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História As flores de um Jardim de Sangue (Hiatus) - A Flor de Cerejeira que não cai com qualquer brisa. Parte 1


Escrita por: Camprella8

Notas do Autor


Finalmente consegui escrever essa desgraça, vai ter mais uma parte como sempre está tendo agora. (desculpa)
Eu deveria ou não matar-la?

Capítulo 8 - A Flor de Cerejeira que não cai com qualquer brisa. Parte 1


Fanfic / Fanfiction As flores de um Jardim de Sangue (Hiatus) - A Flor de Cerejeira que não cai com qualquer brisa. Parte 1

Pessoas fortes são as mais complicadas de se enganar.

  Informações e formações, pontos dos quais não podemos nos livrar, já que, assim como um pássaro recém-nascido, pessoas desinformadas caem nas lábias daquelas que podem ser consideradas víboras da sociedade, que se rastejam de forma que o dano só é percebido quando é tarde demais.

 Por isso posso ser considerado algo danoso para qualquer um que se aproximar sem conhecer o que há por trás. Embaixo da pele da ovelha não está um lobo, está algo muito mais perigoso, a serpente venenosa que degrada suas vitimas até que caiam em sua frente.

 Porém, conheci aquela que tinha um antídoto, aquela cujo veneno não se infiltrou tão facilmente, a flor cuja brisa se sentiu desafiada a derrubar, Adele Takara.

 Uma mulher forte e sabia, era ela, trabalhava como jornalista e seus hobbies sempre envolviam algo com exercícios físicos que para mim eram um completo desafio, conheci ela da maneira mais boba, se considerarmos os acontecimentos e até que pudesse colocar um plano em ação tive que ser paciente e inteligente, julgando pelo fato dela não ser nada fácil de conquistar.

 Era um dia de verão, e novamente sofria um pouco com o clima, prefiro muito mais um inverno rigoroso a um verão de pegar fogo, mas não controlo o clima, então tinha que me conformar com o fato de ter que vestir algo mais aberto.

 Estava na biblioteca da cidade tentando achar algo que me chamasse à atenção, já que como as férias haviam chegado, eu não tinha nada para fazer. Procurava algo na área de psicologia, era sempre interessante entender nossa mente, ainda mais para mim que brinco com a mente humana como um gato ao encontrar uma fita ou barbante a seu alcance.

 Ao me interessar por um dos livros, tive a infelicidade –ou sorte- de encontrar alguém cujo interesse era o mesmo que o meu, virei-me ao ver a mão de unhas pintadas de azul escuro alcançar o livro que desejava e a vi, completamente desligada do resto da biblioteca, até ela ver que esse era o que eu iria pegar.

“Parece que há mais alguém com o meu interesse nesse local”. Eu disse baixo, levando em conta que aquilo era uma biblioteca.

“Você queria esse”? Ela olhou para mim, que já procurava outra coisa na grande prateleira. “Pode pegar, eu procuro outro”.

“Pode ficar, você pegou primeiro não pegou”?

“Acabei de chegar, talvez não seja o certo pegar algo que já era de interesse de alguém”.

 Ela insistia em me dar, então me virei a ela e disse:

“Por que não vamos para um lugar menos movimentado da biblioteca e um de nós lê em voz alta? Assim ambos teremos o mesmo livro”.

 De inicio ela olhou para mim com uma expressão que claramente dizia “Você está de brincadeira comigo, não é”? Mas então peguei o livro que tanto queria dar a mim e pedi para que me seguisse. Sentamos nas poltronas que ficavam longe da área mais comum da biblioteca, e comecei a ler para ela, que escutava atentamente a leitura.

 Passamos algumas horas naquele local, e quando acabei o 6° capítulo ela se levantou e disse:

“Pode parar, acho que vou embora, tenho umas coisas a fazer ainda”.

“Certo, vai levar o livro”?

“Não, pode ficar, qualquer dia eu busco ele. Alias você lê bem, agradeço por ter se doado assim”.

“Não precisa agradecer”.

 Ela se foi assim, simples e sem apego nenhum, eu fechei o livro e ri, eu queria ela, queria um desafio para esse verão, porém, não pensava que iria encontra-la, não tão cedo.

 E realmente foi assim, os dias quentes infernais, um ou dois dias de chuva, uma tempestade e então, o dia que mais esperava. Eu caminhava lentamente como sempre, apenas por caminhar mesmo, observava as pessoas em volta, os olhares de estranhamento que minhas vestimentas causavam em um ou outro o que já era comum, e então, alguém esbarra em mim.

 Os cabelos negros e curtos pararam no ar como se planassem e aqueles olhos escuros se voltaram a mim, de uma maneira que mostrava que reconhecia aquele ser de preto em um calor demoníaco. Ela parou, tirou um dos fones do ouvido e disse:

“Me desculpe”.

“Não foi nada, eu estava distraído, bom te ver novamente”.

“Você também, leitor de aluguel”. Ela riu rapidamente.

“Agora é isso que sou para os outros”? Eu brincava com ela, era sempre bom compartilhar das bobagens dos outros. “Interessante”.

“É brincadeira, foi muito legal da sua parte fazer aquilo por nós, me desculpe também se fui muito direta a primeira vez que nos vimos, não tinha sido um dia muito bom, mas, qual o seu nome, nem tive tempo de perguntar”.

“É Leonard Blanch, e o seu”?

“Adele Takara”.

“Nome bonito o seu”.

“Não é tanto assim”.

“Não precisa ser tão humilde”.

 As pessoas são todas tão cegas quanto as suas qualidades, é como se não soubessem agradecer por um elogio, mesmo que eu siga um pouco essa lógica, não é exatamente como se eu não gostasse ou não soubesse que sou até que decente em certos pontos.

“É sério, não é tudo isso”. Ela ria. “Não estou sendo humilde”.

“Pense o que quiser, ainda acharei bonito”.

“Teimoso você, hein”.

“Sou muito, acostume-se com isso”. Eu sorri um pouco, contar verdades sobre mim não é a coisa mais comum.  Eu sou um tanto quanto mentiroso demais. “Alias, agora que finalmente conversamos melhor, por que não me diz um pouco sobre você? Sua aparência mostra algo interessante, não que eu julgue livros pela capa”.

“Ah, não faço muita coisa sabe, sou só uma jornalista, ou melhor, escrevo matérias, e faço algumas atividades físicas, e você”?

“Sou inspetor de uma escola do Ensino Médio, a Arman D. High, já ouviu falar”?

“Ah, sim. Aquela que fica no Norte da cidade”.

“Exatamente. Também tento escrever livros, mas, apesar de começar as histórias eu sempre acabo me perdendo em meu próprio raciocínio, então nunca os termino”.

“Parece eu tentando lembrar de todos os fatos sem ler o relato uma segunda vez”.

“Posso perguntar uma coisa”?

“Se não for muito pessoal tudo bem”.

“Por que gosta de psicologia”?

“Há algo que me chama atenção na mente humana, coisas como o que nos faz cometer delitos, por exemplo, já tive que escrever sobre criminosos cujas vitimas foram poucas, mas a crueldade era tanta que era quase inacreditável”.

“Entendo”. Nesse momento pensei, ‘que coincidência minha querida, tenho 26 anos e já matei mais do que esse homem’, mas é obvio que nunca diria isso, por mais engraçada que seria sua reação. Ou ela simplesmente não acreditaria.

“Mas você gosta por que”?

“Quase pelo mesmo motivo, a única diferença é que tenho uma conhecida que sofre com depressão e gostaria muito de entender o que se passa na cabeça de pessoas assim, por mais que a resposta seja simples”.

“Que pena, melhoras para ela”.

“Ela agradeceria por se importar”. Me sentei num banco próximo e chamei ela para se sentar ao meu lado, e continuei minha fala. “Agora que lembrei o que você disse a mim, o que houve naquele dia que você estava aborrecida”?

“Olha, você não precisa se preocupar com isso, são apenas coisas do trabalho”.

“Mas você é uma jornalista, então alguma coisa está realmente muito errada, eu sei disso, da para ver no seu olhar”.

 Ela olhou para mim com uma expressão que mostrava o que sentia, Adele ficou um pouco quieta, pensou se diria ou não e depois começou a falar:

“Bem, eu não preciso nem explicar, uma palavra já basta”. Ela ficou séria e suspirou decepcionadamente. “Censura”.

“Aquilo que obriga você a mudar o que é certo para algo que não irá causar a mesma reação nos leitores, sem bem como é”.

“E o mais chato é quando a mídia decide colocar as mãos também, daí o trabalho fica uma porcaria. O pior de tudo é que se eu tento manter o trabalho original é possível que eu seja demitida, e não posso perder o emprego, é o que eu amo, apesar de tudo”.

“É uma situação complicada, sei como você se sente”.

“Reprimida”.

“E traída, já que você não pode confiar naqueles que provavelmente te prometeram que o seu trabalho era informar, não deformar e ou censurar”.

“Para com isso”.

“Eu fiz algo de errado”?

“Não, é que você me entende muito bem, não é possível”.

“Quando você acha alguém parecido com você é o mínimo que pode acontecer”. Eu olhei a expressão animada que ela fez, e que por algum motivo tentava esconder. “O que mais tem a relatar, senhorita”?

“Eu que pergunto a você, só eu falei até agora. Não tem mais nada a me contar? Hobbies, manias, etc.”?

“Está querendo se aprofundar rápido demais mocinha, se empolgou”?

“Não é isso, pare de encher meu saco”.

 Adele estava com o rosto um pouco vermelho, tenho dó dela por ser asiática já que esconder vergonha sendo dessa etnia é um tanto difícil, eles tendem a corar mais facilmente, já tive “amigos” assim.

“Certo, eu paro”. Eu voltei a olhar para frente, observando o movimento, e depois tentei responder suas perguntas. “Eu desenho, tiro fotos... Manias eu não sei se tenho, mas tenho tiques”.

“Que tipo de tique? Se não é algo muito intimo de se contar”.

“Eu sou um pouco impulsivo às vezes, e não gosto de coisas desorganizadas”.

“Você? Impulsivo? Até parece”.

 Sabia que ela não acreditaria, mas fazer o que? Um homem de roupas sociais não tem cara de querer arrancar a pele de alguém com os dentes, e muito menos de fazer coisas sem pensar duas vezes.

“É sério, sem brincadeiras”.

“Bem difícil eu enfiar isso na minha cabeça, mas já que você diz quem sou eu para duvidar”?

“Você não é a única. Alguns dizem que tenho cara de santo outros de assassino, porém não devo satisfação a ninguém então, que eles pensem o que quiserem”.

“Olhando bem, você até que tem uma pinta de assassino mesmo, sem ofensas, mas seu olhar é um pouco ‘assustador’”.

“Obrigado, eu acho”.

“Isso não era pra ser um elogio, mas tudo bem”. Ela riu.

 Jogamos algumas conversas fora, ela contou bastante sobre matérias cujas mudanças quase escreveram outra história, e às 4 horas da tarde a chamei para ir a uma cafeteria. Adele tinha muito o que falar, seus assuntos eram interessantes e por mais que criticasse muito o trabalho, ela sempre tinha razão, e sentia o desconforto que suas expressões emanavam. Descobri que ela tentava dançar em aulas, mas nunca seguia os passos direito, e que tentara praticar alguma luta, mas o fato de ser uma descendente de japoneses que queria lutar a incomodava, devido às quantidades enormes de estereótipos.

 No final do dia, ela se despediu e voltou a correr, provavelmente compensando o tempo que gastou conversando comigo, eu voltei para casa e deitei no sofá da sala de estar, pensando nas nossas conversas, então, decidi desafiar a mim mesmo. Queria conquista-la, a mulher cujas conversas e jeito de falar não davam brecha a nenhum tipo de relacionamento.


Notas Finais


Realmente não sei se ela morrerá, se sim, será um grande desafio para mim, já que terei que pensar como um verdadeiro assassino. Hehehehehe
Vocês sabem né? Deve ser difícil matar alguém cujo trabalho é relativamente importante para a mídia, se safar e ainda esconder o corpo. Por mais que ela seria enterrada.


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