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História My best friend - versão longa - Capítulo onze (Nico)


Escrita por: ShionNeblina

Notas do Autor


tenham uma boa leitura ^^

Capítulo 12 - Capítulo onze (Nico)


POV NICO

 

 

 Naquele dia acordou tarde, usar seus poderes sempre o cansava, especialmente quando transportava alguém com uma natureza oposta aos poderes de Hades e Jason era duplamente o caso, pois era romano e filho de Júpiter, por esse motivo também que o platinado reagia tão mal a viagens nas sombras.

Jason... suspirou só de pensar no amigo.

Pelo horário ele já deve ter saído para trabalhar, passava de meio dia, se lembrava de ele ter algum turno hoje pela tarde, mesmo sendo domingo, algo sobre reunião extraordinária... nunca entenderia esses termos que o platinado usava para se referir ao trabalho.

Rodou na cama com preguiça de se levantar e acabou em uma posição em que ficava frente a frente com a própria mão, a sentiu formigar ao se lembrar do contato que teve com o outro não somente no dia anterior como em vários momentos que se sucederam o treino no telhado, embora os outros fossem mais sutis do que o último e o primeiro.

No telhado, quando Jason casualmente tocou sua mão ele acreditou que tivesse sido um movimento acidental, realmente poderia ter sido apenas uma coincidência que suas mãos tenham se tocado naquele instante. No momento, Nico imaginou que o outro não movera o membro imaginando que ele o faria, mas como o moreno não o fez, no fim nenhum dos dois se moveu por ter passado do tempo que seria considerado aceitável fazer algo do tipo.

O leve contato que mantiveram durante aqueles minutos deitados no telhado parecia enviar leves descargas elétricas pelo corpo de Nico, o que pode ser uma possibilidade, pois Jason realmente ficava carregado após alguns treinos e acabava gerando um pequeno campo de estática ao seu redor.

Mas esse era um detalhe bem insignificante que ele mesmo só notou por ter sido parceiro de treino do platinado por muitos anos, acreditava que nem mesmo o filho de Júpiter já tenha notado que isso acontecia.

Enfim, culpou a sensação estranha com os poderes do outro, mas não tinha qualquer álibi razoável para justificar a forma com que seu coração acelerou e seu estômago se encheu de borboletas esqueléticas com aquele mero contato.

Vamos lá, é simplesmente ridículo da parte de seu emocional fazer uma coisa dessas, ele já dormiu com a cabeça de Jason em seu colo e ele não ficou desse jeito, por que agora ele ficava todo idiota só com um toque acidental de suas mãos?

Se fosse só esse evento ele poderia esconder em algum canto sombrio de sua memória e fingir que nunca aconteceu, mas aconteceu novamente, várias vezes. Na verdade, foram outras três vezes, mas Nico tinha suas próprias unidades de medidas e isso era considerado várias para si.

Uma vez, ele foi passar um copo para o amigo e seus dedos se tocaram por um longo momento, notou o olhar do outro sobre si antes deste desviar e pegar o copo direito. Mais tarde, no sofá, ele propositalmente deixou sua mão largada ao seu lado de uma forma sugestiva para testar se Jason repetiria o que fizera no telhado.

E ele repetiu.

E dessa vez não podia culpar o treino pelas descargas elétricas, que ele começava a duvidar se tratarem de eletricidade realmente.

E também, dessa vez o outro fora um pouco mais ousado e em vez de manter apenas um pequeno contato, deixou sua mão cair sobre a de Nico a cobrindo. Nesse momento, ele não teve coragem de se virar para ver que tipo de expressão o loiro fazia assim como fizera no telhado, então apenas fingiu interesse na televisão ligada.

E teve o momento da viagem nas sombras.

Deuses, quando sentiu o outro segurando sua mão ele teve que usar todo seu autocontrole para não os levar acidentalmente para a China. Durante todo o percurso nas sombras seu coração batia tão forte que ele agradecia em saber que os sentidos daqueles que não são filhos de Hades ou relacionados ao submundo ficavam limitados nas sombras, pois havia a real possibilidade de seus batimentos poderem ser audíveis fora de seu corpo.

Nico imaginara que o outro soltaria sua mão assim que chegassem no destino, que fosse algo feito apenas por necessidade.

Mas não.

Quando notou esse fato, decidiu testar sua sorte e continuou de mãos dadas com o mais velho, gostava se sentir o contato com a pele do outro. A mão de Jason não era macia como era de se esperar de alguém que trabalhava em escritório, ainda tinha os calos reforçados constantemente pelos treinos. Não se incomodava nem um pouco com aquele fato, na verdade estava mais preocupado com a própria mão, certamente ele possuía a palma mais áspera e desagradável para o outro, se perguntava se estava o incomodando com isso, depois de um tempo aceitou que ele estar segurando a mão de Grace deveria estar sendo desagradável para o platinado pois, inconvenientemente, começara a suar e isso com certeza não deveria estar confortável para ele.

Mesmo assim não desfez o contato até que fossem obrigados a se separarem por causa do filho de Hefesto, que continuava barulhento e inconveniente como sempre.

Ele gostava do latino, apenas estava um tanto frustrado com o que ocorrera os obrigando a soltar as mãos, se perguntava se Jason manteria o contato mesmo próximo dos outros, ou se era algo que ele sequer notou estar fazendo.

Certamente seria a última opção e os demais contatos que tiveram nos últimos dias também devem ser explicados dessa forma...

Jason está apenas ficando mais confortável em sua presença, o que é compreensível dado que agora moravam juntos e tudo mais.

Nico só desejava que pudesse se aproximar dessa forma do filho de Júpiter sem ser atingido por todas essas ondas de sentimentos desordenados que sempre o inundavam.

Nesse ponto ele já sabia que não era apenas amizade que sentia pelo outro.

Só não sabia exatamente o que era.

Algo que fazia seu coração acelerar e desejar ter o máximo de contato corporal com o outro.

Ele estaria se apaixonando pelo filho de Júpiter ou apenas... como Noah costuma falar? Estava com fogo no cu?

Noah, já fazia um tempo desde que conversara com o amigo, ou ex-amigo agora.

Desde que conversara com Jason a respeito de seus sentimentos ele decidiu se afastar do cacheado, ele não entenderia seus motivos para deixar aquela rotina que haviam criado entre si de festas e pegação.

A verdade era que nem ele mesmo entendia esses motivos. Conversar com Jason naquela manhã apenas o fez perder a vontade de continuar aquilo. Ele não queria outras pessoas ele queria...

Alguém que ele não poderia ter.

Riu amargo. De todas as pessoas ele tinha que escolher justamente aquele que o vê como um irmão.

De novo.

Pelo menos da primeira vez ele era apenas um pré-adolescente que cometeu o erro de pensar demais em uma pessoa específica e sofreu com a consequência que qualquer jovem cheio de hormônios sofreria se fizesse o mesmo.

Olhou para seu celular esquecido em um canto do quarto, cogitando desbloquear o contato de Noah e pedir ajuda para esquecer daquele platinado.

Isso seria uma péssima ideia.

Não só já havia dado um chá de sumiço para si mesmo da vida do outro, e aparecer pedindo favor seria no mínimo insensato de sua parte, como ele realmente deveria sair da vida dele. Semideuses mantendo relações com mortais sempre resultaria em complicações, especialmente no caso de Nico que trabalha no mundo inferior, o que ele faria se fosse questionado a respeito do emprego? Ou se o outro sugerisse uma visita ao seu local de trabalho?

Suspirou arrependido de ter começado aquela amizade.

Na verdade, não estava inteiramente arrependido, foram alguns dos melhores dias da sua vida curtindo ao lado de Noah, mas se sentia mal pelas condições que o obrigavam a tomar a decisão de se afastar.

Se virou ficando de bruços na cama com o rosto enfiado no travesseiro, em breve precisaria mudar aquilo para respirar, mas vamos aguardar os limites.

Considerando que precisaria se afastar de Noah, não era uma boa ideia ir para alguma casa de festas da região para tentar se esquecer se seus sentimentos confusos com bebidas e sexo com desconhecidos.

Não que ele achasse aquela uma boa ideia desde o começo, só talvez tenha considerado um pouco a opção.

Virou a cabeça para que oxigênio pudesse voltar para seus pulmões.

Ao pensar nas festas em que fora algumas lembranças vieram a sua mente.

Notou que a maioria dos caras com quem tivera relações seguia um certo padrão, um padrão que curiosamente lembrava muito um certo filho de Júpiter.

Estudando as memórias nebulosas que tinha desses desconhecidos foi percebendo que os primeiros pareciam mais com Will, mas os últimos, sempre possuíam características marcantes de Jason.

Sempre altos, fortes, com a pele apenas levemente bronzeada, geralmente usavam óculos, maxilar definido.

Deuses, há quanto tempo estava interessado em Jason sem nem perceber?

Corou com o pensamento e corou mais ainda quando começou a sobrepor a imagem de Jason nas pessoas com quem ficara.

Engoliu em seco se criticando por estar dando continuidade àqueles pensamentos, mas não conteve sua mente. Quem iria o julgar? Os deuses? Estes seriam os únicos que poderiam saber o que ele pensava e, sinceramente, ninguém lá teria moral para poder julgá-lo.

Reviveu uma noite em que encontrou um homem em uma das festas que Noah o levara. Já estava acostumado a esse tipo de coisa então houveram menos cerimônias para os dois chegarem ao ponto que ambos queriam.

Logo havia sido conduzido ao carro daquele desconhecido, algo que era relativamente comum, convenientemente os bancos traseiros já estavam abaixados indicando que essas eram as intenções dele desde o início. Não que Nico fosse reclamar, afinal, estava na mesma posição que ele.

Imaginou Jason subindo sobre seu corpo e o pressionando contra os bancos do carro, beijos trocados com vontade e desejo. Arrepiou ao imaginar o filho de Júpiter arrancando suas roupas e olhando para seu corpo como se fosse o devorar.

Ondulou seus quadris contra o colchão causando pressão em seu membro completamente desperto por aqueles pensamentos.

Em sua mente, viu Jason abrindo o próprio zíper e retirando seu membro, imediatamente o colocando em sua boca. Será que ele o dominaria daquela forma? Gemeu baixo desejando que sim.

Abriu a boca se imaginando naquela situação e pressionando mais vezes sua ereção contra a cama. Não se tocar diretamente lhe dava a falsa ilusão de que não estava fazendo esse tipo de coisa indecente.

“Tecnicamente não estou me masturbando pensando em meu melhor amigo, então não há nada de errado aqui.”

Mas sua mente não facilitava para si.

Mudou as imagens para outra noite, dessa vez o desconhecido não era tão dominante, pelo contrário, ele parecia estar adorando ser usado por Nico, que adorou a sensação de controlar o outro.

Colocou Jason naquela cena, deitado abaixo de si o olhando com adoração e implorando com os olhos para que Nico finalmente sentasse por completo sobre seu membro. Que o moreno torturava permitindo apenas a glande dentro de si e rebolando lentamente para baixo.

Desistiu de se conter e desceu a mão para sua ereção, se virando para deitar de barriga para cima a fim de facilitar o processo. Arfou ao pressionar o membro sensível por se conter por tanto tempo.

Mordeu os lábios se provocando com a mão enquanto criava mais cenários em sua mente.

Jason praticamente atacando seu pescoço enquanto o estocava com violência, beijos carinhosos enquanto os dois se moviam em sincronia...

Sua mente ficou em branco quando o clímax o atingiu enchendo sua mão com o próprio sêmen e sujando a bermuda cueca que ele deveria ter retirado por completo junto das calças e se esqueceu, pelo menos dessa vez não voou em seu rosto como da última vez...

Suspirou se deixando levar pela sensação de paz que seguia o orgasmo, naqueles poucos segundos era como se todas as coisas da sua vida estivessem dando certo, algo que ele sabia muito bem se tratar de uma ilusão causada pela onda de hormônios.

Ficou ali deitado sobre os lençóis até sua respiração se regularizar e o líquido em sua mão começar a incomodar.

Gemendo preguiçosamente ele se levantou indo para o banheiro e agradecendo mentalmente por Jason não estar em casa naquele instante. Não ter um banheiro privativo em uma casa onde você não tem intimidade o bastante para ser visto nesse tipo de situação é um tanto quanto desconfortável.

Se perguntou brevemente sobre o que o outro fazia nessas situações, será que também esperava por momentos que ele não estivesse em casa para fazer esse tipo de coisa ou fazia no banho?

Pensar no filho de Júpiter se masturbando começou a despertar novamente seu membro e ele se xingou por estar agindo igual um adolescente. Tomaria um banho frio, como punição para si mesmo.

Sua decisão durou somente até as primeiras gotas atingirem sua cabeça e logo ligou o aquecedor do chuveiro, não acreditava que alguém no mundo realmente gostasse de banhos frios.

Pelo menos o susto com a água congelante fora suficiente para conter uma certa parte de seu corpo.

Agora que sua mente estava limpa de certos pensamentos ele podia perceber o quão faminto aquilo havia o deixado.

Hora de atacar a geladeira.

Pouco antes de entrar na cozinha, quase caiu para trás ao dar de cara com sua irmã envolta por uma luz multicolorida, mensagem de Íris.

-N-Nico! Pelos deuses! Por que você nunca anda vestido pela casa? O que o Jason pensa disso? – Hazel imediatamente cobriu os próprios olhos ao ver o irmão.

Nico apenas suspirou revirando os olhos e voltando rapidamente para o quarto, buscando por uma bermuda e camiseta para não ficar apenas de boxers na frente da cacheada.

-O apartamento é meu também e eu ando como quiser nele e Jason está no trabalho agora então não tem que pensar nada. – Se defendeu enquanto terminava de amarrar a corda que segurava a bermuda. – Se te incomoda me ver assim deveria ter ligado com o celular que Leo te deu.

Do outro lado da mensagem, ela bufou abaixando as mãos que cobriam os olhos agora que o outro estava devidamente vestido. Os dois já haviam tido aquela discussão dezenas de vezes, Hazel simplesmente se recusava a aprender a usar algumas das novas tecnologias, em especial o celular, por motivos que Nico nunca entendeu. Isso já havia causado uma grande cota de situações embaraçosas para o filho de Hades, especialmente quando ele e Will ainda namoravam, inclusive, se ela tivesse chamado um pouco mais cedo poderia acrescentar mais uma situação constrangedora para a lista.

-Que ótimo irmão eu tenho, venho buscando apoio e ele só me dá mais patada. – Ela resmungou.

-Já falei que não é patada, apenas um conselho que você precisa urgentemente começar a seguir se quiser parar de ver mais de mim do que gostaria. – Deu de ombros enquanto seguia para a cozinha pegar algum biscoito do armário. Havia dito casualmente, mas realmente desejava que a outra o ouvisse daquela vez, sério, mensagens de Íris são um sistema muito inconveniente na maior parte das vezes.

-Já disse que estou tentando. – Ela cruzou os braços em uma postura defensiva, mas logo deixou os ombros caírem e uma expressão derrotada tomar conta de sua face, o que não passou despercebido para Nico.

-Hazel, não precisa ficar assim, eu sei que você está tentando, desculpe, não quis ser grosso contigo. – Falou com a voz mais suave que conseguia, ver a irmã daquele jeito simplesmente acabava com todas as suas barreiras. Pela imagem do arco íris, viu a cacheada suspirar.

-Não, tudo bem. – Ela continuava com os braços cruzados sobre o peito, mas agora era mais como se estivesse se abraçando do que em uma postura defensiva. – Eu já nem ligo mais para isso... é... outra coisa.

-Quer conversar sobre isso? – Olhou sério e preocupado para a mensagem. – Eu posso ir aí, levaria um segundo pelas sombras.

-Não precisa, eu só... – Ela se interrompeu mordendo o lábio, Nico deixou que ela tomasse o tempo necessário para pensar na resposta. - ...Quero sim.

Ela não precisava falar mais nada, sua expressão triste foi mais do que o necessário para o fazer agir imediatamente, o moreno assentiu colocando um último biscoito na boca e se dirigindo para a sombra mais próxima.

Em um piscar de olhos estava no apartamento da irmã em Nova Roma, no canto da sala, Hazel se encontrava sentada no sofá, com o prisma que usou para enviar a mensagem ainda na sua frente produzindo um pequeno arco-íris pela mesa de centro.

Ela parecia tão pequena e triste naquele sofá grande demais para si, mesmo adulta ainda era a menor do grupo, o que só aumentava a necessidade que Nico tinha de proteger a irmã sempre que possível, embora ela seja uma guerreira absurdamente poderosa.

Ao vê-lo ela se levantou abrindo timidamente os braços e o mais velho logo tratou de envolve-la em um abraço carinhoso.

Hazel e Will eram as únicas pessoas que conheciam esse seu lado carinhoso, não que ele se limitasse a àqueles dois por preferência, Nico realmente queria poder ser mais afetuoso com outras pessoas ao seu redor, mas tantos anos cultivando a fama de odiar contato físico tiveram seu preço.

Ele sabia muito bem que as pessoas estranhariam e falariam demais caso ele começasse a iniciar abraços por conta própria, sem contar que certamente ficariam desconfortáveis por ter Nico Di Angelo as abraçando.

Nico gostava bastante de abraços.

O que ele não gostava era de toda aquela tristeza rondando sua irmã.

No entanto, ele não perguntaria, deixaria a mais nova falar quando estivesse confortável, era assim que Hazel funcionava, algo que ele aprendeu no tempo que passaram se aproximando mais como irmãos após a guerra.

Alguns instantes depois, a menor suspirou novamente.

-Eu não sei o que fazer. – Ela falou baixo, se não estivessem abraçados ele sequer seria capaz de ouvir aquelas palavras.

-A respeito de... – Deixou que a outra completasse, o que foi feito apenas depois dos dois se separarem e sentarem no sofá.

-Frank.

Oh, então Frank é o culpado, Nico deveria ter trazido sua espada, lhe pouparia tempo de voltar para casa pegar a arma para fatiar o filho de Marte, mas ele também poderia fazer isso com alguma espada de treinamento do acampamento Júpiter.

-Nico, nem pense nisso. – O moreno piscou saindo de suas contemplações a respeito de como deveria fazer Frank sofrer por deixar sua irmã triste. – Ele não fez nada, especialmente nada que justifique você usar os métodos que certamente está pensando.

-Mas, você acabou de falar que é culpa dele... – Inclinou a cabeça confuso.

-Sim e é, mas não é. – Ela moveu as mãos pelo ar como se isso fosse ajudar a encontrar as palavras certas. – Ele está envolvido, mas não é culpa dele, entendeu?

-Sim. – Achou melhor apenas concordar, pois ela estava saindo de apenas triste para ‘triste e irritada com o irmão burro’.

Ela o olhou por alguns instantes, claramente não convencida, mas deve ter achado melhor não discutir mais aquele ponto, apenas suspirando outra vez e deitando a cabeça no ombro de Nico.

-É sobre casamento. – Naquele ângulo ele não era capaz de ver o rosto da mais nova.

-Ele te pediu em casamento? Você não quer casar? – Sua mente hiperativa já traçava diversas possibilidades.

Talvez Frank tenha feito o pedido para Hazel que por algum motivo não quer aceitar, isso explicaria o estado atual da cacheada. Talvez ela queira terminar, considerando que ele tinha a sensação de que todos ao seu redor estavam se separando talvez ela seja mais um caso

-Não, não, não. – Ela negou rapidamente. – Na verdade é o contrário, ele não propôs nada, e eu aceitaria.

Nico piscou.

-Então ele não quer se casar?

-Eu não sei! – Ela se jogou exasperada no sofá. – Eu acreditava que sim, fazia todo sentido que sim, ele até comentou alguns meses atrás a respeito disso e eu estava ficando na expectativa, lembra? Eu até comentei contigo.

Sim, ele lembrava muito bem, especialmente porque estava prestes a transar com Will quando a mensagem de uma Hazel extremamente animada apareceu no quarto.

-Então o que aconteceu para a situação mudar para o estado atual? – Aquilo estava ficando confuso demais para ele.

-Jason e Piper se separaram, desde então ele pareceu ficar meio... diferente no jeito de falar de planos para o futuro como casamentos, quase como se ele já não quisesse mais se casar. Então eu testei as águas e ele concordou que casamentos não eram algo necessário, fiz mais alguns testes e ele sempre acabava falando de alguma forma que não estava interessado em matrimônio. – Ela assoprou um cachinho de cabelo para longe dos olhos. – Mas ao mesmo tempo ele também falava coisas como que “estaria bem se o casamento fosse comigo” acho que ele talvez só levaria essa história a diante para me agradar, então tentei o meu melhor para o acalmar a esse respeito e não o pressionar para fazer isso só para me agradar.

-Mas você quer se casar com ele. – Ele afirmou mais do que perguntou.

-Sim, eu sei que hoje em dia isso não significa muito para a maioria dos casais, mas é só que... para mim significa. – Ela fez um bico o olhando com aqueles olhos dourados. – Só que também não quero que ele faça isso apenas para me agradar.

Nico mordeu os lábios pensando no que deveria falar, ele como uma pessoa que não pretendia se casar pelo mero fato de não ver importância em algo do tipo estava se colocando em uma posição bem complicada para ajudar a irmã.

Em sua opinião fazia todo o sentido aqueles dois simplesmente ignorarem a existência de algo como casamento e seguirem suas vidas juntos e felizes, ele podia fazer brincadeiras constantes sobre ser o padrinho, porém era puramente para irritar a cacheada com o assunto.

-Quer que eu converse com ele por você? – Desistiu de tentar formar alguma frase de suporte moral para a outra, no fim ele acabaria a deixando mal por acidentalmente expressar demais seu desprezo pela forma de união.

-Definitivamente não. Sei muito bem que vai acabar o ameaçando para que faça o que eu quero.

-Eu não faria isso. – Faria sim.

Ela o olhou ceticamente e voltou a falar.

-Essa conversa deve parecer tão idiota para você, me desculpe por gastar seu tempo com esse tipo de bobagem. – Nico se amaldiçoou internamente, ele havia deixado transparecer o que pensava do assunto?

-Ei, ei, ‘essa bobagem’ é importante para você, então não fale assim dela. – Novamente a abraçou, dessa vez de lado pela posição que estavam no sofá. – E você nunca gasta meu tempo, exceto quando me faz ir as compras contigo, aquilo sim é gastar tempo.

Ela riu aliviando um pouco da angustia do mais velho.

-Não é, admita que você gosta. – Ela deu um soquinho leve em seu braço.

-Aquilo é pior do que os campos de punição em dia de rebelião. – Respondeu sabendo que estava propositalmente mudando de assunto, não era a melhor coisa a se fazer, mas realmente não tinha ideia do que falar para ajudar a mais nova. Pelo menos era capaz de a distrair de seus problemas por algum período de tempo.

Desse ponto em diante apenas alternaram entre conversas banais até Frank chegar em casa e Nico se despedir dos dois com um último olhar de advertência para o filho de Marte.

Ele gostava do namorado de Hazel, mas enquanto ele fosse a causa dos olhares tristes de sua irmã ficaria em sua lista de possíveis alvos para sua espada.



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