— Então diga — Taehyun se ajeito melhor na cama com um sorriso pequeno nos lábios, a voz do Beomgyu ecoava em sua mente soando tão belo quanto imaginava.
Beomgyu respirou fundo e inspirou com calma. O que ele iria dizer? Que estava apaixonado pelo ruivo que conhecera a menos de uma semana? Elogiaria a bela face do kang que era sua musa para os desenhos mais belos que fazia? Beomgyu estava confuso, talvez o melhor fosse ter ficado calados.
Taehyun o olhava esperando alguma resposta. Já os olhos do Beomgyu percorriam o quarto todo, totalmente desesperado.
— Eu... Ah..
— Você... — disse motivando o mais velho a completar a frase.
— Eu... Estou feliz que você esteja bem — Beomgyu deu um suspiro, sua garganta fechou derrepente, não era bem aquilo que queria dizer.
— Era isso? — Taehyun pergunta com um olhar desapontado. — Ah... Tudo bem então.
— Não! Na verdade... — Beomgyu revira os olhos. — Eu não sei o que dizer, e para de me olhar como se estivesse vendo um diamante.
Beomgyu corou e Taehyun sorriu pela timidez dele.
— Você é mais belo do que um diamante, Beomgyu. E é ainda mais precioso — Taehyun foi sincero em suas palavras, Beomgyu viu seus olhos brilharem e o Choi sentiu uma pequena chama tomar conta do seu peito. Era confortante.
— N-não diga isso... — disse baixo, Taehyun não ouviu.
— Por que antes você não falou comigo?
— Porque eu não sabia o que dizer, na verdade, não gosto muito de falar.
— Sua voz é bonita de se ouvir. Deveria falar mais.
— Há — deu uma risada nasal sarcástica e olhou para a janela. — Quase não consigo ouvir ela mesmo.
— O que quer dizer com isso?
Beomgyu olhou para o ruivo e em seguida levou as mãos até o cabelo, afastando-os e fazendo Taehyun ver um aparelho cor bege na orelha.
— Sofro de perda gradual.
Taehyun queria dizer algo, mas suas palavras sumira. Ele abrira a boca mas ficou mudo.
— Tudo bem, já estou me acostumando. Por isso prefiro o silêncio.
— Eu também gosto do silêncio. De qualquer forma, sinto muito por isso.
Beomgyu deu um leve sorriso e balançou a cabeça.
— Quando disse que fez outro, do que se referia? — Taehyun questiona, quebrando o silêncio.
— Outro desenho seu.
— Por que gosta de me desenhar?
— Não sei, mas — Beomgyu voltar a fitar os olhos do kang. — Eu gosto. Se quiser que eu pare tudo bem...
— Não. Eles são lindos, você desenha muito bem.
— Obrigado — Beomgyu sorrir largo.
Outro silêncio se instalou no quarto. Taehyun olhava suas mãos e Beomgyu fitava a lua que estava cheia. As nãos do kang estavam enfaixadas, seu braço doida um pouco mas não chegava a lhe incomodar tanto. A única coisa que estava o incomodando era aquele silêncio, na verdade, ambos queriam dizer tantas coisas, mas algumas palavras devem ser evitadas.
Porem, Beomgyu sentira o passado do kang cair sobre seus ombros. O choi tinha muita empatia, tanta ao ponto de querer chorar pela dor de outra pessoa. Mesmo que Taehyun não demonstrasse tanto, Beomgyu via em seus olhos um mar da culpa e desespero e ele melhor que ninguém sabia como era sentir culpa. E ele queria deixar claro que estava lá para ajuda-lo então resolveu arriscar:
— Eu também sinto muito, Taehyun.
— Hum?
— Seu passado. Eu sei como é sentir culpa de algo.
Taehyun fechou os olhos com força, não era um bom momento para relembrar de tudo.
— Quem te contou?
— Não importa quem me contou. Apenas quero que saiba que... Pode confiar em mim. Por mais que nós não nos conhecemos e... — Beomgyu dizia se aproximando da maca e se senta nela olhando nos olhos do kang, este que começou a sorrir do nada. — Que foi?
Taehyun não respondeu, ao invés, ele aproximou seu rosto ao de Beomgyu e depositou um selinho nos lábios do mais velho. Beomgyu erragalou os olhos e corou.
— Por que fez isso!?
— Não aguentei. Sua boca é cativante — disse na simplicidade mas sua voz soou rouca. Beomgyu sentiu arrepios e seu rosto esquentar.
— M-mas você não deve... O Yeonjun hyung é seu...
— Namorado? Não, só tivemos um caso. Nada demais.
— Não parecia ser nada demais quando vi vocês na biblioteca — murmurou.
— Esquece aquilo — Taehyun disse. — Quero te conhecer melhor. Você é misterioso, Beomgyu.
— Eu sei — Beomgyu sorrir.
A porta se abre e Hueningkai junto de sua mãe entrar.
— Já estamos indo Beomgyu — avisa a kamal e em seguida ela vai até a maca do kang e sergura uma de suas mãos. — Como se sente querido?
— Eu estou bem senhorita kamal, foi apenas um susto.
— "Como se sente querido" mimimi — Huening imita uma voz fina e revira os olhos. Claramente desafiando a morte. — Seu filho a senhora não trata assim, hum.
— Em casa conversamos — Ela lança um olhar mortal para ele, Beomgyu e Taehyun se olharam e apetaram os lábios para não rir.
— Nós já vamos, seu pai foi buscar algumas coisas em casa e disse que volta logo. Vou te dar uma folga para se recuperar ok? — ela sorrir docemente.
— Pode ser mas... Mesmo assim, posso visitar o kai não é?
Taehyun olhou ameaçador para o mais novo, Huening levantou uma das sombrancelhas enquanto pensava;"ver o Beomgyu você quis dizer."
— Claro né mãe?
— Sim, as portas estão sempre aberta pra você. E falando nisso, preciso conversar com você quando for para a ONG.
— Tudo bem.
Eles se despediram, Taehyun e Beomgyu trocaram rápidos olhares antes dos três finalmente saírem do quarto. Taehyun voltou a deitar na maca e encarar o teto após deixar um longo suspiro escapar.
— Sozinho de novo.
A senhorita kamal e os dois garotos já estavam quase na ONG, Hueningkai dormia no banco da frente com a cabeça descansando na janela. Kamal o olhava vez ou outra para Beomgyu notando que ele parecia inquieto.
— Quer perguntar algo gyu?
— Pra seu sincero sim — sorriu sem graça.—Acha que vai dar certo, sabe, o negócio do psicólogo?
— Eu espero que sim. Taehyun tem muito juízo s sabe o que é bom pra ele.
Depois daquele curto dialogo Beomgyu se contentou em acreditar nas palavras dela. Pouco tempo depois eles finalmente chegaram, Beomgyu sai do carro agradecendo a carona e antes de ir embora, a kamal abre o portão que era bem protegido para o choi entrar.
— Descanse bastante ok? Hoje foi um dia difícil, não pensar tanto nos problemas do Taehyun.
Ela deu um beijo na bochecha dele e sorriu antes de entrar no carro e sair do campo de vista dele. Beomgyu deu um suspiro.
— Eu me preocupo sim.
Ele seguiu em silêncio até o dormitório que dividia com seu hyung, os corredores estavam escuros e tudo estava em um completo silêncio, já era quase 22:00 e pelo visto todos estavam dormindo. Beomgyu sentiu seu estômago roncar, mas não queria comer.
Finalmente chegou no quarto e abriu a porta devagar, fazendo um barulho estranhamente irritante. Não queria acordar o Soobin então fez o possível para entrar em silêncio. A luz do quarto estava apagada e apenas as cortinas balançavam, pela luz da lua, Beomgyu viu Soobin deitado de olhos fechados.
Ele deu um suspiro de alívio e se sentou em sua cama. Quando ia se deitar, quase caiu no chão pelo susto:
— É você Beomgyu?
— Ah! Que susto Soobin!
O mais velho riu e se sentou na cama esfregando os olhos, mesmo não vendo quase nada. Seus olhos estavam ardendo mas ele ignorou.
— Aonde você estava? Fiquei preocupado, perguntei pelo Hueningkai mas disseram que ele tinha saido as pressas com a senhorita kamal.
— Sim... Bem, eu estava com eles — Beomgyu respirou fundo antes de continuar.— Taehyun sofreu um acidente.
Soobin arregalou os olhos pela reação, mesmo não tendo muita luz Beomgyu viu sua cara surpresa seguida de preocupação.
— Ele está bem? Aconteceu algo grave?
— Não binni. Ele só quebrou o braço.
— Ainda bem. Mas por que está com essa voz, desanimado?
— Ele me beijou.
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