mão grande de Taehyung fazia um carinho na barriga do menor, tanto porque ele gostava quanto porque seu pequeno bebê estava ali e queria mima-lo até nesse estágio da gravidez.
- Não sei, acho que ele ainda está processando tudo que vem acontecendo. Meu pai ficou do mesmo jeito quando a minha noona engravidou, passou um tempo quieto e depois ficava todo bobo falando o tempo todo que seria avô. Acho que ele precisa primeiro amadurecer a ideia. – suspirou curvando-se um pouco para beijar a ponta do nariz dele. – E a sua família, como reagiu?
- Acredite, da melhor forma possível, a mamãe se garrou em mim e ficou chorando dizendo que estava muito feliz e que suas orações tinham dado certo porque ela orou para ficarmos juntos. Meu pai também ficou todo bobo e eu vi a hora o coração do meu avô parar de tão emocionado. Mas ficou tudo bem e todos adoraram a ideia do jantar em família, me sinto no dever de conversar com seus pais sobre tudo isso.
- Não pense muito nisso, apenas deixe fluir. – ele se curvou mais um vez, só que agora deixando um beijo contra os lábios do maior antes de se colocar de pé. Passando a mão pelas suas roupas, ele tentou tirar qualquer amassado que pudesse ter, os dedos contra o cabelo e um sorriso doce nós lábios. – Precisamos ir, amor, ainda tenho que resolver algumas coisas antes de irmos a consulta, então vamos indo.
- Vamos, não vejo a hora de poder ouvir o coraçãozinho do bebê. – disse já se coloca do de pé, roubando mais um selinho da boca linda do namorado.
- Eu também, essa é a melhor parte de todas.
Lado a lado, eles saíram da sala de reunião rumo aos seus respectivos lugares. Taehyung ainda precisava enviar um ou dois e-mails antes da hora do almoço e ler um relatório mandando pelo pessoal da contabilidade, enquanto Yoongi estava com a missão de reorganizar toda a agenda de trabalho do chefe fazendo caber todos os compromissos dele necessários para aquela semana. Gastava muitas horas na segunda-feira fazendo tais ajustes. Ambos estavam comprometidos com aquilo nos minutos que restavam até precisarem ir para a consulta.
No entanto, assim que entraram o rou aonde ficava a mesa do Min, a figura de um homem grande parado diante as janela do andar, usando um casaco militar largo e os braços cruzados sobre o estômago, pegou os dois de surpresa, fazendo-os parar de imediato sobre os pés porque ali, estava ninguém menos que Min Yoseob e ele não parecia nada feliz.
Yoongi se sentiu incomodado com a forma que seu pai lidou com toda a situação, ficando quieto e calado em seu canto sem tocar no assunto um só segundo. Isso incomodou bastante o mais novo, mas Yoongi acabou por entender que o homem precisava de um tempo por mais que lhe afligisse não sobre quanto tempo era necessário para ele se recuperar. Lembrava da conversa que teve com o pai quando contou do noivado com Kihyun, do quão aflito Yoseob estava pelo filho não amar o futuro marido. Yoongi queria, agora, ter a liberdade de falar ao homem que amava Taehyung e ele não precisava mais temer por isso, que não iria sofrer, mas não podia até tê-lo falando direito consigo. Então, o ver ali, parado naquela postura, vez com que o menos ficasse para lá de confuso enquanto Kim Taehyung tentava fingir que não ficava intimidado apenas de olha-lo.
- Papai? – Yoongi não precisou erguer muito a voz para o homem lhe ouvir, olhando para si com uma expressão que não demonstrava nem felicidade, mas também não mostrava irritação. – Aconteceu algo?
- Oi, Yoongi. – ele deu um rápido abraço no filho quando esse se aproximou para receber o típico abraço que sempre ganhava do pai, acompanhado de um beijo na testa. – Não aconteceu nada, fica tranquilo.
- Então o que...
- Sr. Min, prazer em vê-lo. – Taehyung cumprimentou o homem assim que os olhos dele chegaram até si. Ele estendeu a mão para um aperto, mas o Min não se mexeu, os braços outra vez cruzados contra o peito e a expressão dura no rosto.
- É com você que eu vim conversar, rapaz.
- Pai...
- Claro, podemos conversar, sim. – Taehyung respondeu assumindo uma postura ainda mais firme do que a que já estava. Apesar de parecer um atitude grosseira, o Kim não levou a mal o homem não ter devolvido o aperto de mão até porque entendia a situação e já tinha até mesmo se planejado pra ela.
- Pai, isso é mesmo necessário? A gente pode...
- Não se preocupe, Yoongi, vamos, Sr. Min? Podemos conversar na minha sala. – apontou para a porta da sala bem atrás do homem, que malmente olhou por cima do ombros para o lugar – Enquanto isso, vá se organizando, Yoongi, iremos a consulta assim que seu pai e eu acabarmos.
Yoongi, derrotado, apenas balançou a cabeça em confirmação enquanto assistia os dois homens irem até a sala da presidência conversar. Ficou nervoso e aflito de imediato, mas como não podia fazer lá muita coisa, preferiu agilizar logo as coisas e ficar pronto para quando Taehyung saísse.
O Kim, por outro lado, tinha conquistado uma característica muito importante nos seus anos como presidente da Asian Corporation que era maquiar muito bem seu nervosismo e aflição com uma boa expressão no rosto e uma postura mais sólida. Começando tão novo e inexperiente naquele ramo, precisou arrumar meios de não ser facilmente intimidado pelos inúmeros desafios postos a sua frente. Min Yoseob, sem sombra de dúvidas, parecia ser o maior desafio que ele já enfrentou em toda a sua vida, mas Taehyung jamais deixaria o homem notar o quão trêmula estava suas pernas e quão seca sua boca ficou.
Aquele era o pai do seu namorado, do cara que engravidou, avô do seu futuro bebê, então deveria mostrar respeito na mesma medida que deveria mostrar ter postura. Entendia a dinâmica daquela situação e, acima de tudo, respeitava o homem por está fazendo. Seu pai mesmo havia quebrado o nariz do moleque que engravidou Seokjin e o abandonou na adolescência, quando foram conversar e ele foi desdenhoso quando Dar-hu falou sobre “assumir suas responsabilidades”. E mesmo que ele não estivesse pronto para ter seu nariz quebrado, por seja lá o motivo, ainda assim, não tirava do Min o respeito de está ali.
Assim que o homem maior passou para dentro da sala, Taehyung fechou a porta as suas costas e seguiu até sua mesa. Yoseob vasculhou o lugar com os olhos pequenos, as mãos agora dentro do bolso do jeans e a postura tão rígida quanto. Nem de longe parecia o mesmo homem sorridente e contente que lhe recebeu em sua casa certa noite. Ali ele era Min Yoseob, pai de Min Yoongi e estava agindo totalmente sobre isso. Talvez ele estivesse querendo apenas se certificar de algumas coisas que antes não era necessárias e o Kim estava ali para dar todas as garantias possíveis ao homem.
- Sala bonita, Kim. – comentou desleixado ainda olhando tudo ao redor.
- Obrigado. – parado ao lado da mesa, ele ficou meio sem jeito sobre o que fazer e aonde sentar. Talvez se fossem ao sofá poderia parecer desleixado e íntimo, mas se ficasse na sua cadeira de sempre, poderia passar a imagem de presunçoso e metido. Assim, ele acabou seguindo para a mesa de bebidas ao lado, precisava de uma dose de álcool e estava prestes a despejar um pouco de bebida quente no copo quando lembrou que iria dirigir e desistiu. – Deseja beber alguma coisa, Sr. Min?
- Não, obrigado, só vim conversar e serei breve com isso. Quase não me deixaram subir, mas falei que era pai do Yoongi e ele estava me esperando, depois descobri que estavam em reunião e esperei por quase quarenta minutos.
- Sinto muito pela sua espera, as reuniões da manhã normalmente é sempre muito demoradas e cansativas.
- Eu passaria quantas horas fosse necessário pra termos essa conversa hoje, Kim.
- Claro. Mas vamos, sentisse e vamos conversar.
- Talvez você esteja achando que é um pouco exagerado eu está aparecendo aqui no seu trabalho para conversamos, mas diante as atuais circunstâncias, não vi outra alternativa se não essa. – ele sentou-se na cadeira diante a mesa fazendo com que Taehyung ocupasse a que estava ao seu lado, não deixando a proximidade íntima, mas não colocando barreira alguma entre eles. – Min Yoongi é adulto e dono da vida dele, mas ainda é o meu filho e me sinto na obrigação de ter essa conversa com você.
- Claro, Sr. Min, eu entendo seu ponto.
- Pois bem, muito provavelmente você saiba o teor da nossa conversa...
- Sim, sobre o bebê.
- Exato. Aquilo pegou toda a família de surpresa, em uma única noite ficamos sabendo que Yoongi tinha rompido o noivado, estava namorado com você e ainda por cima, esperando um bebê. Entende como foi um choque?
- De fato, foi um choque para nós também, não estava nos nossos planos ter um filho agora e acreditamos que estávamos nos protegendo o suficiente, mas, logicamente, não estávamos. – Taehyung cruzou uma perna sobre a outra e arrumou o paletó, não perdendo a postura ou a seriedade um só segundo. Estava nervoso como toda a situação pedia, mas não deixaria aquilo visível assim tão fácil. – Conversamos muito a respeito, Sr. Min, colocamos as claras sobre os prós e contras de termos esse filho, mas no final, decidimos prosseguir com a gravidez e estou muito feliz com isso. Quanto as minhas responsabilidades, se é isso que lhe aflige, pode ter certeza que irei honrar com todas elas.
- Nunca me passou pela cabeça que você faria algo diferente, Kim, mas, quando o Yoongi me falou ser você o namorado dele, assumo que me afligi um pouco. Vocês vivem em mundos muito diferentes, são de polos opostos e isso me deixa reseoso.
- O que está querendo dizer com isso, poderia ser mais claro, por favor?
- Você é um homem rico, Kim, e o meu filho é um menino comum que cresceu sem muitas riquezas. Isso me preocupa porque um não faz parte do mundo do outro e já vi histórias assim terminarem em tragédia.
- Sr Min... – mexendo-se desconfortável na cadeira, Taehyung suspirou profundamente antes de dar qualquer resposta porque ele não queria ser desrespeitoso com o homem a sua frente por mais complicado que pudesse ser. Odiava quando as pessoas lhe reduziam a sua posição social e o valor da sua conta bancária, e por mais que Yoseob não tenha feito isso explicitamente, havia muitas coisas intrínsecas em sua fala que não passou despercebido pelo outro. – Como falei na noite do jantar, eu cresci em uma família bastante rica, mas tive boas pessoas pra me ensinar como a vida é de verdade. Minha família é rica há décadas, mas me tornei um homem rico há poucos anos, Sr. Min, e isso é sobre o que tenho e não quem eu sou. Jamais subjugaria seu filho por ter crescido com mais posses do que ele ou qualquer coisa do tipo, acredito no potencial do Yoongi, acredito e sei que ele pode chegar a um patamar ainda maior do que o meu, e o ajudarei no que for possível. O dinheiro não manda na minha essência e tão pouco domina o meu caráter.
- Não foi minha intenção ofende-lo, sinto muito de assim fiz.
- Se me permite dizer, me senti, sim, ofendido. Mas entendo suas preocupações. – mais uma vez ele suspirou fundo não desviando o olhar minuto algum dos olhos do homem a sua frente. Ali, sentando a sua frente, Taehyung entendia porque o pai do seu namorado era tão bom em seu ofício como o investigador, ele tinha um jeito muito leve de intimidar qualquer indivíduo e por mais que o Kim não deixasse transparecer, estava bastante intimidado naquele instante. Se estivesse sendo acusado de algo, confessaria mesmo sem ter feito – Eu amo o seu filho, Sr. Min, amo com toda a minha verdade. O amo desde a primeira vez que o vi e passei os últimos três anos da minha vida o apreciando de longe, morrendo por vê-lo nós braços de um homem que não o merecia. Não sou perfeito e não vou aqui lhe dar falsas esperanças de que algum dia serei, mas meu amor pelo Yoongi é a coisa mais certa que tenho na vida e agora que o tenho, morreria se fizesse algo que pudesse fazê-lo ir embora. Também não vou lhe prometer nada, até porque acredito que minhas promessas têm de serem feitas a ele, mas estou lhe dando a minha palavra que farei o possível para que seu filho esteva sempre seguro, feliz e se sentindo amado ao meu lado. Tanto ele quanto o bebê. Vou dar o meu melhor pelos dois, um dia vou colocar uma aliança no dedo do Yoongi e o chamarei de marido. Vou construir uma família com ele o nosso futuro bebê e tentarei todos os dias fazer Yoongi ver a criatura linda e esplendido que ele é. Quanto a isso, não precisa se preocupar.
As expressões de Yoseob passaram por uma visível metamorfose aonde ele deixou a máscara séria e intimidadora cair e um sorriso se abriu em seus lábios finos, se espalhando por todo seu rosto. Era um sorriso de gengiva a mostrar igual Yoongi e também Seohyeon. Era um sorriso sincero e quando ele se levantou e fez um gesto para que o Kim fizesse o mesmo, Taehyung sentiu seu corpo perdendo a tensão gradativamente a medida que o homenzarrão a sua frente lhe abraçou bem apertado contra o peito.
Ele sorriu e riu dando tapinhas estraladas nas costas do mais novo ainda o abraçando e Taehyung entendeu, ao devolver o abraço apertado, o que seu namorado sempre falava o quão bom era abraçar seu pai. Ele era grandão e fofo e dava para se abrigar bem ali.
Quando se afastaram, o Min continuou próximo segurando o outro pelos ombros. Uma expressão alegre em seu rosto e de ouro contentamento que fez com que Taehyung sorrisse ainda mais em retribuição.
- Se você machucar o meu filho de alguma forma, eu acabo com você e enterro seu corpo em uma cova tão funda, que ninguém, nunca, será capaz de te encontrar. – disse tudo com um adorável sorriso gengival a mostrar.
- Sim, senhor.
- Bem visto a família, Taehyung-ah.
- Obrigado, Sr. Min.
- Você é um bom homem, Taehyung-ah, e fico feliz que o Yoongi esteja com você. Eu amo os meus filhos igualmente e ninguém pode duvidar disso, mas Min Yoongi é meu pequeno tesouro e eu jamais ficaria sossegado sabendo que ele estava com um filho da mãe como o último, então precisava vim falar com você. Meu coração de pai fica aliviado com isso.
- E acredite, o meu também. Fico feliz que possamos resolver isso da melhor forma e gostaria de conversar com a sua esposa também, sinto que devo fazer isso uma vez que Yoongi está grávido e sei o que ele significa para os dois.
- Minha esposa não está chateada com o bebê, ela ficou surpresa, mas já vem fazendo planos. Não se preocupe quanto a isso.
- Mesmo assim, conversei com os meus pais e vamos organizar um jantar para que todos possam se conhecer, vou pegar o número dela com o Yoongi e ligarei marcando algo.
- Pois bem, se isso vai te deixar feliz... Essa atitude diz muito sobre quem você é, Taehyung-ah, e sobre o que o importante o Yoongi é pra você.
- Ele é o meu mundo, Sr. Min, por mais desesperador que isso pareça.
E em meios a risos, os dois voltaram a se abraçar, tudo estava, definitivamente, bem.
***
- Você está começando a me irritar.
- E você já me irritou! – falou enfezado, os braços cruzados contra o peito e a cara emburrada. Seria fofo, se não fosse realmente um pouco assustador. – O que vai te custar se você me fala o que ele queria contigo?
- Eu não vou te contar, Min Yoongi, e pronto, chega disso! – Taehyung também se enfezou, os dois não estavam exatamente gritando, mas estavam bravos porque o Kim não queria falar sobre a sua conversa com Yoseob e o menor parecia não entender isso. Não havia nada demais na conversar, mas o maior não queria falar porque era algo dele com o sogro . Não houve nenhum acordo de confidencialidade, mas Taehyung sabia que o outro não diria nenhuma palavra a respeito e agiria de tal forma também. – E coloca o cinto de segurança, não seja irresponsável.
- Hoje deveria ser um dia feliz, Taehyung, e estamos aqui brigando.
- Não estamos brigando, em primeiro lugar, e segundo, você quem começou isso.
- Há, então culpa é toda minha, agora?
- Não foi isso que eu falei. – derrotado, ele suspirou tentando não inflamar os ânimos já exaltados dos dois. Tudo que queria era ficar bem com o seu namorado e poder ver um pouco do seu bebê. Brigas e discussões não estava no seu cronograma, e, por mais complicado que fosse, ele deveria entender que Yoongi queria saber o que havia acontecido e que as emoções dele estava muito variada. Era preciso ter calma e Taehyung sempre foi conhecido por ter muita paciência. – Baby, não houve nada demais entre seu pai e eu, conversamos sobre você e o bebê, nada demais, era só isso. Não há motivo para se preocupar.
- Se era só isso, então por que você não me contou logo que te perguntei?
- Porque não quero me especificar sobre o que foi dito, foi uma conversa para esclarecer algumas coisas e só isso.
- Ele te tratou mal ou te mandou ficar longe de mim?
- Não, baby, e mesmo que tivesse, eu jamais me afastaria de você ou deixaria que a relação com seu pai se tornasse ruim. – quando o carro enfim parou no estacionamento lateral da clínica aonde faria o exame, Taehyung fez questão de se virar para o namorado, logo após puxar o freio de mão e girar a chave na ignição desligando o carro. Pegando a mãozinha dele, levou até seus lábios deixando um beijo suave em seus dedos ganhando um par de olhinhos apertados brilhando em sua direção – Não vamos brigar por isso, por favor.
- Estava com medo dele ter te falado algo que pudesse te deixa triste. O papai não é ruim e nem é grosseiro, mas ele é muito protetor.
- E ele está muito certo porque você é nosso pequeno gatinho lindo, que vamos cuidar e proteger sempre.
- Quando vocês falam assim, fica parecendo que eu sou uma criança. – livrando-se do toque do maior, depois de uma troca lenta de selinhos, ele tirou o cinto de segurança em volta do seu dorso e abriu a porta antes de alcançar sua bolsa jogada no bando de trás do carro. – E por mais que eu não esteja satisfeito com esse negócio de você não me contar nada, vou acreditar na sua palavra de que ele não falou nada demais. Sei que se fosse algo importante, você me falaria.
- Claro que sim. – Taehyung esperou ele descer do carro para assim também fazer, pegando apenas seu celular e sua carteira e deixando o paletó no carro. – E falando nisso, ele me contou sobre o Hoseok-ssi querer entrar com um pedido de afastamento contra o Kihyun, e se quer saber, dei meu total apoio a isso.
- Você acha que ele vai tentar alguma coisa? – lado a lado, foi automático quando a mão de Yoongi chegou até a mão grande do namorado, entrelaçando seus dedos contra os dedos dele, em um gesto tão natural que os dois agiu como se nada tivesse acontecido. Tinham marcado horário com a mesma médica que acompanhou a gravidez da Seohyeon e estavam só dez minutos adiantados. Min com a bexiga cheia pronto pra fazer qualquer exame. – Quer dizer, vim atrás de mim ou coisa assim?
- Eu espero que não, mas se vier, é bom ter uma arma pra usar contra ele. A ideia de ter Kihyun te rondando me deixa puto de ódio, pensar nele fazendo algo de ruim pra você e o bebê me deixa maluco.
- Não vai acontecer nada, hum? Vamos só relaxar e curtir o dia de hoje. – disse tentando aliviar o estresse eminente de Taehyung que surgia toda as vezes que aquele assunto era mencionado. Assim, ele se abraçou contra o braço dele dando um beijinho suave em seu ombros assim que o Kim usou o braço livre pra abrir a porta da clínica e deixar que passasse primeiro. – Vamos ver o nosso bebê e só isso deve importar. Prometo não te perturbar mais com o negócio do meu pai, e você não fica pensando no Kihyun, o que me diz?
- É um bom acordo, baby. – ele deu um beijo rápido contra a testa de Yoongi seguindo de mãos dadas até o balcão de atendimento, cumprimentando um jovem atendente sorridente – Boa tarde.
- Boa tarde, no que posso ajudá-los?
- Boa tarde, eu sou Min Yoongi e marquei um horário com a doutora Son, às 13h.
- Oh, claro. A doutora Son acabou de liberar um paciente, vou verificar se ela já está pronta para atendê-los.
- Obrigado.
Quando o atendente se afastou, Yoongi e Taehyung procuraram duas cadeiras vagas na recepção para sentarem enquanto não eram chamados. Min tinha conversado muito com a irmã desde a noite do sábado querendo saber se a doutora Son Seung-wan era realmente recomendando e quais eram suas considerações sobre o trabalho dela. Ele nunca tinha estado em uma situação como aquela e não sabia o que realmente fazer, então pediu ajuda a pessoa mais próxima de si que já havia engravidado e segundo a sua noona, a doutora era uma ótima obstetra e tinha ainda mais um ponto determinante que Son Seung-wan tinha se especializado em gestações masculinas o que era um fator determinante para Yoongi.
Assim, depois de ter tirado todas as dúvidas, ele mandou uma mensagem para Taehyung avisando que iria marcar uma consulta com ela e os dois se programaram pra está ali. A partir do momento que decidiram continuar com aquela gravidez, ambos tinham em mente que precisavam como nunca se comprometer não só um com o outro, como com o filho que estava sendo gerado no ventre do menor. Era importante os dois fazerem parte daquele processo e era isso que estavam tentando fazer por mais difícil que pudesse ser em certos momentos.
Com a chegada do filho, Taehyung, por exemplo, começou a pensar em coisas que até seis meses antes jamais cogitou, que era tirar férias. Estava a pouco tempo no cargo de presidente e o trabalho constante do cargo não lhe dava tanta autonomia naquele quesito e também, para ser bem honesto, férias nunca esteve de fato nós seus planos, até se vê prestes a virar pai. Yoongi também estava pensando em férias antes da licença paternidade. Eram planos que ambos estavam fazendo com apenas uma semana da descoberta de gravidez o que dava exatamente um parâmetro de como a vida deles iriam mudar depois da chegada do filho.
Nada mais seria como antes, e mesmo sem terem dito nada a respeito, tanto Taehyung quanto Yoongi, estavam ansiosos por tudo que estava por vim.
Menos de cinco minutos depois, o atendente voltou da sala da médica avisando que ela estava os esperando para a consulta e com um prevê agradecimento, seguiram até o lugar indicado.
Son Seung-wan era uma mulher jovem, não tinha mais do que 40 anos – o que para uma coreana era basicamente se parecer com uma jovem dez ou vinte anos mais jovem – e tinha um sorriso caloroso em seu rosto ao receber o casal de país de primeira viagem. A sala parecia um lugar confortável, alguns quadros ao redor das paredes com aparelhos reprodutores e fotos de gestantes e no espaço bem de frente para o paciente, os diplomas da médica. Uma cor neutra e sem grandes efeitos, um tapete felpudo no chão e uma porta lateral que parecia dar para uma sala extra. Frio e sem cheiro para a felicidade de Min Yoongi que vinha enjoando com todo o tipo de aroma.
- Olá, sejam bem vindos. Podem se sentarem.
- Obrigado, doutora. – responderam ao menos tempo tomando o lugar em frente a mesa enquanto a mulher dava a volta para ir ao seu lugar.
- Quais dos dois é Min Yoongi?
- Sou eu.
- Parabéns pelo bebê. Você deve ser o outro pai, certo?
- Exato.
- Bom, vamos começar nossa consulta já que a primeira sempre é um pouco mais demorada. – ela sorriu calma, alçando alguns papéis dentro da gaveta prestes a dá início - Então, Min Yoongi, nessa nossa primeira consulta eu vou tentar tirar as dúvidas mais básicas do início de uma gravidez e passar algumas orientações que seria muito bom se você seguisse. Vou te receitar, também, complementos vitamínicos e de ferro já que na gravidez a imunidade tente a baixar ainda mais no seu caso, já que gravidez masculina sempre requerem certa atenção extra.
- Por que exatamente? – Taehyung foi quem tomou a frente enquanto Yoongi só balançava a cabeça em confirmação a tudo que lhe era dito. – Há algum risco para ele?
- Não, na verdade, mas é que toda gravidez é necessário um cuidado já que o corpo passa por constantes mudança. Em uma gravidez masculina, esse cuidado deve ser dobrado já que, apensar das constantes anomalias genéticas e mudanças na nossa composição física, um homem não tem exatamente composição que uma mulher e para alguns pode ser bastante difícil e dolorido engravidar já que, apensar desse indivíduo possuir a anomalia de nascer com útero, seu corpo não comporta o fato de ter sido fecundado. – disse olhando direto nos olhos do Kim tentando passar o máximo de segurança no que estava falando. Sabia como era confuso e assustador, e por isso era seu trabalho acalmar essas preocupações. – Você já fez algum exame, Yoongi-ssi?
- Só o de sangue para saber da gravidez e uma ultrassom morfológica.
- Certo, e foi identificado mais ou menos de quantas semanas você está de gestação?
- A médica disse que eu estava se seis semanas na época, mas já passou uma semana, então pelas contas, daqui a dois dias, na quarta-feira, eu entro na oitava semana.
- Eu vou te fazer algumas perguntas, se importaria de responder?
- Não, pode perguntar.
- Você fuma?
- Não.
- Bebe?
- Uma ou duas taças de vinho, mas bem socialmente.
- Você e o seu parceiro... – ela olhou para Taehyung que balançou a cabeça em confirmação em um gesto quase orgulhoso demais. – Tem ou já tiveram alguma DST?
- Não. – os dois responderam ao mesmo tempo, olhando-se em seguida com um sorriso fofo nós lábios. A doutora Son percebeu, mas não falou nada a respeito. Naqueles anos como médica obstetra já tinha visto muitas coisas, de casais apaixonados como aqueles dois a sua frente, até adolescentes abandonados. Casais problemáticos e pessoas tentantes que estava há anos.
- Ótimo. Então não vamos ter problema alguns. Nesse primeiro momento, Yoongi, eu vou te passar alguns exames de laboratório para serem feitos, hemograma, exames para detectar algum tipo de DST, mesmo que você tenha dito que não tenha é uma costume a ser feito já que é importante que tenha no seu prontuário, e alguns exames genéticos como o tipo sanguíneo e outros pormenores.
- Tudo bem.
- Eu também gostaria de saber se na família de ambos os pais há ou já houve casos de diabético, hipertensão, cardiopatia ou câncer?
- Minha mãe tem hipertensão e minha avó, a mãe dela, também tinha. – Yoongi explicou calmamente ainda segurando a mão do namorado em seu colo só porque ele andava muito mais manhoso que o habitual e queria Taehyung perto sempre – E meu avô paterno, tinha problema cardíaco.
- E na sua família? – ela voltou a olhar para Taehyung, escrevendo algo em seu bloquinho, séria e centrada no trabalho.
- Não há nenhum caso de diabete ou hipertensão, também não há ninguém com problemas no coração, mas a minha avô paterna morreu de câncer de mama. Há algum risco para o bebê essa linha genética?
- Não necessariamente, haver casos na família não significa que o bebê nasça com o problema, mas isso serve para que medidas sejam tomadas para que ele não venha a desenvolver depois de nascido. E também nos dá uma percepção maior sobre o próprio Yoongi, se na família dele há caso de hipertensão e duas linhas genéticas dele possuía a doença, precisamos combater para que ele não venha a se tornar hipertenso durante a gravidez, o que acaba acontecendo em alguns casos.
- Entendi.
- Também gostaria de um exame pélvico, que vai mostrar como anda o desenvolvimento do seu útero, trompas e da bexiga. Gravidez tende a dar algum tipo de infecção urinária e precisamos de alguns exames prévios para evitar esse fato. Uma ultrassom morfológica também é recomendando para sabermos bem como anda o desenvolvimento do seu bebê. Tudo bem?
- Tudo.
- Algum dos dois tem dúvidas?
- Eu andei lendo alguns artigos de gestante e ouvi falar sobre ácido fólico, mas eu não entendi bem para que ele serve e em que momento vai se preciso o Yoongi começar a usar.
- Vamos por partes, pai, o ácido fólico é a vitamina B9, um nutriente que pode evitar problemas na formação do bebê durante a gestação. Ele é responsável pela multiplicação celular dos tecidos e é indispensável na síntese do DNA, com também é muito importante para evitar problemas no cérebro e coluna espinhal do bebê e diminui as má formações do tubo neural. – ela olhou de um para o outro nada incomodada com as perguntas, muito pelo contrário, gostava quando os paciência lhe questionavam e tiravam todas as dúvidas porque assim não ficava nenhuma para depois podendo assim causar algum problema para o gestante ou o bebê. Seu trabalho ali era dar aqueles casais, ou pais e mães solos, a melhor experiência possível em uma gravidez. – O ácido fólico tem que começar a ser tomado o mais rápido possível, um comprimido ao dia durante os três primeiros meses de gestação, para prevenir alterações genéticas graves no bebê e diminuir o risco de pré-eclâmpsia ou parto prematuro. Vou receita-lo hoje e você passa a toma-lo amanhã, Yoongi, busque sempre um horário mais fácil pra você. Mas recomendo sempre aos meus gestantes sempre tomar após o café da manhã para não esquecer.
- Tudo bem, doutora.
- Agora, eu vou pedir que vocês vão até a sala e vou dar um tempo para que possam se preparar. Vamos aferir a sua pressão, tirar algumas medidas e seu peso para assim ver como seguimos no quesito alimentação. – erguendo-se, ela apontou para a porta do lado indicando aonde deveriam ir. – Vou deixar vocês a sós um instante e já os encontro.
Ao dois, então, se levantaram e foram até o lugar indicado esperando a médica. Estavam nervosos, mas nada que não podiam lidar. Quando ela enfim apareceu, fez tudo que era preciso com Yoongi.
Aferiu sua pressão arterial, 12/8, boa. Tirou todas as medidas e o peso também. Estava tudo dentro dos padrões – na verdade ele estava uns 3 quilos abaixo do peso para aquele período, mas a médica logo entendeu quando ele foi bastante honesto em dizer sobre as dificuldades que tinha de engordar desde a infância e em como ainda hoje não seguia horários certos para se alimentar – e ela passou basicamente uma lista de alimentos que ele deveria ter como preferência em seu cardápio, as que ele deveria abolir e também, aqueles que deveriam ser consumidos esporádica e moderadamente. Taehyung fazendo questão em perguntar sobre métodos na ajuda para o enjoou constante do namorado e alguns truques que podia cortar os efeitos prolongados do vômito.
Son Seung-wan respondeu tudo sem problema algum.
- Agora, vamos para a parte que sei que estão mais ansiosos, ver como esse bebezinho está.
- Oh céus, isso. – Taehyung, empolgado como o pai babão que era, ergueu um dos punhos em comemoração ao falar isso arrancando risadas da médica e de Yoongi. Esse que ainda o segurava a mão mesmo que estivesse sentando e o Kim parado atrás de si. – Quando podemos ver o sexo, doutora?
- Ainda vai demorar, amor. – Yoongi respondeu ainda sorrindo todo bobo.
- Isso só lá pelo quarto mês e se não for um bebê tímido, já tive casos de só conseguir ver perto dos nove meses.
- Oh, não faço isso com o papai, hm? – foi tudo que ele disse se curvando o suficiente para fazer um carinho contra a barriguinha quase lisa do namorado. Os outros dois, voltaram a rir pelo entusiasmos do pai.
- Eu preciso tirar a camisa, doutora?
- Não, baixe a barra da calça até a área pélvica e eleve a camisa até o estômago e se deite na maca. Vamos ver como anda as coisas por aí.
Taehyung ajudou o namorado a se levantar e com a roupa, lhe estendendo a mão pra sentar-se na maca e ficar confortável ali. Deixou um beijo suave contra a testa dele e fez um carinho em seus cabelos quando Yoongi o olhou com os olhinhos cheios de lágrimas. Pura e sincera emoção estampada em seu rosto, deixando bem claro ali que para o menor aquele momento era tão, ou até mais, emocionante e especial quanto para o maior.
Havia uma pequena e frágil vida nascendo em seu ventre e Yoongi, quando mais novo e com a descoberta da sua anomalia, sonhou muito sobre aquele momento. De amar alguém e construir uma família com essa pessoa. Passou anos imaginando que jamais seria capaz de realizar tão sonho, mas Taehyung estava ali, o melhor homem que podia ter conhecido para viver tal momento, lhe amando e o fazendo amar mais e mais a cada dia. E talvez não tivesse um casamento – como tinha nós seus sonhos – e que tudo tinha começado rápido demais. Mas, mesmo assim, ainda era muito melhor do que tinha pensado em todo aquele tempo e se ver naquele instante ali, de mãos dadas com o homem da sua vida, sendo apoiado e cuidado por ele, prestes a ver o bebê que tinham feito com todo o amor que um sentia pelo outro, era de fazer seus olhos se enxerem de lágrimas mesmo. Seu coração prestes a transbordar em pura felicidade.
Min Yoongi estava feliz, céus, ele estava no auge da sua plena felicidade e ele não conseguia nem mesmo pensar em que momento sentiu aquele tipo de emoção.
Sem falar nada, e sem interromper a bolinha de amor em que o casal estava, a doutora Son Seung-wan arrasto sua cadeira até o lado da cama ligando a máquina para começar o exame. Colocou alguns lenços presos na barra da calça impedindo que sujasse o tecido, deixando bem a linha da pélvica exposta. Aplicou um pouco de gel na região e avisou, em um resmungo, antes de levar o aparelho até a barriga.
A princípio era uma imagem sem nexo, não dando para nenhum dos dois identificar o que de fato estava acontecendo. Yoongi concentrado na televisão posicionada na parede a sua frente enquanto o Kim lhe segurava a mão e também prestava atenção. Os olhos dos dois nervosos em busca de identificar alguma coisa, mas não era fácil de identificar nada, na verdade.
- O bebê de vocês está bem, é só um e ele está no tamanho e no desenvolvimento adequado pra o período de gestação. Agora que você vai entrar na oitava semana, é normal que comesse a sentir um pouco se azia já que a concentração de ácido no seu estômago aumenta devido o crescimento do útero e expansão da placenta. Também é recomendando, Yoongi, que você passe a usar protetor solar porque pode começar a surgir manchas em seu rosto, que somem depois da gravidez, devido a pigmentação. Mas se quer uma notícia boa, seus cabelos vão ficar muito mais bonitos e brilhantes.
- Isso é verdade? Eu sempre achei que fosse mito.
- Não, pode confiar que ficaria ainda mais lindos. – ela sorriu para ele, que soltou um risinho tendo os seus fios negros amaciados pelos dedos longos do Kim. – A sua barriga não vai começar a crescer e ficar visível que você está grávido, porém mudança sutis começarão aparecer porque seus quadros vão começar a se expandi pra abrigar o bebê que estará muito menor do que a placenta em volta, mas seu corpo irá começar a mudar em busca de adaptado. O recomendando? Evite roupas que podem apertar a sua barriga.
- Tudo bem.
- Alguma dúvida?
- Já tem algo em formação, doutora? O bebê já tem algum órgão ou coisa assim? – Taehyung questionou tirando a atenção um pouco das imagens a sua frente só para olhar a mulher.
- Os órgãos começam a se formar nesse período, mas não estão em funcionamento. Porém tem um que está com força total, querem conferir?
- O coração?
- Exato.
- Por favor!
E bastou ela mexer em um único botão em cima da mesa de ultrassom que um barulho alto e gradual começou a se espalhar pela sala. O coração do filho deles batendo as alturas, em um grito oco de que ele estava ali, crescendo e expandindo força e vitalidade. Era quase um “estou bem, papais, estou crescendo pra vocês” e pensar nisso fez Yoongi se entregar a todas as lágrimas que vinha segurando desde que entrou ali. Taehyung não sendo muito diferente quando apoiou sua testa contra o ombro do namorado e também chorou, calminho, soltando um simples “obrigado” sussurrado contra o ouvido do outro, que para muitos podia não fazer diferença alguma, mas eles sabiam bem o que aquilo tanto significava.
***
Não muito longe dali, localizada dentro da grande metrópole circulada pela nata burguesa da sociedade de Daegu, Han Gayoung se encontrava na varanda do seu quarto. Uma xícara de chá disposta na mesinha ao lado e os óculos de leituras apoiados na base do nariz, suas mãos ágeis anotavam algo em uma pequena caderneta e seus pés descansos e roupas simples quase – e só quase mesmo – a faziam parecer diferente das demais pessoas que conviviam naquele meios.
Verificando se o número da discagem em seu celular estava correto, ela apertou no botão verde e levou o aparelho a orelha, abandonando por um tempo seu trabalho em anotar os itens importantes em sua agenda toda vez que lembrava de um novo.
O dia estava ensolarado e muito confortável, nem tão quente, mas também sem frio. Teve alguns imprevistos para resolver logo no início da manhã e tinha um compromisso por volta das 17h na prova de doces do casamento da filha, mas estava livre naquele instante. Faltava poucos meses para enfim a data chegar e tudo estava se encaminhando lindamente para que no final fosse uma cerimônia ainda mais perfeita do que os planos de Gain e o noivo. Então, tirando aquele instante para relaxar e tomar uma brisa, ela esperou a chamada telefônica ser atendida do outro lado da chamada. Havia pego o número em menos de uma hora com o filho – depois de uma troca de mensagens rápidas dele já que tinha um compromisso no médico com Yoongi – e depois que parou, pode se dedicar aquilo.
Do outro lado, a chamada foi enfim atendida depois do quinto toque, uma voz calma e marcante do outro lado da chamada que tinha um tom sério e ao mesmo tempo, muito doce. Gayoung sorriu de imediato.
- Alô?
- Alô. Esse é o número de Shin Naeun? – perguntou usando um pequeno ponto em branco na folha, rabiscando círculos e nuvens só para se distrair.
- Sim, quem gostaria de falar, por favor?
- Oi, boa tarde, você não me conhece, mas me chamo Han Gayoung, e sou mãe de Kim Taehyung. Suponho que saiba sobre ele.
- Oh, sim, a mãe do Taehyung-ssi. Olá, prazer em conhecê-la, aconteceu algo?
- Oh, não, não precisa se preocupar. Me desculpe se estou ligando em um momento importuno, mas pedi para o Taehyung pegar seu número com o Yoongi porque gostaria de convida-la para um jantar em minha casa daqui dois dias, na quarta a noite. Meu filho, a propósito, foi quem sugeriu esse jantar devido as atuais circunstâncias que não cerca, então decidi que eu mesma iria né certificar de fazer os pedidos.
- Isso é muito gentil de sua parte, aceitamos o convite, com toda certeza.
- E lembre-se, o convite se estende a toda a família do Yoongi, o Tae me disse como todos vocês são importantes para ele e eu queria muito conhecer o dono da projeto que meus netos vêem frequentando, então, por favor, convite sua filha e o marido dela também. O convite se estende a todos.
- Oh, claro, claro. A Seohyeon e o Hoseok vão ficar muito agradecidos. – continuou com seu jeito doce de falar, Gayoung até mesmo podia sentir que ela sorria só pelo tipo tom da sua voz. Talvez Yoongi tenha se tornado sorridente por parecer com a mãe, Han não sabia, mas podia dizer que já sentia-se confortável com aquela mulher em menos de um minuto de conversa. – Seria muito bom um momento como esse já que seremos praticamente da mesma família depois das descoberta de que nossos filhos vão ter um filho.
- Sim, e vou lhe ser bastante franca, fiquei chocada com a notícia, mas adorei saber que o Taehyung está namorando o Yoongi. Sempre gostei muito dele e conseguia perceber o quanto os olhos do meu filho brilhavam ao redor dele. Minhas preces a Buda foram ouvidas. Vocês tem um ótimo filho.
- Yoongi é um dos meus maiores orgulhos e acalenta meu coração de mãe saber que ele enfim encontrou alguém bom para está ao seu lado.
- Taehyung comento que ele estava noivo de outro homem e que acabou o noivado antes do namoro deles.
- Sim, Yoongi é uma pessoa muito boa que costuma ver mais o lado dos outros e esquecendo de pensar no seu. Gostamos muito do Taehyung-ssi quando o conhecemos, ele parece ser um ótimo rapaz. .
- O Tae é um amor...
Aquela conversa durou horas depois de se ter iniciada, as duas preocupadas em apenas trocar informações e se conhecer. Falaram dos filhos e da vida, depois do namoro de Yoongi com Taehyung e a surpreendente descoberta e contavam eufóricas para isso.
Quando tudo acertou havia duas certezas que as circulava : o jantar aconteceria dali a dois dias, na quarta-feira e que Han Gayoung e Shin Naeun tinham grandes possibilidades de serem amigas.
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