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História Mr. Stalker - Hora de assumir o controle


Escrita por: yonasuki

Notas do Autor


Oie! XD
Peço desculpas pelo atraso na atualização, tenho um motivo bem plausível. rsrsrsr
Eu sofri uma queda de uma escada em fiquei toda arrebentada. O lugar que mais machucou foi minha mão esquerda. Acabei por ficar com a mão imobilizada. :'( De qualquer forma eu estou melhor da dor e consegui terminar esse cap pra vcs. <3

Capítulo pela visão do Dimi e segue com a cena onde Dona Olga aparece no escritório.
Ele tá bem cheio de informação e peço perdão se estiver cansativo. hehehehe
Espero que gostem. <3

Capítulo 6 - Hora de assumir o controle


Hora de assumir o controle

(Dimitri Nikiforov)

Olhando a situação que se desenrolou até esse momento, sinto como se estivesse em um universo paralelo. Um lugar que sinceramente me irrita, para falar a verdade. Odeio não estar encabeçando as coisa e estar no controle. Começando pelo fato de Sergei ter escutado minha conversa com Nikolai, onde fui totalmente óbvio ao confirmar meus sentimentos por ele e o pior... deixei subentendido que matei o lixo do Hideki. Essas foram as primeiras coisas que me deixaram a pensar como farei quando ele me confrontar, porque eu sei que ele fará isso e não sei qual será minha reação, pois quando se trata de Sergei sempre acabo por ser muito imprevisível. Aí entra a parte do 'troco' que Ivan deu no meu tio Andrei. Confesso que essa segunda parte em especial me deixou chocado de várias formas. A forma como Ivan conduziu as coisas sendo tão radical, por um momento me fez questionar se fiz o certo em deixá-lo fazer as coisas a sua maneira. Eu sabia que ele iria desmoralizar meu tio, mas não imaginei que ele pudesse ir a um extremo tão grande pela minha família ao ponto de acionar um contato que eu nunca havia ouvido falar. "Que história é essa de Davos, Ivan? Você nunca mencionou esse nome antes. É alguém do seu passado? Odeio ficar no escuro."  Eu, que detesto não saber das coisas, fiquei mais do que chocado com a rapidez e em como ele conseguiu essas informações que eu desconhecia tão rapidamente.  Desvio de dinheiro, pornografia infantil... Sabia que meu tio era alguém de índole duvidosa, mas a esse ponto? Não... estou impressionado. O desfecho dessa noite tomou um rumo que eu jamais imaginaria possível. Meu tio? Não sobraram argumentos, teatro e muito menos prepotência quanto ao seu estilo de vida até então intocável. Ele perdeu tudo, e não há nada que ele possa falar ou fazer para reverter sua situação. Quanto a Nikolai? Não esboça mais nada e está sem palavras. Tem a expressão de uma pessoa que acaba de perceber que tudo aquilo que acreditava ser o certo não passava de pura ilusão. "Ninguém é cem por cento honesto, Nikolai. Mesmo alguém como meu tio, que para você era um exemplo a ser seguido."  Chega a ser irônico eu entender como ele se sente depois de nosso confronto no jardim, mas é verdade pois foi assim comigo também. Eu tive Yuri Katsuki para me abrir os olhos, e Nikolai experimenta a mesma sensação por intermédio de Ivan, este que com um olhar feroz em direção ao meu tio deixa bem claro o porquê foi o melhor espião que a Polícia Internacional já teve.  Em meio à sua determinação, noto alguém na porta de entrada da biblioteca, e considerando sua expressão que mistura ódio e mágoa direcionados ao meu tio mas também um grande carinho para com Ivan,  faz com que por um momento eu esqueça minha irritação por não estar a frente de tudo...

-Mat'? O que faz aqui? - indago sem conseguir conter meu espanto em vê-la. Não imaginava que ela estaria aqui, e a valer pela expressão assombrada de Ivan, ele também não contava com isso. Pela primeira vez desde que começou a trabalhar para mim, meu homem de confiança mostra insegurança. Como se tudo o que tivesse feito para conseguir desmascarar meu tio fosse a última coisa que ele quisesse que minha mãe descobrisse. "Não.... não foram os fins, mas os meios que ele usou para isso."  Mais do que qualquer pessoa, mostrar esse lado pouco convencional para mat' era algo  que ele não queria que ela presenciasse. Todos estão abismados em vê-la aqui, e pelo pouco que percebi, o objetivo era que tudo fosse resolvido sem que ela precisasse presenciar toda essa sujeira. Meu tio olha para ela completamente em choque, e Ivan? Ele treme levemente e abaixa o olhar, como se não fosse digno de olhá-la. "Que espécie de laço vocês criaram, Ivan? Eu nunca vi essa expressão em você."  Antes que qualquer um fale, mat' notando o estado de Ivan, que de feroz e letal passou para inseguro, quebra o silêncio sepulcral...

-Eu sinto muito, querido. Não consegui ficar no quarto. - diz de forma doce e calma em sua direção. Como se essa forma de falar fosse ainda pior, Ivan contrai como se tivesse levado um soco e com um sussurro diz...

-O q-quanto... a s-senhora.... v-viu? - é notável o quanto seu medo por sua parte 'feia' ter sido vista por ela o machuca. "Ah,Ivan... Está preocupado com a forma com que ela pode passar a olhar para você? Ela suportou todas as merdas que eu fiz ao longo da vida, aguentou o escroto do meu pai... Mat' é muito mais forte do que você imagina.Ela nunca te julgaria, assim como não me julgou também."  Como que para provar o que acabei de pensar, minha mãe se aproxima de um Ivan que simplesmente estancou no mesmo lugar após sua entrada. A impressão que tenho é que ele espera asco, um olhar de repreensão ou mesmo decepção... O choque em seu rosto é enorme quando a figura frágil mas cheia de uma força que só eu conheço, acaricia seu rosto com um olhar de carinho e diz...

-Eu vi o suficiente para que meus olhos fossem abertos, meu querido. Ouvi gritos exaltados e fiquei preocupada de que você pudesse ter se machucado. Simplesmente não consegui ficar esperando no quarto enquanto você assumia os riscos por mim e por meu filho. Afinal, você vêm fazendo isso sua vida toda, estou certa?  - sem palavras. Conforme mat' fala, o silêncio se torna nosso companheiro. Mais do que tudo e todos, ouvir sua opinião a respeito disso é mais importante do que valores e certo e errado. A matriarca da Família Nikiforov finalmente saiu de seu casulo e o que pode vir a seguir é algo que ninguém, nem mesmo meu tio Andrei já presenciou. "Vejam... Assistam e aprendam, Andrei e todos. A verdadeira Olga Nikiforov se libertou e mesmo eu não estando no comando, isso é algo que vale a pena ver..."  Ainda acarinhando o rosto de Ivan, mat' continua - Não fique preocupado e nem apreensivo quanto ao que eu posso ter visto ou não. Você não é alguém convencional? Bem... minha família pode ser tudo, menos convencional.  Observei ao logo de toda a minha vida a hipocrisia e falsidade presentes aqui. Mas agora isso acabou. Não tenho palavras para expressar o quanto sou grata a você, meu querido Ivan. Eu era prisioneira da minha própria covardia e isso possibilitou que outros se aproveitassem disso. Fiquei tempo demais nas sombras e com medo de agir conforme aquilo que acho certo, e agora que tenho meu filho e vocês ao meu lado,  sei que não estou mais sozinha. - mat' para por um instante para tomar a respiração e num ato totalmente maternal, dá uma beijo carinhoso no rosto de um Ivan que luta para controlar as emoções. - Muito obrigada por abrir meus olhos de uma vez por todas e principalmente, por me dar a coragem necessária para assumir algo que é meu por direito.

Sua sentença foi dada. Sim... mat' vai agir e seu ato deixa a todos atônitos. Ela se aproxima de meu tio Andrei, que ainda é segurado por Sergei, e puxa o tecido de sua boca.

-Olga, eu não sei o quanto você ouviu, mas é... - o eco do tapa ressoa por todo o escritório adjacente da biblioteca. Ela não esperou argumentos e explicações. Pela primeira vez minha mãe mostra seu lado destemido a Andrei, que não possui nada além de revolta em seu olhar. Apesar de estar acabado, acho que o hábito de anos manipulando uma mulher faz com que perca as estribeiras. - Quem você pensa que é para agir assim comigo, sua velha vadia? Perdeu a noção do perigo em que...

Não consigo escutar mais nada do que diz. Olhando a forma como trata minha mãe, só me confirma que ele já fez muito mais a ela do que simplesmente manipulá-la, dada a forma que mesmo com toda a raiva, ela treme. Ivan nota o mesmo que eu, mas meu olhar o paralisa. Sim... vejo tudo em vermelho e minha vontade é de matá-lo.  " Você vai se arrepender, seu velho maldito. Eu vou te matar."

Não sei dizer como fiz, mas é como se fosse coisa de milímetros a distância entre onde eu estava e agora, com as mãos em volta de seu pescoço. O velho tenta em vão se defender e eu nem percebi que suas mão estão livres. Na verdade, não sinto nada a minha volta...só consigo ver o rosto desse velho nojento e apreciar a imagem dele perdendo o ar com a força das minhas mãos. Imagens da forma como me tratava quando era criança, o jeito com que sempre privou minha mat' de viver, sua tentativa de acabar comigo por intermédio de Nikolai, mesmo sua desonestidade em desviar dinheiro da empresa e sua doença por crianças, não são nada perto da confirmação de que esse filho da puta já bateu nela. Eu quero que ele morra por esse simples fato. Muitas vezes me perguntei se o fato de ter matado aquele monstro do Hideki não tivesse mudado algo dentro de mim... E nesse momento isso se confirma porque eu simplesmente não consigo me conter quando pessoas importantes pra mim são vítimas de nojentos como ele. É mais forte do que eu, é insano e doentio, mas sou um monstro. "Quantas vezes você deve ter machucado ela, hein seu maldito? Foram tapas? Socos? Chutes? Sentiu satisfação em bater em uma mulher? Alguém da sua própria família???? O que acha de morrer nas mãos de um parente também, seu monte de merda???? Eu vou te matar... Ah... eu vou te ma..."  No meu frenesi em ver seus olhos girando em órbitas, sinto dois braços me agarrando por trás me trazendo aos poucos para a realidade pelo som de sua voz que nunca imaginei que pudesse ser tão doce...

-Dimi... Larga ele. Use a cabeça, por favor. Como podemos seguir em frente se nosso chefe perde as estribeiras assim, huh?! Dimi... olhe para mim... - nunca pensei que Sergei pudesse ficar tão calmo enquanto eu estou uma tempestade por dentro. O som de sua voz vai me trazendo lucidez e entendimento do que estava prestes a fazer. Observo o rosto de Andrei e vendo a saliva que escorre pelos cantos de sua boca enquanto luta desesperadamente em busca de ar, me dou conta do quanto fugi do controle. Solto minhas mãos de seu pescoço e ele cai ao chão. Sergei não me dá a oportunidade de olhar para nenhum dos presentes, de certo porque devem estar chocados com o que acabei de fazer, virando meu tronco a ficar frente a frente com ele... Seu olhar... "Ah, Sergy... não me olhe assim..."  Com uma calma e doçura que só havia visto em seu rosto quando era criança, ele continua...  - Isso, Dimi. Seja racional. Fazer isso faria você perder a razão. Entendo perfeitamente sua vontade de matar esse desgraçado, mas isso não faz o seu estilo. Eu não sou ninguém para dizer o que você precisa fazer, mesmo porquê é totalmente óbvio. Esse nojento está nas suas mãos, Dimi. O que quer fazer com isso?

"Sim.... ele tem razão. Isso realmente não faz meu estilo. O caso do Hideki foi uma exceção, afinal, aquele lixo tentou matar meu filho e o Yuri. Hora de botar o monstro para dormir e agir como o verdadeiro Dimitri Nikiforov."  Fecho os olhos por alguns instantes e respiro fundo para organizar meus pensamentos. Não devo pensar nas expressões que devem estar chocadas, devo me concentrar no que tenho em mãos. Esse velho está acabado e cavou sua própria sepultura ao achar que nunca seria desmascarado. "Sim... hora do jogo psicológico... Hora de assumir o controle da situação."  Abro os olhos e meu olhar frio de costume está de volta. Com a calma usual que sempre me acompanha em situações tensas, digo para Sergei....

-Pode deixar que farei o óbvio, Sergy. - essa única frase faz com que meu braço direito capte meu agradecimento e levando em conta o olhar intenso que lanço para sua boca, ele já sabe que estou de volta e se afasta com sua carranca habitual, pondo-se ao lado de Andrei para que este não tente nenhuma gracinha. Antes de começar a abordar qualquer tipo de assunto, olho pela última vez para minha paixão da juventude, que no momento possui uma expressão livre de qualquer ódio para mim... - Nikolai, acredito que finalmente conseguimos colocar um ponto final no nosso passado. Não tenho mais ressentimentos e espero que possa seguir em frente de forma mais limpa depois de tudo o que você viu aqui hoje. Não quero jogar nada na sua cara, mesmo porque acho que estamos esgotados disso. Também acredito que você já estendeu demais o seu tempo aqui. Agora o assunto diz respeito a minha família. Peço que se retire, por favor. -  finalizo recebendo seu olhar de compreensão. Não faço a menor ideia do que se passa em sua cabeça, mas tenho certeza que quando Ivan o indagou sobre como seria se fosse um dos seus filhos no lugar daquelas crianças, algo dentro de si mudou. Sem dizer nenhuma palavra e nem se despedir, Nikolai se retira. "Espero que o que aconteceu aqui hoje tenha mudado sua forma de ver as coisas."  Agora livre de qualquer ouvido que possa levar algo para fora desse escritório, viro-me para Ivan, que abraça minha mãe para confortá-la e digo para ela... - Mat', perdoe meu descontrole. Espero que isso tenha deixado bem claro do quanto posso enlouquecer se algo acontece com aqueles que são importantes para mim... Não é só com o Victor. A senhora é minha mãe, e apesar de saber que não sou o melhor filho do mundo, eu faria tudo por você. - resolvo expor a verdade da minha motivação em matar esse velho, mesmo porque o que eu acabei de fazer não dá abertura para desculpas. Ela não diz nada, não precisa. Seu olhar de adoração para mim já é a melhor resposta que eu poderia ter. Olho para Ivan e vejo o quanto parece aliviado por tudo... por ela não o ter rechaçado e principalmente porque agora eu estou no comando das coisas como deve ser. Sem mais delongas, inicio o ato que vai consagrar essa noite como a mais incomum dos últimos anos... - Ivan, envie todas as informações que 'Davos' conseguiu para meu e-mail particular. - falo dando ênfase ao nome de seu contato com um tom de voz que deixa claro que quero saber mais sobre ele e continuo... - Quero que certifique-se com seu contato sobre todas as transações duvidosas que esse cretino fez na empresa desde que assumiu a presidência no lugar da mat'. Fiquei muitos anos longe de qualquer coisa que tivesse relação com meu pai, isso só serviu para que nojentos como esse velho se aproveitassem da situação. Agora a festa acabou. Mikhail, que é um dos meus assessores de confiança, fará uma auditoria e uma limpeza no quadro de funcionários que não forem compatíveis com as regras. Quanto a parte de assumir o cargo de presidente da empresa ou não, ficará a critério da mat'. Caso ela não queira, resolverei isso colocando alguém de minha confiança ou eu mesmo assumo o cargo. Sergei, contrate uma empresa para mudar toda a parte de segurança desta casa, incluindo fechaduras e sistema de alarme. Mude também todo o quadro de guarda-costas que atualmente trabalham aqui. O fato de terem sido contratados por esse velho só confirma que aqui não é o lugar deles. Confio no seu julgamento para achar os melhores profissionais para isso. Temos aí 3 semanas para que tudo se resolva. Enquanto isso mat' ficará na minha casa até o casamento do meu filho. Alguém tem alguma objeção? - indago recebendo silêncio como resposta ao som de fundo do velho que agora tosse depois de retomar o ar. Olhando para sua aparência agora, só confirma o quanto ele está patético. Seu olhar para mim mesmo com o pescoço todo vermelho pela marca dos meus dedos não diminuem seu ódio. Com um tom glacial, viro em sua direção... - Você nunca mais pisa aqui. Esqueça que tem uma família. Se ousar se aproximar dessa casa ou da minha família, eu jogo todo o conteúdo que Ivan conseguiu sobre você para a imprensa, estamos entendidos? Acho que você não quer passar o resto dos seus dias atrás das grades, certo? Um passo em falso velho, e eu acabo com sua liberdade. Não pense você que eu não teria coragem de fazer isso por conta do estrago que a  imagem da empresa do MEU pai pode sofrer, acho que todos me conhecem o suficiente para entender que estou pouco me fodendo para isso. E antes que você suma dessa casa para nunca mais voltar, te dou um último aviso... Se você chegar perto da minha mãe de novo seu verme....  - interrompo minha frase para que Andrei veja bem o que carrego comigo por ter feito o que fez e ameaço... -  ...eu termino o que estava prestes a fazer. Te garanto que se estivéssemos em outras circunstâncias e local, você não estaria mais respirando. Então, aproveite a sorte do momento e suma daqui.

O desejo de vingança presente em seu olhar chega a me excitar. Esse velho realmente não sabe nada sobre mim, não faz a menor ideia de que joguinhos são meu passatempo preferido. "Você pode tentar, seu velho... e pode morrer tentando também."  Conforme se apruma para poder sumir da minha vista, vejo sua intenção em fazer uma ameaça. Antes que possa falar qualquer coisa, não é nem Ivan, mas sim Sergei que o previne me deixando sem palavras...

-É bom que ande na linha, seu velho. Se tentar qualquer coisa contra o chefe... - ele pausa por alguns instantes e sua expressão fica sombria ao completar deixando meu tio Andrei atônito... - ...eu caço você até no inferno.

A saída de Andrei nos traz de volta a realidade. Acho que em todos os meus anos de vida, nunca tanta coisa aconteceu em uma só noite. Preciso me concentrar no que vem pela frente, tem muito trabalho a ser feito nessa parte da família que durante muitos anos fiz questão de me distanciar por conta de meu pai. Agora que aquele opressor já está a sete palmos debaixo da terra, posso ser o que eu devia ter sido pela minha mat' a vida toda... ser o filho que ela merece apoiando-a no que for preciso. Claro que isso não extingue minha negligência de uma vida, mas... o que passou não tem como ser recuperado, o que importa agora é o que farei daqui para frente. Viro-me para todos e digo...

- Ivan, ajude a mat' a arrumar as coisas dela. Sergei, avise a governanta sobre a ausência de minha mãe e verifique toda a parte da segurança. Eu vou recolher alguns documentos. Vamos terminar tudo o mais rápido possível, essa noite já se estendeu demais.

"A empresa de meu pai e os próximos passos em assumir meu lugar nessa família, meu confronto que se aproxima com Sergei, minha preocupação com Ivan, meus sentimentos referentes ao que fiz com Hideki, o medo de que Victor descubra e o detetive Myers na minha cola. É, Dimitri... Ninguém pode dizer que sua vida é monótona."

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Os dias que seguem passam como um borrão. Dizer as palavras 'tempo de sobra' nessa última semana é como contar uma piada de humor negro. Tudo chegou de uma só vez e muitos assuntos pendentes e coisas que eu precisava resolver acabaram por ser adiadas com o fluxo intenso de trabalho. Como se não pudesse piorar, meu suplente na câmara dos deputados ficou doente e fui forçado a comparecer na assembleia para ficar esquentando a bunda na cadeira vendo políticos fúteis e desonestos discutirem projetos que mais beneficiam a eles próprios do que ao povo. Depois que mudei meu jeito de levar as coisas da vida, passei a ser considerado como doença contagiosa por meus colegas de trabalho, principalmente depois que fui contra uma emenda de lei onde o preconceito com homossexuais era nitidamente camuflado em cada linha. De qualquer forma, nada do que tentam fazer para me atingir surte efeito pois o antigo Dimitri está morto há muito tempo, e tenho coisas muito mais sérias que merecem minha atenção.

A auditoria particular que Mikhail iniciou na empresa do meu pai acabou por revelar junto com os dados que o contato de Ivan conseguiu, um desvio de mais de 50 milhões de dólares feitos pelo meu tio por meio de notas frias e quantias depositadas em sua conta na Suíça no período em que esteve na presidência. Dados até que irrelevantes levando-se em conta que somos um dos maiores exportadores de metal do país, mas...  foi furto. Algo que sem contar o material pornográfico de seu computador, colocará aquele velho na cadeia até o fim de seus dias se andar fora da linha. Eu poderia cortar o mau pela raiz e fazer isso? Com certeza, mas gosto de trabalhar com cartas na manga e não posso descartar a possibilidade de usá-lo em algum momento no futuro caso aquele cretino possa me ser útil, afinal, negócios são negócios e sei muito bem que todo presidente de grande multinacional possui seus contatos com o submundo ou mesmo com lixos como Andrei Nikiforov. Não é algo que me agrada, mas não posso correr nenhum risco. Fora essa parte da empresa que segue a todo vapor, há dois dias quase peguei um avião para Hasetsu por conta de uma briga do pivete com o Victor. O fato de minha mãe ter sido a única que aceitou ir em seu casamento, fez com que Yuri fizesse insinuações a respeito de nossa família que ofenderam profundamente meu filho. Entendi o ponto de vista do pivete e após muita conversa com Victor, ele finalmente entendeu que com Yuri as coisas precisam ser conquistadas. O pivete possui uma história cheia de traumas e relações cobertas de desconfiança,  ele não é do tipo que toma por  verdade a impressão que outros tem das coisas, ele mesmo gosta de tirar suas próprias conclusões baseado naquilo que ele vê. O que me deixa tranquilo pois se minha mãe conseguiu conquistar Ivan, ganhar a confiança do pivete será como brincadeira de criança. E por falar em Ivan, enquanto mat' passa uns tempos em casa, sua presença tem feito muito bem para meu homem de confiança. O laço que eles criaram trouxe sorrisos que nunca vi em seu rosto e mesmo o sexo violento que ele estava buscando há algum tempo atrás, também deu uma trégua... O tema 'Ivan' não tem me preocupado tanto como imaginei, pelo menos até que eu acesse o conteúdo do dossiê  que o investigador particular entregou ontem a noite com as informações que coletou sobre seu passado.  Preocupações, coisas e mais coisas para resolver... Como se não bastasse tudo o que anda acontecendo, ultimamente ando sendo perturbado por alguns sonhos onde Victor me rechaça ao descobrir o que fiz com Hideki. "De todas as torturas possíveis e imagináveis, ouvir ele me chamar de monstro assassino é a pior."  Isso tem feito com que constantemente aquele maldito celular me acompanhe para tudo que é lugar que eu vou... Assim como aquele monstro obcecado pelo Um anel do filme 'O Senhor dos Anéis', não consigo me desligar das imagens daquele demônio sofrendo... é como se elas me dissessem que fiz o certo, que não há com o que me preocupar porque foi algo em prol de pessoas que eu amo e que não há motivo para meu filho me odiar por isso. "Ah... isso junto com a respiração segurada pelo meu confronto com Sergei ainda vai me enlouquecer..."  Sim... essa é outra coisa que anda me tirando a paz. Não tive muito tempo a sós com Sergei e sempre que surgiu a oportunidade, acabei por designar alguma coisa para ele. Atualmente ele está supervisionando toda a parte da segurança da residência da mat' e sei que meu tempo está acabando. Eu notei que ultimamente Sergy tem tomado mais consciência da minha presença de um jeito totalmente diferente do que era antes e isso ao mesmo tempo em que me dá certa euforia, também me deixa apreensivo. Ele vai abordar o que falei para Nikolai, eu sei que vai e me sinto um covarde por isso. Em meio a papéis, pastas, celulares e mil e uma coisas que preciso fazer, a batida na porta seguida de sua entrada gela o meu estômago. Ele está vestido casualmente com jeans, um sapato com design mais esportivo , seguido de uma camisa branca e casaco. Um visual totalmente tentador e que renderia uma boa provocação para ele, senão fosse o olhar enigmático que carrega em seu rosto. Sem muita demora, ele se aproxima de minha mesa e estende uma pasta para mim dizendo...

-Tudo terminado, chefe. Desde o sistema de alarme até os novos guarda costas para a residência da Família Nikiforov. Está tudo em ordem e você não precisa mais se preocupar com essa parte. - olho o conteúdo da pasta e realmente, Sergei não poupou esforços para adquirir o que há de melhor para a segurança da mat'. Enquanto vasculho a mente em busca de uma nova desculpa para adiar o inevitável, meu desconforto começa a aumentar com seus olhos que me queimam, e antes que eu diga algo que provavelmente fará com que me arrependa depois, me apresso em dizer...

-Está ótimo, Sergei. Finalmente uma preocupação a menos. Tenho outra coisa aqui que preciso que fa... - sou interrompido por sua voz que beira a indignação...

-Até quando vai fugir, chefe? Acha que eu sou idiota? Que não ia perceber que me atolar de trabalho foi uma forma que você encontrou para fugir do assunto?! - não consigo desviar o olhar. O azul de seus olhos parecem entrar dentro de mim. Nesse momento sinto como se todos os meus segredos mais obscuros estivessem à mostra, e estar nu diante da pessoa que mexe comigo é algo que me remete só um sentimento.... medo. Sim, mais do que qualquer um, tenho medo do que pode sair de sua boca quando eu confirmar, do olhar que pode lançar para mim...  Sem ter saída e calado, levanto de minha poltrona seguindo para o bar para preparar uma dose de Wisky e viro tudo em um único gole. "É... não dá mais para fugir, Dimitri. Quanto mais você protelar pior será."  Ainda em pé, corto o silêncio olhando para meu copo vazio...

-Eu não sei o que você quer dizer com essa coisa de fugir do assunto, Sergei. Eu por acaso tenho cara de alguém que foge das coisas?! Quem você pensa que eu sou? Por acaso perdeu a noção de que está falando com um su... - como uma explosão, Sergei vem em minha direção e arrancando o copo de minha mão, me empurra contra a parede beirando a fúria...

-Pare de fugir, Dimitri Nikiforov!!!! Pare de inventar desculpas e ao menos me olhe nos olhos! Mais que porra! Eu não saio daqui enquanto você não responder minhas perguntas! Que merda de confiança é essa que você tem em mim?!?! Estou ao seu lado praticamente a minha vida toda! Acho que mereço isso! Desembucha a verdade de uma vez por todas! - sua explosão reflete no soco que ele dá na parede ao lado de meu rosto. Olhando atentamente em seus olhos, vejo quanta revolta e mágoa carrega dentro de si. Sergei está machucado com isso e nesse momento sinto os reflexos por ter omitido tanta coisa dele. "Irônico... escondi para protegê-lo e no final ele acabou por sair o mais machucado. Não... Não minta para si mesmo, Dimitri. Isso foi seu próprio egoísmo, seu próprio medo de sua reação ao descobrir que  você é um assassino."  Sim... é verdade. Meu egoísmo e covardia chegou a um nível que não me reconheço mais. "Não tenho mais como fugir, e se no final ele me odiar... bem... não será nada mais do que o esperado."  Ainda mantendo o olhar em seu rosto que desde sempre mexeu comigo, respiro fundo tentando controlar meus batimentos e falo...

-Está certo. O que quer saber, Sergei? Acredito que você deve ter muitas perguntas depois de ter escutado das sombras minha conversa com Nikolai. - minha insinuação faz com que ele core envergonhado, e se afastando um pouco de mim sem perder sua determinação por respostas, ele faz as perguntas que já espero...

-Você matou Hideki Keiji? Aqueles 4 meses que ficou fora enquanto fiquei na casa do Victor foram para esse objetivo?  - vejo que apesar de carregar muitas dúvidas dentro de si, essas duas perguntas em especial são as que mais corroem sua mente. "Chegou a hora da verdade."  Com o peso no peito por sua possível reação, respiro fundo...

-Sim... e sim. Não espero que você entenda meus motivos, Sergei. - respondo com a maior sinceridade que possuo. Vejo que minha resposta era de uma certa forma esperada  por ele, que para minha surpresa adquire uma carranca ainda pior do que antes ao simplesmente 'vomitar' tudo o que está segurando...

- Não se trata de entender ou não! Eu nunca duvidei de seu julgamento! Por que escondeu isso de mim? Meus atos não eram de alguém tão digno  para estar ao seu lado? Ou aquele viado do Ivan é mais confiável do que eu? Não subestime minha inteligência em afirmar que aquele viado ficou de fora porque sei muito bem que ele esteve com você! Por que me deixou de fora? Porquê, Dimitri? - estou completamente chocado com o que sai de sua boca. "Sua mágoa é porque te deixei de fora??? É sério mesmo o que acabei de ouvir???"  Não consigo me conter...

-Você tem ideia do que acabou de sair de sua boca, Sergei? Será que você consegue raciocinar por um segundo e analisar o motivo do porquê eu te deixei de fora? Eu não acredito no que eu acabei de escutar!! Você realmente queria ter feito parte disso? Queria compactuar com um assassino? Ser cúmplice dele e correr o risco de ir parar atrás das grades? Que merda, Sergei! - explodo sem conseguir controlar meu tom totalmente exaltado. Antes que eu consiga prosseguir, suas falas completamente revoltosas saem em tom cortante...

-Foda-se! Isso pra mim não importa! Assassino ou não eu sou seu braço direito e devia ter ficado ao seu lado! Você não devia ter me excluído, não devia ter me deixado no escuro achando que estava resolvendo pendências quando na verdade estava frente a frente com aquele demônio! Você consegue se colocar por um segundo no meu lugar e imaginar como eu estou me sentindo nesse momento, Dimi??? - meu apelido saindo de sua boca nesse momento acelera ainda mais meu coração. Analisando friamente, sua maior revolta é por não ter ficado ao meu lado enquanto eu cometia um assassinato porque preferi levar Ivan comigo? Será que ele consegue ouvir o que sai de sua boca? Será que ele consegue ouvir meus batimentos cardíacos depois do que acabou de dizer? Eu nunca, jamais imaginei que sua revolta seria por conta disso. "Você está enciumado, Sergy?" Minha trajetória com ele desde que me assumi tem sido cheia de altos e baixos, alfinetadas, medo de perder sua presença, medo de me perder ainda mais para meus próprios sentimentos. Ele com certeza ouviu minha afirmação para Nikolai referente ao que sinto por ele, mas ele não faz ideia do tamanho do sentimento que carrego comigo. Para falar a verdade, muitas vezes nem eu faço muita ideia disso. Não sou do tipo que me apego a ilusões e relações cor de rosa, já passei da idade disso e sempre tento agir racionalmente, mas...  "Por que quando se trata dele eu perco minha razão?"  Não vou pensar e nem analisar as coisas que direi agora, eu estava protelando esse confronto exatamente por isso... Não se trata de negócios, manipulação e muito menos joguinhos. Se trata de mim, meus sentimentos por esse homofóbico e o que isso afeta nas nossas vidas. Se ele vai aceitar? Não faço a menor ideia e sou maduro o suficiente para seguir em frente caso ele me rejeite... Ao menos posso colocar minha cabeça tranquilamente no travesseiro sabendo que não morrerei com isso dentro de mim. É algo que tampouco eu entendo, mas se eu continuar guardando, isso vai me matar aos poucos. Me aproximo mais de sua figura que respira audivelmente por conta de tanta energia e jorro tudo o que venho segurando...

-Existe sim um motivo do porque te deixei de fora disso, Sergy. Antes de tudo, preciso explicar que minha única motivação em matar aquele lixo foi simplesmente porque ele não podia continuar vivo depois do que fez para o Victor e o pivete. Você me conhece muito bem para saber até onde vou pelo meu filho, na verdade, considerando minha reação com meu tio Andrei naquele dia da biblioteca na casa onde você passou a infância, acredito que dá pra notar que posso ser o pior monstro para aqueles que tentam machucar qualquer pessoa importante para mim. Você bem testemunhou isso... Não se trata de mim, e sim dos que são importantes. Eu posso ter uma índole duvidosa, ser um sádico, gostar de sair fodendo por aí e até gostar de joguinhos, mas faria de tudo por quem realmente importa. Não digo que não me importo com Ivan, pelo contrário, me importo muito, mas não no sentido que você supõe. Mas antes que eu entre nesse tópico vamos recapitular a conversa que tive com Nikolai... você com certeza se lembra de algo a mais que eu confirmei para ele, não é? - em meio a tudo o que deixo sair sem pensar em comos e porques, vejo que seus olhos se arregalam em espanto. Ele sabe muito bem ao que me refiro e automaticamente vai dando passos para trás até que encosta no sofá do escritório. Algo mudou nele... diferente do começo quando rechaçava qualquer insinuação a respeito desse assunto, agora Sergy possui confusão dentro dos olhos. Como se tivesse tomado uma consciência ainda maior da nossa ligação, suas bochechas coram de uma forma adorável. Dominado por meus instintos, me aproximo cada vez mais até que fico a centímetros dele, e antes que eu perca totalmente o pouco de sanidade que me resta, continuo... - Pela sua expressão acho que sabe do que estou falando, e o que posso dizer é que te deixei de fora pelo mesmo motivo que fiz e faço de tudo para que Victor não descubra... Foi por puro medo, Sergy. Medo de como poderia olhar para mim, de me achar um monstro e principalmente, de que isso apagasse a imagem que você tem de mim... Pode me chamar de egocêntrico ou o que preferir, mas a forma como sou visto por você sempre foi algo que me motivou a seguir em frente. Tirando minha inclinação sexual, que esta eu realmente não posso fazer nada a respeito, a forma como sou visto aos seus olhos é algo muito importante pra mim, e sabe por quê? - indago a centímetros do seu rosto. Ele sabe o que estou prestes a fazer, mas simplesmente não consegue sair do lugar. Dentro do azul de seus olhos vejo algo bem ao fundo que jamais achei que encontraria... desejo. Consciente disso ou não, Sergy está tão hipnotizado neste momento quanto eu. E quanto a mim? Pela forma como mordo meus lábios fica bem claro o quanto minha vontade transborda pela minha pele. "Ah, Sergy... independente de como isso vai ser depois e até mesmo sobre tudo o que confessei aqui, agora estou completamente dominado por seja lá o que é esse sentimento que carrego comigo..."  Com os pelos dos meus braços totalmente arrepiados pelo desejo de tocar sua pele, eu respondo minha própria pergunta... - A forma como sou visto por você importa para mim porque diferente do Ivan, temos uma história, temos uma ligação... diferente do sentimento que tenho por Ivan, estar ao seu lado faz com que eu perca o controle, faz com que a racionalidade me abandone... diferente de minha vontade de ajudar o Ivan, minha vontade relacionada a você é muito mais intensa do que isso, é avassaladora e domina toda a minha razão... diferente do Ivan, eu abandonaria qualquer coisa nesse momento só para sentir nem se fosse uma vez o gosto que sua boca deve ter.... E o por que eu digo isso? Porque você tem um poder sobre mim que é muito maior do que até eu mesmo imagino... e como o causador disso, só você tem o poder de me parar agora porque vou te beijar... venho desejando isso há muito tempo, Sergy... - finalizo totalmente dominado por meu desejo de tocá-lo e colo minha boca na sua.

Desejo avassalador. Essa é a expressão correta para o que acontece agora. Ele não me repeliu, pelo contrário, corresponde igual ou até mais intensamente do que eu. Nossas línguas dançam, seu gosto é maravilhoso, sua pele... "Ah... Isso é até melhor do que minhas fantasias..."  Sinto como se estivesse provando a bebida mais rara e deliciosa do mundo ao sentir a textura tão macia de sua língua. Sergy me abraça totalmente dominado assim como eu, pelos seus instintos. Minhas mãos tiram seu casado sem que eu perceba e sem ao menos pedir permissão, enfio minha mão por dentro de sua camisa. Sentir sua pele quente em minhas mãos é uma sensação indescritível e não consigo deixar de gemer em sua boca. É delicioso, inebriante. "Quero você, Sergy. Ah, como eu quero..."  Totalmente inconsciente do rumos de nossas mãos, empurro Sergy para o sofá sem nunca desgrudar minha boca da sua e deito em cima de seu corpo. Nossos membros estão duros, estamos prontos com apenas um beijo, tamanho é o tesão que nos assola. Sem conseguir me controlar, interrompo o beijo e abro sua camisa de uma vez, fazendo com que todos os botões voem pelo escritório. Seus olhos se arregalam em meio a sua expressão que mistura carranca e um desejo que tira sua razão. "Lindo e completamente alheio do quanto é sexy..."  Olhando seu peito nu e ofegante, minha língua vai automaticamente de encontro ao seu mamilo duro e com movimentos circulares nessa região tão sensível, o gemido que sai de sua boca quase me faz gozar como um garoto no início da puberdade. Sim... Sergy é quente, tem um corpo que diferente de todos que já vi e provei, tem o dom de me levar a loucura, de me fazer perder qualquer batalha para o auto controle. Suas mãos estão em meus cabelos... conforme beijo todo seu abdômen, sua pela arrepia e trema a cada chupão se lanço em sua pele, e os sons que saem de sua boca... Ah... sei que me renderão muitos sonhos deliciosos. Estou totalmente controlado pelos meus instintos nesse momento e não sei dizer por quanto tempo permanecemos assim, em meio a amassos e toques. Em todo meu frenesi, começo a desabotoar sua calça e é nesse momento que sinto suas mãos pararem meus movimentos. Quando levanto a cabeça para olhar em seu rosto, eu congelo. Já imaginava que não iríamos chegar até o fim, mesmo porque no caso dele, jamais faria sexo pela primeira vez com ele em um lugar que não fosse uma cama, mas... "O que é isso? Por que me olha assim?"  Ele possui um olhar apavorado. Observo se não fiz algo que possa tê-lo machucado e antes que eu formule a pergunta, as palavras que saem de sua boca são como um balde de água fria...

-Não... Não! - grita fazendo com que eu o libere automaticamente. Ele levanta como um raio e andando de um lado ao outro do escritório com uma expressão desesperada e ainda mais confusa, ele balbucia como um mantra... - Eu não sou assim. Eu não sou desse jeito. Não sou um viado nojento. Nunca gostei de homens... Não... Não pode ser verdade. Não quero que seja verdade. Não... - conforme continua com sua lamúrias que são como facas apunhalando meu peito, as palavras de Nikolai voltam em minha mente como se estivessem zombando de mim...

"Você não aprende mesmo não é Dimitri? Apaixonado mais uma vez por alguém inacessível... Não aprendeu com a vida, não é?.... ....Quem acreditaria nos sentimentos de alguém como você, huh? ... .....Imagino o que ele pensaria em saber que o chefe que ele tanto defende tem pensamentos sujos com ele..."

Com essas palavras me assombrando, a dor que sinto no peito faz com que eu exploda...

-Sai da minha frente, Sergei. - digo com um tom de voz tão frio que meu braço direito estanca no lugar. Ao se dar conta do que balbuciava, ele faz menção de falar mas não permito. -  Eu sou um viado nojento, e se você não quer que seja verdade, suma daqui a não volte mais. - antes que eu continue a falar, Sergei tenta argumentar...

-N-não foi isso que eu q-quis dizer, Dimi. Eu só... - meu grito o cala instantaneamente.

-Some da minha frente, Sergei!!!!!

Não sei que expressão carrego comigo, mas Sergei está totalmente abismado com minha explosão. Ele pega seu casaco no chão e sem dizer uma palavra sai porta afora correndo sem ao menos fechar.  Como eu estou? Em frangalhos... só sinto dor. "Se estar apaixonado é ter que passar por isso e sentir essa dor, que tudo vá para o inferno."  Não sei quanto tempo continuo no mesmo sofá que a pouco estava nos braços dele, estou perdido e com um gosto amargo na boca que reflete toda a dor que senti. Meus pensamentos nada saudáveis são interrompidos por alguém que acompanhado de Pavlov, o funcionário que ocupa o cargo de Mikhail, eu havia esquecido completamente que viria hoje...

-Ora, ora, ora... Considerando o estado que seu segurança homofóbico saiu daqui, por pouco eu não interrompo algo interessante... Achei que havia esquecido da nossa reunião. - diz com sua forma cínica que me dá vontade de socar sua cara. Lutando para colocar meus pensamentos em ordem, respiro longamente e com um sorriso ainda mais sarcástico, respondo ao visitante...

-Fique tranquilo que você não interrompeu nada de importante. E eu nunca esqueço de nada, Detetive Myers.

(Continua...)

 


Notas Finais


Tadinho do Dimi </3


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