História Muito Bem Acompanhada (Revisão) - Capítulo Vinte e Cinco

“Muito Bem Acompanhada”

CAPÍTULO VINTE E CINCO

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No capítulo anterior:

Os galhos secos combinando com pequenos ramalhetes de rosas brancas e amarelas formavam um arco, e no vão deste arco a bela vista do pequeno lago com cisnes nadando e árvores florida atrás, dando um ar delicado e romântico. A decoração em si era sofisticada e romântica, lembrando muito a relação de Gaara e Ino, mas no meio de tudo aquilo, o que mais atraia sua atenção era o homem que andava firmemente ao seu lado, com um sorriso de canto.

Enquanto Sasuke foi para a direita e ela para a esquerda, ao final do altar, se posicionou e por mais que sabia que deveria olhar para a noiva, que agora entrava a passos lentos de braços dados com Inoshi, seu pai, seus olhos estavam vidrados nos olhos negros de Sasuke, que a encarava com tantas promessas.

Sabia que era o casamento de Ino, mas seus olhos não conseguiam ver outra coisa a não ser coração, que essa felicidade não se acabasse aquela noite.

Ela queria viver aquele amor e nunca se sentiu tão segura para mergulhar em algo, como naquele momento.

**

Riu das palavras de Naruto e tomou um gole de seu vinho, mas seus olhos estavam presos nos negros de Sasuke que a encarava com um sorriso sacana. A cerimonia de Ino havia sido linda, tinha que confessar, vê-la entrar em passos pequenos pelo corredor coberto de rosas brancas a fez sentir vontade de se casar também.

Ino estava linda com o vestido branco, que era justo ate a cintura com detalhes em bordados, já a transparência dos ombros estava bordada com ramos de flores desde aos ombros ao busto, dando um toque de delicadeza e romantismo. A saia era longa e solta lisa, com uma transparência cobrindo o cetim da mesma. Em seus pés o sapato estilo scarpin em nude rosé brilhante brilhava a cada passada.

Seus cabelos loiros estavam presos em um coque baixo com a franja dividida ao meio, dando um ar romântico quando a tiara de brilhantes em gomos destacava-se em sua cabeça. Os brincos de brilhante em formato de ramalhetes de flores caídos, em seu braço esquerdo a pulseira cravejada de brilhantes em ouro branco reluzia, destacando em seu anelar o solitário de noivado, cravejadas em brilhante.

Os olhos azuis da ex-Yamanaka estavam marcados pelo rímel carregado, a sombra em uma rosa brilhante e suave e o lápis realçando e marcando seus olhos claros. O batom matte rosa intenso destacava os lábios volumosos e sorriso branco.

A cerimonia havia sido linda e os votos mais ainda, sabia e entendia que eles se amavam, e por mais que Gaara tenha ficado sem graça ao dizer seus votos diante dela, Sakura não se importou, porque ele era passado em sua vida e queria deixar isso claro para ele quando conversassem. Pelo menos era isso o que ela desejava.

Quando chegaram ao local onde seria a recepção, seus olhos brilharam diante da decoração tão bonita. O local estava sendo iluminado por luminárias suspensas de vidros espalhadas pelo local onde havia mesas com capacidade para dez convidados sob um tablado de madeira. Em volta do local, luminárias em formas de tochas rodeavam todo o ambiente. Sobre a mesa arranjos de flores junto a pequenas luminárias de velas em vidros ornamentava junto à louça, cristais e prataria.

Em um canto afastado havia um pequeno palco, onde uma banda tocava junto a uma mesa de DJ, que comandava as músicas e o retroprojetor atrás da mesa do bolo, onde passava fotos dois noivos na infância, adolescência, vida de adulto, de casal e com a família. Sakura surpreendeu-se ao ver algumas fotos suas ali, tanto com Gaara quanto com Ino.

A mesa do bolo estava sendo iluminada por lanternas vienas com grandes vasos gregos com arranjos de flores. Sobre a mesa, o bolo de branco de cinco andares estava decorado com ramalhetes de flores nos três primeiros andares de cima para baixo e em seu topo um casal junto, a bonequinha de cabelos loiros e o bonequinho com os cabelos vermelhos, aos lados do bolo alguns arranjos de flores junto a velas dentro de potes de vidros e os doces em formatos de flores brancas e amarelas.

Estava tudo numa perfeição que Sakura jamais viu antes. Mas, o que estava sendo mais contagiante era o sorriso de felicidade que a prima estampava em seu rosto, isso a deixava mais feliz ainda. Estava começando a se sentir mal pelo que faria, mas não se arrependeria, precisava daquilo e ela já havia suportado muita coisa para parar agora. Sabia que sua atitude poderia ser interpretada de forma imatura, mas era uma necessidade sua e nos últimos dias havia engolido necessidades alheias demais.

Bateu palmas e se levantou, assim como todos os convidados, quando a cerimonialista avisou que estava na hora da valsa do casal. Quando o toque suave do violão começou a voz suave de Ed Sheeran cantando Thinking Out Loud, seus olhos caíram automaticamente em Sasuke, novamente, e ele a olhava com um sorriso pequeno, como se quisesse que ela interpretasse aquela música como se fosse dele para ela, e isso a fez sorrir.

Para Sakura não tinha outra pessoa ali a não ser Sasuke. Ela sentia-se em paz e queria aproveitar aquilo.

**

Bateu palmas diante das palavras e desejo de felicidade de Naruto a prima e sorriu mais ainda quando seu nome foi chamado, sentia-se segura do que ia fazer, o sorriso não abandonou seu rosto nem mesmo quando pegou o microfone e encarou os noivos, sentindo o olhar de todos esperando em expectativa, já que a história que ela havia descoberto tudo já tinha se espalhado.

— Primeiro, gostaria de dizer que foi uma grande surpresa para mim ser convidada para ser madrinha do casamento do meu ex-namorado com minha prima, foi mais surpresa ainda descobri depois de oito anos que ele havia me traído com ela e que todos sabiam, menos eu. – Sakura riu diante do desconforto de todos em suas cadeiras, principalmente a dos noivos. – Nestes últimos dias, eu descobri que nem todos são verdadeiros como esperamos, me dói dizer isso, mas as pessoas que eu mais confiei me decepcionaram, mas a vida é assim, não é mesmo?

Não havia barulho algum, todos a encarava perplexos com sua coragem, seu pai até tentou se levantar de sua cadeira para tentar fazê-la parar, mas sua mãe o puxou de volta para a cadeira e falou para que o Haruno a deixasse desabafar, que não se metesse. Sasuke apenas a encarava, esperando para ver até onde ela iria com aquilo.

— Eu me magoei muito, minhas expectativas sobre as pessoas foram quebradas, mas isso se tornou um aprendizado. Não vou dizer que não os perdoarei porque com o tempo, perdoamos, mas perdoar é bem diferente de esquecer, não é mesmo? – Seus olhos estavam presos nos de Sasuke, como se quisesse que ele lhe entendesse. – Nestes últimos quinze dias eu descobrir o motivo de ter ido embora de Konoha. Eu me redescobri e agradeço a todos por isso. Eu sofri pressão de todos os lados, eu desmoronei, mas uma pessoa me ajudou a me reencontrar. – O seu sorriso, que era singelo, ficou grande, vendo ele lhe encarar com um pequeno sorriso.

“Ele ficou ao meu lado quando eu menos merecia. Ele me ajudou a ser a mulher que eu sou hoje. Eu queria muito agradecer a todos, a meu pai, a Ino por ter se mostrado uma bela vadia, a minha mãe e a principalmente a você, Gaara, por todas as decepções, pois sem elas eu não seria a mulher que eu sou hoje, eu não teria tudo o que eu tenho hoje. E Gaara, obrigada, mas muito obrigada mesmo por ter mostrado a sua verdadeira face e me mostrado quem você realmente era, por ter me magoado e por ter estapeado na minha cara que você não era para mim, mas principalmente por me mostrar que não era o homem da minha vida. Eu espero que você seja feliz ao lado de Ino, por que vocês se merecem, são igualmente cretinos, por isso, viva aos noivos.”

Levantou sua taça de champanhe e muitos, mesmos espantados, com o discurso de Sakura, ergueram sua taça, Ino a olhava perplexa, porque ela jamais esperou ouvir tais palavras da rosada quando mais cedo à mesma foi tão compreensiva, não sabia se sentia-se magoada ou impactada com a reação da Haruno, por mais que Ino quisesse se sentir magoada, sabia que não tinha esse direito. Sakura estava os abençoando, de uma forma inusitada, tinha que confessar, mas ainda sim, os abençoando. Gaara ao seu lado estava perplexo e paralisado, por que Sakura não havia falado com ele até o momento, e pelo jeito de suas palavras, não falaria tão cedo.

Sasuke encarava Sakura intensamente com um sorriso, ela havia sido muito corajosa e estava orgulhoso de sua atitude, apesar de ela ter escolhido uma péssima hora para ser sincera. Os discursos continuaram, amenizando um pouco o clima tenso que Sakura havia deixado.

— Ela foi direta, hein? – Naruto cochichou ao seu lado, vendo Sakura beberica um pouco de seu champanhe enquanto Hinata fazia seu discurso.

— Você não imagina o quanto. – Concordou dando um gole em seu champanhe quando Hinata terminou suas palavras.

— Já conversaram? – O Uzumaki perguntou encarando-o.

— Ainda não. – Foi sincero, retribuindo a olhada do loiro ao seu lado.

— Devo-lhe desejar sorte? – Naruto perguntou irônico, arrancando uma risada baixa do Uchiha.

— Eu preciso mais do que isso. – Confessou vendo o loiro gargalhar ao seu lado, para a sorte de ambos, os discursos já havia acabado e agora todos conversavam animadamente, isso incluía Sakura.

**

Estava em um canto, encarando o grupo de rapazes conversando em outro enquanto virava alguns shots de sakê para criar coragem para se aproximar do que mais queria, de Sasuke. Sabia que estava parecendo uma adolescente em um baile de formatura se preparando para convidar seu crush para dançar, porém, ela tinha que confessar, aquilo era mais difícil do que se aproximar de um garoto no auge de sua puberdade chamando para dançar.

Respirou fundo e fechou os olhos enquanto o líquido cristalino desceu por sua garganta, queimando tudo no caminho. Fez careta e bufou antes de abrir os olhos, foi quando eles correram pelo ambiente onde estava sendo a recepção. As mesas estavam lotadas, com pessoas conversando, rindo e bebendo, e ela estava achando tudo aquilo um saco, por mais que já tivesse passado mais da metade da festa.

Suspirou derrotada ao ver Gaara se aproximar lentamente, ele parecia nervoso, mas para Sakura, isso pouco importava, porque ainda não estava preparado para encarar o ruivo e falar lhe o que estava entalado em sua garganta.

Tentou manter seu olhar fixo em qualquer outro lugar, menos no ex-namorado, que agora estava ao seu lado, pigarreando para atrair sua atenção.

— O que você quer? – Perguntou friamente, sentindo o olhar verde sobre si.

— Será que podemos conversar? – Gaara perguntou com a voz baixa, mas nervosa.

— Olha… Eu adoraria. – Começou sarcástica roubando uma taça de vinho da bandeja de um garçom que passou por ali bem na hora. – Mas no momento, a última coisa que eu quero é perder meu precioso tempo com você, meu querido.

Sentiu e percebeu que Gaara estremeceu ao seu lado por conta do desconforto que as palavras dela lhe causaram. Respirou fundo e o encarou após beber um gole de seu vinho, antes de falar qualquer coisa.

— Olha Gaara, sei bem que precisamos conversar, mas não venha exigir essa conversa agora, porque muita coisa mudou e muita coisa ainda vai mudar, eu tenho muita coisa para te falar, e se eu falar agora, tenho certeza que estragarei sua festa de casamento e essa é a última coisa que eu quero, sabe por quê? – Seus olhos verdes esmeraldinos estavam presos aos verdes-água de Gaara, que a encaravam tristes. – Porque eu quero e preciso de paz na minha vida, por isso, se me der licença.

Tinha que conversar com o ruivo, mas para isso, precisava não estar sob efeito de álcool e preparada, pois o que ela não falou com Ino, falaria com o ruivo, que era o que mais havia magoado, já que quando se envolveu com sua prima, era compromissado com ela. A traição dele havia sido mais impactante do que a de Ino.

Não esperou uma resposta, pegou a barra do vestido e se afastou dali, indo em direção a Sasuke, que estava conversando com Neji e Naruto em outro lado do grande jardim, tudo sob o olhar de Gaara.

**

Já havia tomado várias doses de coragem, vulgo sakê, para se aproximar de Sasuke, e nem mesmo o encontro repentino com Gaara tirou-lhe essa coragem recém-adquirida, que conversavam com Neji e Naruto, e ele pareceu perceber sua aproximação, já que seus olhos negros passaram da fenda de seu vestido para seu rosto em poucos segundos. Mordeu o canto do lábio e o encarou, ficando entre o Hyuuga e o primo.

— Cavalheiros, eu poderia roubar o senhor Uchiha por alguns instantes? – Sua voz soou tão calma, que até mesmo ela estranhou.

— Ele é todo seu. – Neji falou dando um sorriso malicioso.

Naruto não falou nada, apenas saiu dali sendo puxado por Neji, porque se não, ele ficaria ali para ouvir o que a prima falaria para Sasuke, pois sua curiosidade a respeito dos dois estava atingindo um ponto crítico.

— Belo discurso. – Parabenizou vendo as bochechas da Haruno tomar um tom avermelhado.

— Obrigada, eu acho! – Agradeceu sem graça, até porque, depois do discurso, todos a estavam olhando estranho.

— Como se sente? – Perguntou sincero tomando um pouco da bebida do copo em sua mão.

— Leve. – Respondeu dando um sorriso pequeno. E sentia-se realmente leve, como se tivesse tirado de suas costas um grande e sufocante peso, agora ela poderia seguir sua vida, como jamais pensou que seguiria. – Sasuke, eu adoraria falar sobre isso, mas o que eu quero conversar com você é outra coisa.

Sakura estava ansiosa, até demais, pois a taça de vinho em seus dedos estava sendo apertada com força e seus lábios estavam sendo mordidos sem parar pelos dentes brancos. Suspirou e tomou o seu uísque em um gole e depois colocou o copo de vidro na bandeja de um dos garçons que passava, sabia que precisavam conversar, só não sabia se queria depois de ouvir as palavras da Haruno em seu discurso.

Ela sempre foi uma mulher segura em suas decisões, e não seria agora que mudaria isso. Sakura tinha se perdido naqueles últimos quinze dias, ela tinha voltado a ser a mesma menina que havia saído de Konoha há oito anos, estava insegura, sentia-se manipulada por todos, mas há muito tempo havia deixado de ser esta menina, agora ela era uma mulher forte e segura, e após analisar os últimos dias, ela decidiu finalmente mostrar a mulher que era, e isso acabou surpreendendo a muitos.

Sentia-se orgulhosa de si mesma, havia deixado as pessoas daquele lugar a consumir, mas finalmente ela havia tomado as rédeas de sua vida e da situação, precisava daquilo, e as palavras de Sasuke havia lhe dado à chave para que ela prestasse atenção ao que acontecia a sua volta. Diferente do que muitos achavam, ela não estava com raiva de Gaara e Ino, já havia os perdoado, porque não os queria infeliz, porque ela estava indo atrás da sua felicidade e eles não faziam parte dessa nova fase, apenas Sasuke fazia.

— Podemos conversar em outro lugar? – Pediu aproximando seu corpo ao de Sasuke, que prendeu a respiração.

Se Sakura soubesse quão deliciosa ela estava naquele vestido, não se aproximaria tão perigosamente dele, como naquele momento. Deu uma longa respirada enquanto fechava os olhos e sentia a mão de Sakura enlaçar a sua, abriu os olhos e a encarou intensamente.

— Não faça isso. – Suplicou aproximando seu rosto do dela enquanto a puxava para seus braços.

— Isso o quê? – Sakura perguntou inocente apertando seu corpo contra o de Sasuke.

Não, Uchiha Sasuke de terno não estava ajudando em nada sua sanidade, ele já era uma delicia de roupa qualquer, mas de terno, aquele homem era a perdição de qualquer mulher, principalmente a sua, sem falar no álcool que corria em suas veias que lhe davam coragem para provocá-lo. Mordeu o canto do lábio inferior quando sentiu o aperto firme de Sasuke em sua cintura, sua mão com a taça de vinho foi parar na cintura do mesmo, enquanto ele segurava sua mão em suas costas.

— Sabe que eu ainda não te perdoei para ficar fazendo seus joguinhos de sedução comigo, não sabe? – Sasuke questionou encarando-a nos olhos, com os narizes próximos.

— E quem disse que isto é um joguinho de sedução? Você ainda não percebeu que eu realmente quero te seduzir, Sasuke-kun? – A pergunta foi tão direta que foi impossível não beijá-la.

Quando Sasuke a beijou ali, em frente de todos, sentiu sua pulsação ir mais rápida e a excitação tomar conta de seu corpo, a língua dele invadiu sua boca e isso a fez suspirar em seus lábios, soltou sua mão da dele em suas costas e agarrou a lapela do paletó de Sasuke e o puxou mais, aprofundando ainda mais o beijo.

— Cinquenta dólares que eles vão transar. – Neji falou para Naruto, Tenten e Hinata que estavam ao seu lado encarando o casal que se beijavam.

— Não estou a fim de perder dinheiro, Neji. – Naruto riu vendo a cara de desagrado do futuro “cunhado”.

**

Sabia que deveria esta curtindo a festa de casamento de sua prima, mas, no momento, a única coisa que ela queria era se aproveitar do corpo de Sasuke. Após o beijo, mordeu o canto dos lábios e sentiu o ar faltar quando a voz rouca de Sasuke invadiu seus ouvidos.

— Ainda quer sair daqui?

— Precisamos… – Respondeu ainda de olhos fechados, apreciando aquela aproximação que tanto sentia falta. – Nós precisamos conversar e creio que aqui não seja o lugar ideal para isso.

Abriu os olhos verdes e encarou os negros atenciosamente. Os olhos de Sasuke tinha um brilho de excitação diferente, mas, ao mesmo tempo, tinham uma determinação sem igual ali, sentiu uma mão abandonar sua cintura e acariciar seu rosto, ainda a encarando firmemente.

— Tenho medo de sairmos daqui e fazer outra coisa sem ser conversar. – Sasuke confessou deixando um sorriso sacana se formar em seus lábios.

— Sasuke. – Riu e revirou os olhos negando com a cabeça. Aquele tipo de atitude do Uchiha estava desviando sua atenção do seu foco, que era esclarecer suas intenções com o moreno. – Vamos.

Sem esperar uma resposta positiva ou negativa do Uchiha, ainda com a mão segurando a lapela de seu blazer, saiu puxando-o em direção a casa, onde o levaria para um lugar onde poderiam conversar sem serem interrompidos por qualquer pessoa que fosse. Tinha muita coisa para falar com Sasuke e para isso, precisariam de tempo e espaço.

Ele deixou-se ser conduzido por Sakura ainda com um sorriso sacana em seus lábios, Naruto o encarava com um sorriso debochado, como se dissesse: “Ela quem manda, meu querido amigo”, entretanto, ele nem se importava, aquela história com a Haruno havia passado do tempo de ser resolvida, quando passaram por Kizashi, este apenas riu da atitude da filha, não ousou tentar fazê-la parar, pois sabia que não adiantaria.

Passaram pela cozinha onde estavam fazendo as bandejas de canapês e bebidas para serem servidas, enquanto passavam por ali, sendo puxado por Sakura, Sasuke aproveitou e capturou uma garrafa de champanhe e duas taças de cristais enquanto a Haruno deixava sua taça, agora vazia, de vinho. Subiu as escadas e sem olhar para trás, soltou a lapela de Sasuke, que passou a segui-la por contra própria.

— Para que isso? – Sakura perguntou rindo após abrir a porta do quarto para o Uchiha entrar e viu a garrafa de champanhe em sua mão.

— Para comemorarmos. – Ele respondeu dando os ombros e sentando-se na cama e colocando as coisas que carregava no criado.

— Comemorar o quê? – Questionou não entendendo a linha de raciocínio do moreno.

— Não sei, o que decidirmos hoje. – Não se importava se ficariam juntos ou não, ele apenas queria comemorar o que fosse acontecer ali. – Então, o que queria conversar? – Foi direto.

Fechou a porta e ficou em pé em frente a mesma, encarando o moreno abrir a garrafa de champanhe em um estourou e colocar o líquido cristalizado dentro das taças longas e com detalhes lapidados no copo e em sua sustentação.

— Eu queria me desculpar por minha atitude quando descobri tudo… – Começou encarando o Uchiha que havia se levantado e lhe entregado uma das taças e parado a sua frente. – Eu agi como uma garotinha mimada, que fez birra por uma coisa que não tinha nada a ver. Após pensar muito e analisar minhas atitudes, eu percebi que você não se meteu porque era algo que você não poderia ter se envolvido, e me desculpe, por lhe trazer para essa confusão que a minha família.

Deu um sorriso sem graça e mordeu o lábio inferior enquanto encarava Sasuke, que a olhava como se esperasse pelo que ela ainda tinha a dizer, que não era pouca coisa.

— Eu não deveria ter insistido para que você viesse comigo, como meu “namorado”, eu deveria ter sido sincera com você, alias, com todos, isso poderia ter evitado muita coisa, mas graças ao meu pedido louco eu pude finalmente perceber uma coisa. – Estava desabafando, estava deixando seus sentimentos expostos e não se importava com isso.

— E o que seria? – Sasuke estava curioso, todas as palavras de Sakura estavam tendo efeito sobre ele, mas mantinha-se quieto, apenas ouvindo o que ela tinha a dizer.

— Que eu gosto de você, mesmo com tudo isso que aconteceu, eu gosto de você. – A voz baixa de Sakura quase foi abafada pelo som que vinha do quintal, mas ainda sim ele pode ouvi-la perfeitamente.

Sim, ele gostou muito de ouvir aquelas palavras saindo daqueles lábios pintados de um rosado, sabia que a Haruno havia passado por uma grande provação nos últimos quinze dias, sabia mais ainda que ela tinha segurado uma barra que muitos teriam desistido, mas ela se manteve firme, muitas vezes agindo como uma criança mimada ao em vez de ser a mulher que era, mas pelo jeito, finalmente havia colocado os pés no chão e visto que aquela não era a mulher que ela sempre foi.

— Vamos brindar. – Falou levantando sua taça, fazendo-a lhe olhar interrogativa.

— O quê? Você ouviu o que eu disse, Sasuke? – Questionou perdendo a paciência com aquele sorriso de Sasuke. Será que o moreno já estava bêbado?

— Vamos brindar ao nosso recomeço… – Começou rindo da expressão assustada de Sakura. – Mas desta vez, do jeito certo. O que acha de sair comigo, senhorita Haruno?

— Eu acho que isso não vai dar certo. – Sakura respondeu sincera batendo sua taça na de Sasuke, enquanto sorria.

— Já eu tenho certeza disso. – Sasuke rebateu tomando um gole de champanhe e vendo a mulher de olhos verdes fazer o mesmo.

A ação de ambos parecia acontecer em câmera lenta, ambos deram um longo gole de champanhe, quando se encararam, aproximaram-se rapidamente, a boca de Sasuke capturou a de Sakura e empurrando seu corpo para frente a jogou para trás, fazendo o corpo da mulher bater na parede próxima a porta, sua mão tateou o móvel ao seu lado e encontrou uma pequena cômoda ali, onde depositou sua taça e a de Sakura, sem desgrudar os lábios.

Gemeu contra os lábios de Sasuke quando ele apertou sua cintura e colou ainda mais seu corpo contra o dela, suas mãos foram para os cabelos do Uchiha, enlaçando o pescoço e o puxando mais para perto, enquanto sua língua brincava dentro da boca de Sasuke e ele fazia o mesmo na sua.

Sasuke parou o beijo abruptamente e espalmou as mãos ao lado do rosto de Sakura, na parede, enquanto respirava ofegante e ainda e olhos fechados tentava recobrar a consciência. Sabia que tinha bebido um pouco demais, para deixar seus desejos transparecerem mais que o normal, mas já que eles recomeçariam, deveria começar devagar. Ou, pelo menos, era isso que ele achava, por tal motivo ele tinha que se segurar e não agarrar a mulher a sua frente, por mais que ela estivesse tão entregue.

— Acho que devemos ir devagar. – Falou num fio de voz, sentindo os lábios de Sakura beijarem seu queixo e pescoço, enquanto as mãos pequenas abriam os botões de seu colete.

— Eu também acho, mas isso não se encaixa com a gente. – Sakura rebateu antes de puxá-lo para mais um beijo pela gravata, foi neste momento que sua sanidade lhe abandonou.

Seu braço rodou a cintura fina de Sakura e a puxou para frente, sua outra mão foi para a fenda do vestido, segurando a coxa da Haruno e a puxando para cima, encaixando-a em seu quadril, fazendo-a gemer entre seus lábios. Não tinha tempo, tinha pressa e vontade, sua mão apertava a coxa de Sakura com vontade, enquanto ela puxava seus cabelos enquanto seus lábios sugavam os seus.

Soltando a coxa de Sakura, o moreno abandonou aqueles lábios que o fazia delirar e curvando-se um pouco, pegou a Haruno no colo colocando uma mão na cintura e outra na curva do joelho, fazendo-a soltar um riso alto após o grito de susto. Sorriu abertamente ao sentir os dedos de Sakura tocar-lhe o rosto carinhosamente, como se quisesse guardar aquele momento.

Sentiu Sasuke lhe colocar deitada sobre a cama e vir em sua direção, alisando seu rosto e lhe encarando intensamente, era difícil não sorrir de felicidade diante daqueles olhos negros. Suas mãos pequenas tocaram-lhe os ombros e começaram a retirar o paletó, jogando-o ao lado da cama, para depois passar para o colete com botões abertos e retirá-lo, tendo o mesmo destino do paletó.

Ajudava as mãos ávidas de Sakura a tirar aquelas peças de roupas tão incomodas, apoiou as mãos uma de cada lado do rosto da rosada e a encarou, encontrava-se entre as pernas torneadas da mulher e o salto da mesma estava espetado sobre o colchão. Quando foi para aquele casamento não esperava terminar sua noite daquela maneira. Seus olhos estavam sobre o de Sakura, tentando entender o que se passava ali.

Sim, eles recomeçariam daquela maneira? Não sabia, não tinha mais certeza, tudo que envolvia aquela mulher ele não tinha certeza, apenas agia por impulso ao seu lado, e por este motivo se encontrava naquela cidade, por este motivo tinha passado por tudo aquilo para chegar a aquele exato momento.

— O que foi? – A voz doce de Sakura e sua mão pequena tocou-lhe o rosto, despertando-o.

— Nada. – Respondeu e aproximou seu rosto ao menor e beijou-lhe a ponta do nariz.

A risada doce de Sakura invadiu seus ouvidos com a atitude, jogou o corpo contra o colchão e encarou o teto, ele a queria, queria-a mais do que tudo, então porque, ele achou que deveria ir com calma? Suspirou e passou as mãos no rosto, tentando colocar em ordem seus pensamentos. Enquanto Sasuke tinha seu momento confuso, Sakura o olhava atentamente, ela bem sabia que eles deveriam ir com calma, mas eles já tinham passado por tanta coisa.

Sentou-se na cama e desabotoou a sandália, retirou os brincos, o colar, a pulseira e ficou apenas com o anel que Sasuke havia lhe dado, deitou-se ao lado do Uchiha novamente e o abraçou pela cintura, fazendo-o lhe olhar.

— Não pense muito, apenas deixa rolar. – As suas palavras foram suaves, mas seguras.

Sasuke segurou o rosto pequenos de Sakura entre suas mãos e a beijou, como nunca havia beijado, era suave e firme, como se quisesse transmitir ali todos os seus sentimentos, e a Haruno correspondeu à altura. Quando havia decidido se jogar naquele momento e sentimento com Sasuke, esqueceu-se de todos os seus medos ou inseguranças, só queria ser feliz ao lado dele. Seus dedos puxaram o Uchiha para si pela gravata e enroscou uma perna na cintura do moreno, aprofundando o beijo e deixando o corpo dele sobre o seu.

O desejo nublou sua visão, tudo parecia perde o sentindo quando estava nos braços de Sasuke, não queria pensar, não queria esperar, estava com medo de tudo isso se acabar e ela acordar, por mais que soubesse que estava apressando as coisas, ela sentia necessidade de saber se tudo aquilo era real, que o que ela viveria agora, era real.

Sentia-se confuso, mas, ao mesmo tempo, seguro do que queria, e o que queria atendia pelo nome de Haruno Sakura, a mulher que havia despertado nele um desejo insano de ser feliz, de fazer alguém feliz. Estava mais do que entregue.

Eles se queriam, e nada e nem ninguém atrapalharia este momento.