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História Motel, quarto 505 - Parte 5 - O corpo


Escrita por: gasai_yuno-

Notas do Autor


Eu vou explicar meu pequeno sumiço nas notas finais, até lá e se divirtam <3

Capítulo 5 - Parte 5 - O corpo


Fanfic / Fanfiction Motel, quarto 505 - Parte 5 - O corpo

Dormindo no banco dianteiro do carro uma semana depois, o som do rádio me despertou, e eu pude notar o cenho franzido da minha mãe conforme ela aumentava o volume. Ela me viu e apontou para o apetrecho, como se dizendo para eu prestar atenção.

Um corpo havia sido encontrado no novo hotel dos Heartfilia, num dos quartos, e, embora os repórteres tenham tentando encontrar mais informações, a polícia não havia liberado muitos detalhes, pois ainda estavam tentando descobrir a identidade do sujeito, sexo masculino, e estavam atualmente analisando a cena do crime, não tinham muita informação. Uma promessa de voltar mais tarde e contar mais, e acabou.

Eu percorri meus olhos de um lado para o outro, como se vasculhando na mente uma informação familiar, eu tinha ouvido esse sobrenome antes, não sabia onde.

O carro parou, dramaticamente me dando visão a Lucy, que parecia ainda mais transtornada do que no outro dia, e eu lembrei: era o sobrenome dela.

— Temos a informação da data da morte, foi na madrugada da segunda-feira passada, entre as duas ou quatro da manhã...

E eu não ouvi o resto, eu abri a porta sem dizer nada apenas a encarando. Não era naquele dia que ela chegou sangrando na escola sem contar nada? Ah, que fosse, era caso da polícia, não meu, e por que diabos as duas coisas estariam interligadas? Não é como se ela estivesse no hotel coberta de sangue bem naquele dia. Nada a ver, Natsu. Ah, ironia, doce ironia.

Eu acenei para ela, que sorriu para mim, não tínhamos nos falado de fato desde aquele episódio bizarro.

Ouvi a janela abrindo, minha mãe revirando os olhos com minha falta de educação para com ela.

— Era um aluno dessa escola, não estou recordando o nome agora, mas menos mal que você chegou nesse dia e nem conhece. Enfim, cadê meu beijo na bochecha?

Abaixei e entreguei o seu pedido, me retirando do estacionamento e a observando ir se retirar para o trabalho.

O ambiente da escola não era como um de funeral, estava mais para bando de fofoqueiros se reunindo juntos. Parecia legítimo, adolescentes, né? Também tinham alguns afetados, para baixo, quietos.

— Eu não acredito que ele morreu, cara. Quer dizer, no outro dia, estávamos nos falando... E assassinato? Quem ia querer assassinar ele? — Ouvi Freed balbuciando com Gajeel, os dois para baixo.

— Ele não fazia nada de tão interessante ou maldoso, ele era legal, normal. Realmente, deve ter sido um acidente, isso não faz sentido. — Ele suspirou, me avistando e dando um sorriso forçado sem mostrar os dentes, como se dizendo que estava tudo bem se aproximar, o que eu fiz.

— Eu estava ouvindo no caminho para cá no rádio, a notícia. Eu estive em muitas escolas, mais na diretoria do que na sala de aula, eu admito, mas nunca tive um colega de classe assassinado antes. Isso é loucura — afirmei, e talvez todos os problemas que causei e vi na vida eram fichinhas comparadas àquilo, e eu pensando que já tinha vivenciado todos os dramas colegiais possíveis.

— Se pelo menos fosse aquelas histórias insanas de bullying ou relacionamento abusivo... — começou Jellal, também se juntando. — Eu não entendo, o cara era normal, resolvido.

— Pior que a porra do assassino pode estar aqui nessa escola. Pensa bem, ele passava a maior parte do dia aqui, os amigos, todo mundo que ele conhecia era basicamente daqui. Não posso dizer que vou ficar surpreso se algumas pessoas específicas forem algemadas e levadas para delegacia de repente. — Gajeel deu um meio sorriso, cruzando os braços e encostando o corpo no armário.

— Ah, pode apostar que todo mundo tem suas teorias, e eu aposto alto no Lyon. Lembra aquele negócio com a Lisanna e ele, que eu e Natsu resolvemos? — perguntou o azulado, ouvindo sons de concordância. — Exato.

Os outros menearam a cabeça pensativos, parecia ter sentido para eles. Definitivamente não tinha para mim.

Antes que pudesse perguntar, o sino bateu em alto e bom som e fomos para a sala, sendo esmagados uns pelos outros. É uma boa lição para você entrar na turma assim que chegar. Ninguém gosta de tanto contato corporal de manhã, não com estranhos pelo menos.

— Meu pai já está reclamando da porra do problema de repercussão, que não vão querer se hospedar no hotel, que ele gastou uma fortuna, blá, blá. — ouvi a voz doce da loira, que revirava os olhos tantas vezes que devia saber o formato do cérebro. — Ele foi avisado antes porque é o dono, né? Aí eu tive que ouvir reclamações a manhã toda, podia até criar um site e ganhar dinheiro dando a notícia primeiro para ele parar de reclamar dos gastos. — Respirou fundo. — Mas, puta merda, o cara foi assassinado, e era da minha escola, eu falava com ele às vezes. Que porra de pai, quero dizer. — Gesticulava, pegando um biscoito de cima da mesa e comendo.

— Seu pai é viciado em trabalho, é o jeito dele de lidar com as coisas depois que a tia Layla morreu. Tenho certeza de que ele está pressionando a polícia para descobrir logo agora mesmo por sua causa, ele é fera, só não é bom em mostrar sentimentos, eu entendo — respondeu Erza.

Eu tentei parar de ouvir a conversa, juro, mas a curiosidade venceu.

— Relaxa. Ele está preocupado com a corporação, ele pode perder muitas coisas, e quer manter o estilo de vida seu e do seu irmão — Levy justificou também, tentando a acalmar.

— Acnologia está nem aí para essa bagaça, só faz merda. Tinha que ser adotado, o diferentão. — Sua revirada de orbes foi tão forte que podia sentir seu ódio da situação.

— Ele vai voltar para cidade? — as duas amigas disseram juntas arqueando as sobrancelhas como se tivessem descoberto o mistério.

— Vai — respondeu curta.

— Ele disse que se arrependeu, Lucy, supera — falou a ruiva imediatamente.

— Está me deixando ansiosa, é isso. Eu sinto saudades dele, é meu irmão mesmo assim, mas quero tanto, tanto, tanto socar a carinha do idiota.

— Dá um abraço de urso — sugeriu Levy, a fazendo bufar.

— Tenho cara de ser carinhosa?

— Tem. — Era Gray, a roubando um selinho, fazendo as outras darem de ombros e se sentarem, pois o professor chegara.

Eu estava tão absorto na conversa e em fingir que não estava prestando atenção nela que mal percebi que tinha acabado o desenho que estava fazendo. E estava tão ruim que quase mandei o idiota do Gray — sentava do meu lado — calar a porra da boca quando ele elogiou minhas “habilidades artísticas”. Quero dizer, por que toda santa vez que alguém vê ou quer ver um desenho meu é quando eu somente tenho os piores na hora? E ainda elogiam, inacreditável. Aposto que ia falar que estava maravilhoso se fosse um boneco de palito também.

Os sussurros não pararam em nenhum momento da aula sobre o garoto que faleceu (eufemismo), e o professor Sting parecia mais interessado em fingir que não ouvia e continuar ensinando para basicamente ninguém do que se incomodar de pedir para que cessassem o barulho.

Eu queria me tacar da janela do terceiro andar se tivesse mais um minuto daquele insuportável cochicho público, e dei glórias aos céus ao poder sair para comer, lanchar com os coleguinhas e fazer de tudo para conversar sobre qualquer coisa, até política se fosse necessário, menos o quanto chocante era a notícia da morte do aluno. Não quero enganar, se fossem informações novas, eu estava pronto para ouvir, queria saber o desfecho, era curioso, todos estavam curiosos, e eu raramente sou exceção.

— Caralho, eu quase morri no coração ouvindo aquela repórter, pensei que era o Laxus, outro desaparecido. Juro que, se ele estiver vivo, eu mesmo mato — grunhiu Mirajane.

— Nem brinca. Um assassino é uma coisa, um serial killer...

— Vai me deixar paranoico e com pesadelo. Cala a boca, McGarden. O Laxus está vivo até alguém provar o contrário — Freed comentou estressado, o cara estava uma pilha de nervos, as pernas se mexendo, os dedos tamborilando a mesa, não parava por um segundo.

— Time Laxus! — exclamou Mira e eles fizeram um brinde com o ridículo suco de morango da escola.

Eu me aproximei da mesa meneando a cabeça negativamente, e eles riram, me dando espaço.

— Se for um assassino em série, vocês acham que aquele professor sumido foi ceifado? — questionei com um sorriso de lado provocador.

Eles levantaram o dedo do meio, e eu ri dessa vez.

— Pelo menos, ninguém gostava dele — disse Lucy se sentando.

— A não ser você — disse o namorado dela, se juntando, pareciam colados, sempre irritantemente juntos.

— É, você falava bastante com ele depois das aulas para tirar dúvidas. Nunca pensei que um dia Lucy ia tirar dúvida em matemática — comentou Lisanna, sorrindo como uma cúmplice para mim, ao se sentar ao meu lado, íamos sair juntos no fim de semana.

— Bom, sou humana — a loira respondeu brevemente, me analisando e dando um sorriso debochado, como se soubesse o que estivesse acontecendo.

Virei meu rosto e continuei uma conversa sobre o trabalho de história da arte que faria com Gajeel e Jellal que estávamos tendo enquanto saíamos da sala, e senti o pé dela tocando na minha perna. Vire-me para ver seu sorriso, ela mordia os lábios tentando o conter, como se fosse rir, e eu pude ver pequenas covinhas adoráveis conforme ela apontava discretamente eu e Lisanna, sua expressão ainda mais risonha e os olhos brilhando tanto que pareciam estrelas; ela era linda para caralho. Eu revirei os olhos e fiz que sim, e ela assentiu com a cabeça, se dando por satisfeita e voltando a falar com o namorado babaca sobre algum assunto idiota.

O recreio estava acabando, mas eu resolvi comprar uma fruta para mais tarde, tinha que acompanhar Wendy ao hospital, meus pais estariam trabalhando lá e não poderiam abandonar seus postos para ir à sala do consultório e a levar para casa ou sequer a trazer para a terapia; meu pai estava cheio de cirurgias longas marcadas e minha mãe bastante ocupada também. Poderia dar fome, e era bom estar preparado para esperar.

Tive a surpresa de ver Lucy comprando uma maçã verde, dando um daqueles sorrisos para o vendedor, que provavelmente era secretamente apaixonado por ela como boa parte dos alunos que a observava babando. Ela deveria saber que aqueles sorrisos davam mais esperança do que deveriam, eram estonteantes.

— Natsu? — ela perguntou surpresa e sorriu com seus lábios rosados em formato de coração selados. — Vai comprar o quê?

— Talvez o mesmo que você — respondi simplesmente. — Quero uma fruta.

— Bom, se vale alguma coisa, esta é minha fruta predileta. — Ela mordeu a maçã, franzindo os olhos e fazendo uma expressão de prazer antes de se retirar rindo.

Gargalhei, aquela loira era estranha, um bom tipo de estranha. Peguei a maçã com a certeza de que pensaria nela enquanto comesse, ela me fez ter certeza disso.

A aula começou, consegui chegar a tempo, no mesmo segundo que o professor para ser preciso, quase não podendo entrar. Aquele horário até que passou voando, vimos um documentário legal sobre animais.

— Natsu, é um encontro, né? — a albina de cabelos curtos chamou minha atenção e eu abaixei meus olhos para vê-la na cadeira da frente, virada para mim.

— Claro. Se você quiser? Vou ser rejeitado e nem percebi? — Comecei a ficar levemente nervoso, sem certeza da resposta que ela queria.

Ela gargalhou, o que me tranquilizou, seus belos olhos azuis me analisando com cuidado.

— É que eu vi você a Lucy trocando olhares — soltou rápido, parecendo precavida.

— Luce? Ela estava me perturbando, querendo saber se eu ia sair com você e rindo da minha cara. Ela tem namorado, nada a ver. — Dei de ombros, talvez se eu tivesse uma chance, porém não gosto de deixar ninguém corno, e Gray era razoavelmente aceitável.

— É só que pareceu meio... sei lá... Aquelas trocas de olhares de filmes românticos.

— Posso ser ator então? — perguntei rindo.

Ela deu um tapa no meu ombro rindo também. Ela tinha uma risada gostosa e doce, nada como a calorosa e atraente da Lucy, e eu gostava de poder rir junto à albina em vez de me certificar de que não estava ruborizado.

— O que você acha de um filme de ação? — perguntou Lisanna, parecendo ansiosa, o que me deixou feliz.

— Você sabe como conquistar um garoto — exclamei com uma voz forte, gargalhando do quão ridículo soou junto a ela.

— Você queria, Natsu — respondeu fingindo superioridade. — Eu gosto de ação.

— Está bom então. — Levantei as mãos em rendição.

O diretor Makarov entrou na sala sério, e começou um discurso, nos alertando do perigo da vida, para tomarmos cuidados, sairmos supervisionados sempre que pudermos, essas coisas. Ninguém reclamava, ninguém falava, era uma constante troca de olhares entre o banquinho que ele tinha que subir para ficar alto o suficiente para não nos dar torcicolo e seu rosto rígido, que nos lembrava da gravidade da situação e da morte de um dos colegas de classe.

A porta se abriu de repente, e o clima ficou mais pesado assim que dois policias entraram na sala, um deles segurando uma algema, e pediram licença, mas precisavam fazer uma prisão.

Prisão. Quê?

Descobriram o assassino?

Todos trocavam olhares e engoliam em seco, e nesse ponto eu não sabia quem eu deveria encarar acusadoramente.


Notas Finais


Bem, minha vó faleceu, e eu fiquei num estado inerte em que eu não tinha vontade de escrever ou fazer nada que envolvesse trabalho mental ou criatividade, foi meu jeito de prestar luto, eu simplesmente não consegui escrever.
Então, para pedir desculpas, eu estou postando esse capítulo a essa hora porque literalmente acabei de escrever e nem reli direito, e pretendo tentar postar outro na quinta para recompensar. Afinal, minha perda não é culpa de vocês.
Eu me dou melhor em escrever de madrugada, quando só tem eu e o silêncio, então provavelmente não vou ganhar nem novos favoritos já que é quarta feira às duas da manhã e quarenta e sete. As pessoas dormem cedo (eu que não).
Enfim, no próximo capítulo, vocês terão enfim algumas respostas de algumas perguntas, e estou ansiosa para ver o que vão achar, mesmo que não sejam a revelação mais importante nem de perto.
Enfim, obrigada por comentarem e espero que continuem o feedback incrível <3
Não esqueçam de deixar o palpite de vocês, porque até agora não está muito difícil, então quero ver quem está prestando atenção e vai acertar quem morreu ou até quem vai ser preso, quem sabe.
Tchau.


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