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História Mukadderat - Bir


Escrita por: Amy_Rattlehead

Notas do Autor


FINALMENTE

Essa fic foi inspirada na fanart da @/da_dnee do Twitter e eu tô muito emotiva de postar ela oiajioasjci
Então, tentei fazer minimamente fiel ao tempo em que se passa, mas é muito difícil encontrar informações sobre como era a vida das pessoas durante esse período. Caso haja alguma incoerência, peço que relevem.
Além disso, a fic é beeem soft, sem grandes pegações.
Mukadderat significa "coisas que estão destinadas".
BOA LEITURA!

Capítulo 1 - Bir


A província estava em festa. Por todos os lados que olhava, Luffy via um fluxo intenso de pessoas, que carregavam cestas com frutas, alimentos variados, tecidos limpos, e, claro, vinho de alta qualidade. Só que não havia desordem. Todos rumavam para a mesma direção, em uma marcha lenta e contínua iniciada ao nascer do Sol.

Sol este que estava alto no céu naquele momento, mas a caminhada não havia cessado. Isso porque o novo Sultão precisava do melhor, e ainda não estavam nem perto de levar o suficiente ao palácio.

— Levanta! Vem ajudar! — Dadan, a mãe de Luffy, ralhou com o jovem rapaz sentado na soleira da porta, feita de madeira gasta e antiga. Luffy fechou a cara e desviou o olhar enquanto a mãe se espremia para passar por ele e entrar em casa.

— Não quero.

— Não tem que querer. Vamos!

Luffy se levantou. O chão da cozinha e o chão da rua não tinham a menor diferença. Eram de terra batida, que ficava no ar por um tempo depois que alguém passava pelo assoalho. Os móveis - uma mesa e três cadeiras, Dadan estava mais do que habituada a comer no chão - eram feitos do mesmo material da soleira, talvez até mesmo um pouco mais antigo e tudo ali dentro tinha um tom monocromático de marrom que fazia saltar aos olhos o vermelho vivo do tecido caro com o qual Dadan enchia uma cesta.

— Pra que é esse pano aí?

— Para as vestes das futuras concubinas do Sultão.

— Por que não deixa isso pra gente usar?

Dadan suspirou. Desde muito pequeno, Luffy sempre foi curioso, e os vizinhos elogiavam esse traço de sua personalidade. Dadan não imaginou que tal curiosidade, tão estimada, pudesse ser fonte de tanto aborrecimento.

— Porque isso não faz parte do nosso mundo, Luffy. Agora vamos!

Era sempre a mesma resposta. Luffy cruzou os braços, muito irritado. Ace e Sabo trabalhavam o dia todo fazendo cerâmica em uma tenda perto dos limites da província, e sempre sobrava para ele a tarefa de lidar com o que quer que fosse que Dadan inventasse de fazer.

Naquele dia, Dadan queria agradar o novo Sultão.

— Pode ir na frente. — Luffy fez uma careta. — Vou comer primeiro e já vou.

Se dando por vencida, Dadan pegou a cesta e saiu, seguindo novamente a marcha até o palácio. Era sua terceira viagem de ida no dia, e Dadan supôs que, provavelmente, não sairia da cama no dia seguinte por causa de dores nas pernas. Resignada, começou a caminhar, deixando um Luffy indignado para trás.

Ainda irritado, foi até o armário e descobriu que a única coisa que tinha para comer era um pão velho, que teria se despedaçado inteiro se fosse apertado. O humor de Luffy piorou consideravelmente; a cesta de literalmente qualquer provinciano que rumava ao palácio tinha comida muito melhor do que aquilo.

— Comendo pão com lágrimas, Luffy?

Luffy se virou, muito bravo, deparando-se com Nami, muito bem vestida, toda de branco com uma saia esvoaçante, que estava sentada na cadeira aos frangalhos. Ela era realmente discreta como uma gata.

— Quase isso. — Luffy bufou. — Que roupa é essa?!

— Vou ao palácio. O Califa estará lá, além dos Sultões de outras províncias. Me parece uma ótima chance de conseguir algum dinheiro.

Nami tinha aquele talento de ludibriar as pessoas. Luffy sabia que a fama de “gata ladra” dela não era desmotivada; Nami já havia passado mais homens para trás do que Luffy seria capaz de contar.

Luffy mordeu novamente o pão, muito desanimado. Estava a ponto de pedir que Nami se lembrasse da boa e velha amizade deles, e lhe trouxesse um pouco de carne como demonstração de apreço. Até que seus olhos recaíram sobre a seda que Dadan havia deixado no cesto. Ela havia optado por cuidar dos tecidos, porque tinha certeza de Luffy comeria todos os alimentos antes que pudesse pensar em levá-los, e Luffy, até então, estava somente inconformado com a situação.

Até aquele momento.

— Nami, eu vou com você.

— O que?

— Vamos juntos. Quero comer uma comida boa.

Os olhos de Luffy estavam brilhando e Nami se sentiu culpada. Não queria estragar o momento do melhor amigo de um jeito tão cruel, mas seria ainda pior se deixasse ele se iludir.

— Você sabe que eu vou me passar por odalisca, não sabe?

— Sei. Eu também vou!

Ele estava sorrindo. Nami escondeu o rosto com as mãos, querendo muito ter o dom de voltar no tempo e nunca ter ido à casa de Luffy naquele dia.

— Não importa o que eu diga, você não vai desistir, não é?

— Não.

— Você sabe que precisa ser mulher para ser odalisca, não sabe?

— Sei, mas eles não sabem que sou homem!

Embora estivesse muito animado, Luffy falava sério. Era sua chance de ouro de descontar um pouco de toda a desigualdade que via em seu cotidiano - com Ace e Sabo trabalhando exaustivamente e ainda não terem o suficiente nem para comer, enquanto o desgraçado do Sultão recebia tudo do bom e do melhor sem precisar sair do lugar.

Admitindo precocemente a derrota - nunca conseguia dobrar a teimosia de Luffy -, Nami se levantou.

— Pegue os tecidos. Vamos pedir para Vivi tirar suas medidas.

 

[...]

 

— Você precisa pensar no futuro, no seu legado. Quanto mais concubinas tiver, mais rápido será até que consiga um herdeiro para sucessão.

— Eu mal consigo cuidar de uma criação de porcos e estou assumindo a província, Penguin. Acha mesmo que tenho interesse em ter um herdeiro agora? Além disso, meu título não foi herdado. A província pode perfeitamente escolher outro Sultão depois que eu morrer.

Penguin pareceu murchar, como se alguém puxasse todo o oxigênio de suas células.

— Você pensa demais, Law.

— Só estou dizendo a verdade.

Penguin se levantou da cadeira de espaldar alto, disposta ao lado do trono do Sultão no centro do saguão principal do palácio. Depois de uma exaustiva conversa com seu amigo de longa data e mais novo membro da nobreza do país, precisava mesmo se alimentar. Law não fez objeções, e se concentrou em saudar aqueles que vinham lhe parabenizar.

Era até mesmo entediante.

Se tornar Sultão aos vinte e seis anos não era uma tarefa simples, especialmente porque Law era, até então, um médico de alta patente das Forças Militares. Ele não tinha a mínima noção de como proceder politicamente na província, e o excesso de pensamentos sobre o assunto tornava a festa ainda mais desinteressante.

Estava distraído, com o copo de vinho na mão, quando um detalhe, em meio a tantas pessoas belas e a tanto luxo, chamou sua atenção. Havia uma candidata a odalisca perto da mesa do banquete, e Law via, a cada cinco minutos em média, uma grande quantidade de comida desaparecer para além do véu vermelho que cobria seu rosto.

Curioso, Law analisou o corpo da jovem. Não era do tipo que se encantava por algo tão superficial quanto a beleza exterior, mas precisava admitir que aquela figura peculiar era, de longe, a única coisa que chamava sua atenção em todo o cenário.

— Penguin. — Chamou. Seu amigo, que conversava com uma linda ruiva de vestes brancas, pulou de susto e se aproximou.

— O que houve?

— Peça à moça de vermelho que está próxima à mesa que me encontre no quarto. — Disse com seriedade e Penguin ficou boquiaberto. Ele literalmente havia acabado de falar que não tinha interesse em relações casuais!

Inconformado, Penguin seguiu com os olhos a direção para qual Law se voltava. Não precisou de dois segundos para entender o ponto.

— Você sabe que é um homem, certo?

Law sorriu e se levantou.

— É, eu sei.

E saiu em direção aos aposentos da nobreza à qual agora pertencia.


Notas Finais


BTW essa fic também tá completinha no meu drive, podem acompanhar sem medo de atrasos *-*


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