As luzes se ascendem e eu acordo olhando para o teto e ouvindo algumas vozes que devem estar vindo dos quartos debaixo, meu cabelo loiro está meio desarrumado e como não a nenhuma forma de arrumar, o jeito é arrumar com as mãos mesmo, não sei se terei coragem de sair daqui, e conseguir agir normalmente, será muito difícil para mim daqui por diante, e não a ninguém aqui que eu tenha muito vínculo. Qual será o objetivo desse treinamento? matar cada um que queira desistir? ou matar todos nós..
_Posso entrar?- diz Christian.
_Claro.- diz Anahí sem olhar para ele na porta.
_Primeiramente bom dia, e me desculpe por ter falado aquilo ontem.- diz ele- foi bem egoísta da minha parte.
_Não precisa pedir desculpas.- diz ela- já passou, não é mesmo?
_É, o corpo não está mais lá embaixo alguém deve ter retirado e limpado o chão enquanto todos estavam em seus quartos.- diz Christian seriamente- então se você quiser eu posso dividir meu café da manhã com você.
_Você realmente não gostaria que eu aceitasse- digo dando um pequeno riso.
_Tá então até mais ver senhorita Any.- diz ele saindo do quarto.
Já me decidi, talvez eles tenham razão já acabou, não a nada a ser feito, e preciso me manter de cabeça erguida e seguir em frente, saio do meu quarto e tento forçar um sorriso em meu rosto mas acho que ainda não consigo. Todos estão sentados em um círculo e por incrível que pareça, todos estão tomando café da manhã que seria bolachas e uma latinha que tem leite ao que posso observar, mas tenho certeza que não fui convidada então dou meia volta na escada.
_Ei não vai ver se juntar a nós?- indaga Gastão.
_Eu não faço parte desse nós.- diz Any rapidamente.
_O café é para todos por hoje.- diz ele.
_Tudo bem..- digo voltando para perto do círculo e sentando próxima de Alfonso.
_Seja bem vinda ao primeiro café da manhã.- diz Christopher.
_Como você está?- pergunta Alfonso me deixando surpresa.
_Estou bem, eu acho, e você?- digo com certo rubor em minhas bochechas.
_Também, e depois gostaria de conversar a sós se não tiver problema.- diz ele me olhando com suavidade.
_Não tem problema algum, depois conversamos.- digo iniciando meu café da manhã.
_Você não toma leite?!- pergunta Dulce.
_Dulce deixa ela- diz Maite sorrindo.
_Eu não gosto de leite, ainda mais em uma lata de refrigerante.- diz Any conseguindo sorrir um pouco.
_Então do que você gosta por aqui?- pergunta Christopher quase me fazendo engasgar porque percebo que ele não está se referindo a coisas materiais.
_Eu não gosto de quase nada desse treinamento.- digo mudando o rumo da conversa.
_Isso pode ser um ponto fraco, pois isso é um jogo, e temos que chegar até a gostar dele para podemos jogar.- diz Gastão.
_Como será que você pode ter essa certeza.- digo sem pensar e não me arrependo.
_Eu me pergunto o mesmo.- diz Alfonso.
Não a mais nenhuma pergunta e nem resposta e todos continuam a comer e quase todos a beber aquele leite em lata, somente eu e Alfonso não bebemos, então posso deduzir que ele tem gostos quase iguais ao meu, já se deve ter passado uns 4 dias aqui ou mais, é difícil saber o tempo quando não se tem nem se quer um relógio. eu olho para o teto e vejo que tem com se fosse um círculo assim como o do chão, mas deve ser apenas parte da estrutura daqui.
_Já terminou?- pergunta Alfonso.
_Sim já estou satisfeita, obrigada Gastão.- diz Any se levantando.
_Por nada jovem princesa de olhos azuis.- diz Gastão com um sorriso perverso.
_Vamos no meu quarto.- diz ele pegando em minha mão, fazendo todos olharem e principalmente Christopher que olha para mim com certa dúvida, dúvida da qual eu tenho certeza que não poderei resolver.
Entramos no quarto dele e ele me encara por um momento até que fala.
_O que você quer nesse jogo?- diz ele.
_Eu não sei muito bem aquilo que é melhor para mim.- digo saindo de seu olhar penetrante.
_Nem eu sei, mas sinto que preciso encontrar aquilo que realmente me traz felicidade.- diz ele baixinho.
_Talvez você já pode ter encontrado, mas prefere não enxergar.- digo agora voltando a olhar para ele.
_E você também já encontrou aquilo que te faz bem?- diz ele se desviando da minha indireta.
_Já sim mas não sei se realmente estaria fazendo algo certo.- digo o encarando penetrantemente também.
_E se você se arriscar e descobrir.- diz ele se aproximando de mim, enviando uma onda de arrepio com a sua aproximação.
_E se eu já estiver me arriscando.- digo sem conseguir olhar mais para ele.
_Espera, olha todos estão dormindo.- diz Alfonso olhando por fora da porta.
Eu saio pela porta e é verdade todos estão dormindo como se tivessem sidos enfeitiçados, seja lá o que acabou de acontecer aqui não é nada bom, parecem mais estar desmaiados, olho para Alfonso que também os observa e do nada fala:
_Olhe para o teto.- diz ele olhando para mim.
_Oh meu Deus...- diz Any ao olhar para o teto e ver que ele esta "caindo" devagar direto no chão, com a mais pura intenção de esmagar todos que estão deitados no chão e provocar um extenso rio de sangue e ossos.
_Não tem solução!- quase grita ele.
_Sim tem! precisamos colocar todos em um só quarto agora mesmo e rápido.- digo esperando que ele também faça isso.
_Tudo bem mas eu acho que não vai dar tempo.- diz ele começando a andar até onde está Maite.
_Aqui não temos tempo, mas dessa vez, tem que dar tempo.- diz Any...
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