História My Dear Teacher - Capítulo Catorze

My Dear Teacher – Capítulo Catorze

A noite tinha virado um verdadeiro caos. Charlotte tinha decidido sair de casa para espairecer e livrar seus pensamentos de um tal professor arrogante, mas as coisas tinham fugido do controle. Lauren e Niall, assim como boa parte da boate, tinham presenciado a cena que Louis tinha feito. Porém, para os desconhecidos, aquela tinha sido uma típica cena de ciúme e que Louis e Charlie teriam algum tipo de relacionamento.

Entretanto, para os alunos da universidade, aquela cena foi, no mínimo, estranha. Por que Louis estaria tão irritado com Charlotte por ela estar conversando com Niall? Por que ele se importaria?

Niall estava sem entender nada e sua expressão era de total desentendimento. Charlotte, por sua vez, estava estática. Ela sabia que teria que inventar uma bela desculpa para seus amigos e torcer para que eles acreditassem. Porém, Lauren estava quieta e muito séria, diferente do que costumava ser. Ela já estava desconfiada daquela situação e se ainda havia alguma dúvida, agora não existia mais. A pessoa de quem Charlie falava era Louis, Lauren tinha certeza.

Louis só se deu conta da besteira que tinha feito quando a música voltou a tocar e os três alunos da universidade permaneceram sem reação. O que ele estava pensando ao agir daquele jeito? Talvez tivesse sido o efeito das três doses puras de whisky que permitiram que ele agisse daquela maneira.

— Até que enfim te achei! — Harry, amigo de Louis, chegou dando um tapinha em seu ombro. — Cara, você tinha que ver, eu peguei uma gostosa ali no canto e... — Harry parou de falar quando se deu conta de que Louis não estava prestando atenção e que tinham três pessoas paradas olhando para seu amigo como se ele fosse um fantasma.

— E esse clima pesado? Quem pegou a mulher de quem? — Harry não estava ajudando e Charlotte olhou para seus pés para esconder a timidez. Ela simplesmente não sabia o que fazer.

— Eu trouxe as bebidas. — Lauren gritou, assim como Harry, pois a música estava muito alta. A ruiva ainda permanecia séria e Charlie não teve coragem de olha-lá.

A ruiva entregou uma bebida para cada amigo e cruzou os braços alternando os olhares entre Charlotte e o professor.

— Mas, você Louis, nem apresenta as amigas. Tem que aprender a dividir, parceiro. Ou vai querer as duas pra você? — Harry só piorou a situação.

— Harry, cale a boca! — Louis falou alto, porém os alunos não conseguiram ouvir por conta do som, mas dava para perceber que estava repreendendo o amigo.

— Deixa de ser egoísta! Duas gostosas e você não quer me apresentar uma? Tudo bem. Eu mesma me apresento, Harry Styles, ao seu dispor! — Ele fez uma reverência, se curvando diante das meninas.

— Você é babaca assim ou fez curso técnico? — Lauren perguntou ainda com uma postura séria.

— Lauren! — Charlotte a repreendeu.

— Lauren nada! Esse idiota está me desrespeitando e me tratando com a intimidade que eu não dei. Quem você pensa que é?

— Calma ruivinha! Eu não quis ofender. Mas que é você é gostosa, você é!

— Como é? Você perdeu o juízo? — Niall foi para cima de Harry e logo uma briga tinha sido armada.

Camuflado pela confusão, Louis fez sinal para que Charlotte o seguisse. A moça olhou para trás e viu que a confusão estava enorme e ninguém perceberia seu sumiço. Louis estava visivelmente irritado, mas, acima de tudo, estava inseguro e temeroso sobre as consequências do seu ato impulsivo.

A confusão realmente estava enorme. Niall pulou em cima de Harry que logo conseguiu ficar em cima do garoto lhe deferindo socos. Lauren ficou desesperada começou a gritar e a chamar os seguranças, mas vendo que ninguém chegava ela resolveu tomar uma atitude: tirou os sapatos e jogou um que atingiu a cabeça de Harry e o outro ela fez questão de bater várias vezes na cabeça do abusado.

— Solte o Niall agora ou eu vou enfiar esse sapato na sua bunda! — Alguns soltaram risadas e outros até filmavam a briga.

— Louis, a gente tem que fazer alguma coisa! A Lauren vai matar ele! — Charlotte estava preocupada com as proporções que a confusão podia tomar.

— Ninguém toca no meu loirinho! Eu vou arrancar todos os fios desses seu cabelo seboso! SOLTE ELE AGORA! — A ruiva continuava deferindo golpes com o sapato em Harry, alternando entre as costas e a cabeça.

— Que merda! — Louis foi em direção ao amigo e tentou puxá-lo enquanto Charlie tentava puxar a amiga de cima de Harry que agora puxava o cabelo dele e batia nele com o salto. Porém, quando a morena foi tentar conter a amiga acabou levando uma sapatada.

Os envolvidos na briga gritavam e soltavam palavrões enquanto as pessoas riam da cena que tinha virado um verdadeiro espetáculo.

— Acabou a palhaçada! Quero os cinco para fora! — Um segurança gritou intimidando a todos, menos a ruiva descontrolada.

— Me solta, seu idiota! Eu vou matar aquele cabeludo! — Ainda com o sapato na mão, a ruiva deu uma sapatada no rosto do segurança e piorou a situação.

Outros três seguranças chegaram e conseguiram apartar a briga. Foi necessário dois homens para segurar Lauren que não parava de gritar e se debater.

— Chega! Vamos parar com isso! — Um policial à paisana que estava na frente da boate chegou para tentar acabar com a briga. — Quero vocês fora daqui! Agora!

— Eu só saio daqui quando raspar a cabeça desse maluco com as unhas!

— Lauren, pare com isso! — Charlotte tentava segurar a amiga se pondo na frente e ignorando os seguranças que segurava a ruiva.

— Você é louca! Ela quer me matar! — Harry gritou meio desesperado sendo segurando pelo amigo.

Niall foi amparado por Charlotte deixando Louis mais furioso. O loiro estava com a boca sangrando. E o nariz inchado. Porém, não houve tempo para cuidados, já que eles foram expulsos.

Quando chegaram na porta da boate os seguranças soltaram Lauren e Charlie limpava o nariz do amigo com um guardanapo. Harry andava em círculo tentando se acalmar e Louis bufava de ódio ao ver sua aluna tão próxima do loiro.

— Parou a confusão! Quero todo mundo circulando! — O segurando falou muito severamente.

— A culpa é sua, Louis! — Lauren gritou apontando o dedo para o professor.

— Minha?

— É! Você trouxe esse babaca ridículo pra cá. Esse cara deveria ficar trancado num porão e longe da civilização! — Lauren tentou avançar mais uma vez sobre Harry, mas Charlotte se pôs na frente.

— Se acalme, Lauren! — Charlotte praticamente implorou.

— É dona, se acalme. Parece mais que tá possuída. — Um dos seguranças comentou.

— Pois é. A senhora tá louca? Desceu a pomba gira? — O segundo segurança perguntou em tom de piada deixando Lauren irritada.

— Pomba gira é a senhora sua mãe!

— Chega! Vai todo mundo pra delegacia! — Lauren consegui irritar o segurança ao chamar a mãe dele de pomba gira.

— Não, moço! Pelo amor de deus! A gente vai embora, deixa a gente ir. — Charlotte implorou enquanto jogava o guardanapo sujo de sangue.

— Não quero ouvir mais nada! Vai todo mundo pra delegacia!

— Moço, pelo amor de deus! Eu não posso ir pra delegacia! Minha avó que cuida de mim e ela é cardíaca. Se ela souber que fui para delegacia ela pode morrer! E eu só tenho a minha avozinha! — Charlotte fez cara de choro atuando divinamente. — A gente vai embora, eu juro. A gente nunca mais volta aqui!

— O que? — Lauren ficou indignada já que aquela era a boate favorita dela.

— Lauren. — Niall chamou a amiga pelo nome na tentativa de acalma-la.

— Ai meu deus! Você está muito machucado? — A ruiva perguntou voltando toda a sua atenção ao loiro que fez cara de dor para distrair a amiga.

— Por favor, moço! Pela minha avozinha doente! Eu não posso perder a minha única parente! — Charlotte fingiu estar chorando e estava quase comovendo o segurança chefe.

— É verdade, senhor. — Louis ajudou. — A avó dela está muito doente e pode morrer com essa notícia. Nossa amiga se exaltou, mas ela já está calma. Iremos todos para casa. Nos perdoem pela confusão! — Louis abraçou a aluna de lado na intenção de dar mais credibilidade ao teatro que ele fazia. Entretanto, o cheiro do perfume da morena chegou até suas narinas e por alguns segundos ele ficou inebriado com seu cheiro.

— Eu vou considerar o pedido da moça porque perdi minha avó pouco tempo atrás.

— Muito obrigada! — Charlotte sorriu para o segurança e Louis agradeceu com um meio sorriso e continuou abraçando sua aluna.

— Mas, vocês nunca mais voltem aqui. Eu tenho um boa memória fotográfica e vou reconhecer vocês!

— Tudo bem! Muito obrigada! — Charlotte agradeceu fingindo enxugar algumas lágrimas.

— Melhoras pra sua avó. — O segurança desejou e a morena agradeceu com um sorriso se sentindo mal pela mentira.

Harry pegou um táxi sem avisar a ninguém deixando Louis falar sozinho. Ignorou todos as perguntas sobre como estava se sentindo e simplesmente foi embora. Já Lauren estava tão preocupada com Niall que no momento não lembrou da amiga e seu professor e simplesmente pegou um táxi com sua atenção totalmente voltada para o amigo.

Charlotte e Louis, a princípio, ficaram sem reação. A morena olhou nos olhos do professor e não conseguiu pensar em mais nada. Como ele poderia ser tão bipolar? Um momento, ele dizia que não queria absolutamente nada com ela e no outro, chegava na boate arrumando confusão e dando crise de ciúmes. Ela estava muito confusa e não sabia como agir.

— Vocês vão ficar aqui até quando? — O chefe da segurança perguntou enquanto os outros dois voltavam para boate.

— Já estou indo embora. — Charlotte respondeu.

— Charlotte! — Louis segurou no braço da morena delicadamente. — Nós precisamos conversar. — Os olhos de Louis estavam calmos e suplicantes e por um momento, ela teve vontade de ceder, mas logo volto a si.

— Já falamos sobre tudo que tínhamos pra falar, Louis. Com licença. — A estudante de jornalismo deu um passo para o lado na intenção de se esquivar, mas seu professor foi mais rápido e se pôs na sua frente.

— Por favor. — O professor colocou as mãos nos pulsos da garota, segurando-os com delicadeza.

— Louis, eu...

— Vocês estão atrapalhando meu trabalho. Por favor, vão conversar em outro lugar. — O segurança rudemente falou.

— Vamos conversar em outro lugar, por favor. Por cinco minutos!

Charlie bufou vencida pelo cansaço e se soltou das mãos incrivelmente macias de seu querido professor.

— Tudo bem. — Os dois seguiram para o começo da rua onde Louis havia estacionado seu carro.

   Os dois entraram no carro em silêncio e seguiram pela estrada onde, finalmente, poderiam conversar e esclarecer as dúvidas. Ou não.