O corpo de Troye se moveu involuntariamente para trás e desnorteado ele caminhou pelos corredores a procura do nome de Nicolas nas fichas, mas não o encontrou. Havia um balcão de informações logo a frente, com uma senhora sentada em uma cadeira de rodas e o peso do corpo sobre os cotovelos.
- Boa noite, você poderia me informar se algum paciente chamado Nicolas Blossom deu entrada no hospital? – A mulher pegou um grande fichário e rapidamente o folheou, seu dedo percorreu uma página e parou sobre um nome na qual Troye só observou a letra “N” maiúscula no começo.
- Sim, ele está no Quarto 418. – Ela sorriu e o menino retribuiu. Mais o seu coração pesou dentro do peito ao ouvir a resposta.
- Obrigado.
Suas mãos deslizaram pelo balcão quando seu corpo se moveu para trás, caindo com todo o peso ao lado do corpo. Ele estava exaustou da viagem e toda a atmosfera do ambiente não ajudava em nada.
Seu olhar parou na porta em frente ao quarto 418 e sua mão pousou sobre a maçaneta. A porta correu suavemente e o olhar de Nicolas se virou para o rapaz que atravessava a porta desanimado.
- Troye, o que você está fazendo aqui? – Seu olhar pesado e confuso pousou sobre ele.
- Fiquei sabendo do acidente e nós viemos correndo pra cá.
- Nós?
- Sim, eu e o Thomas. – Ele caminhou e se sentou na poltrona ao lado do leito de Nico. – Ele está com o Ethan.
Ao ouvir o nome do amigo seus olhos se arregalaram e seu corpo se moveu na cama, fazendo-o sentir uma dor enorme ao redor da costela, então logo retornou a posição de antes.
- Como o Ethan está? – Sua pergunta carregava um ar de ansiedade e o Rapaz se questionou algumas vezes e contaria ou não o estado atual de Eth.
- Ele foi diagnosticado com Amnesia traumática. – Suas palavras saíram em direção ao chão. – Ele se lembra de algumas pessoas, até agora ele não se recorda de Thomas e nem do Tio Valter, mas ele tem uma espécie de memória de três minutos, por que depois disso ele se esquece completamente de tudo que havíamos dito anteriormente.
- O que? – Nicolas o fitou apavorado.
- O que aconteceu? – Troye questionou curioso. – O que realmente aconteceu.
Algumas lágrimas rolaram pelo rosto do rapaz e seus dedos brincavam um com outro mostrando um sinal de ansiedade.
- Ele havia me contado que estava mantendo contado com o meu irmão. – Troye se espantou e logo o interrompeu.
- Seu irmão não morreu?
- Era o que eu achava. – Seu olhar se voltou para o menino. – Ele me contou sobre seu contato com o meu irmão, mas nós acabamos discutindo e entramos no carro para ir até meu irmão, mas durante a nossa briga eu perdi o controle do carro e acabamos capotando. – Suas mão pousaram sobre seu rosto. – Eu sinto muito Troye, eu não queria que isso acontecesse.
- Tudo bem. – Seu corpo se pôs de pé e caminhou até Nico, para consolá-lo. Seus dedos pousaram no cabelo do rapaz e ficou o fazendo cafuné enquanto algumas outras lágrimas insistiam em tornar a rolar.
Uma semana após darem entrada no hospital Nicolas ganhou alta e se hospedou com seus pais em uma casa que alugaram por um mês até terem certeza de que o filho estaria completamente recuperado.
Dias depois Ethan foi liberado e a convite de Thomas, ele e seus tios se hospedaram na república, no antigo quarto em que o menino morava.
A amnésia traumática ainda permanecia, porém sua memória havia parado de esquecer as informações recentes, excerto algumas vezes que os meninos falavam duas vezes a mesma coisa, apenas para ele se lembrar aonde ficavam as coisas da antiga casa que ele não recordava.
Thomas havia buscado a família do ex namorado no hospital e os levou de carro para a república. Durante todo o trajeto, Ethan parecia nervoso no banco de trás ao lado de Tina, suas mãos se esfregavam uma na outra, seus pés não paravam quieto e seu olhar perdido olhava de um lado para outro da janela, observando a chuva que caia sobre a cidade.
Ele não se recordava de nada na noite do acidente, mas de alguma forma seu subconsciente não o deixava ficar em paz dentro do veículo e quando este estacionou em frente a enorme casa algo no peito do rapaz se acalmou e ele saiu rapidamente de dentro do automóvel.
- Está tudo bem? – Tom se aproximou e segurou sua mão.
- Está, agora está. – Os olhos de Ethan rolaram de sua mão entrelaçada nas de Thomas para os olhos do rapaz e um sorriso se formou no canto de seus lábios.
Eles entraram de mãos dadas na casa e foram recebidos com uma pequena festa organizada pelos seus amigos, que estavam todos aguardando ansiosos na sala de estar. Todos o abraçaram, um por um e Ethan se recordava de alguns como Mou e Dylan, mas Henry e Ézio foram outras duas pessoas que haviam sido apagado de suas lembranças.
- Seja bem vindo de volta Eth. – Henry o envolveu em seus braços e algo dentro dele se acalmou ainda mais, era como se houvesse chego em seu porto seguro. Seus braços apertaram a cintura de Henry e pela primeira vez seu corpo relaxou por completo.
- Eu também quero o abraçar. – Dylan interrompeu, brincando e soltando um sorriso.
- Me desculpe. – Henry sorriu e tentou soltar Ethan, mas este continuou a abraça-lo por mais alguns segundos. O ruivo encarou Troye com os braços abertos sem entender e o moreno fez um olhar de confusão.
- É bom vê-lo de novo Ethan. – Dylan o envolveu em um abraço logo após o pequeno soltar Henry e desta vez não havia sido a mesma coisa, ele se sentiu estranho e durante o abraço seus olhos ficaram a fitar Henry.
Thomas ficou observando junto aos tios do menino enquanto os amigos o recebiam com toda hospitalidade e saudade que tinham. Até eles se apresentarem um por um aos tios de Eth.
Após toda a apresentação formal Tom se virou para eles sorrindo.
- Posso levar vocês até o quarto?
- Claro, seria ótimo. – Tina sorriu e deixou que Thomas pegasse as malas em suas mãos, subindo então os três ao antigo quarto de Ethan.
- Podem ficar à vontade, tem um banheiro ali no canto e vocês podem usar o armário se quiserem organizar a roupa de vocês, ele está vazio. O controle do aquecedor está na gaveta do criado mudo e do lado da cabeceira tem o interruptor da luminárias. – Ele indicou as duas luminárias na parede onde a cama de casal estava encostada.
- Mas e o Ethan, aonde ele vai ficar?
- No quarto do Troye, ele vai dormir junto com Henry.
- Tudo bem. – Valter finalizou e seus olhos percorreram todo o quarto. – Muito obrigado Thomas, fico muito feliz em vê-lo de novo.
- Eu que digo isso Senhor. – Ele sorriu e acenou com a cabeça. – Descansem um pouco, o jantar é servido as oito.
- Vou ficar mal acostumada. – Tina sorriu e acenou quando Tom fechou a porta.
Todos estavam sentados ao redor da bancada da cozinha, como nos velhos tempos, quando Tom se juntou a eles e sentou ao lado de Ethan.
- Você não quer descansar um pouco?
- Não, mas eu quero colocar minhas coisas no quarto e tomar um banho.
- Claro, vamos lá. – Ele segurou a mão do rapaz e se levantou. – Gente eu vou levar o Ethan pra guardar as coisas, a gente já volta.
- Tudo bem. – Troye sorriu e levantou os dois dedões, fazendo um sinal de positivo para Ethan que balançou a cabeça em negação sorrindo.
Enquanto os dois caminhavam pela casa e subiam as escadas Thomas se virou para o amante mais uma vez ao se aproximarem do segundo andar.
- O Troye liberou o quarto dele pra você, mas se você quiser pode dormir comigo também. – Ele disse sem muita animação, já que suas possibilidades eram baixas tendo em mente que para Ethan sua imagem era estranha até duas semanas atrás.
- Eu prefiro dormir com você. – Ethan disse logo em seguida o surpreendendo.
- Mesmo?
- Sim, quero dizer, você disse que somos namorados, então, provavelmente já fizemos isso mais vezes. – Ele sorriu e tirou uma mecha do cabelo de seu rosto. – E se eu acordar tendo pesadelos de noite, eu prefiro que tenha alguém do meu lado.
- Claro, claro. – Tom sorriu e começou a andar na direção da porta do seu quarto. – É por aqui.
- Tudo bem.
Despois de organizar suas coisas em um lado do armário que Thomas havia deixado vazio para a possibilidade de ser aceito com parceiro de quarto Ethan pegou uma blusa dois números maior que o seu, uma calça moletom e foi para o banho enquanto Tom o esperava sentado em sua cama.
Ao sair foi a vez do moreno, que por sua vez deixou a porta aberta par que continuassem a conversar. Enquanto ouvia o som da água cair Ethan se aproximou lentamente da porta e puxou uma cadeira colocando-a encostada na parede do banheiro, porém do lado de fora. Ficou ali observando o quarto enquanto o “namorado” tomava banho.
- Então, como a gente se conheceu? – Blue puxou uma das pernas e apoiou o pé sobre o assento, pousando o queixo sobre o joelho. De dentro do box Thomas respondeu.
- Na escola, éramos da mesma sala, mas você não gostava muito das pessoas que eu andava.
- Como assim? – Ele questionou surpreso enquanto ouviu o registro ser fechado.
- Digamos que eu andava com uma meninos que você não gostava muito, mas tivemos que fazer um trabalho de história juntos.
- Entendi. E com quem eu andava? – Thomas apareceu na porta do banheiro surpreso.
- Você não lembra?
- Não. – Ele balançou a cabeça em negação.
- Ethan, você tem uma amiga, sua melhor amiga. – Ele saiu do banheiro enrolado na toalha, segurou na mão do menino e o levou até a cama, sentando-se. - Ela se chama Lisa, vocês viviam juntos.
- Se ela é minha melhor amiga, porque não estava aqui com todo mundo quando eu cheguei?
- Boa pergunta. – Tom desviou o olhar. – Eu não sei, mas ela deve ter tido um motivo.
- Você não vai por uma roupa? – Seus dedos indicaram para a toalha em sua cintura.
- Desculpa, eu esqueço que isso é novo pra você. – Thomas sorriu sem jeito e passou a mão nos cabelos.
- Isso era normal entre a gente?
- Era sim Eth. – Tom se levantou e caminhou até o seu armário.
- A gente já transou? – Ele parecia curioso.
- Já, várias vezes. – Seus lábios formaram um sorriso ao lembrar de suas noites de sexo com o pequeno.
- Eu não consigo me lembrar. – O pequeno levou suas mãos até a cabeça e a balançou em negação, deixando elas cair sobre suas pernas logo em seguida.
- Não tem problema. – Tom pegou uma cueca e fechou a gaveta.
- Tem sim, eu quero lembrar como é.
Ao ouvi-lo dizer aquelas palavras, seu corpo girou e ficou a olhar para o menino, ele sorriu e deixou a peça intima cair sobre seus pés, que se moveram lentamente em direção da cama.
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