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História My Dear A.I. - BeomJun ou YeonGyu - Si Mesmo


Escrita por: LoveColinFord

Notas do Autor


Olá amores!!! OIha quem está de voltaaaaaa!!
Sei lá, eu amei escrever esse capítulo sabem
To feliz porque a fic passou de 1k de visualizações no WattPad, AUGEEEHH

Esse capítulo foi escrito por conta de algumas coisas que aconteceram entre mim e alguns amigos meus, e talvez alguns de vocês se identifiquem, ou, no mínimo, pensem em algumas coisas.

Espero muito que gostem!!

Capítulo 14 - Si Mesmo


Fanfic / Fanfiction My Dear A.I. - BeomJun ou YeonGyu - Si Mesmo


 

 O tempo passou. Todos os garotos praticamente viraram a noite comentando sobre coisas completamente aleatórias, até o momento em que ficaram sem assunto, optando então por assistir aquela saga de terror inacabável que não dava medo algum.

 Em poucos minutos, os garotos dormiram. Os três andróides estavam sentados nos colchões com seus humanos usando-os como travesseiro. Huening Kai adormeceu com o rosto afundado no peito de Soobin, Taehyun abraçou o corpo do outro Taehyun até achar uma posição confortável para dormir e Beomgyu deitou-se no tronco de Yeonjun, deixando que o sono o levasse.

 Assim que perceberam que eles estavam todos dormindo, Yeonjun desligou a televisão, e como as luzes já estavam apagadas, todo o ambiente ficou afundado na escuridão, sendo iluminado apenas pelos Núcleos de Força dos Protótipos.

 Soobin observou Yeonjun acariciando a testa de Beomgyu calmamente enquanto penteava seus fios aloirados com delicadeza, com um sorriso sincero e intenso. Ele parecia tão feliz... Tão... Vivo.

 O androide mais alto apenas sorriu. Parece que os seus conselhos realmente tinham dado certo. 

 Era estranha essa felicidade. Talvez por eles serem apenas inteligências artificiais essas coisas tão simples como um conselho seguido resultava em uma alegria mais intensa. Enfim, Soobin estava feliz por Yeonjun. Era bom vê-lo feliz.

 Olhou para seu Huening Kai. Ele era tão fofo dormindo. Simplesmente a criatura mais preciosa do mundo para ele. Seu rostinho tão delicado, sua tez tão sensível e alva, seus lábios tão delineados e avermelhados. Soobin simplesmente não conseguia reagir de outra forma senão sorrindo. 

 Quem diria que algum dia androides se apaixonariam tanto por seus humanos ao ponto de sorrir apenas ao olhar para eles? Nada mais precisava ser feito, tudo o que era necessário era, pelo menos, pensarem um no outro.

 Poucos minutos depois, Yeonjun o chamou sussurrando.

 - Hey Soobin.

 - Pois não, Yeonjun? 

 - Eu só queria dizer... Muito obrigado.  -  Yeonjun começou, sorrindo sincero.  -  Se não fosse por você... Eu provavelmente nunca saberia o que eu sentia... E ainda sinto. Muito obrigado mesmo.

 Soobin sorriu de lado, abaixando um pouco a cabeça. Envergonhado? Não sabia. Nunca tinha recebido elogio nenhum de outro alguém a não ser seu Kai, pelo menos não diretamente dessa forma.

 - Não foi nada...  -  Realmente... Ele estava mesmo feliz.

 - Do que vocês estão falando?  -  O Protótipo Taehyun indagou entre eles.

 - Soobin me ajudou a entender meus sentimentos acerca do Beomgyu. Foi algo muito bom.  -  O de cabelos azulados comentou.

 - E você Taehyun, também apaixonado por seu humano?  -  Soobin questionou, curioso.

 O Protótipo Taehyun corou um pouco.

 - N-não sei... Acho que sim né...  -  Tentava não manter contato visual com os outros androides, que apenas riam baixinho daquela situação.

 - Nossa, para o Taehyun criar um Protótipo igualzinho a ele, ele deve se amar muito, não é mesmo?  -  Yeonjun comentou.

 - Coisa que todos os humanos deviam fazer, pra falar a verdade.  -  Soobin afirmou.

 - Criar um Protótipo igual a eles?

 - Não bobo.  -  Todos riram de leve.  -  Amarem a si mesmos.

 - Concordo.  -  Taehyun falou.

 - Uma vez Ningning me contou que muitas pessoas por aí estavam com problemas por se acharem feias, insuficientes ou dependentes. Ele comentava sobre isso bem triste.  -  Soobin começou. Os outros dois o escutavam atentamente.  -  Ele me disse que todos são belos do jeito que são, suficientes para eles mesmos e não precisam depender de ninguém para que possam amar a si mesmos. 

 - Isso é muito fofo, Soobin.  -  O de cabelos azulados comentou.

 - Sim... É uma sabedoria notável considerando que ele é um humano relativamente jovem.  -  O mais baixo afirmou.

 - Vocês sabem as Três Leis de nossos sistemas não sabem?  -  Soobin indagou.

 - "Não podemos ferir nenhum ser humano ou permitir, por omissão ou não, que algum humano seja ferido."  -  Yeonjun começou.

 - "Devemos obedecer as ordens dos humanos, desde que tais ordens não entrem em conflito com a primeira lei."  -  Taehyun continuou.

 - E "Devemos preservar nossa existência, desde que não entremos em conflito com as leis anteriores."  -  Soobin concluiu.  -  Quando eles dizem... Preservar nossa existência... Será que eles também se referiam a amar a nós mesmos?

 Os androides se olharam, um tanto quanto duvidosos.

 Yeonjun olhou para Beomgyu adormecido, acariciando sua tez delicadamente. 

 - Nós... Protótipos... Nós... Que já estamos apaixonados por nossos humanos... Somos capazes de amar a nós mesmos? Somos capazes de amar outra coisa? Eu demorei tanto para descobrir e entender o que era esse sentimento... Será que... Nós poderemos nos amar da mesma forma que amamos nossos humanos?  -  O de cabelos azulados indagava cabisbaixo.

 Quando um androide faria uma pergunta dessas? 

 Será que ele seria capaz de entender isso?

 Soobin olhou para Kai mais uma vez, com uma melancolia intrigante no semblante.

 - Sabem... Nesse mesmo dia que ele comentou isso... Ningning brigou comigo.  -  O mais alto revelou.

 - Jura? Vocês dois já brigaram? Por quê?  -  Yeonjun indagou curioso.

 - Óbvio que já brigamos. Só que dessa vez... Eu fiquei muito pensativo...

 - O que aconteceu?  -  O Taehyun androide perguntou.

 - Algum tempo atrás... Ningning chegou triste do colégio. Quando ele passou pela porta, ele me parecia muito abalado. E no momento em que percebeu que eu estava ali, logo colocou um sorriso no rosto e correu para me abraçar, do jeito fofo dele. No entanto... Eu percebi que aquele sorriso não era verdadeiro. Quando começamos a conversar sobre qualquer coisa, fui percebendo que ele realmente não estava bem. Por mais que ele me abraçasse e sorrisse toda hora, eu sentia que algo estava errado.

 Yeonjun e Taehyun androide observavam o mais alto com atenção, e ele proferia aquelas palavras como se estivesse perdido nelas.

 Perdido naquelas lembranças que o fizeram pensar mais do que um Protótipo deveria.

 E assim continuou:

 - Nesse momento, eu me lembro que segurei suas mãos e o encarei com um sorriso, dizendo que... Não importa o que aconteça, eu o amaria. Eu o amaria para sempre... Eu jamais o abandonaria e faria de tudo por ele, pois Ningning é a coisa que eu mais amo. E depois disso, ele ficou sério... Bravo talvez. Quando eu estava prestes a perguntar o porquê daquilo... Ele colocou um dedo nos meus lábios, impedindo-me de falar, foi então que ele disse que:

 E antes que pudesse terminar, a voz gentil de Huening Kai foi ouvida sussurrando em meio aos androides.

 - Há algo que você deve amar mais que eu. 

 Os androides ficaram surpresos. Não imaginavam que Kai estaria acordado.

 Ele os ouvia desde o começo.

 - Ah me perdoe meu anjo, eu não queria te acordar. Nós vamos falar mais baixo, não se preocupe.  -  Soobin tentava se desculpar, mas apenas foi recebido com um sorriso terno.

 - Tá tudo bem, amor.  -  O garoto sussurrou, acariciando os cabelos sedosos de seu Soobin.

 Ele observou aqueles androides, eles o olhavam surpresos, mas curiosos ao mesmo tempo.

 Assim, ele prosseguiu:

 - Eu me lembro que... Eu fiquei muito feliz em saber que Soobinnie ainda me amava e continuaria me amando. É bom ouvir isso, vocês não têm ideia. Entretanto... Eu não devo ser aquele que Soobinnie mais ama. A primeira coisa que vocês devem amar, mais que qualquer pessoa, qualquer objeto ou lugar... É vocês mesmos. Eu sei que vocês foram criados para atender as necessidades dos humanos... Mas vocês foram presenteados com o dom de... Sentir. O dom de amar de verdade... 

 Observou seu Soobin, ele o encarava com um rosto preocupado... Aquele mesmo rostinho de coelho que tanto adorava. Provavelmente ainda estava preocupado e se sentindo culpado por tê-lo acordado, coisa que não aconteceu.

 - Mesmo que amem alguém incondicionalmente, que essa pessoa seja tão especial pra vocês... Por mais que sintam que não podem viver sem ela... Vocês podem. Vocês devem. Não tem problema algum em amar alguém... A sensação é tão incrível que é como se vocês estivessem vivendo do jeito certo... Entretanto... Nada se compara a saber que você é capaz de se amar. Saberem amar suas próprias existências... Para que possam amar outra pessoa... E essa pessoa possa amar vocês de volta.

 Logo depois observou o Taehyun androide que o fitava ainda curioso. Ele possuía os mesmos olhos de seu melhor amigo, como se o tivesse o universo dentro deles.

 - Amor é algo importante... Ele move montanhas, atravessa oceanos e supera os céus. Portanto, vocês devem saber que podem mover centenas de montanhas... Por si mesmos. Atravessar todos os oceanos do mundo... Por causa de vocês mesmos. Superar os céus e alcançar as estrelas... Por quem vocês são.

 E por fim, observou Yeonjun, que olhava para Beomgyu. Talvez... Talvez ele estivesse tentando compreender o que Kai havia dito... Como se quisesse entender.

 - Vocês são únicos... Todos vocês.  -  Desferiu um selo singelo na testa de Soobin, logo voltando a acomodar-se em seu tronco, fechando os olhos.  -  E é por isso... Que vocês devem se amar primeiro.

 Enfim adormeceu.

 Todos os androides permaneceram em um silêncio por um longo tempo, ainda processando as palavras daquele humano.

 Eles tentavam entender... Mas... Eles seriam capazes? Eles conseguiriam?

 Foram criados com a capacidade de sentir sentimentos humanos. Contudo, nasceram entendendo como funcionava o mundo, como funcionava o universo. Cresceram tendo ciência de quem eram... Mas nunca tiveram tempo de entender como os sentimentos funcionavam. Tudo o que sentem é tão novo. Seja raiva, medo, asco, tristeza, alegria, amor... Tudo é tão diferente. São como bebês que nasceram sabendo de tudo... Mas ao mesmo tempo... Sem entenderem nada.

 Se não tiveram tempo de amadurecer os sentimentos e a si mesmos... Como eles compreenderiam esse amor que deveriam ter para consigo mesmos?

 Talvez fosse realmente difícil...

 ...Ou talvez...

 ...Eles apenas precisassem dessas palavras que Kai proferiu.

 

 ...

 

 ...

 

 ...

 

 Yeonjun e Beomgyu caminhavam à noite pelas praças de Seul. Muitas pessoas com seus Protótipos caminhavam tranquilamente por lá. Não era sempre que nevava, mas naquele momento, o chão todo estava coberto por aquela neve alva e bela, assim como as poucas flores e folhas de todas as árvores por perto.

 As luzes da cidade iluminavam os caminhos por onde os amantes seguiam. Era incrível todo aquele lugar.

 Beomgyu decidiu sair um pouco naquele fim de semana, pois há tempos os únicos lugares que ele e seu androide iam com frequência era o shopping, ao lado do prédio onde moravam, o apartamento em si e a cafeteria onde Beomgyu trabalhava. Eles precisavam ir a lugares novos, nem que seja apenas para se divertirem um pouco.

 Mas enquanto caminhavam, Beomgyu notou que Yeonjun estava mais quieto que o normal.

 O que será que havia acontecido? Ele vinha estranho há bastante tempo, desde que fizeram a noite dos amigos. O que será que estava acontecendo?

 Tinha que puxar conversa, eles não falavam nada a dois minutos, DOIS MINUTOS!!

 - Nossa, até parece que tem alguém nos observando, não é mesmo, Jun?  -  Beomgyu comentou rindo de leve.

 - Há inúmeros humanos com seus Protótipos por aqui, Beomie. Vai que eles se apaixonaram na gente.  -  Yeonjun falou sorrindo bem-humorado.

 - Do jeito que somos lindos né.

 - Óbvio.

 - Meu deus, estamos andando muito com Taehyun. O narcisismo está crescendo, isso é perigoso.  -  O garoto comentou fingindo preocupação.

 Ambos riram como dois bobos.

 - Quer ir para algum outro lugar para as pessoas pararem de olhar para nossa beleza?  -  Yeonjun perguntou brincalhão.

 - Só se for agora.  -  Tendo dito isso, seu androide segurou sua mão e puxou-o para um lugar com menos gente. 

 Andaram com um pouquinho de pressa, passaram por várias pessoas, até o momento em que chegaram a uma ponte. Ela era relativamente larga, passava por cima de um lago enorme. Não havia ninguém ao redor deles. O povo estava mais concentrado em outros lugares. 

 A iluminação daquela ponte era pequena, apenas um poste de luz em cada uma das extremidades do local. Havia um pouco de neve em todo lugar, mas não era muita. O lago nem estava congelado também.

 Ambos caminharam calmamente até o meio da ponte, apenas apreciando o local.

 Yeonjun estava realmente maravilhado com aquele lugar. Era tudo tão belo. A luz da lua cheia que mal aparecia nos céus por conta das nuvens de neve ainda podia ser vista refletida naquele lago. Os poucos flocos de neve que caíam ao redor deles deixavam tudo mais belo e romântico, precisavam admitir.

 Ao chegarem no meio da ponte, ambos se apoiaram no muro de proteção e observaram a lua. A paisagem era tão linda. Yeonjun não conseguia parar de olhar para aquela beleza. Quer dizer... Mesmo que aquela paisagem fosse linda... Ainda tinha algo ainda mais belo

 O androide olhou de soslaio, focando em Beomgyu. Aquele humano que brilhava mais que a neve com a luz da lua refletida. Mais belo que qualquer coisa. Tudo o que pôde fazer foi... Sorrir.

 - Hey Jun...  -  O garoto o chamou.

 - Sim, Beomie?

 - Tá... Tá tudo bem com você?  -  Beomgyu perguntou meio cabisbaixo, evitando olhar muito para seu androide.

 - Hum? Estou sim, por que a pergunta?  -  O androide falou desentendido, enfim virando e encarando seu humano de frente.

 - Ah... É que tipo... Sei lá, você anda um pouco estranho ultimamente.  -  O garoto proferia enquanto coçava a nuca, um pouco hesitante.

 Yeonjun observou seu humano calmamente. 

 Sim, de fato andava meio pensativo desde que Kai havia falado aquelas coisas. Ainda estava um tanto duvidoso quanto a capacidade de amar a si mesmo antes de qualquer coisa. Era estranho o sentimento. A primeira coisa que Yeonjun amou de verdade foi Beomgyu... Depois de tanto tempo procurando entender, depois de tanto tempo descobrindo coisas novas... Como ele seria capaz de amar a ele mesmo antes de Beomgyu?

 Mas ah Yeonjun... Se ao menos você soubesse...

 - Estranho como?  -  Yeonjun perguntou, virando um pouco a cabeça.

 - Não sei... Meio avoado... Parece pensativo... Está pensando demais em alguma coisa?  -  Beomgyu perguntou mordendo os lábios. Não queria deixar seu androide desconfortável, mas precisava muito saber.

 - Talvez... Na verdade estou.  -  O androide afirmou.

 - Se sente confortável em me dizer?  -  Perguntou, preocupado.

 Foi então que Yeonjun levou sua mão gelada, ainda mais por conta do frio, para a bochecha de Beomgyu, sentindo aquele calor único que apenas os humanos tinham. Que apenas seu humano tinha. Enquanto isso levou sua outra mão para a cintura fina alheia, puxando-o para ainda mais perto, acabando com qualquer distância entre os corpos.

 Beomgyu olhou para Yeonjun surpreso e fascinado ao mesmo tempo. Mesmo que já tenham feito aquilo algumas vezes, ainda assim se sentia um pouco envergonhado com aquelas atitudes. 

 Yeonjun sabia mesmo afetar Beomgyu... De um jeito muito bom.

 E então o androide proferiu, movimentando lentamente aqueles lábios carnudos estonteantes:

 - Estou pensando demais em você.  -  Sorriu.

 Beomgyu corou intensamente, arregalando os olhos. Não imaginou que seu androide falaria algo como aquilo.

 - O... O que...

 - Você simplesmente não sai da minha cabeça.  -  O de cabelos azulados comentou, sorrindo de lado.

 O garoto sorriu de leve, mordeu os lábios sutilmente e sussurrou calmamente:

 - Isso é algo ruim?

 O androide deixou uma risadinha pequena sair.

 - De jeito nenhum.  -  Sua voz estava tão calma. Era como se realmente precisassem daquele momento. E de fato... Precisavam,  -  Pensar em você é simplesmente a melhor coisa de todas, na minha opinião.

 Antes que Beomgyu falasse qualquer outra coisa, Yeonjun proferiu, sem ter mais como esconder aquila dúvida.

 - Sabe... Eu tenho uma dúvida...

 - E o que é?

 - Me disseram que eu deveria me amar antes... Que eu deveria amar a mim mesmo em primeiro lugar.  -  Yeonjun começou, um tanto hesitante, mas não podia parar agora.  -  Mas eu não sei como fazer isso.

 - Não sabe como se amar?  -  O garoto indagou, um tanto preocupado.

 - Não sei como me amar antes... De amar você...  -  Ele estava sério, e Beomgyu percebeu isso.

 Ah Yeonjun, se ao menos você soubesse... 

 Amar alguém não é uma escolha... Amar alguém é um acontecimento. É algo que vem depois de muitas situações e mudanças, muitas dúvidas e revelações. Amar alguém não é algo que você escolhe.

 Mas amar a si mesmo... Isso sim é uma escolha. Uma decisão. Uma vontade.

 Amar o seu próprio ser depende unicamente de você. Apenas você pode decidir isso.

 Se amar... É uma necessidade... Uma necessidade que ninguém além de você pode alcançar.

 Amar alguém e amar a si mesmo não é uma competição para ver quem vai ser o vencedor.

 Yeonjun... Amar sua própria existência é algo que precisa acontecer para ser feliz... E você amar Beomgyu não vai impedi-lo de amar a si mesmo. Nem o contrário.

 Se ao menos você soubesse...

 - Jun... Você deve se amar antes de qualquer coisa. É algo necessário.  -  A voz de Beomgyu estava suave e melodiosa como sempre.  -  Mas... Amar a si mesmo em primeiro lugar... Não significa que você está me amando em segundo lugar.

 - Como assim?

 - Se você se amar... Você vai saber como amar alguém... Do jeito certo.

 - ...  -  Yeonjun não sabia o que dizer... Olhou um pouco para baixo. Aquilo ainda era difícil de entender, pelo menos pra ele. 

 - Jun... Eu me amo, sabia?  -  Tendo dito isso, Yeonjun o encarou.  -  E justamente por isso... Por eu amar a mim mesmo... Eu sei... Que eu amo você. Eu consigo saber... Que o que eu sinto por você... É verdadeiro.

 Ah Yeonjun... Se ao menos você soubesse...

 Você descobriu como amar a si mesmo desde que começou a amar Beomgyu.

 Você esteve se amando... Desde quando escolheu se sentir bem ao tocar nas coisas ao seu redor.

 Você esteve se amando... Desde quando olhou para aquela paisagem pela janela pela primeira vez.

 Você esteve se amando... Desde que descobriu o amor.

 Ah Yeonjun... Agora você sabe.

 Lentamente, um sorriso terno e sincero foi se fazendo naqueles lábios vermelhinhos do androide.

 - Entendeu?  -  Beomgyu perguntou serenamente.

 - Acho que sim.  -  Yeonjun levou ambas as suas mãos para as costas de Beomgyu, aproximando-o. O garoto, por sua vez, envolveu seus braços ao redor do pescoço de seu androide, sorrindo terno da mesma maneira.  -  Então... Eu posso te amar... Como eu me amo?

 - Só se me responder... O quanto você se ama?  -  A cada segundo que se passava, os centímetros entre seus lábios diminuíam.

 - Incondicionalmente... Incomensuravelmente... Intensamente... Mais que tudo.  -  Yeonjun afirmou convicto.

 Beomgyu apenas sorriu.

 - Posso te amar como eu me amo agora?  -  O mais alto perguntou.

 ...

 - Por favor.

 E assim, não havia mais espaço entre seus lábios.

 Abraçados naquela ponte, enquanto o lago refletia a luz da lua e seus reflexos.

 Enquanto a neve caía lentamente ao seu redor.

 Ambos se uniram em um beijo profundo e sereno.

 Em um beijo que demonstrava o quanto eles amavam um ao outro...

 ...

 ...

 ...E a si mesmos.

 


Notas Finais


Talvez essa juventude de hoje em dia esteja tendo uma falta de amor próprio.
Esses dias alguns amigos meus e até mesmo a pessoa que eu tenho uma quedinha me disseram que estava sendo difícil superar algumas coisas e que eles estavam sentindo falta de alguém. Eu percebi, naquele momento, que o que lhes faltava, esse alguém que eles estavam sentindo falta, era nada mais que o amor a si mesmos.
Eles estavam precisando se amar.
Eles necessitavam o amor.
Meus queridos, vocês são belos, lindos, exatamente do jeito que são.
Vocês não são feios, não são fracos. Vocês são perfeitos como vocês são de verdade, fortes para encarar as dificuldades!
Então sempre olhem para o espelho e afirmem convictos: eu me amo.
Isso me inspirou a escrever isso.
E agora me digam...

Vocês se amam?


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