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História Muteki - A promessa dela


Escrita por: plutoniana

Notas do Autor


Gente, mil perdões pelo atraso para postar esse capítulo. Eu travei na hora de desenvolver uma das cenas e só consegui fazer isso hoje. Vou explicar melhor nas notas finais para não dar spoiler pra vocês logo aqui, né?

Boa leitura!

Capítulo 5 - A promessa dela


Fazer aulas de História foi provavelmente a melhor decisão que tomei desde a prisão de Sasuke. A faculdade mantém minha mente ocupada com outros tempos, outras civilizações, outras personalidades. E assim, eu esqueço da minha própria história e dos próprios personagens que estão inseridos nela. Sasuke desaparece enquanto leio os textos da faculdade e mergulho em tempos passados. 

Estava sentada no balcão do bar tomando um martini enquanto terminava de ler um texto de História da Arte Moderna. Foi quando Ino se aproximou com um sorrisinho. 

— Ei, você tem um carro, certo? 

Subi meus olhos do texto para ela. 

— Tenho. — respondi desconfiada. 

— Não estaria a fim de ir comigo e umas amigas numa balada em Nagoya? — ela sugeriu com cautela mas meio empolgada. 

— Não gosto de festas. 

— Não é uma festa. É uma balada. — ela argumentou. — Você poderia ficar como sempre faz aqui, no balcão do bar no seu cantinho. Nós ganhamos entradas mas precisamos de alguém para nos levar.

Me perguntei internamente desde quando dei intimidade para ela ir se oferecendo para ganhar uma carona até outra cidade. Mas acho que isso faz parte da personalidade dela. A cara de pau em se oferecer para ganhar benefícios dos outros. Eu gostaria de ser assim. Talvez eu realmente precisasse desse tipo de companhia para me influenciar a se relacionar com as pessoas novamente. Andar com Ino talvez me ajudasse a superar a cautela de conviver novamente com outros seres humanos. 

— Onde você disse que era? — perguntei.

— Nagoya. 

A prisão de Sasuke fica em Nagoya. Eu estivera lá poucos dias atrás. 

— É muito contramão. — respondi querendo pular fora. 

— Por favor, Sakura. Eu pago a gasolina. E pago sua conta no bar quando estivermos lá. — ela estava implorando. — Realmente precisamos de uma carona. 

— Fica onde exatamente? 

— No centro de Nagoya. 

A prisão de Sasuke ficava nos arredores, o que significava alguns quilômetros de distância do desgraçado. 

— Quando é?

— No sábado à noite. 

Ponderei um pouco. Que tipo de pessoas se conhece em festas badaladas? Com certeza, não gente com quem valeria a pena se envolver. Dependendo do lugar, talvez rolasse muita droga e sexo, coisas que eu não tinha o menor interesse a longo prazo mas que talvez fosse bom ter durante uma noite qualquer e tediosa. 

— Certo. — respondi fazendo abrir um sorriso enorme no rosto da mulher atrás do balcão. 

— Muito, muito obrigada mesmo! Vai ser muito divertido, você não vai se arrepender. — ela garantiu empolgada.

Duvido muito disso. 

#

Eu me lembro de cada dia dos três anos em que estive com Sasuke, no entanto, acho que os dias onde consigo lembrar de cada mínimo detalhe são o primeiro e o último dia. 

O primeiro dia do cativeiro eu consigo me lembrar porque pensei que aquele seria meu último dia de vida. 

Tinha ido para aquela ponte preparada para o que estava por vir. Estava preparada para morrer. Já tinha até contado a quantidade de dias que tivera até então. Seis mil quinhentos e setenta e três dias. Eu morreria com essa quantidade de dias.

Vi o sol nascer seis mil quinhentas e setenta e três vezes, e estava pronta para não ver mais uma vez. Era meu presente de aniversário para mim mesma. 

Parabéns, você está fazendo dezoito anos! Hora de morrer e se libertar! 

Depois de atravessar a grade e ficar parada ali, olhando para os quarenta metros de altura até aquele rio lá embaixo, respirei fundo sabendo que nunca mais teria que ver meus pais. Não estava feliz mas estava satisfeita. 

O que eu não sabia era que minha verdadeira prisão estava prestes a começar. O verdadeiro inferno do qual eu nunca mais seria capaz de sair. Estaria presa pelo resto da minha vida. 

Eu soltei a grade e deixei que meu corpo caísse, acreditando piamente que era o fim. 

Mas eu não caí. 

A última coisa que me lembro era de estar sufocando, pendurada pela minha roupa. E depois apaguei. 

#

Eu sabia que não tinha absolutamente nada parecido com Ino, então tentei o meu melhor para não destoar tanto dela e de suas amigas. Tentei passar uma maquiagem carregada mas era péssima passando até um rímel. No fim, só acabei ensopando meu olho de delineador preto e passei um batom escuro. A única saia que encontrei no meu guarda-roupa era uma preta parecida com uniforme colegial. Nada estilosa. 

Sinceramente, eu já queria desistir antes mesmo de começar a me arrumar. Minha vontade era de colocar um moletom, uma calça e apenas dar carona pra elas. Ficar no estacionamento da boate esperando a madrugada inteira até que saíssem para que pudéssemos retornar para Tokyo. 

Mas eu precisava disso, certo? Tentar passar uma noite como uma mulher de vinte e três anos normal. Que faz faculdade, sai com as amigas para baladas e volta bêbada pra casa depois de transar com desconhecidos. 

É, eu precisava disso. 

Às cinco da tarde, terminei de me arrumar e saí de casa. Peguei o carro e dirigi até o endereço que Ino tinha me entregado num papel. A casa do endereço em questão era bonita porém meio velha e muito mal cuidada. O jardim era uma verdadeira pocilga, tinha folhas mortas pra todo canto e parecia que fazia anos que ninguém varria ou limpava aquilo ali. O cheiro também não era lá muito bom. Provavelmente a casa era alugada e Ino não se importava nem um pouco com a propriedade. Ela era uma atendente de bar afinal, devia gastar mais da metade do salário com aluguel. 

Devo ter ficado uma meia hora parada na frente da casa esperando até quando Ino e mais umas três meninas saíram pela porta da frente, completamente arrumadas e estilosas. As roupas com certeza eram de grife e Ino deveria passar o resto do ano pagando parcelas por aquele salto-alto. A maquiagem de todas elas estava impecável, assim como seus cabelos. Vieram dando gritinhos de alegria até o carro e entraram. 

Ino me cumprimentou animada quando sentou no banco do carona. Ela apresentou suas três amigas no banco de trás entusiasmada, e não me dei ao trabalho de decorar seus nomes e muito menos seus rostos. Percebi que elas deram uma olhada longa em mim, talvez se perguntando internamente se ainda teríamos que parar na minha casa para que eu fosse me arrumar. 

No fim das contas, não era mesmo uma menina normal de vinte três anos. 

Nas três horas em que ficamos na estrada até Nagoya, iam todas conversando animadas apostando quantos caras cada uma ia ficar aquela noite, quanto de bebida iam aguentar e torcendo para que a iluminação estivesse boa o suficiente para tirarem umas fotos e os filtros ficassem bons. Eu fiquei calada a maior parte do tempo, fingindo estar prestando atenção na estrada e não dando indícios de que estava pensando no quão esquisita eu era.

Quando chegamos em Nagoya, fui diretamente para o centro da cidade e parei o carro num estacionamento perto da boate em questão. Foi só sair do veículo que Ino finalmente prestou atenção na diferença gritante das minhas roupas para as delas. Primeiro que eu não estava de salto, estava de coturno. Minha saia batia um pouquinho acima do joelho, enquanto as delas não chegavam nem na metade da coxa, e eu não estava usando um grande decote como elas nem mesmo nas costas. Minha maquiagem se resumia num delineador e num batom e meu cabelo só estava preso num rabo de cavalo. Por um curto segundo, vi os olhos de Ino ficarem assombrados com isso mas ela rapidamente disfarçou e sorriu animada. 

— Ok, vamos lá meninas! — ela anunciou depois de mexer na sua delicada bolsinha e pegar as entradas. 

#

Fui abrindo os olhos aos poucos e esperei minhas pupilas se acostumarem com a escuridão. Ao constatar uma dor de cabeça, meu primeiro pensamento foi: droga, eu estou viva. 

Ok, tinha calculado essa possibilidade. Podia acontecer, afinal de contas. Eles tinham conseguido me resgatar a tempo e me levado ao hospital. 

Mas por que aquele lugar não parecia em nada com um hospital?

Eu estava deitada numa cama de casal, e aparentemente esse era o único móvel do quarto. Olhei em volta confirmando isso. Nada nas paredes, apenas a porta e a janela, ambas fechadas. Estava escuro lá fora, então era de noite. Quanto tempo eu dormi? Horas? Dias? Meses? 

Respirei fundo absorvendo a dor de cabeça e só então percebi a coisa mais estranha até então: eu estava acorrentada na cama. 

Olhei pra cima vendo meus pulsos acorrentados na cabeceira da cama. Alguém tinha os enfaixado exatamente onde as correntes tinham sido enroladas. 

— O… quê? — minha voz saiu quase inaudível. 

Tentei puxá-los mas isso só fez as correntes fazerem barulho. Confusa e começando a ficar preocupada, minha mente começou a tentar descobrir razões e caminhos. 

Seria possível terem me levado para um hospício já que eu tinha tentado suicídio? Suicidas são imediatamente encaminhados para hospícios? Seria esse o motivo de estar acorrentada numa cama num quarto vazio? 

De repente, escutei sons fora do quarto. No corredor do hospício, hospital ou seja lá onde eu estivesse. Passos pesados. Um homem. Eu reconheceria isso em qualquer lugar, tinha aprendido a diferenciar passos furtivos de uma figura masculina graças ao meu pai e suas idas ao meu quarto. 

Com o coração acelerando pelo nervosismo, fechei os olhos e relaxei meu corpo.

Escutei a porta se abrindo e mais nenhum som. 

Não me movi. Mantive a respiração calma para que, seja lá quem fosse aquele cara, pensasse que eu ainda estava dormindo. 

Nenhum ruído sequer. Ele estava parado na porta olhando pra mim. 

Devemos ter ficado assim por quase um minuto antes de eu escutar a porta se fechando e os passos pesados se distanciarem pelo corredor. 

Abri os olhos e novamente estava sozinha. 

Olhei para as correntes e suspirei com o desespero que estava começando a se formar na boca do meu estômago. 

O que caralhos tinha acontecido? Onde eu estava? Quem era o homem no corredor? 

#

Ino desapareceu apenas dez minutos depois de entrarmos na boate. De vez em quando eu conseguia ver vislumbres dela na pista de dança ou beijando algum cara pelos cantos escuros. Me sentei sozinha no bar e tomei umas margaritas para ficar logo bêbada o suficiente para ter vontade de ir pra pista de dança ou algo assim. Mas não. Quando mais bêbada eu ficava, mais vontade tinha de bater em alguém. 

Um cheiro horrível de maconha começou a impregnar o ar e eu parecia ser a única pessoa no recinto a se incomodar com aquilo. Mesmo tendo um monte de avisos pelas paredes alertando para não fumar lá dentro, uns idiotas resolveram fumar uma porcaria que com certeza estava estragada. 

Comecei a sentir vontade de vomitar e as luzes loucas da boate estavam começando a fazer meus olhos arderem. Sabia que não podia sair porque não poderia mais entrar e acabaria realmente ficando sozinha no carro mesmo. 

Comecei a andar pelos cantos da boate, tentando encontrar um lugar onde eu pudesse respirar melhor mas o cheiro já tinha impregnado até mesmo nos banheiros. 

Foi quando encontrei uma escada que aparentemente levava para as salas vips lá de cima. Subi os degraus me segurando para não vomitar e tentando me manter acordada porque as luzes estavam fazendo minha visão ficar turva. Passei pelas salas vips e encontrei uma outra escadinha que dava numa porta destrancada. 

Girei a maçaneta e quase não acreditei quando saí no terraço da boate. 

— Puta merda… — respirei fundo absorvendo aquele ar puro e retomando o controle sobre meu corpo. Fechei a porta atrás de mim e dei alguns passos pelo terraço escuro, voltando a mim mesma ao inalar o o ar fresco da noite.

Me aproximei um pouco da beirada e observei a cidade sob o céu noturno. As luzes dos prédios vizinhos iluminando ao redor. 

— Não pode ficar aqui. — escutei uma voz masculina atrás de mim. 

Me virei e vi um cara sentado ali perto, encostado numa grade protegendo os tubos do ar condicionado. Estava fumando um cigarro normal. 

— Você é dono daqui, por acaso? — retruquei. 

Ele soltou a fumaça pela boca ainda me encarando. 

— Sou irmão do dono. — ele respondeu. 

Porra. 

— Foi mal. Eu não tava me sentindo bem lá dentro. — respondi e tudo o que eu queria era meu moletom para eu enfiar as mãos no bolso agora. — Já estou indo. 

— Como assim não se sentindo bem? — ele perguntou assim que me adiantei de volta para a porta. 

— Estão fumando alguma merda e o cheiro está insuportável. — expliquei dando de ombros. 

Meus olhos se acostumaram e pude finalmente vê-lo melhor. Era um cara ruivo, com olhos num lindo verde-água, destacavam-se mais por conta das olheiras enormes que ele tinha. Num primeiro momento pensei que ele fosse um daqueles caras góticos que passa sombra escura ao redor dos olhos, mas depois percebi que realmente eram olheiras. 

Me perguntei qual seria o trabalho desse cara. Ele devia trabalhar ou conviver num lugar bem estressante para ficar daquele jeito. 

Mas admito que as olheiras não o deixavam menos atraente. 

— Nesse caso pode ficar. — ele resmungou parecendo irritado. Não comigo, pelo menos. — Meu irmão nunca faz vista grossa quanto a isso. 

Olhei em volta procurando um lugar para sentar mas percebi que o único lugar onde era possível sentar sem ser perto a beirada era onde ele estava. Fui andando devagar na direção dele, e quando percebi que ele não se importou, me abaixei e sentei ali ao lado dele, perto da grade dos tubos.

Ele continuou inalterado, fumando seu cigarro e expelindo a fumaça pela boca. Por sorte o vento estava a meu favor e a fumaça estava indo na direção contrária. Ficamos olhando os prédios vizinhos na noite em silêncio por um tempo até ele quebrar o silêncio. 

— Você não é daqui, é? — indagou virando-se para me olhar. 

— Não. — respondi. — Tokyo. 

— Hm. — ele deu uma última tragada antes do cigarro terminar. — Tá fazendo o que aqui?

— Vim dar carona pra uma amiga. Ela queria que eu ficasse.

— Também não curte esse tipo de evento, né? — ele tirou um maço de cigarros do bolso e acendeu mais um. — Quer uma tragada?

Ponderei um pouco antes de aceitar. Puxei o ar pela boca sentindo o tabaco adentrar meus pulmões e esperei uns segundos antes de soltar a fumaça. 

Devolvi o cigarro e ele puxou uma garrafa de vodka que eu não tinha notado até então ali entre nós. Dei um gole quando ele me ofereceu e também devolvi. 

Voltamos a ficar em silêncio escutando começar uma música eletrônica lá embaixo. Pelo aumento do som, percebi que deviam estar estourando os tímpanos de todo mundo lá dentro. 

Virei o rosto levemente na direção dele para olhá-lo de novo, constatando com a pouca luz que ele realmente era muito bonito. Nessa mesma hora, ele me olhou. 

— Nossa. — ele disse parecendo surpreso. — Você é muito bonita. — ele tinha acabado de constatar isso já que tinha me olhado direito agora. 

— Valeu. — respondi.

Eu não teria feito isso se não fosse a bebida, provavelmente. As margaritas serviriam para alguma coisa.

Inclinei meu rosto na direção do dele e percebi que ele fez o mesmo. Fechei os olhos assim que nossos lábios se encontraram. Foi quase imediato quando relembrei a última vez que beijei alguém e rapidamente afastei Sasuke da minha cabeça. 

Escutei o cara ruivo mover o braço para apagar o cigarro e logo em seguida segurar meu rosto para aprofundar mais o beijo. Sua outra mão foi direto para minha cintura. 

Ok, tentei raciocinar. 

Isso é normal. Ele é bonito, eu posso ficar com ele. Estamos numa boate num sábado à noite. Não importa que ele é um desconhecido. Essas coisas acontecem. Eu tenho vinte e três anos e posso fazer isso. Estou numa boate, bêbada e beijando um cara gato num sábado à noite. 

Minhas mãos foram imediatamente para sua nuca quando senti ele me puxar para mais perto enquanto nosso beijo se aprofundava mais, embora continuasse igualmente lento. Sua língua se entrelaçava fortemente na minha. Algo no modo como as mãos dele me seguravam tornava difícil de respirar. 

Dava para sentir o gosto de tabaco no beijo dele, mas isso não me incomodou tanto pensei que aconteceria. O cara sabia beijar muito bem. Ou talvez eu só estivesse bêbada o suficiente para achar que qualquer contato humano fosse ótimo. 

Ele parou de me beijar e seus lábios foram até minha orelha. Senti seu hálito quente ali e me arrepiei. 

— … posso? — ele sussurrou no meu ouvido, logo em seguida mordendo meu lóbulo. Foi quando percebi que a mão dele estava na barra da minha camisa. 

— Claro. — respondi de volta e imediatamente senti a mão dele adentrar minha blusa e subir até encontrar meu seio direito. Os lábios dele desceram para o meu pescoço e percebi ele sorrindo contra minha pele quente ao constatar que eu não estava usando sutiã. 

Suspirei fechando os olhos ao senti-lo encher a palma da mão apertando meu seio. Ele começou a beijar e mordiscar meu pescoço. Minhas mãos agarraram fortemente seu ombro, amassando a jaqueta escura que ele usava. Ele me puxou para sentar em seu colo. 

Fiquei meio desapontada quando senti sua mão sair da minha camisa mas logo depois percebi o caminho que ele estava fazendo. Uma de suas mãos continuava agarrando fortemente minha cintura enquanto a outra apertou minha coxa de forma suave e os dedos foram deslizando pra cima. Segurei um gemido ao senti-lo tocar meu clitóris em cima da calcinha. 

Senti ele beijando meu pescoço de forma lenta e pensei na última vez que transei. 

Sasuke. Fingindo se importar. Fingindo que me amava. 

Que Ino seja louvada. Hoje eu vou me libertar de mais outra merda que esse desgraçado me fez. Vou fazer sexo com um desconhecido sem ter o menor sentimento e vai ser muito bom. 

Que se foda o sexo com sentimentos. 

Tateei ao lado até encontrar a garrafa de vodka e puxei para dar um gole. Ele parou por uns segundos me observando beber, parecendo ficar mais animado com a visão. Seus olhos fixaram-se nos meus, percebendo que eu estava entrando de cabeça naquilo. Em seguida pegou a garrafa da minha mão e deu uns goles também. 

Minhas mãos desceram até sua calça, onde desabotoei e baixei o zíper para poder enfiar a mão dentro da cueca. Fiquei surpresa ao já encontrá-lo duro mas feliz porque percebi que ele estava gostando. 

Ele colocou a garrafa ao lado novamente e seus dedos voltaram-se para minha calcinha. Ou melhor, para colocar a mão dentro da minha calcinha. Arfei ao senti-lo ir direto onde eu mais queria. Seus dedos começaram a incentivar meu clitóris, conseguindo me arrancar gemidos audíveis. 

— Pode gemer alto se quiser. — escutei-o sussurrando num tom de voz sexy. — Ninguém vai ouvir ou vir até aqui. 

Minha mão começou a fazer movimentos de vai e vem assim que coloquei o membro dele pra fora. Eu queria masturbá-lo direito mas não estava conseguindo me concentrar com o trabalho magnífico que ele estava fazendo dentro da minha calcinha. 

Ele não parecia se importar muito com esse fato, já que quando o olhei novamente, vi a satisfação e a luxúria em seu olhar ao constatar o efeito que estava causando em mim. Novamente o beijei, dessa vez de que uma forma mais violenta. Senti ele descer seus dedos até minha entrada e sorrir entre o beijo quando viu o quão molhada já estava. 

Voltei a segurar firme em seus ombros ao senti-lo enlaçar minha cintura com os braços e praticamente nos deixar colados. Novamente sua mão desceu até minha calcinha, dessa vez para afastá-la para o lado enquanto ele posicionava seu membro para entrar em mim. 

Minha racionalidade tinha desaparecido. Eu só o queria logo. 

Quando ele me penetrou, não aguentei e soltei um gemido alto. Minhas mãos agarraram seu cabelo ruivo bagunçado com força. O senti arfar quando minha intimidade o apertou. 

Eu já não conseguia mais pensar. Estava totalmente dominada por ele. Ele e seus dedos mágicos que haviam voltado ao meu clitóris. 

Constatei que ele não me queria em silêncio. Devia ser um daqueles caras que só se sente bem quando vê a mulher enlouquecendo nos braços. E bom… ele estava conseguindo. Era impossível não gemer sentindo o pau dele pulsando dentro de mim e seus dedos ainda massageando minha maior área de prazer. 

A outra mão dele agarrou meu maxilar, me puxando novamente para um beijo onde ele chupou e puxou meu lábio inferior. 

Enquanto eu descia e subia no quadril dele, ele dava estocadas firmes em mim, deixando tudo fantástico. 

E durante aqueles minutos em que estive nos braços daquele desconhecido, Haruno Sakura e seus vinte e três anos de merda deixaram de existir. 

Eu olhei pra cima quando o orgasmo chegou. Quando senti minha intimidade o apertando com força e os choques correrem por todo o meu corpo, olhei para o céu e me senti realmente entre as estrelas. Percebi que ele gozou junto porque o escutei gemer e arfar. 

Minhas mãos ainda em seu cabelo que me mantiveram na terra. Eu me sentia flutuando naquele terraço. Meu corpo inteiro relaxou novamente e acabei repousando a cabeça sobre o ombro dele, ainda ofegante e sentindo-o do mesmo jeito. 

Tabaco e sândalo. Senti esses dois cheiros no pescoço dele. O cheiro do cigarro que ele devia fumar frequentemente e o cheiro do perfume que ele usava. Lembrei de ter lido em algum lugar que homens que preferem perfumes com cheiros amadeirados como aquele geralmente são mais discretos, mais tranquilos. 

De fato, acho que ele realmente era uma pessoa tranquila. A maioria teria sido firme às regras do estabelecimento do irmão e me obrigado a descer do terraço de volta para dentro da boate. Ele pouco se importou. 

Quando me afastei e saí do colo dele, ele se ajeitou novamente, arrumando a cueca e fechando a calça. 

— Meu nome é Gaara. — ele disse e seu olhar voltou-se para encontrar o meu.— Qual o seu?

Perfeito demais para ser verdade. Que pena. 

— Ino. — respondi o primeiro nome que me veio à mente. 

— Você tem telefone, Ino? — ele disse pegando novamente aquele cigarro que tinha apagado. 

Realmente uma pena. 

— Tenho. 

Ele acendeu o cigarro e tirou o celular do bolso, me entregando para que eu salvasse meu contato. Não queria correr o risco dele ficar insistindo e eu ficar negando, então acabei digitando apenas números aleatórios e salvei. 

— Vou ver como minha amiga está. — anunciei ajeitando minha saia e levantando, já indo na direção da porta. 

Antes de entrar, dei uma rápida olhada em sua direção e percebi que ele me encarava com um sorrisinho no rosto.

Por que você tinha que estragar tudo, Gaara?

#

No meu último dia de cativeiro, aconteceram milhões de coisas. Sasuke me entregando a chave, a caminhada pela rua sozinha, a chegada na delegacia, dezenas de viaturas indo até a casa de Sasuke, horas e horas depondo sobre os três anos na casa de Sasuke. 

Ainda sentada na sala de depoimento, estava exausta depois de todas aquelas horas de gravação, perguntas e mais perguntas. Eles pareciam estar satisfeitos com meu depoimento sobre o cativeiro. Tinham saído da sala e me deixado sozinha com uma garrafinha de água e um sanduíche natural. Não toquei em nenhum dos dois, nervosa. Queria saber o que fariam com Sasuke. 

Eu já sabia que tinha algo de errado acontecendo com ele. Sabia porque uma semana antes tinha o visto chegar de madrugada em casa e ir direto para o banheiro. Silenciosamente espiei pela brecha da porta e o vi dentro do box ligando o chuveiro enquanto tentava tirar todo o sangue impregnado em si mesmo. 

Tinha algo muito errado com Sasuke e pela primeira vez em muito tempo, deixei de me sentir segura com ele. Foi por isso que passei a semana toda articulando e o bajulando até conseguir convencê-lo a me deixar sair para terminar com aquilo. 

Ainda não sabia naquele momento mas tinha feito algo histórico: tinha manipulado um psicopata. 

A porta se abriu e os dois investigadores que estiveram comigo nas últimas horas entraram, um deles carregando um livro de registros. Estranhei. 

— Vocês terminaram de falar com Sasuke? — perguntei nervosa. — Já descobriram o que aconteceu? 

Eles se entreolharam em silêncio. 

— Estão terminando o depoimento dele agora. — um deles respondeu e se sentou à minha frente. 

— Vocês descobriram o porquê dele ter ficado coberto de sangue na semana passada? — perguntei inocentemente. 

— Você não acha melhor esperarmos mais um pouco? — o que estava em pé perguntou. 

— Não. — o outro colocou o livro sobre a mesa, bem na minha frente. — Precisamos que veja isso.

Olhei de um para o outro, confusa. Olhei para o livro e minha mão trêmula se ergueu para abrir a primeira página. 

Tomei um susto ao ver que haviam fotos de uma cena de homicídio ali. 

— O que é isso? — perguntei assustada. — O que está acontecendo?

— São seus pais, Haruno-san. — o investigador à minha frente respondeu de forma firme. — Olhe atentamente. 

Horrorizada, cedi e olhei direito para a foto. Sangue. Muito sangue. Corpos jogados por cima da cama de casal. Era o quarto deles. Em casa. Eles foram mortos dentro de casa?

Já ia perguntar quando aquilo tinha acontecido quando vi a data no canto da página. Dois anos antes. Eu já estava com Sasuke. 

— Como… — minha voz saiu chorosa, horrorizada com aquilo. Virei a página e fiquei chocada ao ver outra cena de homicídio, mas era diferente. Uma pessoa apenas. Demorei um pouco para reconhecer porque além de estar enojada e nervosa, o corpo tinha sido muito brutalizado. Meu professor assediador. 

— Uchiha Sasuke está confessando os assassinatos na sala ao lado. — escutei um dos investigadores dizer mas não estava prestando atenção de fato. Não conseguia evitar olhar para as fotos. Fui passando as páginas assustada vendo outros homicídios, outras vítimas em outros lugares, com mortes diferentes, datas diferentes. Tudo nos últimos dois anos. 

Quarenta e nove vítimas no total. O último tinha sido Akasuna Sasori. 

Nunca tremi tanto quanto naquele momento, aterrorizada. 

Mortos. Tinham todos sido mortos. 

Todas as pessoas da minha vida. 

Não me restara ninguém. Apenas… Sasuke. 

Gritei sentindo um dor horrível com a sensação que me atingiu naquele momento.

Sozinha. Eu estava sozinha no mundo. 

Estava chorando alto, tremendo de desespero. 

A porta da sala se abriu e um outro policial da equipe de investigação surgiu, olhando para os dois que estavam comigo ali. 

— Nós terminamos. Ele confirmou tudo. — ele disse olhando pra eles. 

Levantei a cabeça, parando de imediato de chorar e olhei na direção dele mas não o vendo realmente. 

Sasuke. 

Sasuke!

Levantei de forma brusca e saí da sala empurrando quem entrasse no meu caminho. 

Dobrei um corredor e o vi, em pé enquanto um policial ajeitava as algemas em seu pulso, completamente calmo e tranquilo. 

— Sasuke! — gritei a plenos pulmões. 

Todos os presentes me olharam inclusive Sasuke. Vi em seu rosto que ele ficou nervoso ao me ver. 

Não lembro se andei ou se corri. Só lembro de me jogar sobre ele e começar a bater com toda a força. 

A delegacia inteira ficou parada em choque ao me ver gritando e batendo no maior serial killer que eles já conheceram enquanto ele ficou apenas ali, embaixo de mim e usando os braços para se proteger dos meus socos. 

Acertei a lateral de sua cabeça e isso o fez ficar meio desorientado, possibilitando que eu o acertasse no rosto finalmente. Bati sem parar no rosto que eu tanto tinha amado naqueles últimos meses. 

— Desgraçado! Desgraçado! — eu gritava a plenos pulmões, o ódio se espalhando pelas minhas veias e me consumindo. 

— Que porra é essa? Separem os dois! — o chefe de polícia chegou ao recinto gritando e rapidamente os policiais se moveram para me arrancar de cima de Sasuke e conseguir salvá-lo ainda consciente, com o rosto todo ensanguentado. 

Ninguém entendia nada. Por que ele não revidou? Por que ficou só na defensiva? 

Só eu tinha essa resposta. 

— Seu filho da puta maldito! — rosnei sendo segurada por três policiais para não avançar nele novamente. — Eu vou destruir você! Está me ouvindo, desgraçado? — gritava movida pela ira. — Eu juro, só vou descansar quando você estiver morto! 

Eles o levaram enquanto eu ainda gritava que o queria morto e ia acabar com a raça dele. Sasuke estava visivelmente desnorteado pela surra que tinha levado e todos estavam em choque. 

Acabaram tendo que me sedar porque não consegui mais me acalmar. Eu queria ir atrás dele e matá-lo com minhas próprias mãos. 

Qualquer amor que eu tinha por Sasuke morreu naquela delegacia. Embora minha vida tenha se tornado sobre ele, acho que tudo se resumia ao ódio eu sentia por ele e pela dependência que ele tinha me feito criar a seu respeito. 

As coisas ficaram mais complicadas depois disso. Mas meu desejo de vê-lo num caixão nunca diminuiu. 

#

Ino e as amigas só saíram da boate depois das quatro da manhã. Eu saí de lá um pouco antes da meia noite e fiquei sozinha no carro como previ esperando-as. Tenho certeza de que Gaara tinha me procurado lá dentro, então achei melhor não arriscar. 

— Onde você esteve, garota? — Ino perguntou totalmente bêbada ao entrar no carro. — Nós ficamos com uns caras muito gostosos numa das salas vips. 

— Foi muito bom. — uma das meninas disse toda enrolada no banco de trás. — Mas você deve ser tão careta que não curte uma boa orgia. Deve ser até virgem se duvidar.

Todas elas riram do comentário, e fiquei com pena de Ino. Quando ela se lembrasse disso depois, tenho certeza de que ficaria constrangida pelo comentário escroto da amiga e por si mesma por ter achado graça. 

Mas eu não a culpava por se cercar de gente fútil. Ela estava certa. Ela tinha uma vida divertida e precisava curtir isso. Ser estranha e traumatizada como eu não era algo invejável.

— Eu bebi um pouco e depois voltei pra cá. — respondi dando de ombros e liguei o carro. — Bom, vamos pra casa. 


Notas Finais


Desculpem se o capítulo tiver ficado muito grande, acabei me empolgando um pouquinho, kkkk. Então, eu demorei muito tempo para destravar e escrever a cena da Sakura com o Gaara. Primeiro que eu já não sou muito boa escrevendo hentai, e segundo porque se tratava do hentai de um casal que não é SasuSaku, aí foi bem difícil de escrever isso mas eu acho que consegui o resultado que queria desde o início. Mas falando sério, esse capítulo é um dos meus favoritos justamente por ser o que eles se conhecem, rs <3

Fiquei chocada quando fui atualizar a playlist hoje e descobri que já tem 20 seguidores, admito, goxto muito porque é a playlist que eu mais amo na real, hihi.

Bom, espero que vocês tenham gostado. Vou fazer o possível para trazer o próximo ainda nesse mês. Fiquem na torcida, até mais!

Crono: https://docs.google.com/spreadsheets/d/1t5DKJYcCh_KA6E9p385Eqy_cw1MLKYhjYMR1-lrFvi0/edit#gid=0

Playlist: https://open.spotify.com/playlist/35tfhbJT8aVzwL6VZhnysN


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