História My control pill (Taegyu-Yeonbin) - (11)Apenas um susto?

[Alguns minutos antes do acidente]

Beomgyu sentiu uma leve tontura junto ao sussurro arrastado, e um zumbido atordoante começou a incomodar seus ouvidos, suas mãos perderam o controle derrepente e tocaram com certa violência as teclas mais graves do piano lhe fazendo levar um susto. Ele proteje os ouvidos no intuito de fazer aquele barulho parar e só depois de alguns segundos que o som ficou normal. 

Beomgyu respira fundo e naquele momento sentiu como se estivesse sendo observado, virou-se para trás mas apenas viu a porta entreaberta já que esquecera de fecha-la. Ele levantou do banquinho redondo e foi em direção a porta e quando pôs as mãos na madeira notou que o corredor estava vazio, mas o que chamou sua atenção foi algumas gotas de sangue no chão. O choi sentiu um arrepio percorrer por sua espinha na medida em que se agachava e aproximava seus dedos para tocar a mancha vermelha quase vinho.

Quando a ponta do seu dedo indicador tocou o liquido, conseguiu senti-lo quente e antes de raciocinar algo, passos desesperados subiram a escada e ele pode ouvir alguem exclamando seu nome:

— Beomgyu! — era Hueningkai, o choi levantou a cabeça para ver a imagem do garoto pálido e ofegante. — O Taehyun! Ele foi atropelado.

Agora quem estava pálido era Beomgyu.

— O que!? Onde ele está!? — pergunta já sentindo lagrimas nos olhos.

No hospital, Heejun andava de um lado para o outro enquanto esfregava as mãos tentando diminuir a ansiedade. Quando a senhorita kamal ligou para o seu trabalhando dizendo que Taehyun havia sido atropelado, perguntou se tratava mesmo dele já que, Taehyun era a pessoa mais atenta que conhecia e não prestar atenção na hora de atravessar a rua não era de seu feitio. Agora mil coisas se passara pela mente dele e uma delas era em que seu filho pensava, o maior medo do Heejun era achar que seu filho se acidentou propositalmente. Mas ele não faria isso, Taehyun é forte e não acabaria com a vida assim. Ele tentava se convencer.

Beomgyu e Hueningkai entraram no carro da kamal, o choi nem se quer teve tempo de avisar o ocorrido para seu Hyung, apenas queria ver Taehyun e encontra-lo bem. Ele não entendia do porquê seus sentimentos pelo Kang pareciam a flor da pele cada vez que o via e isso não estava sendo mais o suficiente. Beomgyu queria entender Taehyun e se aproximar dele. Desenhos retratados do belo rosto perfeitamente moldado do ruivo não eram mais o bastante.

Beomgyu olhou para a janela em movimento, os postes já estavam ligados e uma leve chuva começou a cair, Beomgyu também chorava junto com o céu silenciosamente. Hueningkai viu do retrovisor sua expressão triste e preocupada. Ele também sabia que seu hyung sentira algo intenso quando se tratava do kang e agora, huening sentia uma culpa enorme o consumir por dentro. Talvez se estivesse ido atrás dele aquele acidente não teria acontecido, ou pelo menos seria ele no lugar do kang. Hueningkai preferia se machucar do que ver Beomgyu naquele estado e pensava o mesmo quando se tratava de seus outros amigos. Eles eram seu suporte, o motivo pelo qual huening sempre estava com um sorriso...

...porque na verdade ele era quebrado. Havia uma mascara atrás de sua face sorridente.

— Eu deveria ter ido atrás dele — disse baixo, mas fora os pequenos soluços do Beomgyu, o silêncio era perceptível, porém deu para ouvir claramente o que ele disse. 

— Não se sinta culpado filho, não tínhamos como saber — sua mãe fala tentando parecer o mais calma possível.

— Por que não me deixou ir atrás dele!? Por que disse que ele precisava de um tempo!? — Hueningkai disse irritado e ao mesmo tempo entorpecido de tristeza.

— Eu não sabia que ele estava tão fora de si naquele ponto!

Um silêncio maior  pairava no carro desta vez. Beomgyu passava a barra do moletom na bochecha e travou o movimento quando a senhorita kamal quase gritou. Agora as unhas grandes e bem feitas dela faziam um barulho irritante aos ouvidos de Beomgyu, enquanto batiam no volante. O sinal estava vermelho.

— Como assim? — Beomgyu perguntou baixo. ele sabia que o kang não parecia ter tanto autocontrole, mas o que o deixaria tão mal ao ponto de toda aquela situação ter acontecido? Ele se perguntava, mas logo a resposta veio:

— Taehyun teve um passado difícil. — ela dá um suspiro, tanto Beomgyu quanto Hueningkai  prestavam atenção no que ela falava. — Na verdade eu conhecia a família do Taehyun à muito tempo, antes deles se mudarem para nova York, mas ao longo dos anos acabamos perdendo contado e muito tempo depois, ou seja, apenas à alguns meses atrás que o Heejun entrou em contato comigo dizendo que estava voltando para a Coréia com seu filho mais velho.

Os dois garotos olharam entre si, mesmo não sebendo muito da vida do ruivo, ele nunca comentara que tinha outro irmão.

— Eu fiquei sem entender e achei que ele tinha se divorciado da esposa mas na verdade, a coisa era ainda mais séria.

"Heejun me contou que enquanto trabalhava, sua esposa e seus dois filhos voltavam do hospital já seu filho mais novo, kang Siha ( se pronuncia "xirra") havia pegado um resfriado. Quando eles passaram em um beco para chegar em casa mais rápido já que tinha começado a chover e eles não estavam com guarda-chuva, caso o Siha se molhasse poderia ficar pior. Foi quando uma quadrilha de assaltantes barrou eles, naquela altura já chovia demais e os ladrões queria dinheiro e possivelmente sequestrar a criança, foi quando um deles atirou e uma das balas acertara o peito da mãe deles, um acertou a cabeça do Siha e um de raspão na perda do Taehyun. Foi difícil pra ele, ver os dois sendo mortos na sua frente... Depois disso, Taehyun desenvolveu alguns transtornos e não tinha mais autocontrole. Heejun falou que Taehyun havia ficando ainda pior, passava o dia fora de casa e sempre que voltava, ou estava bêbado e drogado ou tinha que busca-lo na delegacia."

— Delegacia? — perguntou Hueningkai.

— Ele se envolvia em muitas brigas e espancava pessoas nos becos, o motivo na maioria das vezes era bullying. Foi quando Heejun tentou leva-lo em um psicólogo mas não deu muito certo, a única opção dele era voltar pra cá. E então eu ajudei como pode. Ainda não disse para o Heejun, mas consegui um psicólogo para o Taehyun.

Após ouvir tudo aquilo, o silêncio voltou a se instalar no carro. Agora todos refletiam sobre a vida dolorosa do kang. Beomgyu se sentia triste por tudo que o ruivo havia passado e ao mesmo tempo adimirava pela coragem dele de ainda estar vivo. Beomgyu então se lembrou das vezes em que já pensou em desistir de tudo e corou por ver o quão fraco era comparado ao Taehyun. 

Mas a verdade é que cada um tem uma forma diferente de lidar com a dor.

Quando finalmente chegaram no hospital já era noite. A lua cheia brilhava depois da chuva fininha ter cessado. Beomgyu saiu do carro meio deslocado e perdido, era muita coisa para processar e ao mesmo tempo, ele entendia de certa forma a vida do ruivo.

Conhecera seu pai de longe, apenas acenou com a cabeça para Heejun, este que segurava com café e continha uma expressão de alívio.

— Como ele está? — perguntou a mãe do huening.

— Foi apenas um susto. Os médicos disseram que não teve lesões graves mas que ainda faria alguns exames, ele só quebrou o braço. 

Tanto Beomgyu quanto Hueningkai suspiraram aliviados.

— Podemos ver ele!? — Hueningkai pergunta, agora com um sorriso entusiasmado.

— Podem, eu acabei de sair do quarto dele. É o 512.

Hueningkai disse um "obrigado" e Beomgyu fez um reverência e seguiu o de cabelos pretos. Ambos andaram em silêncio até o elevador e então chegaram no quarto, depararam com um Taehyun olhando o teto fixamente sem piscar, enquanto o braço enfaixado de gesso estava descansando sobre o peitoroal, que descia e subia levemente.

— Sera que ele está dormindo? — Hueningkai de inico faz graça mas ao notar que o kang continuava da mesma forma mudou sua expressão para preocupado. — Ai meu Deus Taehyun fala alguma coisa! 

— Buhh! — Huening solta um grito agudo, fazendo Beomgyu inclinar a cabeça perto do ombro esquerdo. Taehyun deu uma risada.

— Não faz isso! Que susto! Estávamos preocupados com você.

— Eu estou bem, foi apenas um susto.

— Ainda bem. 

Hueningkai sorria fraco agora, Taehyun notou seus olhos perdidos e quando olhou na direção de Beomgyu, que fitava seu corpo deitado na maca, notou um leve sorriso acompanhado do mesmo olhar do Huening... Distante.

Taehyun sabia que tinha um tensão estranha mas não quis perguntar sobre.

— Não esperava que vocês viessem.

— Somos amigos agora, amigos se preocupam com os amigos. 

— Nesse caso, abrigado pela visita.

— 'Ta enxotando a gente? — Hueningkai faz um biquinho e põe as mãos na cintura.

— 'To enxotando você. 

Quando Hueningkai iria abir a boca para protestar, seus lábios se curvaram e fizeram um pequeno sorriso. Seus olhos foram para Beomgyu e depois para Taehyun, carregados de malícia.

— Tudo bem — diz levantando as mãos como se estivesse se rendendo. — Vou deixar os pombinhos a sós.

Ele sorrir, Beomgyu cora e então o Huening sai do quarto. Os dois ficaram em um longo silêncio até Taehyun se ajeitar na cama, ficando sentando e encarando Beomgyu fixamente, de cima a baixo. Ele usava uma calça um pouco folgada e escura, enquanto o moletom era ainda mais folgado e tinham uma cor marrom. Taehyun achava Beomgyu parecido com um urso, seus cabelos pareciam maiores, os olhos pequenos e lábios desenhados, as mãos quase engolidas pela manga do moletom... Ele estava adorável. Beomgyu exalava inocência e Taehyun se sentia atraído por ele, desde que o conhecera, mesmo sem trocar uma "conversa", apenas vê-lo sentando pelos cantos desenhando, com um tipico bico nos lábios, atiçava as fantasias mais exóticas do Kang.

— Não esperava que você viesse — Taehyun comentou após um longo silêncio. Beomgyu se aproximou da janela e passou a fitar a lua. — Mas que bom que veio, Beomgyu.

Beomgyu tinha um leve sorriso nos lábios.

— Eu fiz outro.

Taehyun sentiu um arrepio percorrer por todo o seu corpo quando o choi deixou um sussurro escapar. Então, ele falava afinal? 

— Você... 

Beomgyu se virou e passou a encarar os olhos grandes e adoráveis do kang.

— Sim Taehyun. Eu falo, e tenho muitas coisas para te dizer...