Corríamos para a van, os seguranças de James estavam atrás de nós.
– Vai Chris arrasta essa porra vamos embora agora. - Gritei desesperado.
Chris acelerou e tiros foram disparados contra a nossa van, corri pegando uma metralhadora que tinha dentro da van e passei para o banco de passageiro, comecei a atirar de volta nos carros que vinham atrás da gente. Eles revidaram novamente, resolvi pôr o corpo para fora e atirar novamente, dessa vez eles revidaram e um tiro pegou no meu braço.
– CARALHO. - Entrei de volta e pude ver o sangue. - Za você pode cuidar desta merda? Falei com dificuldade vendo o sangue já se apossar da minha roupa, passei para o fundo da van e Jaden foi atirar no meu lugar. Um celular começou a tocar descontroladamente repetida vezes.
– Alguém pode atender essa porra? - Falei ofegante e com raiva. Za tinha rasgado a manga da roupa e olhava o ferimento da bala.
– Lily agora não é uma boa hora para conversar. - Chris falou.
– Onde vocês estão? - Perguntou e pude ouvir pois Chris tinha botado no viva-voz.
– Estamos sendo perseguidos, mas estamos tentando despistar.
– Hmmm… MERDA, tudo bem. Venham aqui para casa todos depois, tenho um presente aqui. - Falou empolgada e eu já sentia minha visão ficar turva.
– Za acho que vou desmaiar. - Disse com a voz falha.
– Lily não sei se vamos, Justin foi baleado. - Falou desesperado. - Aguenta firme cara, já estamos chegando. - Disse para mim.
– JUSTIN O QUE? ELE FOI BALEADO? ELE TA BEM? - Ouvi Lily falar.
– Eu quero falar com ele, por favor. - Ouvi uma voz ao fundo e pensei em está tendo alucinações, parecia a voz de Angel.
– Preciso desligar, depois nos falamos. - Chris disse por fim e vi tudo ficar escuro e meu corpo ir perdendo os sentidos.
…
Acordei no meu quarto que usava a alguns meses e vi Amber na poltrona que tinha ali, assim que me viu acordado caminhou até mim.
– Graças a Deus você acordou, você está bem? - Perguntou e sorri para ela.
– Muito bem, para quem tomou um tiro. Onde estão todos? - Perguntei me mexendo e senti meu corpo doer, xinguei baixinho.
– Estão lá embaixo, vou chamar eles. - Ela disse mas a porta foi aberta por Lily que me olhou e depois olhou para Amber.
– Amber, o que faz aqui? - Lily perguntou.
– Lily? Te pergunto o mesmo. - As duas se olhavam de olhos arregalados.
– Vocês se conhecem? - Perguntei com a voz baixa, minha garganta doía.
– Sim, estudamos juntas no ensino fundamental, eu, ela e … Angel. - Lily disse.
– Como ela está, ela está também aqui? - Amber perguntou animada e senti um desconforto da parte de Lily.
– Não, hã… ela está viajando. - Disse e me olhou. - De onde você conhece o Bieber? - Perguntou para ela.
– Longa história, mas já namoramos a um tempo atrás fazíamos faculdade juntos e nos encontramos recentemente e bom estamos… - Falou e Lily não deixou ela terminar de falar.
– Oh sim entendi, então era você outro dia que peguei no quarto de Justin.
– Tá já chega dessa história. - Falei incomodado. - Amber posso falar com Lily? - Perguntei e ela assentiu saindo do quarto.
– Que mundo pequeno Bieber, logo a Amber? Meu Deus. - Lily disse ainda surpresa.
– Ela conhece a Angel também? - Perguntei.
– Sim, elas eram muito amigas, antes de eu conhecer elas, depois nos transformamos num trio que não tinha para ninguém, mas aí Amber mudou de escola e nunca mais tivemos contato. - Bufei.
– Que ótimo, quanto mais tento esquecer ela, mais ela retorna a minha vida. - Falei para mim mesmo. - Amigas? Que maravilha, minha ex que penso em pedir em namoro novamente, é amiga da mulher que destruiu meu coração, um tanto cômico. - Disse fazendo uma careta.
– Quando Angel souber disso vai cair para trás. - Ouvi Lily murmurar.
– O que? Ela voltou? - Perguntei lembrando de que achava que tinha ouvido sua voz antes de desmaiar. Lily arregalou os olhos assustada.
– Claro que não Justin, eu falo do tipo quando ela voltar e descobrir e tal. - Meu coração murchou de esperança e resolvi dá um basta nisso.
– Ela não tem mesmo nada a ver, ela que foi embora, isso é só uma infeliz coincidência e eu estou bem com Amber, ela me faz feliz. - Menti para Lily.
– E você está bem? Quase tive um treco e vim para cá correndo quando Chris disse que você tinha sido baleado, pensei que morreria. - Falou.
– Sou vaso ruim Lily, não vai ser um tiro no braço que vai me matar, mas tô bem sim, pronto para outro roubo. - Ela revirou os olhos.
– Não mesmo, você está de repouso por uns dias segundo Za, nada de esforços, fora que você está sob cuidados devido à abstinência de drogas. Ia me oferecer para ajudar, mas acho que Amber já tomou esse posto. - Disse.
– É isso mesmo. - Falei. - Não precisa se preocupar.
– Espero que esteja fazendo o certo. - Disse para mim e sorriu. - Fico feliz por você, bom eu já vou indo, tenho coisas para resolver. - Falou quando estava prestes a ir embora.
– Lily e o presente? - Perguntei lembrando.
– Ah esquece era bobagem minha, comprei umas luvas novas para vocês bem estilosas com um gorro novo bem massa. - Disse e eu sorrir.
– Sério isso? - Tentei conter a risada.
– Claro o de vocês estavam uma merda já, desgastados, feios, velhos, alguém precisa prezar a beleza do look de roubos de vocês. - Falou e eu comecei a rir, mas meu braço doeu.
– Ai! Merda de braço. - Falei com raiva e ela riu e saiu do quarto.
Os meninos entraram e me olhavam com cautela a todo o momento, parecia que queriam dizer algo, mas não falavam, insisti e não falaram nada também não dei importância, no fim da tarde, Za me deu um remédio para dormir e conversou comigo, desde que decidi seguir em frente, eu tinha parado com a heroína e Za estava fazendo uma espécie de reabilitação, mas em casa mesmo, então todo cuidado era necessário em relação aos medicamentos, Amber foi para casa já que Dona Naná se ofereceu para cuidar de mim.
Meus olhos logo pesaram e fui adormecendo aos poucos, logo fui embalado em um sono avassalador.
– O que eu fiz a você?
Ouvi uma voz sussurrar, tentei abrir os olhos, mas não enxergava nada além da escuridão.
– Me desculpa Justin, fiz isso para o nosso bem. - Fungou.
Senti mãos nos meus cabelos, acariciando meu rosto logo depois.
– Eu não sabia que te causaria tanto estrago, se eu tivesse outra escolha eu teria feito, eu teria ficado com você. - Soluçou.
Reconheci a voz, era Angel, tentei me mexer, tentei abrir os olhos, mas não conseguia a escuridão me tomava, tentei falar mais nada saía. Senti seus lábios na minha testa, na minha bochecha e, por fim, nos meus lábios.
– Espero que um dia me perdoe por tudo, eu te amo Justin, lembre-se de sempre confiar em mim.
Ela se afastou e senti o desespero, ela não podia ir embora novamente, não podia, lutei contra o meu corpo, mas nada funcionava, o pânico se instalou em mim.
Consegui gritar e acordei num pulo assustado, olhei ao redor do quarto e não tinha sinal de ninguém ali, era apenas um sonho, um maldito sonho que parecia real, um sonho com ela, eu jurava que podia sentir o aroma do seu perfume, os lábios dela no meu, mas era tudo irreal. Ela não tinha voltado, nem dito que me amava, mas ainda me atormentava acordado e dormindo.
Peguei o copo d’água e caminhei para fora do quarto para a varanda, a lua estava cheia no meio do imenso azul-escuro, bebi a água enquanto minha cabeça estava um turbilhão de pensamentos, quando senti meus músculos relaxarem voltei para a cama e dormir dessa vez sem sonhos com Angel. Ela não tinha voltado, já tinha dois meses que tudo aconteceu, eu me afoguei nas drogas, nas bebidas e quando já não estava sóbrio o suficiente levava alguma mulher para um motel qualquer, minhas esperanças já não existiam, meu coração estava bastante ferido e a culpa era dela, por fazer amá-la tanto.
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