História My best friend - Capítulo único

Como o dia estava quente e o sol estava sorrindo com o belo dia que era, o pequeno Boo teve a brilhante ideia de passar o dia na casa de seu melhor amigo, foi até a sala de lazer e pegou nas pontas dos pés o telefone fixo que ficava em cima da mesa que para si era muito alta. Discou o número que já tinha decorado de tantas vezes que o ligou. Como o esperado quem o atendeu foi a mãe do seu melhor amigo.

- Alô? Quem fala?

- Oi tia! Aqui é o Kwannie, minha mãe me deixou passar o dia aí, ela só disse que era pra' perguntar pra' senhora se eu podia.

- Ah! Se sua mãe deixou pode sim meu amor, só me diga que horas você vem.

- Daqui à pouco eu tô' aí, eu vo' com o meu tricico'.

- Tudo bem, cuidado no caminho, lhe esperaremos.

- Tá' tchau tia.

Desligou a ligação e foi correndo até o quintal no qual sua mãe estava cuidando de seus pequenas rosas e cravos. Viu seu pequeno correndo até si e já esperava algo vindo dele, ainda mais em uma boa manhã de sábado.

- O que foi dessa vez Kwan? - perguntou parando de regar as plantas.

- Mamãe posso ir na casa do Sollie?

- Desde que ela deixe você ir tudo bem.

- Ela já deixou mamãe, eu posso ir?

- Pode ir, mas não dê tanto trabalho para a mãe do Hansol, se eu souber que você fez algo que não devia vai ficar de castigo mocinho.

- Tudo bem mamãe, prometo me comportar.

Correu com suas perninhas curtas até a garagem na qual guardava seu triciclo, tinha ele desde que era muito pequeno e até hoje ainda o usava, saiu de casa e como morava em um condomínio então não tinha perigo de sair daquela forma, pedalou até a casa que ficava na esquina. Quando chegou deixou seu triciclo na porta da casa do amigo e bateu na porta, ela abriu e revelou seu melhor amigo, nem perdeu tempo e o abraçou.

Apenas deu um "oi" à mãe de Hansol e foram até o quarto dele, a primeira coisa que fizeram foi pegar os bonecos e começaram a brincar, era incrível como as duas crianças conseguiam imergir em um mundo criativo com vários detalhes que faziam com que tudo parecesse mais mágico do que já era. Criaram várias histórias, uma delas haviam pegado uma Barbie da irmã de garoto, ela era uma princesa na qual foi raptada por um rei mal e que agora era função dos dois salvarem ela, enfrentaram vários obstáculos até chegarem ao reino do mal – como foi denominado pelo mais velho – e conseguiram resgatar a princesa, e outra na qual fizeram com que o boneco ben10 se apaixonasse pelo Max steel, não ligavam muito para essas coisas, desde que tivessem uma boa história, não interessava qual eram os bonecos que usavam.

Criaram tantas histórias que desistiram e foram pular corda, gastar toda aquela energia era a melhor coisa que podiam fazer e quando acabaram se viram suando, com os cabelos grudados na testa, ofegantes e com as bochechas rosadinhas pelo tamanho esforço que haviam feito, havia passado um bom tempo e por isso já estava na hora do almoço. Procurando pelos pequenos a senhora Chwe abriu a porta do quarto de Hansol e viu os dois correndo e rindo um do outro, a amizade daqueles dois era tão fofa que tinha grandes expectativas para o futuro deles. Chamou as crianças para comer e nem os viu mais no quarto já que saíram correndo para a sala de jantar, foi atras deles para que não fizessem nada de errado.

Os encontrou sentados na mesa enquanto balançavam seus pés aguardando a sua chegada, riu um pouco antes de se sentar junto a eles, faltavam alguém naquela mesa, rápido gritou por seu nome:

- Sofia Chwe! Se não aparecer agora na mesa ficará sem seu celular – dito e feito, não demorou nada para a garota aparecer guardando o celular na estante e se sentando. Logo a senhora Chwe começou a servir as crianças e deixou que a garota se servisse.

- Mamãe e o papai? Ele disse ontem que ia vir para almoçar com a gente – perguntou o mais novo da família, a mãe suspirou, sabia que ele era quem mais sentia a ausência do pai, mas não podia fazer nada já tinha conversado com ele sobre sua falta com os filhos, porém não mudou nada, Sofia também sentia falta apesar de não perguntar ou dizer alguma coisa sobre ela também sentia muito.

- Ele não irá poder almoçar com a gente meu amor, sabe como o papai é ocupado com o trabalho, acredito que amanhã ele venha almoçar conosco – sorriu em forma de tranquilizar o filho, mas não adiantou já que ele fechou a expressão e encarou triste a comida, ficou em silêncio por um tempo.

Seungkwan vendo que aquilo havia deixado seu melhor amigo triste decidiu fazer algo para alegrá-lo e fazer seu coraçãozinho parar de doer.

- Não se preocupa Sollie, depois a gente brinca de conde-conde' e cabra cega, já' já você fica feliz, não gosto de te ver triste Sollie – disse e em seguida o amigo sorriu, adorava a forma como o Boo se preocupava consigo.

- Tudo bem Kwannie, prometo não ficar triste – e mais uma vez sorriram um para o outro, voltaram a comer mais animados.

Com aqueles dois nada ficava em silêncio, o almoço silencioso foi trocado por quatro pessoas participando animadamente das situações e até mesmo riam de situações de criança sem sentido do Seungkwan, era bom passar o dia na casa do amigo, gostava de se divertir com ele. Ao terminarem de almoçar ajudaram guardando copos, talheres e panelas, já que os pratos poderiam quebrar, ao concluírem a tarefa pediram a mãe do Hansol se podiam brincar no quintal.

- Pode, desde que não estraguem minhas babosas e nem minhas samambaias.

- Tudo bem mamãe.

Começaram a brincar de cabra cega como foi prometido por Seungkwan, e em seguida de esconde-esconde, riam um do outro e corriam par todos os lados, para algumas crianças era chato brincar disso sendo apenas duas, mas para os dois era muito bom e divertido, conseguiam fazer tudo ser animado. Enquanto se escondia perto das plantas de sua mãe viu uma mangueira e foi aí que teve a brilhante ideia de ir pedir para ela se podiam brincar com água.

- Mãe! Mãe, podemos brincar com água? – perguntou animado enquanto segurava a mangueira em suas mãozinhas, ela assentiu ao ver a felicidade dos dois garotinhos, que logo conectaram a mangueira ao registro, agora iriam começar a bagunça.

Foram muitas brincadeiras, fizeram a mangueira de chuveiro, de chuva fictícia, até mesmo fizeram seu próprio arco íris, passaram a tarde toda brincando como dois porquinhos, se rolavam na grama molhada se sujando muito, quem os via diria que eles não tinham mãe, mas eram apenas duas crianças fazendo o máximo para se divertirem. Porém o tempo passa e com isso a mãe de Hansol foi ver se ambos já tinham saído do quintal, mas ao chegar lá viu que os dois ainda estavam lá e pior, estavam com lama da cabeça aos pés.

- Vocês dois, entrem agora, já passou da hora de ficar brincando com a mangueira, vão tomar banho que eu irei fazer o jantar, quando acabar quero os dois já limpos e cheirosos – os pequenos foram correndo para o banheiro e quando chegaram lá avistaram a banheira branquinha.

Se entre olharam e só aquilo já era o suficiente para saber o que queria, enquanto o Chwe tapava o ralo o Boo ligava o registro, esperaram encher e na hora de colocar o sabonete líquido, o frasco deslizou de sua mão caindo aberto na banheira.

- E agora Kwan? A mamãe vai me matar se ver que eu gastei o sabão preferido dela – já estava se preparando para o sermão que levaria da senhora Chwe.

- Não se precupa' Sollie, a titia vai entender que foi sem querer, vamos tomar nosso banho antes que ela brigue com nós dois – assim que dito tiraram as pequenas roupas e entraram na banheira, aproveitaram que na prateleira mais baixa estavam localizados os patinhos de borracha coloridos, pegaram todos e jogaram na água, como já estavam acostumados mais uma vez criaram uma história.

- Eu sou a plincesa' mais linda de todas, todos se curvem pra' mim – disse o Boo ao pegar um patinho cor de rosa com glitters prateados.

- E eu sou o cavaleiro que quer a mão da princesa – o Chwe falou ao pegar um patinho verde com detalhes florais roxos.

- Não vou me casar com você, você é muito feio pra' casar com a plincesa mais linda do mundo' – o pequeno pensou um pouco antes de pensar em outra parte para a história – só deixo se você derrotar o enorme dragão vermelho.

- Farei de tudo pra' você minha princesa – assim Seungkwan pegou um patinho vermelho e começaram a “lutar”, uma hora o dragão cansou de lutar e se deu por vencido, em comemoração o patinho verde e roxo foi para perto da princesa – minha princesa vai se casar comigo agora?

-  Tudo bem, vamos nos casar cavaleiro – a história se deu por finalizada, e ao verem a banheira estava quase transbordando de tantas bolhas de sabão que haviam criado – olha as bolhinhas Sollie, são tão fofinhas, tem um montão delas – riu de maneira fofa enquanto sorria para o que estava a sua frente, que retribuiu o sorriso, mas logo o desfez.

- Kwannie, você vai me abandonar? – perguntou cabisbaixo, o outro apenas piscou várias vezes tentando entender o motivo da pergunta, e seus pensamentos foram para o pai do melhor amigo, no qual era muito ausente, ele deveria se sentir abandonado.

- Nunca te abandonaria, o que eu faria sem você meu Sol? Eu prometo de dedinho que não vou lhe deixar, eu te amo Sollie, você é meu melhor amigo – o sorriso do mais novo foi tão grande que contagiou Seungkwan e acabou por sorrir também, se abraçaram tão apertado, gostavam daquele tipo de carinho um com o outro.

- Eu também te amo Kwan – depois voltaram a brincar com os patinhos.

- Olha Sol, as bolhas são tão fofinhas - disse de novo ao ver algumas bolhas pequenas, sorriu fofo para elas. Ao olhar viu que a banheira já estava transbordando e antes que pudesse dizer algo a porta se abriu revelando uma senhora Chwe um pouco irritada.

- Vocês ainda estão aqui? O que eu disse para vocês não demorarem no banho? — os pequenos se assustaram com a repentina aparição da mãe do mais novo, assim que se aproximou da banheira viu a embalagem do sabão líquido boiando entre as bolhas — vocês gastaram todo o sabão? — perguntou arqueando a sobrancelha.

- Mamãe, não foi cupa' do Kwannie, a cupa' é toda minha, eu deixei sem querer o sabão cair na água, me desculpa mãe — dizia desesperado enquanto seus olhos marejavam esperando uma bronca da mais velha.

- Tudo bem Hansol, mas não faça mais isso certo? — viu o garotinho assentir e decidiu que estava na hora deles saírem daquela banheira — venham vocês dois, vou terminar esse banho demorado — notou que as mãos macias e pequenas já tinham engelhado, fez tudo rápido para não ficarem mais tanto tempo assim na água.

Ao terminar secou os dois e os enrolou nas toalhas com toucas de bichinhos, estavam tão fofinhos, em silêncio - o que era raro com aqueles dois no mesmo cômodo - ela vestiu os pequenos e em seguida os levou até a sala de jantar, estava tudo pronto e Sofia já estava a mesa como o esperado. O jantar foi mais divertido do que o almoço os mais novos ali faziam piadas nada engraçadas, mas que por serem crianças as duas riam para que eles não ficassem tristes, a situação era fofa e só com aqueles dois para o dia ser mais divertido e engraçado.

- Daqui há pouco você terá que voltar para sua casa, sabe disso Kwan, não quero deixar sua mãe preocupada com você.

- Tá' titia, vou voltar, mas antes eu e o Sollie podemos ver um desenho animado? — perguntou com os olhinhos brilhando com a possibilidade de ver o filme de seu desenho favorito, Bob esponja, adorava esse desenho e ria todas as vezes que via, gostava muito mesmo.

- Podem ver, vou colocar para vocês e vou tomar meu banho, então não façam tanta bagunça na sala — ligou a teve e colocou no adorado filme, deu uma última olhada neles e viu que os dois estavam sentados na beira do sofá vidrados com os olhos na televisão e com as perninhas curtas balançando, sorriu e subiu para seu quarto.

- Sol eu não quero ir pra' casa, quero ficar aqui com você — olhou para o melhor amigo enquanto escutavam a água do chuveiro, sabiam que quando a mãe do maior saísse do banho eles teriam que se separar.

- Já sei, tenho um plano — começou a cochichar seu incrível plano no ouvido do melhor amigo, esse que escutou tudo com muita atenção, assim que terminou de falar escutaram os passos da mãe de Hansol nas escadas. Quando chegou a sala viu os dois dormindo no sofá, eram tão fofinhos, pegou o filho no colo e levou até o quarto dele e depois pegou o melhor amigo dele e o colocou na cama ao lado do filho, esperava que fossem amigos por bastante tempo. Suspirou e foi até o telefone de casa, discou o número da residência Boo e esperou ser atendido pela mãe de Seungkwan.

- Alô, quem fala?

- Sou senhora Chwe, mãe do Hansol, só liguei para avisar que o Seungkwan acabou dormindo, queria saber se quer pegá-lo ou se ele pode dormir aqui.

- Ah pode sim senhora Chwe, sei que ele gosta de dormir aí, obrigada por avisar.

- De nada, boa noite, até amanhã.

- Tchau até amanhã.

Desligou e foi dar boa noite para os dois que estavam ainda deitados na mesma posição que os deixou, selou seus lábios em ambas as testas e sussurrou boa noite para cada um, cobriu ambos com o lençol e saiu do quarto desligando a luz. Ao escutarem a porta fechar começaram a rir baixinho.

- Ela acreditou em nós — riram mais ainda.

- Mas Kwannie, agora eu fiquei com sono — fez um bico fofo e o Boo concordou, também estava ficando sonolento.

- Vamos dormir de verdade então, boa noite Sollie, lembra que eu te amo meu melhor amigo — suas bochechas já estavam doendo de tanto sorrir.

- Boa noite Kwan e eu te amo também — e como sempre se abraçaram para dormir, ambos tinham a mania de dormir abraçados a algo, quando dormem sozinhos se agarram aos bichos de pelúcia que tinham, mas juntos se abraçavam e tinham uma boa noite de sono, porém dormiam melhor ainda na companhia um do outro.