História Motel Bieber - A Hospede

Dirigia de volta para casa prestando atenção ao máximo no caminho na minha frente.

Mason podia ser bonito, mas era um completo idiota. Essa cisma que ele tem com o Justin como se o cara fosse um psicopata me deixa completamente irritada. Conhecíamos ele, era sempre quieto e nunca se envolvia com ninguém, agora por causa de uma lenda idiota e do comportamento estranho dos pais dele, ele tem que ser excluído e tachado como aberração para o resto da vida? Isso é tão injusto.

Ouvi um barulho estranho fazendo com que eu voltasse para realidade. Não poderia ser.

Meu carro foi diminuindo até finalmente parar e uma fumaça começar a sair pelo capô. Realmente esse não era o meu dia. Sai do carro e olhei em volta a estrada que era iluminada apenas pela lua estava completamente deserta. Peguei meu celular e como eu pensava estava sem sinal.

Droga. Droga. Droga.

Abri o capô fazendo com que mais fumaça saísse olhava para aquilo como se fosse resolver algo, maldita hora que eu não prestei atenção no que meu pai tanto falava sobre carros.

Bom eu tinha três opções: Ficava aqui até alguém sentir minha falta; continuava seguindo a estrada ou esperava alguém passar.

Nenhuma delas me agradava no momento.

Depois de uns dez minutos parada decidi optar ela minha segunda opção. Travei o carro e comecei a caminhar rezando para que nenhum maníaco vivesse nessa floresta. Um vento gelado bateu contra o meu rosto fazendo eu tremer, apertei mais a jaqueta contra o meu corpo afim de me esquentar.

A cada dez passos olhava no meu celular para ver se finalmente conseguia sinal e nada. Já era duas horas da manhã e nada a minha volta denunciava que eu estava perto da civilização.

Sentia o desespero tomar conta de mim a cada passo, eu queria voltar correndo para o meu bebê e não sair de lá até o amanhecer, mas agora eu já estava longe demais para fazer isso.

Eu juro que quando encontrar a Quinn eu vou mata-la por ter me deixado sozinha nessa.

Andei mais um pouco e já sentia meu pés começarem a doer e todos os ossos do meu corpo congelarem, estava preste a dar meia volta até que eu avisto duas estradas. Eu não me lembro delas quando vim. Só me faltava essa.

Direita ou esquerda? Direita ou esquerda? Direita.

Continuei seguindo e procurando o maldito sinal que nunca aparecia definitivamente essa cidade era o fim do mundo.

Olhei para frente e avistei um letreiro em neon. Isso só poderia ser algum tipo de pegadinha.

“Motel Bieber” Brilhava em letras garrafais em um tom de azul que me deixava hipnotizada.

Agora eu tinha duas novas opções ou seguia de volta para o carro ou ia te o motel e pedia ajuda.

Uma chuva fraca começou a cair, fechei os olhos e contei até dez e obriguei minhas pernas a voltarem a andar, mais rápido dessa vez.

Eu tremia de frio e de medo. Medo por estar no meio do nada e ainda por cima a noite.

Parei em frente ao motel que era iluminado pelas luzes do poste em volta. Mais ao fundo havia a casa da família do mesmo jeito que sempre foi. Olhei em volta tentando achar alguma alma viva naquele local, até que avisto mais a frente uma sombra.

– Com licença. – Tentei falar o mais alto que minha voz permitia por sorte foi o suficiente para a pessoa se virar e começar a nadar até mim.

Eu não conseguia vê-lo muito bem por ele estar todo de preto e estar escuro naquela parte, meu coração palpitava rápido e eu não conseguia sair do lugar.

Por favor que não seja um maníaco Por favor.

– Posso ajudar? – Ele disse quando estava mais próximo a mim. Pude ver o seu rosto e não conseguia mais raciocinar naquele momento.

Era ele!

Era o mesmo Justin de anos atrás só que muito mais bonito. Meu Deus ele está completamente lindo.

– Você está bem? – Ele se aproximou um pouco mais, com uma leve expressão de preocupação em seu rosto.

– Estou sim. E-eu preciso de um quarto. – Eu não conseguia desviar meus olhos do seu e sentia minhas bochechas esquentando um pouco. Agradeci mentalmente por estar escuro e ele não conseguir ver.

– A claro venha comigo.

Ele deu um sorriso e saiu na frente, segui ele até o pequeno caminho que me levava a cobertura do Motel. Ele parou em frente a uma porta que dava a recepção e mexeu nos bolsos tirando um molho de chaves de lá.

Justin abriu a porta e deixou que eu passe, acendeu a luz e foi para trás do balcão, ele fazia tudo calado e sua expressão denunciava que ele estava feliz.  Eu não conseguia desviar meu olhos dele um momento sequer era como se algo me chamasse para li. Devia ser a sua beleza ou o seu sorriso bobo, algo me impedia de desviar o olhar.

Ele pegou um caderno embaixo do balcão e colocou a minha frente junto com uma caneta.

– Pretende ficar quanto tempo? – Ele me perguntou fazendo com que eu saísse dos meus pensamentos.

– Só até o amanhecer, meu carro quebrou e eu vim andando até aqui.

– Eu posso ver o seu carro de manhã se você não se importar.

– Claro que não, seria um grande favor. – Disse sorrindo.

Ele assentiu e virou o caderno para mim fazendo com que eu visse que era o livro de registro.

– Poderia assinar aqui. – Ele apontou para a linha na minha frente. – E colocar seu endereço, telefone para contato e RG por favor.

– Claro. – Peguei a caneta que ele havia posto ao lado e comecei a anotar meu dados. – Pronto.

– Bom vou te colocar no primeiro quarto ao lado da recepção, assim fica mais fácil de você pedir alguma coisa se precisar.

– Eu poderia usar o telefone?

– Tem um pequeno problema, o telefone não funciona quando esta chovendo.

– Tudo bem eu uso pela manhã.

Ele sorriu constrangido, o que só colaborou para ele ficar ainda mais fofo. Que droga Margot, pare de ficar encarando.

Justin deu a volta e abriu a porta para mim passar novamente. Sai da recepção e senti aquele vento frio bater na minhas roupas molhadas me causando um leve arrepio. A chuva estava mais forte me fazendo agradecer por ter achado um lugar para ficar.

Ele abriu a porta do quarto e eu entrei rapidamente o local tinha um cheiro amadeirado, as paredes eram em tons de marrom, havia uma cama de casal no meio com cochas da mesma cor e no canto uma lareira que deixava o local mais aconchegante.

– Ali está o banheiro, tem toalhas limpas embaixo da pia e sabonete também.

– Muito obrigada está ótimo.

– Eu vou te emprestar uma roupa ai você pode tomar um banho e se aquecer e aproveito e ligo a lareira se você quiser é claro.

– Se não for muito incomodo eu aceito. – Ele balançou a cabeça negando.

– Eu já volto.

Justin saiu correndo dali, encostei a porta e fiquei parada no meio do quarto, lembrei que meu celular estava no meu bolso e peguei rezando para que houvesse sinal e nada. Coloquei ele em cima da mesinha ao lado da cama junto com umas notas de dinheiro que eu havia trago por sorte nunca saio sem dinheiro de casa.

Fiquei esperando Justin voltar e como se fosse involuntário lembrei do que todos falavam dele e sua família. Ele me mostrou ser bem simpático e um pouco empolgado ao ver uma hospede. 

Ouvi batidas na porta fazendo com que eu abrisse um pequeno sorriso.

– Entra.

– Trouxe uma camiseta e uma cueca para você não se preocupe porque eles são novos e eu iria te emprestar uma calça, mas eu não tinha nenhuma nova que fosse servir. – Ele disse tudo rápido colocando as coisas em cima da minha cama.

– Muito obrigada eu juro te pagar depois por isso.

– Não se preocupe. Eu vou ascender aqui e já estou saindo. – Ele se abaixou próximo a lareira.

– Pronto. – Disse  se levantando e virando para mim novamente. – Você gostaria de tomar café da manhã comigo?

Justin foi direto fazendo eu corar novamente.

– Eu adoraria.

– Então a hora que você acordar, é só ir lá em casa eu estarei te esperando. – Assenti enquanto vi ele seguindo até a porta.

– Boa noite Backer.