História Mr. Perfect - Bryan

Todas eventualmente se cansam de mim e eu acabo sozinho, tem sido assim nos últimos anos. Eu era o rosto, eu era o corpo, eu era o sexo, mas eu não era o homem que merecia ser algo além disso. Compreensível, já que não fui capaz de entregar meu coração a nenhuma delas. Eu admito que sou um poço de defeitos, um pedaço de merda segundo algumas,  não culpo as mulheres por perderem o encanto depois de conhecer o verdadeiro  e complicado eu.

- Se não tivesse conhecido aquela desgraçada, talvez as coisas fossem diferentes...

Minha vida mudou quando a  conheci, Cecília. Eu a vi pela primeira vez em um café no centro da cidade, ela era linda, cabelos vermelhos esvoaçantes, olhos verdes e pele clara, ela parecia um anjo. Imediatamente me senti atraído por ela, frequentei aquele café por várias semanas até que finalmente decidi convidá-la para sair. Nosso primeiro encontro foi uma loucura, ela me puxou para o banheiro do cinema e transamos ali mesmo, aquilo havia sido incrível e selvagem, quanto mais  tempo passava com ela, mais eu a queria, e aquele sentimento de prendê-la a mim se tornava mais presente em meu coração. Depois de alguns meses saindo juntos, a convidei para morar comigo e, para minha alegria, ela aceitou. E foi ai que meu inferno pessoal começou. Ela sumia durante dias sem dar notícias, e voltava com a maior cara de pau como se sumir fosse a coisa mais normal do mundo. Como eu a amava, eu fingia que estava tudo bem, continha aquela escuridão que se expandia no fundo do meu peito para não assusta-la e ela ir para longe, onde eu não pudesse mais a alcançar. Um dia em que cheguei cedo do trabalho,  a encontrei fodendo com meu melhor amigo na porra do sofá novo que ela tinha escolhido e eu tinha pago, ela estava amarrada e com uma expressão lasciva no rosto como eu nunca tinha visto antes,  e como se aquilo tudo não fosse o suficiente, ela sorriu para mim e disse: - É assim que um homem de verdade fode uma mulher.

Senti que algo dentro de mim havia se perdido e dado lugar para algo novo e assustador.

Já fazem três anos desde então, e aquela cena ainda me atormenta quando fecho meus olhos para dormir. Ontem a noite mais uma vez sonhei com Cecília, eu a fodia sem piedade, queria lhe causar dor, tirar aquele sorriso de seu rosto… Mas de repente  tudo ficou diferente, já não era ela quem eu via, era uma mulher que era a combinação perfeita entre doçura e sensualidade, ela se agarrava a mim mesmo quando eu a maltratava, e eu  dizia seu nome sem parar. Kaya...Kaya…

Desde que a conheci na M&B, meus sonhos tiveram uma mudança bem-vinda do pesadelo ocasional, mas porque com ela era diferente ? Tive muitas mulheres nesses últimos anos, muitas delas ainda mantenho sexo casual, mas depois que a tive em meus braços as outras se tornaram irritantes e sem graça. E agora ela não me quer mais… não sei o que faço.

 Sabe sim Ross, ela te disse o que fazer.

- Tenho medo de tudo aquilo se repetir, mas não posso mais ficar sentado nesta sala enquanto aquele cara a leva para longe de mim.

Peguei minhas chaves e decidi ir atrás dela naquele bar, quando cheguei a vi de braços dados com aquele cara, rindo alto, feliz, aquilo me deixou puto, será que eu era o único afetado pela nossa distância? Ela já havia desistido de mim? Meu sangue começou a ferver e num impulso fui até eles e a agarrei pela cintura.

 Ela arregalou os olhos e abriu a boca para dizer algo mas nada saía por causa do choque .

- EI, O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO ?!

- Pegando de volta o que é meu.

A levei até o carro ao som dos protestos daquele cara irritante, a coloquei sentada no banco e afivelei seu cinto, antes que ela pudesse esboçar qualquer reação, pedi que ela me ouvisse antes de começar a me amaldiçoar.  Corri até o outro lado, me sentei, dei partida e sai em disparada para o lado oposto a estação.

- Você tem cinco minutos para me convencer a não pedir demissão. Disse ela enquanto me olhava ferozmente.

Puta que pariu, ela não pode estar falando sério, pode? Sou doente demais em achar essa atitude dela sexy?

- Quatro minutos senhor Bryan…

- Eu quero tentar.

- Tentar o que? Disse ela ainda irritada.

 -  Monogamia.

Ela me olhou procurando por algum sinal em meu rosto que confirmasse o que ela havia acabado de ouvir.

- Monogamia, hum...  que quer que eu diga? Meus parabéns?

- Cristo, o que eu estou tentando dizer é que eu quero você! Apenas você! 

- Como vou saber que você está falando a verdade?

- Eu não sei, mas eu verdadeiramente te quero Kaya.

- Você quer meu corpo ou a mim como um todo?

- Eu quero você TODA. Incluindo essa língua afiada.

Ah, finalmente ela sorriu, apenas este gesto foi capaz de tirar a tensão dos meus ombros. Eu estava sendo sincero, eu não sabia o que existia dentro dela, nem se ela seria capaz de aceitar o meu todo, mas eu sabia que lá no fundo algo havia ganhado vida e a razão era aquela linda mulher.