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História My Demon - Confronto


Escrita por: MaryAckerman

Capítulo 17 - Confronto


As palavras da maga parecem sussurrar em meus ouvidos, ressaltando que estou me apaixonando por Meliodas.

Eu realmente posso me apaixonar ou já estou apaixonada por ele?

Inspiro profundamente e fecho os olhos com força ao sentir tudo em minha volta girar.

Traição ao clã.

Paixão.

Guerra.

São informações demais.

 ~×~

Fecho os olhos com força e coloco a mão na testa ao sentir tudo em minha volta girar junto de algumas pontadas doloridas na cabeça. Minha visão lentamente se torna turva e sem forças para me manter sentada, deito no chão frio da cabana.

Eu estou traindo meu clã? Quão perigoso isto é para nós dois?

Meliodas sempre soube que nossos encontros eram perigosos?

~×~

Ainda desorientada pelo encontro que tive mais cedo com a maga, saio da cabana e sigo caminho o mais longe que posso de Belealuin, com medo de receber outra intimação de Merlin.

Vagueando pelo caminho ao sul da capital, encontro uma aldeia pequena ao longe e para meu desespero sinto a presença de um demônio.

Arregalo os olhos e corro o mais rápido que posso, tomando impulso o suficiente para voar, o vento gélido corta minha pele e mesmo assim forço minhas asas a funcionarem mais rápido. De cima, noto um grupo de aldeões desesperados para fugirem de uma garota envolvida em um manto negro.

Fecho os olhos e perco altitude rapidamente pousando de costas para os aldeões e de frente para a garota, que apesar de tudo, mantém uma expressão entediada. Olho por cima do ombro onde alguns dos humanos deixam de correr para me observar.

- Vão! - Digo alto e volto a encarar a garota.

- Uma deusa - Ela tomba a cabeça para o lado e franze o cenho - , você é insuportável.

Ignoro sua provocação e respiro fundo, tentando não demostrar reação nenhuma para ela que sem dúvida tem um poder assustador.

- Você não deveria assustar aldeões - Falo - São seres sem poder ou magia.

- De fato - Ela dá de ombros - As almas humanas não tem sabor bom e não oferecem magia.

Horrorizada percebo a quantidade razoável de aldeões caídos no chão, sem reação como se estivessem mortos, entretanto tinham os olhos abertos e encaravam o céu.

- O que você fez? - Questiono sem desviar os olhos dos humanos.

- Ora, o que mais seria? Alimentei-me. - Ela ri e tomba a cabeça enquanto eu observo uma pequena bolinha branca passar por mim e ir direto a ela que abre a boca e engole de uma vez.

- É realmente sem gosto, mas um ótimo passa tempo.

Tardiamente noto que aquela esfera branca que flutuava era a alma de um aldeão.

- Mas agora eu quero sua alma.

Engasgo surpresa e flexiono os joelhos a tempo de me impulsionar para cima e evitar um ataque direto da garota-demônio, ela tomba a cabeça para trás e me observa entretida.

- Quer brincar de pega-pega valendo sua alma?

Um arrepio desagradável atravessa minhas costas e eu mordo a parte interna da minha bochecha, evitando um grunhido. Surpresa olho para os lados quando a garota desaparece de repente levando junto sua presença, lembro de Meliodas ensinando-me a concentrar minha atenção no lugar onde estou e fecho os olhos, respirando profundamente no processo.

Abro os olhos e pulo para trás, com o único som presente sendo o ruflar das minhas asas, a garota surge na minha frente e eu estendo minha mão atingindo o meio de suas omoplatas. Admirada vejo como a pele de suas costas se torna vermelho sangue e a mancha negra cobre o local imediatamente.

Ela rosna alto e se vira de frente para mim, a mão deformada em garras rasga meu braço e me empurra com força para o chão.

A dor me deixa desorientada e não consigo me manter no ar, minhas costas atingem o solo com força e eu rolo até chocar contra a parede de uma casa.

- Ugh! - Gemendo viro de bruços e tusso sentindo meu peito arder pela falta de ar junto com a dor latejante em meu braço que continua.

- Aquilo dói, vadia. - A garota demônio para ao meu lado e me empurra para o chão usando seu pé, tento escapar porém a força que ela usa aumenta e eu a dor agonizante nas costelas - Quem você acha que é para me ferir, assim?

Meu silêncio a irrita e a mesma escorrega o pé para minha asa, esgamando-a. Um grito sufocado arranha minha garganta e mordo meu lábio a ponto de sangrar.

Agarro sua perna esquerda e concentro a maior quantidade de poder que consigo, usando-o pela primeira vez de forma ofensiva contra a garota demônio.

Ela berra alto de dor e pula para longe de mim, enquanto rio baixo, quase inaudível.

- Deus estúpida! - Ela brada furiosa e se aproxima de mim, com o rosto distorcendo para algo horrendo, envolvida completamente em suas manchas negras ela se aproxima e me chuta nas costelas com força o suficiente para me enviar rolando até a parede fria de uma das casas, a dor insuportável em minhas costelas envia minha consciência para longe e eu sinto o gosto metálico do sangue na boca.

A garota ri e se ajoelha na minha frente, aproveitando para abrir ainda mais os cortes em meu braço.

- Sabe o que diferencia meu clã do seu? - Ela questiona ao me ver gemendo de dor - Nós somos poderosos e não agimos impulsivamente. Seu clã é patético, você é patética, não serviu nem sequer para me divertir.

Ela me empurra de barriga para cima e por um momento tenho medo de morrer sufocada com o sangue que sobe para minha boca. Forço minha mente a trabalhar tentando atravessar a névoa causada pela dor, assim que os dedos frios da menina demônio escorregam por meu peito e param alguns centímetros abaixo de meu seio, onde meu coração bate forte.

Meu corpo reage instintivamente e agarro seu pulso com as mãos trêmulas, todos os poros do meu corpo vibram cheios de poder e eu sorrio de lado para ela.

- Que haja luz. - Sussurro e fecho os olhos quando uma explosão incandescente de meu poder toma conta do lugar.

Solto o ar lentamente sem forças para reagir e tombo a cabeça para o lado, à alguns metros de onde estou a menina demônio permanece caída completamente ferida, e o braço que segurei estava completamente destruído, satisfeita sorrio e tusso fazendo careta comba dor que se alastra em meu peito.

- Droga - Sussurro baixinho ao notar que não tenho magia e nem força o suficiente para me curar, fecho os olhos  lembrando da conversa que tive com Merlin e um sorriso amargo surge em meus lábios.

Eu não deveria ter saído da cabana.

- E-eu vou m-matar você - Chocada olho para a garota tem a cabeça pendida em um ângulo estranho.

Seria um bom dia para ter ficado quieta.

Respiro com dificuldade e encaro o demônio sem desviar o olhar. 

- Quer manter a dignidade durante a morte? 

Esgasgo surpresa quando um borrão passa por entre nós e a garota é atingida no peito por um chute, o que a faz cuspir sangue negro.

Aliviada suspiro quando as íris negras familiares pousam em mim e a expressão impassível de Meliodas se distorce em fúria mal controlada.

- Você é louca?! - Ele ruge - Matar um integrante do clã das deusas é pedir por sua morte!

- Ela me desafiou primeiro! 

Ele se vira para me olhar e eu arregalo os olhos ao ver a garota erguer a mão sobre sua cabeça e uma bola negra de fogo surge, tento avisá-lo porém até respirar um pouco mais fundo se tornara um desafio graças a dor alucinante nas costelas. 

Os olhos do loiro se arregalam e as íris ficam opacas quando o mesmo se vira e saca a espada com extrema rapidez, riscando o horizonte a sua frente. Embasbacada observo o ataque que a garota-demônio havia feito, voltar para a mesma que é lançada para longe com o impacto.

Sinto-me tranquila quando a ameaça iminente some das redondezas e vagarosamente solto o ar preso em minha garganta, a dor insuportável nas costelas, braço esquerdo e a parte da asa que fora esmagada apenas contribui para que eu fique em um estado letárgico.

- Elizabeth - Meliodas solta a espada que emite um som alto ao se chocar em uma pedra, e o mesmo corre até mim, prostrando-se de joelhos - Você consegue me ouvir?

Aceno movimentando a cabeça e ele parece perdido enquanto observa meus ferimentos expostos.

- Por que não está se curando?! - Ele pergunta assustado quando tusso afogada em meu próprio sangue.

Observo sua feição assustada e fecho os olhos, completamente sem forças para fazer qualquer coisa. 

Esse será meu fim?

~×~


- Ellie, Elizabeth!

Abro os olhos confusa com os gritos e resmungo ao sentir meu ouvido apitar alto o suficiente para me deixar surda por alguns segundos.

- Meliodas? 

Fixo meu olhar no loiro ajoelhado na minha frente, os olhos arregalados e a expressão assustada deixa claro que algo deve ter acontecido.

- O que foi?

- Não desmaie, Elizabeth, converse comigo. - Ele diz  virando-me de lado e apóia minhas costas para ter certeza que não irei me desequilibrar, porém sibilo de dor quando ele encosta em minha asa - Está com dor?

- Estou.

-  O que está acontecendo? - Meliodas pergunta - Você não está se curando.

Oh, o que está acontecendo comigo?

- Eu não sei - Suspiro - Estou exausta.

- Por que você enfrentou um membro dos dez mandamentos?! - Ele exclama - Foi suicida até para você Elizabeth

Mordo meu lábio inferior com força e sinto as lágrimas quentes se acumular nos cantos dos meus olhos, sem saber o que fazer coloco as mãos no rosto, para esconder meu choro.

- Me desculpe - Murmuro - Me desculpe, Meliodas.

- Desculpar pelo quê, Elizabeth?

- Eu achei que podia pará-la.

Ele suspira ruidosamente e segura minha mão machucada.

- Você não sabia que Merascylla é tão forte, mas fez um bom trabalho. Agora de concentre em se curar, Elizabeth.

Concordo e ponho a mão em meu peito, curando-me tão vagarosamente que apenas faz meus machucados doerem muito mais.

Solto um grito rouco e ouço Meliodas me chamar várias vezes antes de mergulhar em uma escuridão sem fim.

Talvez meus machucados fossem mais sérios do que eu imaginava.



Notas Finais


Se eu não por uma briguinha, não sou eu mesma 😁😂


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