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História Mutual - Chapter 15


Escrita por: Suuye

Capítulo 15 - Chapter 15


Mingyu

Bem, o que dizer desses dois meses que foram praticamente uma loucura? Na verdade há muita coisa para explicar, porém a vida segue em frente e talvez outro dia eu explique. Ok, estou falando comigo mesmo, já posso buscar um psicólogo mesmo. Sai da minha aula suspirando fundo ao notar o quanto sentia falta dos professores da outra, era difícil se acostumar assim de cara com a diferença de didática.

   Avistei Jun que estava conversando com Jeonghan, ele na verdade parecia levar um sermão e não estava a fim de lidar com os ataques do mais velho quando acontecia algo, resolvi seguir para o jardim que tinha atrás da faculdade e meu coração falhou uma batida ao ver Wonwoo com seu óculo lendo um livro com a expressão serena, engoli em seco e segui calmamente até ficar ao seu lado, o mesmo apenas me olhou de canto de olho e continuou a ler seu livro.

Meu corpo estava estranho e inquieto, aquele sentimento era muito novo para mim e lidar com tudo de uma vez estava me deixando maluco. Desde quando eu sentia esses sintomas ao simplesmente Wonwoo respirar do meu lado? Era sempre a pergunta que eu fazia frequentemente, mas não havia resposta porque eu sabia que você gosta das pessoas por pequenas ações e não apenas uma. Wonwoo é lindo, calmo, engraçado, meio sinistro e seus olhos são profundos como um oceano, suspirei alto e fechei os olhos encostando minha cabeça á arvore.

― O que lhe incomoda? – Arrepiei ao escutar sua voz grave, como podia existir uma voz tão profunda.

― Na verdade acho que sou eu que incomodo ninguém gostou de eu ter me transferido. – Abri os olhos fitando-o enquanto seus olhos ainda estavam pregados no livro.

― Você é muito dramático Mingyu, por Deus. – Wonwoo fechou o livro virando o rosto me fitando, fiz bico e o mesmo rolou os olhos.

― Falei a verdade. Você me ignorou desde que cheguei, Junhui e Jeonghan deram zero de importância.

Desviei o olhar ao não aguentar mais encara-lo e olhei para frente, escutei a risada baixa do mesmo que também me fez sorrir levemente.

― Depois não faz drama, não é? – Ele disse risonho e levantou-se, fitei-o de baixo com a cara interrogativa e ele estendeu a mão, na qual aceitei de bom grado.

― Vamos tomar sorvete? – Perguntei animado e o outro apenas assentiu enquanto pegava sua mochila, se possível meu sorriso aumentou ainda mais e seguimos em silêncio durante o caminho até a sorveteria.

Pegamos um picolé e resolvemos sentar na praça que tinha em frente, Wonwoo parecia uma criança no balanço e sorri ao pensar isso.

― Aconteceu algo para você querer se mudar do nada? – Perguntou enquanto tentava não deixar o picolé derreter.

― Vizinhos irritantes foram morar do lado e simplesmente estava cansado daquela barulheira infernal. E não adiantava nada reclamar. – Bufei só de lembrar os sons infernais de gemidos e música alta praticamente o dia inteiro.

― Hm, entendi. – Wonwoo parou de se balançar e continuou tomar seu sorvete alheio a minha presença.

Ele tinha esse costume de ignorar tudo a sua volta em seu próprio mundo e nesses momentos eu aproveitava para encarar suas feições que mudavam levemente, sorri ao vê-lo limpar seu queixo e tremi quando sua língua passou por seus lábios, engoli seco ao sentir um arrepio percorrer minha espinha ao observa-lo lambendo o sorvete.

― Mingyu, seu sorvete ta derretendo.

Despertei quando ouvi sua voz grave e fitei minha camiseta agora manchada com o marrom do chocolate, bufei irritado e comi o mesmo rapidamente recebendo risadas sopradas de Wonwoo que já terminava o seu e começou a se balançar novamente.

― Hyung. – Depois de eu ter terminado a lambança chamei-lhe tirando-o de seu mundinho particular.

― Diga. – Ele continuou a se mover no balanço e sorri ao ver um sorriso doce em seu rosto.

― Anda saindo com alguém ultimamente? – Perguntei como quem não queria nada, mas querendo. Aprendam comigo, mentira, eu só faço merda.

― Não. – Ele parou de se balançar e me fitou curioso, mordi o lábio e suspirei fundo. ― Fala logo Mingyu, está me deixando agoniado.

― Ah, é que eu terminei com a Yoona. – Dei de ombros e olhei para frente fitando o movimento das pessoas em suas correrias do dia a dia.

― Hm, lamento. – Wonwoo respondeu rapidamente e também ficou em silêncio.

Minha vontade era gritar “Eu terminei porque gemi a porra do seu nome enquanto transava com ela”, mas não seria adequado á esse horário e eu realmente não tenho coragem o suficiente para fazer isso. A insegurança era algo naturalmente normal para mim, ainda mais que recentemente descobrir que também gostava de homens quanto de mulheres, isso era algo novo e muito confuso, porque imaginar seu amigo lhe beijando e gemendo em seu ouvido era algo muito bizarro para aceitar tão rapidamente, e nesse momento continuava a olhar para frente fingindo estar muito interessado porque a vergonha de fitar os olhos profundos de Wonwoo era mil vezes maior.

― Ah, está tudo bem. Pelo jeito eu não gostava dela o quanto eu dizia. – Dei de ombros e comecei a me balançar em um ritmo lento.

―Queria estar enganado também.

E com isso me virei para encará-lo com claramente com a expressão confusa, Wonwoo sorriu de lado e desviou o olhar. Mas o que diabos? Ele estava gostando de alguém? Aquilo gerou um pânico que perdi o tempo que fiquei apenas lhe observando, lambi meus lábios secos e mordi-os levemente pelo nervoso.

― Você está gostando de alguém Won? – Perguntei como se aquilo não estivesse esmagando meu coração.

―Sim.

E ficou por aquilo, quero pular no pescoço desse babaca que responde tudo com poucas palavras, como assim apenas sim? Responde direito caralho, bufei e sai do balanço, Wonwoo também levantou e observei seu rosto sem alguma expressão. Quando você gosta de alguém é normal querer socar a cara dele? Não sei, mas estou sentindo isso no momento.

― Estou indo Mingyu, até amanhã.

― Até hyung. – Sorri acenando e ele assentiu indo embora.

Ao chegar em casa me joguei na cama e suspirei alto, a curiosidade estava corroendo todo meu ser para descobrir quem o Wonwoo estava interessado, fechei os olhos e tentei relaxar, mas na minha cabeça só passava as palavras do mesmo, bufei irritado e resolvi tomar um banho logo para dormir.

Terça-feira, aquele dia da semana que você já aceitou que tem que continuar a semana de qualquer jeito, cheguei relativamente cedo na faculdade e olhei Junhui que estava sentado no refeitório, sentei na sua frente e observei o quanto mesmo parecia pensativo.

― Bom dia hyung. – Falei quando o mesmo não pareceu me notar ali, ele levantou a cabeça e sorriu.

― Bom dia Gyu.

― Está tudo bem? – Peguei em sua mão e comecei a brincar com seus dedos, o mesmo suspirou e apertou de leve minha mão.

― Bem está, só anda meio estranho mesmo. – Ele resmungou e fitei seu rosto vendo-o ainda distante, não era difícil ver Junhui assim, mas aquela expressão era diferente.

― Quer conversar?

― Depois que Woozi se confessou pra mim uns dias atrás ando pensativo. – Jun disse e eu arregalei meus olhos.

― Ele o que? – Perguntei exaltado e ele apenas rolou os olhos. ― Você nem é louco voltar pra ele.

E foi assim que recebi um tapa bem dado na minha cabeça, resmunguei de dor e o filho da puta apenas riu de mim.

― Para de falar merda Mingyu.

― Então por que anda estranho? – Franzi o cenho. Entender a mente de Junhui é um mistério completo.

― Aish Gyu, nada não. Morreu o assunto aqui.

― Que assunto? – Jeonghan sentou ao lado de Jun e o abraçou, fiz bico observando a cena e ganhei Jeonghan dando língua.

― É que... Porra Junhui! – Gritei ao ter minha canela chutada e ele sorriu vitorioso.

― Mingyu estava pedindo conselho como se confessar pro Wonwoo. – Jeonghan riu da minha cara, isso mesmo, ele riu da minha cara. Eu tenho amigos muito bons, como podem ver.

― Ri mesmo seus viado. – Fechei a cara e fuzilei os dois que seguravam suas risadas.

― Você nos ama, a prova disso é estar estudando aqui agora. – Jeonghan sorriu convencido e quase soquei a cara dele. Mentira.

― Não Hannie, foi por causa do crush dele. Ele nem liga para gente. – Junhui disse fingindo estar magoado.

― Olha, antes que perca a educação que minha mãe me deu irei me retirar, com licença.

Sai da mesa escutando eles ainda rindo de mim, quando se tem amigos assim nem preciso de inimigos. Fui para a sala mesmo esperando o maldito do professor chegar, a aula passou se arrastando e sai andando que nem uma lesma, e foi quando que vi Yoona falando com o Wonwoo que parecia perdido. Fodeu.

Sai correndo que nem doido até onde os dois estavam, peguei o braço da mesma e ela gritava para soltar ela, suspirei fundo ao estarmos longe dali e a soltei, seu rosto estava sem nenhuma expressão e ela estava assustadora daquela forma.

― Está maluco Mingyu? – Ela disse agora irritada e bateu em meu braço de leve.

― Desculpa. Mas o que diabos estava conversando com ele? – E ela riu de leve ao ver provavelmente minha expressão desesperada.

― Nada demais seu idiota. – Ela rolou os olhos. ― Fiquei realmente puta e ainda estou levemente ofendida pelo ocorrido, porém eu ainda sinto um carinho por você e resolvi verificar se ele é mesmo bonito e bom para você. – Yoona ficou levemente corada e desviou o olhar, sorri bobo e lhe abracei.

― E então? – Perguntei brincalhão e ela socou minha barriga me fazendo afastar da mesma.

― É, ele passou. – Ela bufou e sorri quando a mesma também deu um sorriso. ― Desculpa como tudo terminou, mas eu fiquei possessa mesmo sabendo que no fundo você também gostava de garotos.

― Ei, tudo bem pequena. Eu que fui idiota em te magoar assim, pode deixar que irei arrumar um ótimo partido para você. – Sorri sacana e levei outro soco na barriga. ― Porra Yoona.

― Que me magoar o que seu otário. – Ela disse nervosa e cruzou os braços com um bico de teimosia. ― Agora estou indo, vê se toma juízo e fala logo com ele seu babaca.

Acenei enquanto ela voltava na direção oposta, ri sozinho e sai caminhando até minha próxima aula, o dia passou relativamente rápido e finalmente estava em casa, foi quando vi meu celular piscar e o peguei vendo uma mensagem de Wonwoo em meu Kakao.

“ Wonnie: Conseguiu se acertar com a Yoona? “

Franzi o cenho ao ler aquela mensagem, no dia anterior eu não tinha falado que não gostava dela? Sentei no sofá e fiquei encarando aquela mensagem, dei de ombros e respondi.

“Não, apenas conversamos. Por quê? “

E não deu nem um minuto depois já veio a resposta, sorri bobo.

“ Woonie: Ah sim. “

Mais seco do que o deserto do Saara, rolei os olhos ao ver que não viria mais nenhuma mensagem e fui tomar banho, suspirei aliviado e segui para a cozinha preparar algo para comer, peguei novamente meu celular e franzi o cenho ao ver mais uma mensagem.

“Woonie: Como está sendo a adaptação? “

Fui até a janela verificar se não ia cair alguma tempestade ou algo assim, por que ter um Wonwoo puxando assunto assim do nada era tipo um milagre, quem sempre o incomodava com milhares de mensagens era eu. Dei de ombros e resolvi aproveitar, sabe como é né, quando o crush dá bola a gente não desperdiça.

Acordei todo fudido, minha coluna doía e resmunguei ao sentir meu pescoço também dolorido, sentei no sofá e me perguntei qual meu problema de dormir ali e ao ver meu celular na mão sorri lembrando o porquê. Ficamos até uma e meia da manhã conversando e quando dei por mim dormi, levantei indo até a cozinha vendo que meu jantar ainda na mesa e ri soprado. Peguei uma maça e fui me trocar, coloquei qualquer roupa que achei e sai de casa, ao chegar a faculdade todos me olhavam como se eu fosse um mendigo, provavelmente eu deveria estar parecendo mesmo. Tudo culpa de Jeon Wonwoo, olha que estágio você chega pelo crush.

― Foi atropelado por um caminhão Mingyu-ssi? – Joshua brotou do meu lado me fazendo quase derrubar meus livros, escutei sua risada e neguei com a cabeça.

― Quase isso. – Suspirei fundo e baguncei meus cabelos, foi quando lhe fitei curioso, era meio incomum ele vir falar comigo.

― Estranho é o Wonwoo estar da mesma forma. – Ele soltou como não quer nada e começou a cantarolar. Semicerrei os olhos lhe fitando e o mesmo virou para me olhar sorrindo.

― Não estou...

E foi isso que me lembro porque tudo ficou turvo e senti meu corpo ficar gelado, depois disso só vi o escuro. Acordei meio grogue e a primeira coisa que vi foi o teto branco, olhei ao redor vendo as características cortinas brancas da enfermaria, suspirei fundo e senti uma dor pequena em meu braço, foi quando vi o soro injetado em meu braço.

― Merda. – Resmunguei tentando sentar e a cortina se abriu revelando um Wonwoo com o cabelo negro bagunçado, seu óculo estava torto e seu moletom estava todo amassado.

― Pelo amor de Deus, quer matar todo mundo do coração? – Ele disse bravo e sentou-se na cadeira ao lado da cama.

― Desculpe. – Sussurrei e fechei os olhos ao sentir meu estomago doer, fiz careta e mordi o lábio.

― Você não comeu quase nada ontem né? – Ele disse acusatório e apenas assenti. ― Sabe que precisa se alimentar mesmo morando sozinho.

Quase falei que a culpa foi dele, mas permaneci em silêncio e o outro apenas bufou.

― Vem, vou te levar até a sua casa. – Ele disse parecendo cansado e apenas concordei sentando corretamente, a enfermeira apenas veio fazer uma averiguação e nos dispensou.

Pegamos um táxi e chegamos rapidamente, Wonwoo segurava em minha cintura me causando arrepios a cada vez que ele apertava levemente, agradeci aos céus quando ele me colocou na cama e foi até a cozinha preparar algo decente, devorei a comida em segundos fazendo-o rir.

― Agora durma, essas olheiras estão enormes.

Fitei seu rosto também cansado, suspirei e o puxei com tudo na cama abraçando-o, escutei sua respiração irregular e sorri pequeno.

― Você também precisa, não vou deixar você dormir naquele sofá horroroso. – Resmunguei antes de literalmente apagar.

Novamente acordei desorientado, porém já sentia meu corpo melhor e quando tentei me espreguiçar ouvi um resmungar, arregalei os olhos ao ver o quanto próximo Wonwoo estava, minhas mãos abraçavam sua cintura e seu rosto estava a menos de quatro centímetros de distância, sua respiração quente batia em meu rosto e aquilo me fez arrepiar inteiro.

Ele apertou os olhos e acordou lentamente, prendi a respiração ao ter seus olhos intensos me fitando, lambi os lábios inconscientemente e seu olhar desceu para minha boca, consequentemente também comecei a fitar a sua e quase tive um ataque ao o mais velho morder o lábio, apertei sua cintura para descontar minha frustração e porra, ele deu um resmungo manhoso. Senhor, minha consciência está se esvaindo com essa proximidade e vou fazer merda.

― Está melhor? – Ele perguntou me tirando de meu transe, balancei a cabeça e assenti.

― Brigada hyung. – Sem querer minha voz ficou mais grossa e observei seu corpo ficar tenso.

― Não foi nada, já está tarde e preciso ir agora. Mas pode ter certeza que todo mundo vai te entupir de comida agora. – Ele riu e imaginei mesmo o Jeonghan enfiado comida a força.

Saímos daquela posição perigosa e o levei até a porta, agradeci novamente e ele foi embora, escorreguei pela porta assim que fechei e senti meu coração ainda acelerado. Alguém me ajuda que ta difícil se controlar de agarrar esse ser divino.

 

Jeonghan

Sendo sincero eu esperava que depois de me declarar para Seungcheol ignorar o mesmo seria fácil, normalmente as pessoas se afastam e tudo mais, certo? Errado, porque eu estava falando do lerdo e cabeça dura de Choi Seungcheol.

― Ai Xiumin, eu não entendo mais nada. – Apertei minha bolinha de pelos que começou a abanar o rabo que nem maluco e começou a me lamber. ― Estou ficando maluco mesmo, falando com meu cachorro.

Levantei do sofá deixando-o ali indo até a cozinha tentar fazer algo decente para comer, mas apenas Seungcheol estava na minha cabeça e isso estava me irritando. Você vai ignorá-lo, entendeu Jeonghan?

Trouxa, é isso que eu sou, pois no momento estou com o mesmo do meu lado sorrindo e me fazendo esquecer desse plano idiota. Por que eu escutava o Joshua? Até parece que ele sente algo por mim, suspirei sem perceber e seu olhar ficou atento a mim.

― Está tudo bem Angel?

Não, não está. Era para eu estar te ignorando para você se apaixonar por mim, eu lhe dar um pé na bunda e seguir em frente, mas como sou trouxa só estou me deixando cair nesse precipício.

― Sim, está. – Sorri de lado e voltei a mexer nas minhas coisas, foi quando vi a minha salvação chamada Wen Junhui andando por ali. ― Tenho que falar com o Jun, até mais.

E sai correndo que nem um doido, peguei o braço do maior o arrastando pela faculdade até um canto afastado, ele me fitava curioso e eu bufei, e parece que o desgraçado lê mente porque começou a rir.

― Deixa-me adivinhar. – Ele fingiu pensar colocando o dedo na bochecha olhando para cima e depois me fitou sorrindo maldoso. ― Seu planinho não está funcionando.

― Jun, você calado é um poeta. – Bufei e passei a mão no cabelo ainda pelo nervosismo.

― Verdade dói né, fazer o que amorzinho.

E foi aí que bati em sua cabeça ouvindo-o resmungar, as vezes a vontade de matar o Junhui por estar certo é tão grande que nem sei como ele esta vivo.

― Me ajuda em vez de ficar sendo um babaca. – Cruzei os braços fazendo bico, ele gargalhou e bagunçou meu cabelo me fazendo xingar o mesmo.

― Hannie, apenas aceite de uma vez.

― Af, você não entende, vou falar com o Joshua. – Deixei-o falando sozinho e fui atrás do mesmo, porém não lhe encontrei e resolvi entrar na sala, era apenas Segunda-feira e já aconteceu coisa demais. O besta do Mingyu está estudando aqui, Seungcheol está me perseguindo como o diabo foge da cruz, foi contraditório e nem ligo.

Já era Terça-feira e zoar com a cara do Mingyu era sempre bom, até para esconder a dor que era também sofrer por um crush idiota que insiste me fazer sofrer, depois do mesmo ir embora suspirei fundo e deitei a cabeça no ombro de Junhui.

― Você não é assim Hannie, cadê sua atitude? – Ele disse fazendo carinho em meu cabelo, fechei os olhos aproveitando e foi quando senti uma presença, abri os olhos encontrando um Seungcheol me fitando seriamente e juro, me deu um arrepio que meu Deus.

― Angel, pode me ajudar com meu projeto? – Seungcheol disse calmo e eu apenas assenti suspirando.

― Até depois Junnie. – Disse carinhosamente e ele acenou sorrindo.

Segui com o mesmo até o laboratório da faculdade, observei os tubos com cremes para ajudar no tratamento da pele e sorri, Seungcheol era inteligente e todos do seu curso sabiam de sua genialidade.

― Está ótimo, essas fórmulas podem nos ajudar a criar até outros cremes. – Disse interessado fitando os papéis assentindo contente, escutei sua risada e lhe fitei. Aquele maldito sorriso me fez sorrir também e abaixar a cabeça voltando a observar as fotos do tratamento que ele testou em sua avó com idade já avançada, eram bons resultados.

― Estou me sentindo até envergonhado, você está olhando com tanto orgulho que estou me sentindo elogiado. – Ele disse sincero e aquilo parece que me fez acordar.

Mas que merda eu estou fazendo? Suspirei fundo e levantei dali, peguei minhas coisas e comecei a caminhar, porém meu pulso fora segurado e o rosto confuso de Seungcheol me fitava.

― Disse algo errado? – Ele perguntou preocupado e tive vontade de me bater.

― Não Choi, mas você parece que não entendeu quando eu disse que realmente quero te esquecer. – Disse sério e observei o mesmo engolir em seco.

― Angel...

― Sei que ainda somos amigos, mas entenda que não é fácil esquecer assim com você por perto, me dê um tempo.

Isso aí Jeonghan! Esse sim é você, curvei-me rapidamente e segui meu caminho. Pronto, decidi que apenas vou esquecê-lo e deixar meu orgulho de lado, estou super bem e confiante. Consigo fazer isso numa boa, com toda certeza.

Então, não consigo mesmo. Estou no momento chorando no banheiro masculino mandando embora qualquer um que venha perguntar como estou, não se pode mais nem sofrer em paz na faculdade? Suspirei fundo e funguei, fitei o celular que apitava novamente com o nome do Joshua e sabia que era tempo até ele me achar. E foi quando ouvi a porta do banheiro abrir novamente.

― Abre a porta Jeong. – Ele disse calmo do outro lado da porta, grunhi irritadiço e destranquei a porta, Joshua suspirou e agachou para ficar a altura de meu rosto, arrumou meu cabelo que insistia em cair nos meus olhos.

― Nem começa. – Sussurrei e funguei novamente limpando a lágrima que caiu.

― Besta. – Ele riu soprado e me abraçou forte, e dessa vez eu segurei o choro enquanto sentia seu abraço acolhedor. ― Sei que meu plano não foi dos melhores, acho que só o Jun serve para isso mesmo.

Sorri fraco e me afastei do mesmo, neguei com a cabeça e deitei em seu ombro recebendo carinho em meu cabelo.

―O problema não foi esse “plano” – Fiz aspas rolando os olhos. ― Eu que sou um idiota que não consegue tirar esses sentimentos, parece praticamente impossível. E eu me sinto cada vez mais superficial apenas ligando para sentimentos e não tudo ao meu redor.

― Jeong, a sua parte você já fez, certo?  Você disse seus sentimentos e mesmo você tentando ignorar o mesmo, Seungcheol não ficou do seu lado? – Afastei-me fitando seus olhos e ele levantou uma sobrancelha esperando minha resposta.

― Por que ele é um lerdo! Nem deve ter se tocado direito. – Fiz bico. ― Mas depois de hoje acho que ele entendeu.

― Como assim?

― Bem, eu falei que estava machucando ter ele assim por perto depois que me declarei e pedi um tempo. – Mordi o lábio e olhei para cima para conter as lágrimas.

Olhei para Joshua que havia ficado em silêncio, o mesmo apenas sorriu gentil e ergueu-se estendendo a mão.

Já era Sexta-feira, passei dois dias longe de Seungcheol e devo dizer que não foi tão difícil, até porque eu havia conseguido de alguma forma me aproximar de Wonwoo e Minghao, ambos são diferentes e divertidos, sempre que notavam que eu estava para baixo me ajudavam a me distrair. Sendo amigos do Joshua não esperava menos, e outra coisa que eu estava notando era o quanto Joshua parecia estranho com Junhui, ambos estavam juntos, ou seja, lá aquilo que eles tem, porém estão ao mesmo tempo distantes.

― De novo perdido em pensamentos hm. – Mingyu sentou ao meu lado e abraçou meus ombros, foi automático deitar em si.

― Nada demais. – Meu celular apitou e sorri grande ao ver que era uma mensagem de Seungkwan.

― Oh, ele parece muito feliz. – Mingyu sorriu vendo as fotos que ele me enviava, além dos trezentos áudios que iria ouvir depois.

― Bem, ele precisava desse tempo para achar a si mesmo. – Sorri respondendo-o rapidamente.

No final de semana passado ele avisou que aceitou o convite da tia de passar uma semana na casa dela, depois que ele terminou com Dokyeom não estava aguentando aquele sentimento ruim e que precisava achar seus sentimentos de uma vez. Estava orgulhoso por ele, porém preocupado com Vernon que também havia sumido á mais tempo e infelizmente quem apenas tinha essa informação era Seungcheol.

― Está preocupado com Vernon? – Junhui surgiu do inferno sentando ao outro lado, pulei de susto batendo no mesmo que ria de mim.

― Claro que sim. – Suspirei fundo fitando o número na tela do celular. ― Quase três meses que não consigo falar com ele seriamente, apenas alguns acenos.

― Hyung, você lê mentes? – Mingyu perguntou assustado e eu gargalhei negando. Era obvio que ele viu eu fitando o número do Vernon, mas fiquei em silêncio.

― Claro que sim e sei exatamente o que está pensando. – Junhui sorriu ladino e apontou levemente a cabeça para Wonwoo que parecia conversar com Joshua algo importante.

― Idiota. – Ele resmungou e deitou a cabeça na mesa.

― Gente, tenho uma notícia muito legal! – Minghao largou de seu celular com um sorriso enorme.

― Festa. – Joshua disse rindo e ganhou um olhar reprovador do amigo agora ruivo.

― Bora, vai ser lá em Gangnam. – Minghao sorriu e nos encarava com animação evidente.

― Eu topo. – Disse dando de ombros.

― Vamos então. – Mingyu também parecia animado com a ideia.

― Não. – Wonwoo disse rapidamente e começou a arrumar seus cadernos espalhados na mesa.

― Qual é hyung, já passamos dessa fase. – Mingyu parecia um cachorro sem dono olhando Wonwoo que suspirou fundo e negou.

― Won, vamos curtir enquanto pudermos, prometo não deixar ninguém beber demais. – Junhui disse com sua voz calma e ele sorriu.

Wonwoo o encarava seriamente e senti Mingyu inquieto ao meu lado, ri soprado ao observar o outro resmungar um ok e sair da mesa.

― Mentiroso. – Joshua rolou os olhos rindo e ganhou um selinho de Junhui enquanto esse também ria.

Os dois eram fofos juntos, mas eu sabia que algo acontecia quando observei ambos se encararem por tempo demais esquecendo a conversa paralela de como iriamos nos encontrar para festa, observei Jun sorrir fraco e beijar a mão de Joshua que mordeu o lábio apreensivo. Joshua estava inseguro, conseguia sentir isso agora e Junhui parecia saber disso porque estava inquieto, resumindo, ou Joshua percebeu que é o único que está entrando de cabeça e está com medo do Jun sentir nada, ou Junhui foi sincero ao dizer que não sabia o que sentia realmente e isso deixou Joshua inseguro.

― Hannie.

E eu tremi todo ao sentir aquela voz próxima demais, parecia uma eternidade que eu não a escutava, senti todos meus pelos reagirem e meus músculos tensionarem. Virei-me a cabeça levemente para fitar os olhos profundos de Seungcheol.

― Seungcheol? – Perguntei hesitante e ele apenas indicou para segui-lo.

Nem havia reparado que todos na mesa prestavam atenção, sorri amarelo e segui o mais velho, andamos até chegar atrás da faculdade e sentamos num banco.

― Primeiro de tudo, eu não estava desconsiderando seus sentimentos ou algo assim, desculpe parecer que estava sendo lerdo ou um babaca. Segundo, eu sei que você quer me esquecer e percebi isso depois desses dias. – Ele suspirou fundo passando a mão no rosto. ― E terceiro, eu não quero que você me esqueça.

― Você o que? Quer que eu sofra cada vez mais...

E fui calado, com uma mão na boca? Não, com os lábios macios de Seungcheol e foi aí que eu podia morrer pessoal. Meus olhos arregalados tentavam processar o que acontecia, mas quando senti suas mãos segurando meu rosto fechei os olhos e aprofundamos o contato, suspirei em meio ao beijo ao sentir suas mãos em minha cintura, nos separamos e eu o fitava surpreso enquanto ele riu.

― Angel, eu sei que você gosta de mim sinceramente e não quero brincar com esses sentimentos verdadeiros. Mas eu quero pedir uma chance de poder retribuir na mesma intensidade, por isso não quero que me esqueça, porque eu quero aprender cada pedaço seu e gostar de cada um deles. Não posso prometer nada, mas quer tentar dar certo?

Foi inevitável as lágrimas descerem pelas minhas bochechas, solucei ainda mais quando senti seu abraço quentinho e falava o quanto ele era idiota. Porque Choi Seuncheol sempre seria lerdo, idiota e eu seria sempre completamente apaixonado por ele ser assim.

 



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