História My Baby - Taekook Vkook - Capítulo 5

[Quinto mês de gestação]

Jungkook P.O.V.

Acordei sentindo uma sensação estranha, ainda eram seis da manhã de uma segunda-feira. Taehyung ainda dormia tranquilamente ao meu lado, ele estava todo agarradinho a mim como sempre fazia todos os dias.

Sentei-me na cama com certo cuidado, não querendo acordar o mais velho ainda tão cedo. Fiquei olhando para a parede por alguns minutos, parando para refletir algo que estava acontecendo entre mim e Tae, ou melhor dizendo, o que não está acontecendo.

 Fomos para o exame no início do mês, como sempre fizemos. As relações sexuais foram liberadas pela doutora, o problema é que não tínhamos nem vontade, muito menos disposição. Meus hormônios estavam tão pirados que eu não sentia vontade alguma de transar.

Já Taehyung, havia conseguido um pedido extremamente grande no trabalho, ele tinha que ajudar a checar se estavam fazendo tudo corretamente. O Kim ganharia muito, por isso trabalhava horas a mais, acarretando em dores de cabeça e nos músculos.

Ou seja, um não tem vontade e o outro não tem disposição. O que importa é que nós nos aproximamos mais este mês, nos ajudamos e cuidamos um do outro até mais do que antes.

Suspirei pesado antes de me levantar da cama, fui até o banheiro, sentindo meus pés um pouco doloridos durante o percurso. Agora que o bebê está mais pesadinho faz com que meus pés sempre fiquem inchados e doloridos.

Fiz minhas higienes matinais, como usar o banheiro e escovar os dentes. Ao olhar meu reflexo no espelho pude ver o quão brilhante e bonito meu cabelo estava, bem que Jin havia me avisado que isso aconteceria.

Lavei meu rosto e logo o sequei com minha toalhinha. Saí do banheiro tentando fazer o menos barulho possível, ainda era cedo e Taehyung estava extremamente cansado. Fui até meu guarda-roupa e abri uma das portas, esticando meu braço para poder pegar uma roupa larga e fresquinha, já que é verão aqui na Coreia eu não queria ficar passando calor.

Como estava quente, eu não estava usando nenhum tipo de roupa para dormir, exceto a cueca, e isso facilitava o trabalho de me trocar. Vesti a minha camiseta e em seguida peguei um short de moletom que era confortável, olhei em meu relógio de pulso e notei que ainda estava cedo para ir à faculdade.

Separei minha mochila que estava largada no chão, colocando meu estojo e caderno dentro dela. Eu estava fazendo um trabalho durante toda a madrugada, por isso as coisas estavam fora do lugar.Após ajeitar tudo e deixar minha mochila arrumadinha, indo rapidamente colocar minhas meias. Enquanto calçava minhas meias pude ouvir um resmungo. Olhei para o mais velho e o encontrei me encarando com seus olhinhos quase fechados por conta da claridade.

-Bom dia Tae. Eu te acordei amor? -Perguntei indo em sua direção, vendo-o negar. Ver seu rostinho amassado e seus olhos inchadinhos pelo sono só me faziam rir, ele conseguia ser extremamente fofo até mesmo depois de acordar.

-Como meus nenéns estão? -Falou baixinho e rouco por ter acabado de acordar, aproveitando para esticar os braços para que eu o abraçasse.

-Estamos bem, só sinto meu estômago revirar, é como se tivessem muitas borboletas dentro da minha barriga. -Disse lhe dando um selinho, sentindo-me confortável em estar entre seus braços.

Senti algo se remexendo em minha barriga, era uma sensação estranha. Me deitei e levantei minha camiseta, vendo claramente minha barriga se mexer muito pouco, mas se mexia. Era a primeira vez que estava sentindo seus movimentos, na verdade já senti essa sensação antes, mas não imaginei que fosse o bebê, pois sempre confundia com as famosas borboletas no estômago.

-Ele tá mexendo! -Disse um pouco apavorado, era realmente mágico e estranho.

-Como assim? -O Kim perguntou, não entendendo nada do que realmente estava acontecendo. Além dele estar avoado pelo sono essa é uma sensação nova que nem ele mesmo conhecia, já que eu nunca havia falado antes.

-O bebê... sinto ele se mexer e me chutar... -Coloquei a mão em minha barriga, sentindo o bebê.

Vi o mais velho esfregar os olhos e se sentar rapidamente na cama, tirando minha mão e colocando a sua no lugar. Pude ver sua boca formar um perfeito “O” assim que sentiu um chute, ele me olhava incrédulo.

-Ele está se mexendo... -Disse ainda tentando fazer com que a ficha caísse.

-Eu sei disso! -Respondi rindo ao ver sua feição toda abobada.

O Kim estava todo felizinho com isso, começando até mesmo a conversar com o bebê, se surpreendendo toda vez que era respondido com um chute fraquinho. Tenho certeza que Taehyung vai ser um ótimo pai, espero que o nosso baby tenha as características dele.

Ficamos um bom tempo curtindo o momento, mas já estava na hora de ir para a faculdade. Mesmo com o mais velho implorando para ficar apenas mais alguns minutos junto comigo eu tive que ir, não podia perder nenhuma aula.

Peguei minha mochila, celular e calcei meu tênis, deixando um beijinho na bochecha do hyung antes de sair de casa.

Eu fui caminhando calmamente até a faculdade, não era tão longe assim. Durante o percurso senti o bebê chutar mais algumas vezes, confesso que é uma sensação muito, mas muito esquisita.

Mal esperava para ver a reação da minha professora, ela é alguém extremamente carinhosa e ficou muito feliz quando soube da minha gravidez, mesmo não sendo minha mãe ela me apoia e ajuda em tudo. Tenho muito carinho por essa professora.

Como sempre fui um bom aluno nós meio que temos uma boa amizade. Sem contar que ela nunca pode ter um filho, e acho que por conta disso criou tanto afeto em mim. Desde muito nova a senhora disse que queria muito poder engravidar, mas se descobriu infértil, e a adoção que estava tentando fazer não era aprovada há anos.

Alguns minutos de caminhada se passaram e eu logo avistei o prédio do meu curso, adentrei pelo mesmo e cumprimentei alguns conhecidos. Segui até minha sala, vendo que haviam poucos alunos na mesma.

Sentei-me em uma das arquibancadas que costumava ficar e comecei a abrir minha mochila, separando os materiais que seriam necessários para a primeira aula.

Hoje em especial eu estava animado, fui convidado por Yuna, minha professora, a comer com ela na sala dos professores. Isso nunca havia acontecido antes, por esse motivo eu me sentia feliz.

Como não havia nenhum professor na sala decidi por mexer em meu celular, ficando distraído em poucos segundos. Mas logo a distração foi abruptamente interrompida pelo professor que já entrou gritando na sala. Eu literalmente detesto esse cara! 

Ele é nada menos que meu professor de filosofia, a matéria que mais sou terrível. Além dele ficar me provocando, ele nem sequer para de falar a aula inteira, e ainda por cima tem preguiça de escrever no quadro, temos que fazer tudo por ditado. Eu não sou muito bom com ditados, ou seja, sempre acabo perdendo grande parte das matérias e me ferro nas avaliações. 

Respirei fundo umas duas, ou três vezes para tentar conseguir paciência para aguentar aquele indivíduo que infelizmente é o meu professor de filosofia.

Que os jogos comecem!

[...]

Hora da pausa para o lanche, o famoso intervalo, ou “recreio”, como preferir chamar. Guardei meus materiais no armário e fui comprar algo no refeitório, assim eu já poderia me encontrar com a professora Yuna.

Olhei algumas comidas que haviam e decidi por pegar um hambúrguer, de tanto Taehyung ficar falando que queria comer um, eu acabei ficando com vontade.  Esperei por alguns minutos e pude receber a bandeja com meu lanche, paguei a atendente e fui até a sala dos professores.

Deixei duas batidinhas na porta e entreolhei pela festa que havia, pedindo licença ao entrar. Me curvei em cumprimento e fui até ao lado da professora, vendo-a sorrir largo ao me ver.

-Como está querido? -Perguntou enquanto se ajeitava em sua cadeira.

-Eu estou muito bem senhora Yuna! -Respondi alegre, dando uma mordida em meu hambúrguer -A senhora não vai acreditar...! -Disse lhe fazendo um suspense, vendo-a me olhar em expectativa.

-O que foi menino? Me diga, antes que eu morra de curiosidade! -Brincou.

-Senti o bebê se mexer! -Falei animado, vendo um sorriso grande aparecer em seu rosto -Ele está se remexendo todo e até chutando... é fraquinho, mas até mesmo Tae conseguiu sentir! -Não me importava em falar do Kim para ela, ele já foi seu aluno de qualquer forma.

-Eu posso sentir? Digo, se não for incômodo. -Pediu um pouco acanhada.

-Claro, ele parece estar meio quietinho, mas acho que conseguirá senti-lo. -Disse levantando um pouco minha camiseta e lavando a mão de Yuna até a mesma.

A senhora aguardou alguns segundos e me olhou encantada assim que sentiu um chute leve. Yuna estava feliz por mim, dizia que meu filhotinho seria muito lindo e perfeito.

Conversamos bastante durante nossa pausa para o lanche, falando principalmente do bebê. Eu não podia negar, ela é uma ótima professora e amiga. Depois de tudo que aconteceu entre mim e meus pais eu a considero como uma mãe pra mim, mesmo que eu cometa erros ela sempre está ao meu lado para me ajudar.

Após o intervalo acabar eu voltei para minha sala de aula, anotando as matérias por mais algumas horas até que eu pudesse ir embora. Já no caminho de casa ouvi o som de notificação vindo do meu celular, me fazendo checar quem seria no mesmo instante.

AMOR

TH: Príncipe, quando chegar em casa eu tenho algo para te dar.

ME: O que é Tae?

TH: Só digo quando você chegar em casa. Tô te esperando baby.

Tae me deixou curioso com sua mensagem, ele não era muito de fazer surpresas, mas creio que ele deve ter preparado com carinho. Apressei o passo, querendo chegar mais cedo em casa e ainda ter tempo de ver o que estaria a minha espera.

Chegando em casa irei meus calçados logo, indo procurar pelo Kim, nem me dando o trabalho de tirar minha mochila das costas. Fui indo em todos os cômodos, sentindo um cheirinho diferente vindo do quarto do bebê. Segui até a porta branca do quarto e a abri, encontrando o Kim sentadinho no chão, rodeado com várias rosas vermelhas enquanto segurava uma cartinha. Sorri largo assim que eu o vi todo arrumadinho, mesmo que um pouco inseguro por não saber se eu havia gostado da sua surpresa.

Fui até si, sentando em seu colo, recebendo um selinho demorado vindo do hyung. Peguei sua carta e comecei a ler, era algo romântico que comemorava nosso aniversario de namoro. Eu já havia lhe dado meu presente antecipadamente, mas não estava esperando que fosse ser presenteado também.

-Obrigado amor! -Agradeci o mais velho, o abraçando com carinho e o enchendo de beijinhos.

-Queria fazer algo mais simples, mas com amor. Afinal, essa data é muito importante, já que é nosso primeiro aniversario de namoro desde que nos tornamos pais. -Disse sorrindo, fazendo com que eu inevitavelmente sorrisse também.

-Eu te amo demais amor! -Lhe dei um beijo, sentindo-o acomodar sua cabeça em meu ombro assim que nos separamos.

Eu posso jurar que eu nunca poderia ter escolhido alguém melhor para ser meu namorado. Taehyung é o amor da minha vida, e o nosso baby também.