História My bad boy 2 - Capítulo 6

FINN

- FORMEM O BATALHÃO! OLHEM AS CÂMERAS DE SEGURANÇA! VÃO PRO INFERNO E VOLTEM MAS ACHEM O MEU FILHO!

- SIM CHEFE! – Todos os homens presentes disseram ao mesmo tempo

Deixei a Millie em casa, mesmo sentindo meu coração se partir em mil pedaços e vim pro galpão

- REFORCEM A SEGURANÇA DA MANSÃO! NINGUÉM ENTRA NINGUÉM SAI!

- Sr Wolfhard... – Me virei pra trás me deparando com a cena de um dos meus soldados acompanhados da Millie

- Millie o que...?

- Quero ir com você

- Nem a pau. Leva ela embora

- Eu não vou embora

- Vai! Levem ela pra casa, nem que a trancafiem

- Eu já falei que eu não vou embora. Eu sou a mãe do Nicholas! Ele é nosso filho! Eu me recuso a ficar trancada dentro daquela mansão enquanto VOCÊ salva uma coisa que nós fizemos JUNTOS!

Fechei os olhos por um instante

- Os cinco melhores homens pra escoltar ela. Isso é uma ordem

Entrei no meu escritório em meio a correria e a vi entrar atrás de mim

- Millie, eu falei pra você ficar em casa

- Você não manda em mim

- Você está certa. Mas você realmente não vai querer estar presente quando as coisas começarem a esquentar

- Eu não quero estar nesse momento. Quero meu filho, quero que ele saiba que pode contar comigo independente da situação

- Amor... – Antes que eu pudesse terminar a frase ouvi os alto-falantes fazerem um barulho ensurdecedor

Mas logo, o barulho deu lugar a uma voz que me causava arrepios

“- Finn! Quanto tempo não é mesmo! Fazem vários anos desde que você me colocou atrás das grades... Bem, você teve seu momento, agora é minha vez. Sua cabeça já está valendo 350.000 dólares, isso significa que se eu não te matar alguém vai. Sobre o garoto, temos três opções pra você salvar ele: você se entrega, entrega a sua linda esposa ou 100.000.000 de dólares. Fica a seu critério, querido. Não era assim que a vadia da sua mãe te chamava? Querido.” – Sua risada maléfica ecoou pelo lugar – “Você sabe muito bem onde eu estou. Posso te dar uma dica. O dia em que sua jornada chegou ao fim.”

- Puta merda!

- Temos a nossa solução! Finn, com todos esses anos no poder você tem esse dinheiro...!

- Mills...

- Fora as incontáveis barras de ouro dentro do cofre...!

- Millie

- O cofre atrás da porta do banheiro!

- MILLIE! – Ela sobressaltou e me olhou assustada – Eu não tenho... mais, esse dinheiro

- O que?

- Eu não tinha a casa em Paris, disse pra isso pra você porque não sabia que ia ficar grávida e nem que iríamos embora logo. Enrolei você por alguns meses, porque foi o tempo que eles precisaram pra construir toda a mansão rápido daquele jeito, foi muito, muito, muito caro. As nossas viagens quase que mensais não colaboraram muito. As crianças, as contas, coisas básicas da casa, as nossas regalias. Tudo isso durante quatro anos... Eu não ganho maravilhas, você muito menos. E com as despesas da sua faculdade a distância que foi muito mais cara que a presencial, mesmo que tenha sido durante pouco mais de dois anos... Eu não tenho metade desse dinheiro. Nem se eu juntar todas as economias que a gente tem

- Eu não tô acreditando... Mentiu pra mim! Disse que tinha a casa por diversão! Disse que aguentava a barra sozinho! Disse que conseguia pagar tudo e ainda sobrava! Mentiu! Mentiu! Mentiu! MENTIR FOI TUDO O QUE VOCÊ FEZ NESSES ANOS! – Gritou em puro desespero

- Me Desculpa...

- Não tem desculpa que pague você ter mentido pra mim por quatro anos enquanto eu me entreguei cegamente a você!

- Sr Wolfhard, tudo pronto pra irmos – Falou Jack aparecendo na porta

- Podemos conversar depois?

- Tudo sempre é depois pra você...

Suspirei derrotado

...

Já estava escuro e as ruas estavam vazias. Estávamos todos em frente a escola que ficou abandonada depois do “incidente” da nossa formatura

Eu estava disposto a morrer ali dentro

- Eu vou entrar – Falei

O portão estava aberto o que indicava que eles tinham passado por ali

Entrei na escola, vendo os armários caídos, sangue seco pelo chão, furos nas paredes causados pela troca de tiros, as portar arrombadas. Tudo como eu me lembro de ver quando estava entre a vida e a morte

Andei até o pátio é um flash rápido passou pela minha mente

Flashback on

- Eu te amo sabia – Meus olhos pesaram me obrigando a fecha-los por um instante

- Fica acordado! Finn olha pra mim! – Disse em completo desespero

- Fico feliz em saber que a última coisa que eu vou ver, seja você

Flashback off

Meus devaneios foram quebrados por uma voz que pra mim significava perigo

- Ah Finn... Eu achei que você ia fracassar, mas vejo que não

- Se eu não fracassei é por causa da minha mãe

- Aquela vadia não fez nada por você! Foi eu! Tudo eu!

- CALA A BOCA! – Ele sorriu

- Eu falei pra você que amar te torna fraco. Olha você, vindo em direção a morte por causa de uma criança, deixando uma MULHER mandar em você. Você é a pessoa mais fraca que eu já conheci

- Tão fraco que eu consegui em cinco anos mil vezes mais do que você em mais de vinte!

- Mas perdeu tudo! Eu não... Você deveria aprender que quanto mais rápido você consegue, mais rápido você perde. Com o seu amiguinho não vai ser diferente

Dois homens trouxeram o Nicholas amarrado a correntes

- PAPAI! – Gritou aos prantos

- Solta ele! É a mim que você quer! Me mata! Eu não me importo!

Soltei o revólver no chão e abri os braços. Ouvi ele engatilhar a arma mas naquele momento, todos os homens que aguardavam do lado de fora entraram com suas armas posicionadas

- Matar você não vai trazer tanto sofrimento quanto matar ele...

Vi ele mudar a direção da arma e então atirar

MILLIE

- NÃO!

Gritei ao ver o uniforme do Nicholas se tornar vermelho pelo sangue

Em um movimento rápido não me importei com o tiroteio e corri até ele que já estava no chão

Apoiei sua cabeça no meu braço aos prantos

- Nicholas... – Tirei sua blusa e a prensei contra o tiro

- Mamãe tá doendo muito

- Eu sei amor, fica calmo

- Eu só quero ir pra um lugar onde não tem dor – Ao final da sua frase desabei – Não chora

- Por favor Nick

- Eu te amo, mãe

Abracei ele junto a mim e me odiei por não conseguir fazer nada

- Por favor Nicholas... Eu preciso de você. Preciso de você comigo

Em determinado momento parei de sentir sua respiração

Seus olhos já não tinham o brilho. Seus lábios perderam a cor avermelhada e seu coração parado de bater

- A-ai meu Deus... Porque eu? Eu só quero entender! PORQUE EU?!

O abracei forte novamente e me dei conta que não tinha nada que fosse o trazer de volta

Quando chegamos em casa eu não tinha forças pra me manter de pé

Uma enorme cratera estava aberta no meu coração. A ideia de nunca mais vê-lo me quebrava em pedaços

- Mills... – Falou o Finn tentando me acalmar

- Isso não é justo! Ele só tinha quatro anos! Porque não eu? Porque não eu?

Ele passou os braços na minha cintura e me acolheu junto ao seu corpo

Durante toda aquela noite não o vi chorar. Ele passou a noite toda na varanda com mais de 6 maços de cigarros e não me dei conta de quantos ele fumou

Os flashs na minha mente iam e vinham a todo momento

Suas sardinhas não mais aparentes. Seu corpo frio. Os olhinhos fechados sem a calma de estar dormindo e sim com a tristeza de ter partido

Eu sentia vontade gritar, berrar até ficar sem voz

Na tarde seguinte o enterro aconteceu

Finn insistiu pra que enterrássemos ele aqui. Junto ao meu pai

O pequeno caixão branco com pouco mais de um metro e trinta, enfeitado com as margaridas que ele tanto adorava

Eu só queria dizer o quanto o amo mais uma vez. O quanto ele foi um filho maravilhoso

Mas não...

Eu perdi o meu menino pra sempre...