História My dear prince - yeonbin - Primeiro encontro

 Ambos seguiram pelos corredores, agora um pouco escuros, do castelo. Por algum motivo, Yeonjun se sentia confortável andando pelo local com seu braço entrelaçado ao do príncipe, por mais que aquilo atraísse olhares curiosos dos empregados que passavam por ali. Alguns sussurros podiam ser ouvidos por perto, coisas como "o príncipe gostou mesmo dele.", "Eles formam um belo casal!"; mas também eram ouvidos comentários como "que desperdício!","vossa alteza bem que poderia ter escolhido um de nós...". Esses, os garotos preferiram fingir que não tinham ouvido.  

 Yeonjun já se sentia cansado de tanto descer aquela escadaria, parecia infinita. 

 — Você irá se acostumar. – SooBin comentou rindo, a cara de cansaço que o rosado fazia era realmente engraçada. 

 — Duvido que eu vá... – Respirou fundo, sabendo ao que se referia o comentário do príncipe. 

 Enquanto andavam pelos corredores do primeiro andar, para chegar até a escada que levava ao térreo, SooBin avistou alguém familiar para si. 

 — Kai! – Gritou, fazendo o garoto, que andava sem rumo, dar um pulo, assustado. Logo o citado se virou ao ouvir a voz de seu príncipe, assim vindo correndo até ele, abraçando o mais velho. 

 Yeonjun soltou o braço do outro, para que pudesse abraçar o, talvez, amigo, assim ficando a analisar o garoto fofinho que pulou nos braços de seu noivo para o abraçar. 

 Pele clara, cabelos castanhos escuros lisos, rosto de bebê, vestes como as de Beomgyu e Taehyun. O novo Choi não podia negar, aquele garoto era realmente bonito e fofo. 

 SooBin apertou o garoto com força, chegando até mesmo a levantar o outro um pouco, mesmo que fossem quase da mesma altura. 

 Yeonjun abaixou sua cabeça, evitando focar naquela cena que estava o deixando incomodado. 

 — O que está fazendo, Soo? – O criado perguntou, sem desfazer o abraço. 

 — Irei levar Yeonjun para um encontro, no jardim oeste. – O príncipe respondeu, fazendo o mais novo fazer um biquinho triste. — Ei, não faça essa cara, sabe que preciso ficar com ele. 

 — Mas você sempre me levava pra passear lá desde criança! – Kai reclamou. 

  O rosado respirou fundo, sentia que estava incomodando naquele local, então aos poucos foi se afastando, deixando os dois garotos discutindo aquilo. 

 Há apenas alguns metros de distância, Yeonjun parou para observar um quadro da rainha, mãe de SooBin. Parecia uma foto de tão bem pintando. Naquele momento, aquilo era mais interessante do que ver os dois maiores. Depois de alguns minutos, o que mais pareciam horas para o rosado, os dois se separaram. O tal Kai seguiu pelo corredor para algum lugar, o qual Yeonjun não se importava de não saber, e SooBin, após o procurar com os olhos, foi até Yeonjun, olhando para o mesmo quadro. 

 Naquele momento, o mais velho se arrependeu de não ter voltado para o quarto, estava chateado por ter sido esquecido por um tempo em meio a um "encontro", não queria ir mais para o tal naquele momento. 

 — Bem, vamos? – O príncipe lhe ofereceu a mão novamente. 

 O mais baixo olhou para sua mão e em seguida para o rosto fofo do outro, que mostrava suas covinhas. Respirou fundo, e então venceu seu orgulho e deu a mão para o outro. 

 — Vamos. – Disse simplista, passando a acompanhar o outro garoto para o local que foi escolhido pelo mesmo.

 Yeonjun ficou em silêncio por alguns minutos, porém, precisava perguntar... 

 — Aquele garoto... – Começou. — Ele é seu namorado? 

 Àquele ponto, o rapaz esperava uma resposta positiva, então já começara a se repreender mentalmente. 

 O que você havia pensado, Yeonjun?! Que tinha possibilidade dele se interessar por você? Isso é tudo faxada! - Era o que ele pensava.

 — Não. – O Choi mais novo riu. — Não seja bobo, se ele fosse meu namorado, você não estaria aqui para se casar comigo. – Aquilo fazia sentido. Poderiam ser só amigos muito íntimos. Muito. — Porquê? Está com ciúmes de mim? 

 Yeonjun corou. Seu incômodo todo com aquilo era ciúmes? Claro que não, haviam acabado de se conhecer, não podia ter se apegado tão fácil assim. 

 Ele não podia. 

 — Não, claro que não. – Negou com a cabeça, para reforçar. — Só... Achei que era seu namorado, pela forma que ele falou. 

 SooBin arqueou uma sobrancelha. 

 — Se você diz. – E assim, eles desceram o último degrau da escada. 

 O príncipe guiou seu noivo pelo castelo, levando o mesmo para uma parte que ainda não haviam ido, continuando a atrair olhares dos empregados, que estavam surpresos, sabiam da briga que aconteceu para aquele garoto não estar ali, e agora o príncipe estava de braços dados com ele, o levando para passear pelo local? 

 Assim que chegaram no jardim desejado, Yeonjun ficou boquiaberto. A grama ali era um pouco mais alta do que os demais jardins, tinha um pequeno caminho de pedras que levava até uma mesa de piquenique que ficava entre algumas árvores, um pouco escondida, uma fonte grande, balanços nas árvores e as flores ali pareciam ser mais bonitas e coloridas. O rosado estava impressionado com o local, nunca chegou a ser muito ligado com a natureza, mas aquele local lhe passou um sentimento forte de paz e tranquilidade. 

 SooBin puxou o mesmo pelo caminho de pedras, o levando até a mesa que havia ali, e ao chegar mais perto, o mais velho pôde notar que havia alguns docinhos distribuídos em pratinhos brancos de porcelana. Pelo visto, SooBin havia mesmo preparado tudo para aquele encontro. 

 — Bem, você gostou do lugar? – O príncipe perguntou, parecia um pouco hesitante. 

 — Sim, ele é bem bonito! – O garoto sorriu, olhando para o mais alto. 

 O príncipe Choi murmurou um "que bom" e se aproximou um pouco mais da mesa, puxando brevemente a cadeira para o outro. 

 Yeonjun estranhou, mas não questionou nada. SooBin sentou-se em sua frente, olhando para o rosto do garoto, que era iluminado apenas pela luz da lua e de postes de luzes fracas que tinha por ali. O príncipe sorriu e respirou fundo, até que empurrou levemente o prato com alguns doces na direção do mais velho. 

 — Você... Quer um? – Perguntou um pouco incerto. Yeonjun soltou uma risadinha e confirmou com a cabeça, pegando um daqueles doces. — Eu não sabia dos quais você gostava, então pedi para fazerem os meus favoritos.

  Yeonjun analisou o docinho em sua mão, e então acabou sorrindo.

 — Beijinho? – SooBin quase pulou da cadeira ao ouvir aquilo. O príncipe arregalou seus olhos, olhando para ele com as bochechas coradas. Ele não poderia estar pedindo aquilo, certo? 

 — Como? – Perguntou quase num sussurro. 

 — O nome do docinho, é beijinho, certo? – O Choi perguntou enfiando aquilo em sua boca. SooBin respirou fundo, assim confirmando com sua cabeça, fazendo acenos positivos. 

 — É, é sim. – Deu um riso soprado, pegando um docinho para si.

 Os dois rapazes ficaram ali conversando sobre diversos assuntos enquanto comiam, aproveitando para de conhecerem melhor e descobrirem gostos em comum, um exemplo disso era animais. 

 Tanto Yeonjun quanto SooBin estavam felizes ali, a companhia um do outro era algo realmente agradável para eles. Naquele momento, SooBin pensou que talvez tivesse feito a escolha certa, que, talvez, se fosse outro homem ali em sua frente, não estaria tão confortável. Já Yeonjun, imaginava que talvez fosse bom para si estar tendo aquela chance. Sentia falta de sua irmã, mas esperava que esta estivesse orgulhosa de si. 

— Quando eu era criança, minha mãe sempre fazia docinhos assim no meu aniversário ou no da minha irmã. – Yeonjun comentou. 

 — Porquê não fazia nos dois? – SooBin olhava atentamente para ele, reparando no pequeno bico que os lábios gordinhos de Yeonjun fazia enquanto ele falava. 

 — Ficava muito caro se fosse para fazer nos dois. – O de cabelos rosa riu soprado. — Mas teve um ano que minha mãe fez um esforço para fazer os dois, no aniversário de quinze anos da minha irmã, era para ter sido meu ano de ganhar docinhos, mas como ela estava fazendo quinze, minha mãe fez nos dois. – Este sorriu fraco, até que abaixou a cabeça lembrando de sua mãe. Sentia falta dela, muita falta, e SooBin notava isso no tom de voz do garoto. 

 Notando a feição triste do menino, SooBin se inclinou um pouco para o lado, pegando uma flor cor de rosa, para assim se inclinar para frente, segurando o queixo do mais velho, assim levantando seu rosto. 

 — Não fique assim. – O príncipe falou baixinho, para apenas o Choi ouvir. — Tenho certeza que sua mãe está ao seu lado sempre, te observando. – Este pode ver um pequeno sorriso nos lábios do outro, e então, o Choi de cabelos castanhos colocou a flor que tinha pego no cabelo rosado do noivo, deixando Yeonjun corado. 

 Um leve clima se formou entre os garotos, que aproximavam seus rostos aos poucos. 

 A mão de Yeonjun deslizou sobre a mesa, assim encontrando um docinho ali, e, antes que SooBin pudesse tomar algum passo a mais, o mais baixo colocou o doce sobre os lábios dele. 

 — Come! – Soltou uma risadinha. SooBin sorriu, assim abocanhou o doce. 

 Os dois estavam distraídos um com o outro fazendo algumas brincadeiras bobas, sempre acabando com risadas. O que os meninos não imaginavam, era que havia alguém os observando um pouco de longe.

 — SooBin... Meu SooBin... – Aquele ser murmurou, dando as costas e parando de observar os dois, indo na direção oposta ao casal. 

  — Já está um pouco tarde, e pelo o que meu pai disse, amanhã você tem algumas aulas... – Yeonjun respirou fundo com a fala do outro. — Vamos voltar?

 — Vamos, e nem me lembre das aulas, eu já estou exausto apenas de lembrar... – E assim se espreguiçou, como se tivesse feito exercícios o dia inteiro. 

 SooBin se levantou, assim estendendo sua mão para o rosado, que a segurou e levantou logo depois. 

 Os meninos seguiram pelo mesmo caminho de volta para o castelo, Yeonjun, já sonolento, não falava nada, apenas observava tudo, notando o quanto o castelo poderia ser assustador a noite. Já SooBin, mantinha seus pensamentos na conversa que teve com seus pais durante o jantar...

 flashback on.

  O príncipe Choi jantava com seus pais, estava um pouco avoado, pensando em tudo o que estava acontecendo naquele momento em sua vida, o casamento, o garoto, seus sentimentos. Tudo parecia tão confuso...

  — Como foi o passeio com o Yeonjun, filho? – O rei perguntou. 

 — Foi normal, pai. – SooBin abaixou o olhar, brincando com a comida. 

 — Se deram bem? – O mais velho continuou com as perguntas.

 — Sim, ele é legal, muito fofo também. 

 — Já gosta dele? – Foi a vez da rainha perguntar. 

 — Eu ainda não sei responder isso, mãe. – Respirando fundo, o garoto a olhou. 

 — Acho que deveria chamar ele para um encontro hoje a noite. – O rei sugeriu. 

 — Sim, um encontro, vocês irão se casar, encontros devem ser normais entre vocês. – Reforçou a rainha. — No final, se der tudo certo, pode até tentar beijar ele. 

 SooBin corou com aquilo. Ela estava falando sério? 

 — Beijar? – Perguntou, como se não entendesse o que aquilo significava. 

 — Sim, e nem se faça de sonso dizendo que nunca beijou, sei que já, vi um dia você e aquele seu amiguinho empregado, Kai, não é? – SooBin se espantou com aquilo. 

 Buscou fundo em sua memória o dia que beijou o Kamal, até que se lembrou. 

 Era seu aniversário de onze anos, Kai disse a si que tinha um presente especial e então deu um selinho tímido no príncipe. Deve ser aquilo o que sua mãe estava falando.

 — Pelo amor de Deus, eu era criança. – Respirou fundo. — Irei levá-lo em um encontro, agora a parte do beijo, vou pensar. Nos conhecemos hoje, não quero que ele pense que sou um pervertido.

 — Ele não irá pensar isso do príncipe da província de Incheon. – Garantiu sua mãe. 

flashback off.

 Um beijo, será que SooBin deveria tentar aquilo? 

 Beijar Yeonjun não lhe parecia uma péssima idéia, poderia começar devagar, com um simples selinho. 

 E pensando bem, os dois quase se beijaram no jardim, e parecia que o Choi de cabelos rosas cederia, se não tivesse colocando um doce na frente. 

 O doce... Será que o garoto fez aquilo, porque não queria ser beijado? Aquilo perturbava a cabeça do mais alto, tanto que nem notou que já estavam próximos do quarto do mais velho. 

 SooBin precisava decidir logo. Arriscar, ou não arriscar?

 Assim que pararam em frente a porta branca de madeira, Yeonjun girou a maçaneta e então a abriu, acendendo a luz do ambiente.

 — Bem... Até amanhã, então? – Disse sem saber muito o que dizer naquela situação. 

 — Até amanhã... – Yeonjun sorriu, e entrou no quarto, aos poucos fechando a porta. 

 Arriscar.

 — Espera! – O príncipe quase gritou, então o garoto parou de imediato o que fazia, saindo do quarto, assim ficando um pouco mais próximo do outro, o olhando atentamente. 

 SooBin não sabia ao certo o que fazer, mas precisava agir rápido. Sua mão foi de encontro a pele macia do rosto de Yeonjun, acariciando o local, e, sem pensar muito, uniu ambos os lábios num selinho que durou apenas alguns segundos. 

 — Boa noite. – Foi o que o moreno disse pouco antes de se retirar, deixando um menino paralisado com seu coração acelerado. 

 Algumas empregadas que estavam no final do corredor presenciaram a cena, todas sorriram se entre-olhando. 

 — Eles se beijaram mesmo? – Uma perguntava eufórica aos sussurros.

 — Sim! – Outra dizia quase gritando. 

 — Tão fofos! – Uma terceira comentou.

 Yeonjun entrou no quarto, ainda em choque com o ato do maior. Ao entrar, pôde ver seu pijama sobre a cama, então não perdeu tempo em se trocar e cair na cama. 

 Enquanto se ajeitava, ainda podia sentir a textura dos lábios do outro sobre o seus, e por algum motivo, aquilo o fazia sorrir.