Guto
Estava sentando em um dos bancos do Cora, espera a Benê. A aula já tinha acabado é nada dela aparecer. Será que eu nem vi ela passar? Eu devo está no mundo da lua mesmo, e Benedita é a causa disso. Aqueles meus julgamentos sobre ela quando eu a conheci era um equívoco. Achava que ela era uma garota “mimada”, “esquisita” e “egoísta”, mas na verdade ela não é nada disso; a Benê é a garota mais encantadora, doce e inteligente que eu conheci. E quando eu aceitei a verdade dos meus sentimentos por ela, tudo ficou colorido. Os meus sonhos e pensamentos começaram a girar ao redor dela.
Cansei de esperar. Resolvi ser ousado e bater na porta da casa dela. Eu estava desejando que a Benê abri-se a porta, mas no fim, que abriu foi a mãe dela.
Josefina: Oi, quem é você?
Guto: Oi, eu sou Guto, amigo da tua filha. Por acaso ela está em casa?
Josefina: Estranho, a minha filha nunca falou de você.
Guto: Nós somos amigos a pouco tempo.
Josefina: A sim. - ela não conseguiu esconder a falta de confiança que tinha sobre ele – Bom, a Benê não está em casa agora, foi correr, mais se quiser passar aqui mais tarde.
Guto: Ok, muito obrigado.
Josefina fechou a porta e Guto saiu correndo para a calçada.
Guto: Como diz o ditado, precisamos correr atrás das coisas que nós queremos.
Ele foi rua por rua, até que conseguiu encontrar Benedita.
Guto: Posso correr com você?
Benê: Você está por acaso me perseguindo?
Guto: Um pouco. Mas eu prometo que assim que você conversar comigo eu sumo da sua frente, isso se você quiser, é claro.
Benê: Está bem, vamos sentar ali naquele meio fio.
Eles se sentaram.
Benê: Pode falar!
Guto: Bom, eu vou ser direto. Tem alguma esperança de nós dois ficarmos juntos?
Benê: Guto, isso é muito confuso pra mim, sabe? O convivo social ainda é algo novo para mim, e por vezes, difícil. E ainda tem a minha falta de confiança para estragar tudo...
Guto: Ei, é normal as vezes não ter confiança nos outros. Algumas pessoas eu não confio também, nem se deve confiar na maioria. Eu sei que você não me conhece bem, mas eu juro que não que te fazer nenhum mal.
Benê: Com certeza, não se deve confiar em todo mundo. Só que também tem o meu passado, que muitas vezes me condena. Guto, eu passei por tantas coisas e...
Guto: Mas você conseguiu superar todas elas, e está aqui, forte.
Benê: Não todas, alguns problemas continuam na minha vida.
Guto: Desculpa, foi maneira de falar. - eles ficou pensando nas palavras certas para poder falar a ela – Eu quero dizer que eu estou aqui se precisar de mim, podemos começar com calma, se você quiser. Tudo que eu desejo é que um dia você destrói essa muralha ao redor de si.
Benê: Eu não tenho uma muralha ao redor de mim.
Guto: É maneira de expressão. Então, o que você me diz?
Benê: Nós podemos começar só como amigos?
Guto: Claro, ser amigo seu já está de bom tamanho para mim.
Os dois sorriram.
Benê: Ok. Eu vou dar uma chance para você!
Guto: Oba!
Benê ficou pensativa.
Benê: Guto, quando você descobriu que tinha algum sentimento por mim?
Guto: Tá falando sério?
Benê: Eu estou perguntando sério.
Guto: Bom, eu sonhei com você. - ele notou a expressão alegre de Benê - Nós dois, no sonho, estávamos nos divertindo juntos, e foi ai que eu descobri, que no fundo, eu gostava de você.
Benê: Credo! Você sonhou comigo.
Guto: Sonhei. E foi um sonho lindo.
Benê: Faz tempo que eu não me lembro de um sonho.
Guto: Mas comigo você vai se lembrar de todos.
Benê: É impossível, como você pode entrar nos meus sonhos?
Guto: Eu dou um jeito.
E riram.
Benê: Vamos correr?
Guto: Já?
Benê: Uhum.
E saíram correndo.
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Lívia
Porque eu sou tão burra? Acreditei no Rafael, fui manipulada por ele, e quase fui abusada. Ainda por cima tem a facção, porque eu entrei na facção? Eu só podia estar louca no momento em que eu aceitei isso! Agora não tem como voltar atrás. Eu faço tudo errado. As vezes tenho vontade de me jogar de um precipício, mas eu não posso desistir da minha vida. Benê sempre me disse que pra tudo tem uma solução, e espero que ela esteja certa!
Depois de refletir muito, fiz o que ela me aconselhou. Fui até a polícia denunciar o Rafael e a sua facção. Pedi para que fosse uma denúncia anônima, assim não iria dar sujeira para o meu lado. A polícia agradeceu a minha denuncia e eu sai da delegacia. Andei um pouco por algumas ruas da cidade, e numa sorveteria, encontrei a Benê e o Guto sentados, tomando sorvete. Ai, que saudade eu tenho da minha amiga, das nossas conversas, de tudo. Errei muito com ela, eu sei, mas agora eu quero consertar todos os erros que eu cometi. Só de lembrar tudo que eu fiz ela passar, as vezes... as vezes me dá um enraivecimento de mim mesma. Eu espero poder consertar tudo que eu errei.
Estava indo para a minha casa, mas algo me puxou e me impediu de eu continuar andando.
Rafael: Tá fugindo de mim gata?
Lívia: Me larga Rafa!
Rafael: Nós temos que terminar aquela nossa conversa né?
Lívia: Me solta!
Rafael: Eu estava morrendo de saudades de você!
E a beijou profundamente. Um beijo que deixou Lívia com muito nojo.
Rafael: Vamos terminar essa conversa em outro lugar, vamos!?
Lívia: Eu nunca vou ficar com você!
Rafael: Deixe de frescura Lívia. Se não...
Lívia: Se não o que? Vai me bater?
Rafael: Está me dando uma vontade se você não parar quieta!
Lívia: Me larga!
Lívia conseguiu alcançar os bolsos de sua jaqueta, e pegou um estilete. Lívia sempre leva junto com ela caso algo ruim acontece-se. Ela fincou o estilete na barriga de Rafael, que começou a gritar de dor.
Rafael: Aí!
Lívia: Me deixa em paz, e nunca mais apareça na minha frente! - falou com raiva.
E correu para casa.
Rafael ligou para o hospital, e também para os seus amigos para lhe oferecerem ajuda. Ficou sangrando, deitado no chão, esperando a ambulância chegar.
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Benê
Aquela tarde estava agradável. Corremos por 3 km; eu correria mais, só que o Guto acabou se cansando mais cedo do que eu esperava.
Guto: Já chega Benê. Eu tô cansado!
Benê: Mas já? Só corremos por 30 minutos.
Guto: Eu tô exausto! Benê, a gente bem que podia tomar um sorvete né? Pra resfriar. O que acha?
Benê: Não sei não! Eu não tenho dinheiro agora.
Guto: Pode deixar que eu pago!
Benê: Não! Imagine, eu não posso deixar você pagar tudo.
Guto: Só desse fez Benê. Ok?
Benê: Está bem. Vamos tomar sorvete!
Os dois chegaram numa sorveteria que se localizava perto do Cora e do Colégio Grupo. Eles foram se servir.
Guto: Qual sorvete você vai pegar?
Benê: Eu não sei! É tanto sabores que eu nem sei qual eu escolho. O que você vai pegar?
Guto: Dois amores.
Benê: Hummm, legal. Eu vou pegar então o de sensação.
Guto: Sensação é tão bom.
Benê: Então porque você não pega?
Guto: Hoje eu prefiro dois amores.
Eles se serviram e foram para uma mesa.
Guto: Hummmmm! Tá muito gostoso, sério.
Benê: O meu também está ótimo! - comeu mais um pouco de sorvete.
Guto: E como vai à escola?
Benê: Você não viu ela hoje não?
Guto: Não! Eu quero perguntar como estão suas notas na escola?
Benê: Estão excelentes! E as suas?
Guto: Indo!
Benê: Indo pra onde?
Guto: Pro 0.
Benê: Como você vai conseguir passar de ano desse jeito?
Guto: Dou um jeito! Na real, eu nunca achei o estudo tão importante quando eu era mais novo. Mas agora que eu estou no ensino médio, tá complicado!
Benê: E por que você não começa a estudar agora?
Guto: Porque eu não estou acostumado com isso. E por mas que os professores são ótimos, eu não consigo sabe!?
Benê: Em quais matérias você precisa de mais ajuda?
Guto: Todas, menos educação física.
Benê: Você quer algumas aulas? Eu posso te ensinar algumas coisas!
Guto: Você faria isso por mim?
Benê: Já estou fazendo né. Não disse que eu iria te ajudar?
Guto: Obrigada Benê! - ele pensou em algo – e para te recompensar por isso, eu dou aulas de piano para você. Pode ser?
Benê: Mas eu já vejo aulas pela internet.
Guto: A internet ensina mais o básico. Já eu, em pessoa, posso te ensinar tudo. E de graça!
Benê: Está bem! Você me convenceu.
Guto: Yesss!
Guto levou Benê até a lanchonete.
Benê: Então...Tchau. Até terça-feira, as 6 horas. Por favor, não se esqueça de vir pra cá.
Guto: Até esquisitinha. Benê, só mais uma coisa!
Benê: Por favor, não me chama de esquisitinha.
Guto: Foi mal, falei sem pensar. Enfim, eu poderia ter o seu número?
Benê: Pra quê?
Guto: Pra nós marcarmos nossos horários de estudo, e também as aulas de piano.
Benê: Está bem!
Benê passou seu número para Guto, e depois disso se despediram.
Ela ficou parada na frente na lanchonete. Com uma cara de boba, vendo Guto ir embora. Mas se assustou quando a Keyla apareceu no seu lado de repente.
Benê: Nossa, que susto Keyla!
Keyla: Eu perdi alguma coisa?
Benê: Sim! Você perdeu as aulas de hoje, as de ontem e as...
Keyla a interrompeu.
Keyla: Eu não estou falando da escola Benê! - e riu – estou falando de você e do Guto.
Benê: O que tem?
Keyla: Vocês estão ficando bem próximos né?
Benê: Um pouco. Fiz o que vocês me aconselharam. Deu uma chance para o Guto!
Keyla: Então vocês estão ficando?
Benê: Não! Só somos amigos.
Keyla: Uma amizade bem colorida essa de vocês dois! - ela esperou alguns segundos e falou de novo – Vou te dar mais um conselho Benê. Se eu tivesse um pretendente desse eu não doava, não cedia e nem emprestava.
Josefina foi para perto da filha.
Josefina: Vamos Benê?
Benê: Sim, vamos.
Josefina: Depois eu quero saber quem era aquele rapaz que bateu na porta de nossa casa!
Benê: O qu...
Benê ouviu uma voz chegando na lanchonete. Era o seu avô e o seu tio.
Josefina: Pai, o que o senhor está fazendo aqui?
Vovô: O senhor irmão pediu para eu vir aqui, dar uma passeada.
Tio: O papai precisa respirar novos ares.
Josefina: Isso vai fazer muito bem para a sua saúde!
Vovô: Depois de tudo que vocês me fizeram passar na época de suas adolescências, acho que eu sou imortal!
Tio: Pai!
Vovô: O que? E verdade. Benedita, sabia que a sua mãe aprontava um monte quando tinha a sua idade?
Benê: O que você fazia mãe?
Josefina: Bobagens de adolescência filha, nada demais.
Vovô: Ela só me metia em confusão.
Josefina: Vamos mudar de assunto! Bom, pai esse aqui é o Roney. Roney, esse ai é o meu pai.
Roney: Prazer em conhecê-lo. Senhor?
Vovô: Kleber. Kleber de Oliveira. O que você é da minha filha?
Josefina: É só um amigo pai.
Keyla cochichou nos ouvidos de Benê.
Keyla: Mas uma amizade colorida!
Vovô: A sim. Bom, alguém poderia me servir um chá?
Roney: Claro! Valdemar, você poderia trazer um chá de...
Vovô: Hortelã!
Roney: Hortelã!
Depois de conversarem mais um pouco, Benê e Josefina foram para casa.
Naquela noite, Benê pensava no Guto e no conselho que a Keyla lhe falou.
Flashback:
Keyla: Se eu tivesse um pretendente desse eu não doava, não cedia e nem emprestava.
Deixou os seus pensamentos para trás. E os sonhos começaram a invadir a sua mente.
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