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História My Best Mistake. - Agora já foi.


Escrita por: sct_svy

Capítulo 6 - Agora já foi.


- Olha, o que você fez hoje foi muito covarde comigo. – Falei baixo. – Como eu ia dizer não pra você?

- Eu não queria que você fosse embora, mas não foi só por isso. Eu realmente queria transar com você.

- Você é maravilhosa. – passava os dedos por entre os cabelos dela.

- Se você quiser manter o que disse mais cedo está tudo bem, você não tem obrigação nenhuma de ficar comigo, só fiz o que eu tinha vontade e aparentemente você também.

- Eu quis, muito. Assim, vamos tentar de novo, mas com calma, eu sou de escorpião, não consigo ser controlada por alguém assim, começamos numa amizade colorida, quando der vontade a gente fica, se não der sem neura, pode ser?

- Pode. Sem neuras, escorpiana. Onde fui amarrar meu bode.

- Qual seu signo?

- Câncer. O signo dos fodidos no amor. – Rimos.

- Vamos voltar pra festa, o Gabi deve achar que fugi com o carro dele.

- Vamos. Mas agora você fica com os seus amigos e eu com os meus.

- Certo.

 

Ficamos nos beijando por mais um tempo e voltamos, já era três da manhã, entrei e fui ao banheiro, lavei as mãos (muito importante), me arrumei e logo encontrei Laura saindo do box. Estava com uma cara de bêbada, tive que rir e bêbada estava ainda mais linda. Sorriu ao me ver.

 

- E aí? Se resolveu? 

- Oh! – Respondi e ela entendeu. – E você? Saiu do zero a zero.

- Nada, dancei bastante, reencontrei algumas pessoas que não me reconheceram, mas vieram me cantar, ai aproveitei e me reapresentei.

- Você mudou muito. Eu não te reconheceria.

- Espero que pra melhor.

- Com certeza, o tempo te fez muito bem.

- Vamos na rua fumar?

- Vamos.

Saímos até a frente do lugar, era onde usavam de fumodromo, acendemos um cigarro cada uma. Como ela fica sexy fumando, ela fica sexy até com uma fantasia do Barney. Acho que o alcool está fazendo efeito.

 

- E o Gabi? Cadê? Se achou com a garota mesmo?

- Sim, estão lá em cima, acho que ele queria até levar ela pro carro, mas você correu na frente.

- Eu não pretendia continuar lá, na verdade nem sei se fiz certo de aceitar continuar com ela, mas ela é uma garota legal, é bonita, entendeu que é só ficar, de repente tenha salvação.

- Hum. Se você não quer ficar com alguém não deveria ficar.

- Eu sei, mas eu queria na hora. Agora não quero tanto assim. – Arrependimento batendo.

- Relaxa que as coisas se ajeitam. - Esse é o pior conselho que alguém pode te dar, é tipo: fica olhando tudo estar uma merda e espera que de uma forma mágica tudo vai se ajeitar.

- Tomara. Vamos chamar o Gabi pra ir embora? Cansei dessa festa. – Falei, cansei dessa situação, eu sou a rainha das burradas.

- Ainda bem que você falou. Vou lá, me espera aqui.

 

Vi a Julia saindo e fui até ela me despedir, espero que tudo fique bem, ela não vai morar aqui mesmo, então tem data pra acabar, não que eu me sinta bem pensando assim, mas eu tentei fazer as coisas numa boa e ela apelou, eu cai lindamente, mas mesmo assim. Só não quero magoar ela.

- Oi Ju, estou indo embora, ta bem? – Ela assentiu, me aproximei e dei um beijo de leve nos seus lábios.

- Tudo bem, a gente se vê. - Sorriu.

Vi a Lau me procurando e fui ao seu encontro.

- E aí?

- Ele não quer ir.

- Sinal que as coisas estão bem com a garota lá.

- Tive a impressão que nem era a mesma garota de antes.

- Há possibilidades. Vamos na beira da praia então, é a duas quadras daqui, vou pegar umas cervejas lá mesmo e ficamos esperando o Gabi lá.

- Isso, pode ser. – Saímos. - Só temos que avisar ele.

- Mando um whats. 

Peguei meu celular e mandei.

Isabela: Gabi, eu e a Lau vamos beber na praia, te esperamos lá, a hora que quiser ir embora nos avise, ok? 

Gabriel: ok, qualquer coisa me liga.

 

- Pronto. 

- Amo a tecnologia. 

 

Fomos até a praia, com o movimento que essa cidade tinha no verão não tinha tanto perigo de assaltos, muita gente na rua apesar da hora. Chegamos na beira da praia e tiramos os sapatos. Tinha um pessoal sentados com uma roda de violão, o som estava agradável. 

 

- Como eu senti falta daqui. Amo praia, mar, essa praia, é minha casa - Laura.

- A gente sempre volta pra onde pertencemos. 

- E pra quem pertencemos?

- Espero que valha o mesmo. Vou pegar umas cervejas.

 

Fui e voltei logo, não era bom deixar ela sozinha essa hora e nem andar sozinha. Ela estava sentada na areia observando as ondas e eu parei, fiquei ali observando ela. Até que voltei pra terra e continuei caminhando, sentei do lado dela e entreguei a cerveja. Podia ouvir o pessoal ao lado tocando When We Were Younger da banda S.O.J.A. (ouçam!).

 

- Porque você foi embora? - Falei olhando pro mar. 

- Porque meus pais acharam melhor pra minha educação. - Ela também não me olhava, fitava o mar. 

- Você não quis ficar? Se despedir? Voltar pra visitar? Quero dizer, porque desse jeito? 

- Foi tudo muito rápido, eles me falaram que eu ia, eu não quis, mas não consegui argumentar, em dois dias eu estava lá, assim eu passei quase dez anos, eu queria vir, mas eles nunca deixaram, até que eu disse já era maior de idade, que eles não podiam me impedir e tentar seria pior.

- Porque você nunca me procurou?

- Porque você está fazendo essas perguntas? - Me olhou e eu não me atrevi a olhar pra ela, sabia que se não tivesse total controle de mim ia chorar na frente dela e eu não queria isso. Ela nunca entenderia a falta que fez e nem o que estou sentindo agora.

- Porque eu senti a sua falta, agora que você voltou ficou claro o quanto fez falta. - Tentei explicar. Ela passou o braço pelos meus ombros e eu descansei a cabeça no dela, realmente, estou bebada. 

- Eu não procurei você porque sabia que ia querer, ainda mais, voltar. Eu não queria sofrer mais por estar longe. - Ela me encarou, de perto. - Eu não vou mais embora. - Naquele momento eu senti vontade beijar ela. Estava na minha cara, eu não pensei em mais nada, apenas beijei e ela me correspondeu, meu coração batia acelerado, meu corpo todo tremia, meu estomago dava pulos e eu beijava ela como se nada mais existisse, não sei dizer quanto tempo ficamos nos beijando, fomos nos separando e ela me beijou de novo, não tinha pressa de acabar, eu passaria o resto da vida ali, o beijo dela era doce, calmo, parecia que estava tudo completo, perfeito. Até que com dificuldade nos separamos. 

- Isa... 

- Eu sei. - A unica coisa que me vinha na cabeça quando olhei em volta e me dei conta do que realmente estava acontecendo é o Gabriel. 

- A gente não pode. 

- Eu sei, só aconteceu porque a gente está bêbada e emocionalmente abalada. 

- O meu irmão não pode saber disso. 

- Ninguém vai saber e não vai se repetir. - Ela concordou e eu estava com muita raiva de mim, muita! Mas isso vai ficar pra trás e eu vou focar na Julia. - Me desculpa, ta bem? - Eu realmente estava me sentindo muito mal. 

- Isa, para, isso não foi culpa sua.

- Eu beijei você.

- Mas eu quis.

- Droga, Laura. Você não pode falar isso. Não faz assim. - Já estava quase chorando.

- Eu não sei o que dizer. 

- Vamos por uma pedra em cima disso. 

- Vamos. Vou apressar o Gabi. 

- É melhor. - Ela pegou o celular e eu continuei com aquela culpa infinita.

- Ele disse que vem daqui a pouco. 

Fiquei encarando o mar e me perguntando porque eu tinha me deixado levar daquele jeito. Nunca tinha acontecido isso, eu tinha que ter pensado nas consequencias. Que merda. Ela dizendo que quis me beijar. Como eu ia lidar com aquilo, já estava pirando achando que queria ela sem ser correpondida. Ela me beijou de volta e não teve problemas em admitir isso. 

- Lau?

- Fala. 

- Você já tinha pensado em mim dessa forma antes? Fala a verdade. - Ela demorou a responder. 

- Desde o momento que eu te vi quando sai do carro. Eu nunca tinha senti atração por uma mulher antes, mas quando eu te vi, foi diferente. Eu fiquei encantada com o quanto você está linda e você foi me cativando com seu jeito, não quis mais sair de perto de você, de inicio eu não tinha certeza do que estava sentindo, mas o jeito que você me olhava, eu gostava e então tive certeza. 

- Porque não me disse nada? Porque deixou chegar a esse ponto? 

- Porque eu queria estar errada. Tinha medo... - ouvimos uma buzina, era Gabriel, levantamos e fomos para o carro sem que ela completasse a frase.

 

Nem nos olhávamos enquanto estavamos no carro, eu sou literalmente a pior pessoa do mundo, meu melhor amigo é apaixonado por mim e eu fico com a irmã dele, que além disso, é minha melhor amiga. Eu sou uma merda de ser humano. Eu não conseguia encarar o Gabriel.

 

- Está tudo bem? Estão quietas. 

- Só cansaço. - Respondi. 

- Se acertou com a Julia? - Perguntou. 

- Ah, sim. Está tudo bem. - Forcei um sorriso, Laura estava muda, olhando pra rua, nem pra me ajudar. 

 

Peguei meu celular pra disfarçar o silencio, agradeci os deuses por ter uma mensagem da Julia e outra da Lari. A da Julia era de pouco tempo, a da Lari era de bem mais cedo. 

 

Julia: Boa noite, Isa... 

Isabela: Boa noite, Ju. Durma bem. 

 

Larissa: Isa, você está com a minha blusa branca? 

Isabela: Não sei, mas eu preciso conversar com alguém, se não vou explodir. 

 

Claro que nenhuma das duas estava online, afinal eram 5:45 da manhã. Cheguei em casa e fui direto pra cama. Adormeci pensando naquele beijo, foi um beijo só que eu não entendia como tinha me tirado tanto de mim. Eu só sabia dizer que deixou um gosto de "quero mais", estava morrendo de medo de nunca conseguir olhar pra ela sem querer beija-lá de novo. Se for assim eu ia ter que viver com isso. Eu tinha oficialmente estragado tudo. 

 

Acordei, fiquei parada olhando pro teto, as lembranças da noite passada foram vindo, agora com mais clareza, sem o alcool na mente. Sexo com a Julia após dar um fora dela, beijar a minha melhor amiga. Eu devia ter ficado em casa. Peguei o celular, 13:45, mensagem da Lari. 

 

Larissa: Me avisa quando acordar que vamos tomar um sorvete na piscina e conversamos.

Caramba, mas você dorme. 

Isabela: Acordei, posso passar ai daqui uma meia hora? 

Larissa: Pode. 

 

Levantei, fui pro banho, comer, dar satisfação pros pais, sair, a casa da Lari é pertinho da minha, no mesmo condomínio, fui andando mesmo, bati na porta e logo ela me atendeu. Fomos andando até a piscina. 

 

- Acho melhor ir pra um lugar mais tranquilo. Fiz uma cagada grande demais pra contar e alguém ouvir.

- Tudo bem, tem aqueles banquinhos lá. - Apontou, fomos até os bancos e sentamos. 

- Eu beijei a Laura. - Falei num suspiro. 

- O que? A irmã do Gabi? 

- Sim. 

- Como assim? Porque você fez isso, Isa? 

- Porque eu sou uma imbecil. - Declarei. 

- Mas foi só um beijo? 

- Sim, eu acho, não sei, dois. - Admiti. - Depois que a gente se separou ela me beijou. 

- Não sabia que ela ficava com garotas. 

- A questão não é essa. Ela não fica.

- Mas é só um beijo, dois. Porque isso te perturba tanto? Curtiu?

- Mais que deveria. 

- Merda.

- Sim, mas não existe a minima possibilidade de acontecer, o Gabi nunca me perdoaria, eu nem sei como olhar pra ele. Ele me querendo e eu querendo ela. Vou me afastar. 

- Não, se você se afastar só vai piorar, enfrenta a situação e resolve, não foge, você é corajosa, sempre foi. 

- Dessa vez está difícil. 

- Eu imagino, mas enfrenta e se você gosta dela, ele vai ter que entender. 

- Eu nunca passaria desse jeito por cima dos sentimentos dele. 


Notas Finais


A música que toca na praia:
https://www.youtube.com/watch?v=VHi7VoRJxbU


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