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História Mortal loucura - Melhor com o tempo...


Escrita por: Mione16

Notas do Autor


Eu não sabia para onde recorrer
Veja de alguma forma eu não consigo esquecê-lo
Depois de tudo o que passamos
Indo e vindo, achei que tinha ouvido uma batida
Quem está aí?
Ninguém
Acho que eu mereço isso
Agora eu percebi que eu realmente não sabia
Se você não percebeu ,você significa tudo Rapidamente eu estou aprendendo a amar de novo
Tudo o que eu sei é que vou ficar bem..

Pensei que eu não poderia viver sem você
Vai doer quando curar também
Tudo ficará melhor com o tempo
E embora eu realmente te ame
Eu vou sorrir porque eu mereço
Tudo ficará melhor com o tempo..

(Better in time-Leona Lewis)

Capítulo 3 - Melhor com o tempo...


Quatro semanas haviam se passado desde que a vida da família dos Anjos havia sofrido uma mudança severa.Miguel tinha se mudado definitivamente para a casa,agora dele também.Tinha se acostumado e gostava de todos ali.Por incrível que pareça pareciam felizes,todos muito receptivos e felizes em tê-lo ali  com eles.Todos exceto Luzia,que embora não destratasse o rapaz ,mantinha clara a sua raiva dele estar ali,resmungando e se mal dizendo pela casa toda o dia todo,mas isso não era novidade, então ninguém realmente prestava atenção em sua secura.

Miguel estava trabalhando a todo vapor com o pai agora ,ele e Santo tinham uma cumplicidade invejável e eram bem parecidos.

A única coisa que ninguém notava era Olívia,ou melhor a infelicidade de Olívia.Cada sorriso forçado que chegava a lhe doer na face e cada silêncio que dizia mais do que qualquer palavra...sim,ela estava sofrendo,não como a mãe que não aceitava ver um filho bastardo chegar e tomar a atenção e amor do marido.Mas, sim por si mesma,estar apaixonada por ele só a fazia se sentir pior a cada dia mais.Por Deus,eles tinham se declarado uma noite antes de descobrirem tudo!uma noite apenas foi o que ela teve com ele ,uma noite que foi a melhor de sua vida até então,mas que não deveria ter acontecido..

Então ela tentava manter sua rotina, sabia que se a mantivesse poderia fingir melhor .Santo nunca soube a profundidade de seus sentimentos, então não sabia que havia realmente um problema.

Sua vida estava organizada da Cooperativa para casa e de casa para a Cooperativa,trabalhava na fazenda.Só falava com alguém se falasse com ela e acima de tudo tentava manter o semblante neutro.Embora chorasse quase todo dia ,na primeira oportunidade de estar sozinha que aparecesse.Não estava entendendo,ela não era assim,não era!não podia simplesmente esquecer ele e seguir em frente?

-Olívia?tá acordada?-Piedade abre minimamente a porta do quarto das netas.

-Tô sim vó.-ela diz se sentando na cama.

-Por quê não foi jantar minha filha?-ela pergunta entrando e sentando na beira de sua cama.

-Sem fome.-falou ,sem encarar a matriarca nos olhos.

-Olhe pra mim,Olívia.-ela pede puxando delicadamente o rosto da neta.

Ela vira e encara a avó, seu semblante é calmo e de certa forma reconfortante.

-Eu vejo uma grande tristeza nos teus olhos ,minha filha.Nem precisa negar,eu sei que tem alguma coisa guardada nesse seu coraçãozinho.-ela diz sorrindo um pouco.

-Não é nada não,eu tô cansada só,visse?Não precisa preocupar ,não.-fala ela,já deitando novamente e se cobrindo com o lençol.

-Tudo bem,eu vou dizer que tá cansada.Mas se levantar e tiver fome.Vou deixar sua janta na mesa.-diz beijando a cabeça da moça e saindo devagar.

Assim que a porta se fecha, ela suspira e sente novas lágrimas descerem silenciosas por seu rosto.

-Como eu queria que a senhora tivesse errada , como eu queria..-sua voz sussurrante no escuro solitário do pequeno cômodo parece quase um grito.

Ela abafa um soluço seco e se vira para realmente tentar dormir.

Uma mão macia toca sua testa de forma cuidadosa.Ela abre os olhos um pouco , vendo Isabel já de pijama e a olhando preocupada.

-Tá sentindo alguma coisa, Olívia?-ela pergunta ,tirando a mão da testa da irmã.

Ela faz que não com a cabeça.

-Mainha mandou ver se tu tá doente,se tiver pode dizer,eu lhe ajudo.-ela diz ,fazendo a mais velha sorrir um pouco.

-Precisa não Bel,mas obrigada.-ela diz .A mais nova ascente e vai para sua própria cama.

-Qualquer coisa me chame ,viu?-ela diz já bocejando e Olívia levanta o polegar para ela.

Passam -se alguns minutos,Isabel já ressona ao seu lado .Os mesmos viram horas,mas ela não consegue voltar a dormir,vira e desvira,se cobre e se descobre,suspira ,abre e fecha os olhos.Esse havia virado seu ritual.

Até que depois de ver seu celular marcar as duas e meia da manhã,sentiu seu estômago roncar,se levantou da cama ,percebendo pela primeira vez que ainda estava com o vestido verde que usou o dia todo.Antes de comer ,pegou sua toalha e foi tomar um banho.

Após demorar consideravelmente neste,vestiu um conjunto branco de baby Doll e foi na pontinha dos pés até a cozinha da casa.

Lá em cima da mesa,assim como sua avó tinha prometido, havia um prato coberto.

Tirou o pano de prato de cima deste e vislumbrou sua janta,frango,arroz,feijão e até um pouco de salada.Sentiu quase como se babasse,tinha comido pela última vez no café da manhã,no almoço apenas mexeu no prato e pelo que parece, ninguém percebeu isso.

Após comer tudo em tempo recorde e lavar a louça restante ,ela permaneceu olhando para a cozinha vazia,coisa rara agora naquela casa.Sabia o quanto Miguel tinha ajudado para que ela ficasse mais alegre,era muito irônico que nela tivesse efeito contrário.Sentia-se uma abominação ,sentia -se mal por dentro e por fora com tudo isso e fazia apenas um mês.

Imaginava ela,se quando fizesse um ano tudo estaria melhor.

Voltou para cama e tentou dormir.Mas Sentia-se estranha,pensou que devia ter comido demais ,fora que o sono não voltava mesmo.Então ,suspirando ,ela pegou uma colcha grossa,feita de retalhos de tecidos,feita pela sua mãe e avó e saiu para o lado de fora.Ali ,naquele lugar isolado a luz da lusa enchia tudo de beleza.Se enrolou na manta e foi se sentar num banquinho de madeira que havia debaixo de uma árvore ,há cerca de uns dez metros da porta da cozinha.

Ficou ali por um tempo indeterminado,apenas olhando e olhando para o nada,vendo o movimento das árvores,dali mesmo conseguia sentir o vento que vinha do rio.Lembrou-se então da última vez que tinha estado nele,de como Miguel a salvou e de como ela por um minuto teve certeza da morte.

Olhou seu pé descoberto e agora saudável,quatro semanas antes teve de ser enfaixado,ela havia torcido.Lembrou-se do desespero de todos quando viram ela quase desacordada e com o pé ferido.Todos a amavam tanto,tratavam com carinho.Seu pai então...era seu modelo,seu herói.O que ele diria se soubesse que sua peitica dormiu com o próprio irmão?ou se soubesse que ela o ama ,mas não de forma fraternal,mas sim como uma mulher ama um homem?

Quando percebeu ela já estava de frente para o rio.Com todos esses pensamentos ,parecia que tinha sido automaticamente.

Largou a colcha na areia.Sentindo o vento frio da madrugada lhe arrepiar o corpo.Olhou para baixo.A lua parecia iluminar o velho Chico,lhe dava cor ,beleza.O rio parecia ter cor prateada,como se um banho de prata tivesse caído sobre ele,alguns pontos brilhantes o iluminavam e deixavam ela quase hipnotizada.

Foi andando e sentindo a leve correnteza chocar-se contra si,era calmo,com toda certeza trazia a ela uma certa lucidez.

Apenas foi andando até que a água estivesse quase em suas coxas e sorrindo entre as lágrimas ,ela avaliava sua vida.O quanto tinha mudado e o quanto foi alheia há algumas mudanças,era estranho sentir isso.Embora se arrepende -se de se apaixonar , não conseguia se arrepender de conhecer Miguel..

Então ela decidiu...se deixaria levar pelo velho Chico e pela sua correnteza,decidiu que iria parar onde ele quisesse levá-la,ele decidiria o seu fim.

Fechou os olhos e se deixou cair...

Mas porque não caia?foi o pensamento que teve em um milésimo de segundo,até se dar conta de sua mãos fortes que a seguravam e puxavam para si.

Ela abriu os olhos e viu confusa.

A imagem de Miguel retorcida pela luz da lua.Havia sido exatamente assim na outra noite.Quando se entregara a ele,de corpo e de alma.

-O que que tu tá fazendo aqui,Miguel?-ela pergunta., ainda com  ele segurando ela.

-Você não tá bem Olívia,o que tava fazendo?-ele pergunta confuso.

-Eu queria tomar banho de rio,só isso.-ela fala se soltando dele devagar.Mas ainda estavam bem próximos e quase se tocando.

-Nós dois sabemos que isso não era só um banho de rio , né neguinha?-ele pergunta carinhosamente,colocando o cabelo dela para detrás da orelha.

Ela abaixa o rosto contendo a dor que ameaçava cair novamente em forma d'água de seus olhos cansados.

-Me seguiu?-ela pergunta .

-Não,eu só..só tive que vir aqui,não sei explicar e quando vi você ,eu..-ele coloca o rosto dela para cima,encarando o dele.

-Você o quê?-ela pergunta.

-Me preocupei contigo.-diz ele, sincero

-É melhor eu voltar a dormir,tenho muito o que fazer amanhã.-ela diz ,saindo de perto dele e dando as costas.Só Deus sabia a dor de o fazer.

-Sophie está na cidade,minha mãe arranjou um lugar pra ela ficar...ela quer​ tentar de novo,o nosso namoro.-ele diz,cada palavra saia de forma estranha,ele não queria dizer aquilo a ela ,mas precisava.Também tinha que saber lidar com sua dor e tentar esquecê-la.

-Espero que sejam felizes,vocês merecem.-ela diz controlando o choro que formava um nó na sua garganta ,pegando a colcha do chão e correndo de volta pra sua cama ,antes que desmoronasse na frente dele.

Miguel observou tudo calado,se ela parasse de correr e virasse veria o rosto dele ,também banhado de lágrimas.

Chutou a água do rio,que caia de volta como pingos de chuva.Sorriu melancolicamente.

-Você também merece ,neguinha,você também merece...

 


Notas Finais


Aiii,que cap sofrido,comentem bem muito!!!favoritem e recomendem lovesss
Bjs😍😘😘


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