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História My Academy of Heroes in United States of America - Interativa - Início pt3


Escrita por: EJ-Star

Notas do Autor


Esse foi meu melhor capítulo até agora

(P.S. Vai ter uma parte talvez estranha. Quem assistiu o anime, pense no anime. Quem não assistiu, pense num narrador. Ok?)

Capítulo 9 - Início pt3


01/08/2029 07:36

 

Os alunos da turma B1 estavam no vestiário como foi a pedido de sua Supervisora. 

 

Os rapazes B1 se arrumavam calados e cada um em seu próprio mundinho…

 

"Muito grande..." Dante pensou após se vestir parcialmente.

 

O traje de treino consistia em basicamente em um macacão preto com partes brancas nas articulações dos cotovelos, ombros e joelhos e uma bola polo branca. O material do traje parecia diferente de um tecido comum mas ainda assim era confortável.

 

O problema é que o corpo esbelto de Dante não se ajustava totalmente ao traje ficando frouxo especialmente na partes dos braços. 

 

"Eu dou um jeito nisso depois…" Ele pensou ajustando as mangas e nisso expôs seu pulso com a pulseira amarela. 

 

Dante se lembrava perfeitamente do porquê de receber aquela Faixa e também que suas outras notas não haviam sido ruins. 

 

Será que se dedicar um pouquinho a outra pessoa para salvá-la valia a pena para estar na melhor turma?

 

"Nah!" Dante pensou debochando desse pensamento.

 

Ele estava onde devia estar. 

 

Enquanto subia o zíper do traje, ele analisou os outros indivíduos de sua turma. 

 

Vivendo o que tinha vivido, Dante sabia que conhecer o território e os que nele habitam era fundamental para dividir e conquistar. 

 

Conrad Roccher parecia forte mas muito estressado - O que foi aquilo com aquela garota loira? Parecia até ela tinha lhe feito um mal e nem ela sabia - Não que Dante não gostasse, ele amava um enfezado para provocar e não ter que se preocupar com um olho roxo mas Conrad não lhe despertava interesse. 

 

Asta Mikhailo ainda lhe era uma incógnita, ele poderia ser apenas uma criança que não parou de crescer - Quem desce em tobogã mortal tão feliz? - mas ele tinha um quê de dúvida que Dante tinha que analisar mais de perto. 

 

Dennis Summers parecia um garoto normal e até tedioso se não fosse o brilho avermelhado no olhar, Dante ficaria de olho nele.

 

Agora Emmett Jordan, ele era totalmente o tipo de Dante, tímido mas lindo como uma visão do paraíso. Ele só tinha que descobrir se Emmett valia a pena.

 

Os outros caras da turma pareciam só delinquentes sem causa. Não mereciam sua atenção.

 

— Ei! — Um ser irrelevante disse. 

 

Aparentemente, Emmett se desequilibrou e pisou no pé de alguém.

 

— Ah… Perdão… — Emmett disse envergonhado. 

 

Mesmo com a voz trêmula, Dante percebeu um certo sotaque.

 

"Essa é minha brecha…" Ele pensou feliz em aparecer um assunto para comentar.

 

— Esse sotaque… Você é britânico? — Dante perguntou curioso. 

 

Emmett se virou vendo quem havia perguntado e achou um rapaz bonito e com uma feição fofa o olhando. 

 

— S-Sou… — Ele respondeu. 

 

O britânico só tinha vestido uma manga do macacão e não havia percebido que estava com o corpo semi exposto mas Dante não pode deixar aquilo passar. 

 

"Vale… Vale toda a pena… Vale até um viveiro!"  Dante pensou admirando o físico de Emmett.

 

Como se lesse os pensamentos de Dante, Emmett percebeu seu estado e terminou de se vestir mais vermelho que um tomate. 

 

Cooperando com a situação, Dante se virou como se estivesse envergonhado e se concentrou em arrumar sua roupa. 

 

Distraído, Dante reparou Asta de sobrancelhas franzidas com olhar fixo em algo. Ao procurar o que chamava tanta atenção, Dante entendeu completamente. 

 

De costas para Dante, Conrad acabava de tirar a camisa ficando com o corpo forte e bem treinado exposto. Apenas as costas eram impressionantes, quem dirá o tórax. 

 

Conrad percebeu que Asta o olhava ao ver o reflexo deste no espelho do armário e por algum motivo, o que mais incomodava era a expressão confusa de Asta. 

 

— Tá gostando do que tá vendo?! — Conrad gritou para o rapaz que o encarava.

 

— Tô tentando não olhar — Asta disse com uma expressão debochada — Quanto tempo leva pra ficar com o corpo assim? 

 

Conrad estranhou a pergunta mas percebeu que apesar dos músculos levemente trabalhados de Asta, ele ainda era fraquinho, principalmente se comparado à Conrad. 

 

— Uns 3 a 5 horas de treino por dia — Ele respondeu. 

 

— E sem bomba? — Alguma voz perguntou. 

 

O rapaz de dreadlocks procurou quem foi o afrontoso e esse era Dennis Summers. 

 

— Como é? — Ele questionou o moreno. 

 

— Sabe, até dá pra chegar em um estado assim… — Dennis apontou para o corpo de Conrad — Mas requer um treinamento bem intenso e supondo que você não tenha mais de 18 anos, não é muito recomendado que se faça exercícios avançados demais. 

 

A fala de Dennis necessitou de um minuto de silêncio para ser raciocinada. 

 

— Isso foi racional e… extremamente nerd! — Asta disse franzindo as sobrancelhas. 

 

— É, pode ser… — Dennis disse fechando seu macacão — Mas também pode ser porque tem uma genética ótima, que nem o bonitão ali.

 

Dennis apontou para Emmett que se encolheu concentrado em amarrar os tênis. 

 

— Muito esforço leva a muitos resultados — Conrad disse e voltou a terminar de se vestir — Não é como uns e outros que tem tudo já na mão. 

 

— Foi por isso que atacou aquela loirinha? — Asta perguntou. 

 

— Eu não ataquei! Eu só disse a verdade! — Conrad gritou se virando já irritado. 

 

— Como chamar a menina de oxigenada sem nem saber da vida dela? — Dennis perguntou. 

 

— Falou o cara que pode detectar bomba no corpo do outro só de olhar! — Conrad rebateu. 

 

— Eu não detectei, eu supôs. — Dennis esclareceu — E se não percebeu, você não confirmou como também não negou. 

 

Mais um silêncio. 

 

Conrad parecia que queria socar algo, Dennis não parecia se importar e Dante simplesmente amava aquele show.

 

"Isso tá melhor do que eu esperava! E eu nem fiz nada!" Ele pensou querendo ver como aquilo ia terminar. 

 

Surpreendendo a todos, Conrad deu uma risada fraca e foi visível a tensão baixar sobre ele. 

 

— Ok, espertinho. Ache o que quiser que eu faço o mesmo e ninguém mais se mete na vida do outro. — Conrad disse encerrando a discussão. 

 

— Encerrando o assunto para apagar a sensação de perda, que interessante… — Dennis comentou enquanto amarrava o sapato. 

 

Agora a simples discussão parecia ter evoluído para o lado ruim.

 

Conrad puxou Dennis pela gola brutalmente com um olhar ameaçador. 

 

— Escuta aqui, seu tagarela! Eu cresci na Zona Sudoeste, acordava com tiroteios e tinha que estar em casa antes do sol se pôr porque minha mãe tinha medo que algo me acontecesse, eu cresci sendo menosprezado e chutado por ter nascido pobre e sem oportunidade alguma vendo gente como aquela princesinha se esbaldar enquanto eu tinha que lutar por migalhas. Agora me diz, você sabe o que crescer com a morte ao seu lado, com o mundo dizendo que você não tem chance e se matando pra ter um pouco de algo?! — O jovem negro esbravejou. 

 

Dennis ainda permanecia inerte e só se limitou a fazer com que Conrad soltasse a gola de seu traje de treino.

 

— Não. — Dennis respondeu em um tom frio e seco — Eu não faço idéia. 

 

— Então não se meta comigo novamente — Assim Conrad deu as costas para Dennis e o assunto foi encerrado. 

 

Nisso, o vestiário ficou mais silêncio mas a cabeça de Dante não.

 

Dante pensou analisando mais Dennis Summers. 

 

Ele poderia ser perigoso, ainda mais para Dante porque aquele brilho e aquele tom eram quase iguais ao dele.

 

…Já no vestiário feminino, a interação parecia ser bem mais fácil.

 

— Nossa, Lynn! Você é bem forte… — Lavender comentou. 

 

Lynn estava com seu torso coberto apenas pela roupa íntima própria para esportes e chamava atenção pelos músculos trabalhados e a barriga chapada mas ainda era uma silhueta feminina. 

 

— Ah! Obrigada, eu tento — Lynn disse flexionando os braços acentuando ainda mais os músculos. 

 

Lavender sorriu rindo da pose de Lynn e depois mudou sua atenção para Emily.

 

A mesma estava prestes a vestir o macacão do traje de treino. 

 

— Como é ter uma calda? — Ela perguntou inocentemente. 

 

Emily olhou para a garota que chegou atrasada que a olhava com um olhar de criança inocente e curiosa. 

 

— Ah… Lavender, acho que isso é um pouco evasivo… — Lynn alertou a negra vendo o olhar da garota-raposa. 

 

— Não. Tudo bem, tô acostumada. — Emily disse como um suspiro cansado — É como ter o cabelo muito longo ou algo assim… 

 

— Oh… — Lavender exclamou admirada — Ela é linda! 

 

Emily riu.

 

— Obrigada — A rosada disse com um sorriso leve. 

 

Nesse momento, Yuki apareceu já trajada e vindo dos banheiros. Um detalhe que chamava atenção era o cinto estranho com estampa animal que ela usava. 

 

A estrangeira passou por elas sem dizer nada e foi direto para seu armário guardar o uniforme escolar. 

 

— Isso pode? — Lavender perguntou se referindo ao acessório no quadril de Yuki. 

 

— Espero que sim — Lynn comentou vestido seu traje e o fechando — Deve precisar de tudo pra dar um jeito nesse traje, não tem como ele cair bem… 

 

Dito isso, Lynn mostrou como o traje ficava grande em seu corpo forte porém pequeno, já em Lavender era mais específico nas mãos onde pode se ver apenas as pontas dos dedos e no caso de Emily, precisava de um ajuste para acomodar a cauda livremente sem deixar os calcanhares expostos. 

 

O grupo então focou em uma figura ilustre no vestiário. 

 

Loren estava terminando de amarrar o cabelo em um rabo de cavalo alto que deixava seus fios loiros caindo elegantemente sobre suas costas. O traje havia caído perfeitamente nela, com as mangas ajustadas sem problema algum, as pernas iam até o fim sem deixar a pele exposta com o final sendo destacado pelos sapatos ilustrados estilo militar que combinavam com o traje e até a cintura de modelo estava marcada fazendo seu corpo ficar elegante naquela roupa bruta. 

 

O trio ficou desnorteado.

 

— Isso é hack… — Emily comentou incrédula. 

 

Lavender tombou a cabeça para o lado confusa de como aquilo era possível. 

 

Lynn suspirou.

 

— Ok! Eu já não tô aguentando mais isso! — A prateada disse batendo o pé e indo até a loira. 

 

A baixinha bateu no armário ao lado de Loren.

 

— Com licença! — Ela disse. 

 

Loren, que estava checando se não havia nenhuma sujeira em seu sapato, olhou para Lynn que agora estava encostada no armário.

 

— Sim? — A modelo disse confusa. 

 

— Qual o produto que você usa? — A prateada perguntou. 

 

— Como? — Loren questionou.

 

— Seu cabelo. Pode ter vindo de uma "beleza natural" mas pra manter ele tão radiante assim deve ter que usar uma linha muito boa não é? — Lynn esclareceu. 

 

— Ah! — Loren disse entendendo o que ela queria — Linha para cabelos extremamente claros da Musa e um encontro com um  cabeleireiro de confiança duas vezes por mês. 

 

— Oh! Ok, obrigada pela dica — Lynn disse.

 

— Imagine, não foi nada. — Loren sorriu educada.

 

A prateada voltou para onde Lavender e Emily estavam. 

 

— Não é hack, é só cuidado — A baixinha disse para Emily. 

 

— Por um segundo, achei que você fosse brigar com ela — Lavender disse. 

 

— Porque eu faria isso? — Lynn questionou. 

 

— Porque ela é uma padrãozinho rica? — Emily disse como se fosse o óbvio. 

 

— Sempre haverá alguém mais bonito, rico ou mais aceito que você… — A baixinha disse enquanto calçava seus tênis — E quando aparece alguém assim bem na sua frente, você pode ser um tremendo escroto e excluí-lo… — Lynn tentava se arrumar melhor — Ou aceitar e seguir sua vida. 

 

Ao terminar a fala, Lynn havia posto tênis confortáveis plataforma e cano alto com detalhes em prata que combinavam com seu cabelo além de colocar as sobras da calça dentro do tênis dando um ajuste na calça a deixando menos frouxa nas pernas, ergueu as mangas até os cotovelos e desceu o zíper até o umbigo deixando uma regata cinza meio exposta. 

 

— Bem melhor… — Lynn disse olhando a si mesma no espelho. 

 

Lavender ficou admirada como Lynn exalava autoconfiança e não tinha medo de ser autêntica.

 

—  Faz em mim também! — Ela disse animada. 

 

— O que? — Lynn questionou.

 

— Esse… trato de beleza e confiança… — Lavender disse com um tom infantil. 

 

A prateada não pode deixar de rir. 

 

— Posso fazer algo? — Ela disse se aproximando da garota negra e pensando no que poderia fazer no cabelo em tão pouco tempo.

 

-----

 

Enfim, a turma B1 estava pronta. 

 

As partes de ambos os gêneros se encontraram no campo de treino onde Leyla já os esperava. 

 

— Fiquem desse lado e procurem seus parceiros, por favor — Leyla disse apontando para o lado do campo onde havia bancos de madeira para os alunos sentarem. 

 

Assim, as duplas se encontraram novamente. 

 

Dante Ross estranhou que sua parceira estava com o cabelo em orelhinhas de urso. 

 

Lavender não pode deixar de perceber que o parceiro a olhou estranhando o penteado feito por Lynn. 

 

— O que foi? Tá ruim? — Ela pergunta com um tom de criança chorosa. 

 

— Não… não! — Dante disse parando de olhar para a parceira — Combina com você… é fofo. 

 

— Sério? — Ele voltou a olhar quando ela o questionou com uma empolgação repentina — Obrigada! — E sorriu como uma criança que recebe um doce. 

 

Aquele sorriso, um inocente sorriso…

 

"Elise…" Fez Dante lembrar de algo muito importante. 

 

Definitivamente, ele teria problemas em fazer dupla com aquela garota. 

 

Uma dupla icônica eram os parceiros Dennis Summers e Lynn Gray. 

 

O rapaz que já era alto ficava ainda mais perto da garota baixinha mas ele se surpreendia ao ver que ela não parecia se importar. 

 

"Bom, então porque ela precisa desses sapatos?" Dennis se perguntava vendo a grossura da sola do tênis de Lynn. 

 

— Espere e verá — Lynn disse o assustando.

 

"Como…" Ele questionava e teve como "resposta" a risada dela. 

 

— Perdão, eu não gosto que fiquem me encarando em silêncio. — Ela esclareceu — E eu quero me apresentar formalmente: Sou Lynn Gray. 

 

A prateada estendeu a mão querendo ser educada. 

 

— Hum… — Ele olhou para aquela mãozinha de pele caramelada — Então é Luna Lynn Gray? 

 

Lynn parecia ser o tipo de garota autossuficiente, confiante, forte e inteligente. Um tipo perigoso de garota, especialmente se estivesse perto de um garoto como Dennis.

 

Ele tinha que desnorteá-la. E a julgar pelo arrepio e tremor que percorreu o pequeno corpo da garota, ele conseguiu. 

 

— É, é Luna Lynn Gray mas pode me chamar só de Lynn. — Ela disse recolhendo a mão. 

 

— Não acho que eu seja tão íntimo para poder chamá-la assim, senhorita Luna — Dennis disse e se divertiu ao ver Lynn se arrepiar novamente. 

 

— Seremos uma dupla por 3 anos, talvez precisemos fazer esse progresso — Ela disse não demonstrando estar tão contente quanto antes mas também não demonstrava raiva. 

 

"Teimosa…" Dennis pensou.

 

— Muito… — Lynn disse em um tom baixo só para ele ouvir. 

 

"Hum…" Dennis pensou. 

 

Então ela podia mesmo ler pensamentos…

 

— O que mais você é capaz? — Ele perguntou vendo que era melhor confrontá-la diretamente. 

 

— Quer mesmo saber? — Lynn perguntou com um sorriso atrevido. 

 

Enquanto essa conversa rolava, Leyla tentava chamar a atenção da turma para poder começar o treino. 

 

— Então, qual dupla quer ir primeiro? — A Supervisora perguntou. 

 

— Professora… — Uma mão pequena e de pele caramelada se erguer entre os alunos — Podemos? — Lynn perguntou com uma falsa inocência.

 

— Claro, podem se posicionar um em cada lado do campo —  A mais velha disse. 

 

Lynn e Dennis olharam um para o com uma forte tensão entre eles e andaram a frente da turma indo cada um para um lado do campo de treino. 

 

— Esse é o campo de treino? — Conrad perguntou analisando o lugar. 

 

— Sim, porque, senhor Conrad? — Leyla questionou.

 

— É que… parece mais um campo de futebol… — Ele esclareceu.

 

Era verdade, as marcações brancas no chão eram idênticas às usadas para jogar futebol. Se não fosse pelo tamanho mais compacto do campo e pelo solo arenoso e rústico, seria perfeito. 

 

— Oh… isso são detalhes — Leyla respondeu um pouco sem graça — Tudo bem, acalmem seus nervos.

 

Era visível a tensão no olhar de Lynn e Dennis, pareciam dois predadores que iriam lutar até a morte pelo território desejado.

 

— Não queremos que ninguém vá para a enfermaria no primeiro de aula, só tem que retirar o parceiro da marcação — A mais velha  disse apontando para o limite do campo — ou deixá-lo exausto e caído ao chão. Entendido? 

 

A turma que restava de plateia assentiu e a dupla no campo de treino murmurou algo também concordando. 

 

— Sendo assim… Comecem! — Leyla disse para que a luta se iniciasse. 

 

Lynn e Dennis correram imediatamente um contra o outro com os punhos prontos para um soco. 

 

Enquanto se aproximavam, ambos perceberam que aquilo não daria certo e mudaram o braço para uma posição de defesa quando chegaram ao ponto de encontro. 

 

A dupla estava com o antebraço flexionado para proteção própria e um encarou o outro quando se deram conta de uma coisa.

 

Eles fizeram o mesmo golpe. 

 

"Karatê?" Eles pensaram a mesma coisa sem querer. 

 

Leyla sorriu quando percebeu que sua escolha de dupla não havia falhado. 

 

Lynn então pôs sua outra mão no chão e pesou seu corpo sobre ela ao subir suas pernas dando um chute na parte esquerda - e desprotegida - da mandíbula de Dennis. 

 

O garoto foi para trás se desequilibrando e caindo sentado enquanto ela fazia flexões alternando entre se equilibrar com os pés e as mãos até chegar em uma distância segura e parando já pronta para algum ataque.

 

— Uau! O equilíbrio dela é perfeito! — Lavender comentou impressionada.

 

— O dele não… — Dante comentou vendo Dennis se levantando. 

 

O moreno alto no campo de treino massageou a parte da mandíbula que doía muito.

 

Lynn se assustou quando ouviu algo como um risada vinda de Dennis.

 

— Entendi a função do tênis… — Ele comentou com um sorriso sarcástico. 

 

Ela cerrou os punhos com esse comentário.

 

— É, né? Como dizem "A beleza dói". 

 

— E muito! — Dennis disse tocando seu maxilar já menos dolorido — Sabe, uma vez me disseram que a dor é só uma mulher fatal mas ninguém me disse que podia vir em versão de bolso. 

 

Ele queria provocar e conseguiu.

 

Foi uma reação rápida, ela correu na direção de Dennis furiosa e pronta pra socar seu parceiro. 

 

"Bravinha…" Ele pensou feliz em como ela caiu em suas palavras.

 

E logo ia cair por si só. 

 

Dennis levou suas mãos ao chão e imediatamente uma rachadura enorme foi se abrindo na terra em direção a Lynn. 

 

Ele abaixou a cabeça e sorriu de lado. 

 

— Cuidado onde pisa, Luna — Dennis levantou a cabeça procurando a parceira desesperada. 

 

Mas ele a encontrou flutuando por cima da grande rachadura. 

 

Agora Dennis estava surpreso. 

 

"Lê pensamentos… Levita…" Ele juntou os pontos sobre sua parceira.

 

— Você é uma telecinética? — Dennis perguntou. 

 

— Bingo! — Lynn disse levitando além de si mesma algumas pedrinhas grandes o bastante para machucarem. 


 

{ Lynn Gray }

{ Individualidade: Telecinese }

[ Pode ler a mente de uma pessoa e levitar objetos e a si mesma. O poder fica enfraquecido em altas temperaturas e fortes emoções ]


 

A prateada fez as pedrinhas avançares sobre Dennis que fez de tudo para evitá-las mas com seu péssimo equilíbrio era complicado. 

 

A rachadura se desfez e novamente Dennis estava no chão frustrado consigo mesmo. 

 

Enquanto abria os olhos para ver onde estava sua parceira e atual rival ele teve mais uma surpresa. 

 

Lynn ainda flutuava mas agora estava de cabeça pra baixo e mais próxima a Dennis, bem próxima! 

 

Quando foi que ela chegou tão perto? 

 

A prateada estava encarando a face do moreno alto à uma proximidade ridícula, se ela não estivesse de cabeça pra baixo talvez Dennis pudesse sentir a respiração da garota sobre ele. 

 

 — Você tá bem? — Ela perguntou. 

 

Ambos se encaravam sem cessar. Era um castanho brilhante e sedutor contra um castanho bruto e cansado. 

 

Por uns momentos, Lynn se perguntou o que ele pensava e tentou ver sua mente dele mas não encontrou nada. 

 

Parecia que Dennis não conseguia pensar em nada. 

 

Mas conseguia agir. 

 

Por isso, Lynn não pode prever quando ele decidiu chocar sua testa contra a dela. 

 

Dennis bateu a cabeça contra a de Lynn tão forte que a garota foi praticamente jogada para o outro lado do campo por ter se desconcentrado com seus poderes. O moreno alto também não ficou pra trás e sentiu sua cabeça doer como nunca. 

 

Ambos sentiram muita dor em suas testas e tocaram onde estava uma marca vermelha latente. 

 

— Ah… — Lynn arfou de dor — Eu pergunto se você tá bem e você me dá uma cabeçada?! Qual o seu problema? 

 

— E qual o seu problema com intimidade? Fica desconfortável quando te chamam pelo primeiro nome mas fica de boa quando está a 4 dedos de distância da cara de alguém! — Dennis esbravejou. 

 

— Mas eu nem fiz nada! — Ela se defendeu — O que… o que você pensou que eu ia fazer?! — Lynn questionou.

 

Dennis travou por um segundo antes de unir as mãos e socar o chão fazendo uma nova rachadura, essa mais profunda e seguindo em direção a Lynn como uma serpente prestes a dar o bote. 

 

A prateada foi recuando com medo, a dor em sua cabeça a impedia de se concentrar para usar seus poderes e flutuar mas ela conseguiu se levantar e sair da marcação por conta própria.

 

— Ok! Você venceu! — Ela disse levantando as mãos em rendição. 

 

Lynn abaixou as mãos e pelo macacão aberto, seus ombros ficaram expostos dando destaque a sua regata lilás. 

 

Dennis suspirou aliviado. 

 

Ele se levantou e foi em direção aos bancos para poder relaxar. 

 

— Muito bem, Lynn! — Leyla disse parabenizando a prateada.

 

Dennis estranhou ao ver a turma aplaudindo a garota. Ele então resolveu olhar novamente para ela e se separou com uma cena estranha. 

 

Lynn estava do lado que Dennis havia ficado quando caiu sentado e eles se encararam. A garota estava contente demais para quem havia perdido. 

 

Ela então foi se aproximando dele e dos demais e Dennis pode reparar com mais detalhes na parceira.

 

Lynn usava uma regata cinza. 

 

"Mas não era lilás?" Ele questionou e então vasculhou sua memória.

 

A prateada usava uma regata cinza quando tentou se apresentar e quando entrou no campo de treino, após a cabeçada a regata era lilás e agora que ele estava fora da marcação, voltou a ser cinza. 

 

Aquilo não fazia sentido!

 

A menos que aquela Lynn que gritava com ele com dor na cabeça e desistiu não fosse a mesma Lynn sorriu ansiosa para provar do que era capaz e sim…

 

"U-Uma ilusão?" Dennis pensou.

 

O moreno alto foi tirado de seus pensamentos com um risinho que reconhecia. 

 

— Bingo! — Lynn disse tocando no peito no rapaz.

 

Essa cena ficaria melhor se ela tocasse na testa ou no nariz dele mas a diferença de altura não cooperava com aqueles dois. 

 

— Deixa eu te lembrar algo que você já deveria saber… 

 

Dennis sentiu seu macacão pressioná-lo para baixo o fazendo se ajoelhar e ficar em uma altura mais compatível com a de Lynn.

 

— A mente mente. — Ela disse se aproximando dele e piscou para Dennis — E eu nem preciso ler a sua pra saber o quanto você tá me xingando.

 

Lynn riu novamente e mesmo tirando a pressão da roupa de Dennis, ele permaneceu ajoelhado sem se mover ainda em choque. 

 

Dessa vez foi a vez da prateada se surpreender ouvindo um riso sarcástico vindo do parceiro. 

 

— Telecinética e Ilusionista? — Ele questionou 


 

 { Lynn Gray }

{ Individualidade: Ilusão }

[ Pode criar ilusões e imagens para enganar uma ou duas pessoas. As ilusões não resistem ao calor ]


 

— Você até que tem muitos truques pra uma pessoa de um metro e meio. — Dennis debochou sorrindo para a parceira. 

 

Lynn não sabia se era o comentário ou o olhar quase mortal mas aquele sorriso a fazia se sentir estranha. 

 

— Desfaça essa droga, seu telepata! — Ela disse se referindo a rachadura no campo de treino. 


 

{ Dennis Summers }

{ Individualidade: Telepatia Focada }

[ Pode iludir ou controlar a mente de uma pessoa. A eficiência do poder varia de acordo com o contato visual ]


 

Dennis riu fraco.

 

— Como quiser… Senhorita Luna — E estalou os dedos. 

 

Lynn rangeu os dentes ao ser chamada pelo primeiro nome mas pelo menos foi tirada do controle. Não havia mais rachadura no campo.

 

"Cabeça-dura…" Ela pensou sobre seu parceiro enquanto massageava sua testa. 

 

A ilusão poderia ter sido perfeita se ele não tivesse aquele golpe de desespero, por sorte, Lynn tinha maior resistência a dor e conseguiu manter a ilusão. 

 

Dennis, apesar de ter conseguido não sair totalmente humilhado, se sentia indignado consigo mesmo por ter sido enganado daquele jeito.

 

"Humilhado, revoltado e indignado…" Dante pensou enquanto via Dennis abatido "Perfeito…"

 

Era uma lógica simples: Se quer um aliado ou, no mínimo, uma peça para usar e precisa que esse alguém confie em você, procure por pessoas que estão no fundo do poço porque no fundo do poço, você se agarra a qualquer um.

 

Dennis sentiu uma mão em seu ombro e olhou para cima vendo quem era.

 

Dante Ross sorria para ele amigavelmente. 

 

— Precisa de ajuda, colega? — O rapaz com traços asiáticos perguntou cordialmente.

 

Com sua cabeça latejando, Dennis não sabia dizer se aquele sinal de perigo piscando na testa de Dante era uma alucinação ou um jeito de sua mente dizer para aumentar suas barreiras de defesa contra o mundo. 

 

Em todo caso, era melhor ter cuidado.

 

— Tô de boa — Dennis afastou a mão magra de Dante de seu ombro. 

 

— Me parece que você tá no chão — Dante disse parecendo não se importar com o afastamento de Dennis e se mantendo perto do moreno alto — Estaria melhor se tivesse um amigo…

 

Dante então ofereceu sua mão para ajudar Dennis a se levantar. 

 

Agora sim, Dennis sabia que teria que ter cuidado com esse cara. 

 

— Eu não tenho muita experiência com amizades… — Dessa vez, o telepata aceitou a ajuda do rapaz esbelto — Mas eu acho que não funciona assim.

 

— Bem, nem eu mas às vezes precisa de improviso — Dante disse sendo mais descontraído — Se precisar de um amigo, já sabe a quem chamar, Denny-Chan! 

 

Dennis olhou confuso para Dante, ele parecia ser um rapaz frágil e quase idiota de tão simpático. 

 

— Dante, já que está a frente, poderia ser o próximo a lutar? — Leyla perguntou. 

 

— Sim! — Uma voz doce gritou empolgada. 

 

Dante se sentiu abraçado mas não tinha ninguém lá. Até Dennis estranhou o rapaz esbelto curvado como se tivesse alguém o apertando.

 

— Lavender… se faça visível, por favor… — Dante disse fechando os olhos com força. 

 

— Ah… Desculpa… — E lá estava a garota negra com cabelos em orelhinhas de urso abraçando Dante. 

 

Enquanto Lavender soltava seu parceiro, Dennis percebeu que Dante piscou os olhos como se fosse um tique pra se acalmar e quando a garota olhou para ele, Dante estava com uma expressão suavizada e simpática.

 

Dennis prendeu a respiração apreensivo.

 

Dante não era um idiota amigável, era alguém perigoso. Muito perigoso. 

 

— Pode se sentar, Dennis — Leyla disse tocando no ombro de Dennis.

 

O moreno alto telepata seguiu para os bancos sem dizer nada. 

 

Enquanto isso, Dante e Lavender se preparavam para lutar...


Notas Finais


Eu num disse? ^^


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