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História Motel, quarto 505 - Parte 10 - Reconstrução de hímen


Escrita por: gasai_yuno-

Notas do Autor


Oi, pessoal.
Boa leitura e até as notas finais <3

Capítulo 10 - Parte 10 - Reconstrução de hímen


Fanfic / Fanfiction Motel, quarto 505 - Parte 10 - Reconstrução de hímen

Após aquele dia sinistro, talvez como um mecanismo de defesa, Lucy e eu agimos como se tudo estivesse normal, quase não nos falando, como normalmente, como se nada tivesse acontecido. E duas semanas se passaram assim, na tranquilidade que eu gostaria que tivesse durado.

A princípio, os fatos que foram ocorrendo não pareciam importantes ou que valiam a pena ser mencionados ou lembrados, mas eu recordo, porque, como eu provavelmente já disse, tudo estava ligado como uma longa teia, e eu deveria prestar mais atenção.

— Vai almoçar com a gente? — perguntou Jellal enquanto eu arrumava minha mochila para ir embora.

— Nem vou, cara, foi mal.

— Lisanna? — Gajeel perguntou num tom acusativo, o que era injusto, eu almocei com ela no máximo três vezes, sem contar que ele nem almoçava com a gente, ia para casa, comer em família.

— Nem. Tenho que ir ao hospital, minha irmã tem consulta e tenho que levar as chaves para os meus pais, eles esqueceram. Vou comer marmita no caminho, é a vida. — Dei de ombros, colocando a bolsa nos ombros e começando a caminhar com eles até a saída, onde nos separaríamos.

— Pior que estou achando que não vou também — falou Freed. — Estou sem saco, vou fazer um miojo e ficar vendo TV em casa.

— Boa sorte. Eu me lembro de comprar vários sabores de miojo para fazer isso, não deu muito certo, não. Depois de um tempo, só de pensar em miojo já me fazia querer vomitar. Enjoa muito rápido, dá não. Sem contar que não é saudável. — Jellal fez uma careta involuntária ao contar seu relato. — Prefiro ir ao restaurante, pelo menos tenho companhia e comida boa.

— Nesse caso, hoje especificamente, a companhia boa será a Erza. Será que um dia você sai da friendzone? — Gajeel provocou com seu sorriso de lado tão irritante quanto sempre.

— Somos amigos.

— Ela está na friendzone então? — eu perguntei. — Porque, olha, posso ser o aluno novo, mas dá para ver que ela só trata você bem. A gente é saco de pancada, você, o príncipe no cavalo branco, sacou?

— Não exagera.

Os olhares acusatórios foram dirigidos ao azulado, que acabou com um bico pensativo, concordando que ele tinha tratamento especial. Afinal, ele não tinha como pagar para ver, cada um de nós havia sido vítima de chute, xingamento e raiva da ruiva, menos ele.

— Não é assim. É amizade — tentou, franzindo o cenho.

— Ela diz que nós somos amigos dela, cara. E nós e você não estamos na mesma categoria na vida dela, sinto muito ser quem tem que te contar. — Gajeel simplesmente jogou na cara dele o óbvio. — Só pode ser cego mesmo.

— Caso perdido — afirma Freed.

— Pelo menos, eu não apanho — rebateu Jellal, e todos tivemos que calar a boca, porque aquela doeu.

— Estou indo, depois dessa, preciso de terapia no hospital, vou pedir uma consulta com minha irmã — ironizei, me despedindo e ouvindo comentários para que passasse os dados, para fazermos terapia em conjunto, somente o azulado revirando os olhos com nossa infantilidade e nem respondendo mais.

Se tem uma coisa que eu odeio, é esperar ônibus. Não me leve a mal, dez minutos não são ruins, cinquenta minutos no sol escaldante com calça jeans e blusa é que eram insuportáveis.  Quase cheguei ao ponto de tirar a camisa, coisa que raramente faço, principalmente não na frente de desconhecidos. Minha pele ia derreter com mais um minuto de espera pelo transporte atrasado, se ele não tivesse chegado e o ar condicionado me arrebatado do inferno para o céu.

— Natsu! — Grandine chamou.

— Oi, mãe, aqui está. — Aproximei-me do balcão das enfermeiras e entreguei para ela as chaves.

— Comeu? — perguntou, me encarando firmemente mesmo tendo papéis numa prancheta para assinar, uma moça atrás dela esperando não tão pacientemente que o fizesse.

— Sim, no ônibus. Posso ir?

Ela assinou o prontuário, negando com a cabeça.

— Por que não?

— Só um instante. — Levantou a mão, virando a folha e assinando outras atrás, entregando para a mulher em seguida, que finalmente parou de me mandar olhares mortais e se retirou. — Eu preciso que você vá buscar Wendy, eu e seu pai não podemos. Ela... Eu não lembro se ela almoçou.

— Pode deixar, mãe. — Eu estava mais do que acostumado.

— Obrigada, Natsu. — Arrumou meu cabelo com os dedos e falou: — Te vejo em casa, tá?

— Tá.

Fui em direção à área psicológica do hospital e falei com a recepcionista, a consulta deveria acabar logo, ela disse, antes de eu sentar na sala de espera.

— Seus pais ainda não chegaram... — A doutora cessou as palavras assim que me viu, que era quem mais buscava minha irmã.

Ela se aproximou junto a Wendy, e eu me levantei, sentindo a pequena agarrar minha mão. Ainda não podíamos sair, a médica parecia querer dizer algo, não devia ter andando até mim à toa.

— Eu preciso falar com os pais da sua irmãzinha sobre o progresso. Você pode gravar um áudio e mandar parar eles? — perguntou cautelosa.

— Claro, doutora...

— Meredy.

— Desculpa. — “Por esquecer seu nome”, quase acrescentei.

— Sem problema. — Abanou a mão despreocupada.

Peguei meu celular e comecei a fazer o que pedia no grupo família do Whatsapp, eu, Wendy, Grandine e Igneel.

— É difícil fazê-la se abrir quando ela não quer falar. Às vezes ela parece estar em outro lugar, e não responde de maneira crível nem perguntas de rotina, parece estar meneando a cabeça aleatoriamente, sem se importar. Eu preciso que ela leve isso a sério. Em outros dias, eu consigo que ela responda perguntas específicas, e parecemos caminhar, até que eu tento descobrir mais sobre o evento que... bem... fez ela parar de falar. Eu não acho que Wendy não queira falar sobre ele, acho que ela tem medo, mesmo tendo mudado de cidade. Alguma coisa que ela quer dizer, mas sente que não pode. Eu disse milhares de vezes que nossas consultas são confidencias, que apenas os pais saberão, mas parece que não ajuda em nada. Talvez ela tenha mais receio de vocês saberem do que de mim, então, por favor, conversem com ela por mim para podermos avançar na terapia ou não iremos a lugar nenhum até que ela tenha lidado com o assunto que a deixou assim. Obrigada desde já.

Ela levantou o dedão para mim, indicando para que eu parasse de gravar e eu fiz.

— Pode ir. — E sorriu.

— Obrigado.

Estava passando de novo no balcão das enfermeiras, perto da saída e entrado do hospital, e vi meu pai lá, que me chamou.

— Ela disse alguma coisa, a doutora?

— Sim, mandei para vocês no grupo — afirmei, e ele esticou a mão, me fazendo bufar e dar meu celular, que ele colocou no seu ouvido, escutando o áudio.

Igneel andava pelo lobby do hospital, falando com outros médicos ou enfermeiras conforme ouvia sobre sua filha, tão ocupado como sempre.

— Almoçou? — questionei Wendy, que fez que não. — Nível de fome de um a dez. — Ela fez fechou o punho num zero. — Vai ter que comer mesmo assim, porque senão eu que entro em problemas. Eu te dou hambúrguer, o que acha? — A malandrinha levantou as sobrancelhas, e eu sabia o que ela queria. — E batatas fritas. — E, pronto, ela estava feliz.

Suspirei, cruzando meus braços em cima da bancada, e pude ver um papel de cabeça para baixo. Era de uma cirurgia, “Reconstrução de hímen”, li com certa dificuldade, pensando em onde ouvira isso antes. Ah, era para fingir ou restaurar virgindade, lembrei subitamente. Meus olhos vasculharam melhor o papel, era uma estudante menor de idade. Li o campo “nome”, e, assim que leria o que estava do lado, uma enfermeira chamou minha atenção, eu tirei os braços de cima, e ela pegou os papéis, abrindo uma gaveta cheia de seções e os guardando conforme categorias.

Que mais cirurgias deviam estar escritas nos outros papéis? Permiti minha cabeça viajar por um instante, longo o bastante para meu pai me devolver o telefone e se despedir. Demorou um pouco mais em Wendy, que obviamente teria uma conversinha com nossos pais em casa.

— Vamos pegar o seu hambúrguer e acompanhamentos? — provoquei, segurando sua mão firme para atravessar a rua, havia um Mcdonalds na frente do hospital.

Ela deu pulinhos sorrindo, e eu resolvi que comeria um também. 


Notas Finais


Essa história foi criada como algo que eu gostaria de escrever e de ler também, ou seja, eu adoro escrevê-la.
Eu vou logo dizer que eu tenho que estudar, não vai dar para postar uma vez por semana. Eu preciso definir o estudo como prioridade este ano.
Meus pais são aquelas pessoas que só sabem reclamar, não interessa o que você fez, sempre tem um detalhe para reclamar, quase nunca elogios, e eu me desanimo muito fácil, então tem sido uma montanha russa de me esforço demais para estudar, só reclamam de mim, então eu paro de me esforçar, continuam reclamando, e uma hora eu volto a estudar porque eu sei que eu preciso.
Ou seja, minha vida pessoal está uma bagunça.
Eu vou postar sempre que eu puder, isso eu posso prometer, mas não acho que haverá capítulos constantes ou com intervalos de tempo iguais. Isso só se for nas férias, que ainda estão longe.
Só posso pedir que tenham paciência comigo e que continuem com os comentários maravilhosos que me animam <3
Obrigada por ler e até a próxima *--*


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