História My dragon and me - Único

Eu tinha quinze anos, meus pais haviam falecido. Nesse momento meu mundo caiu. Agora eu sentia que estava sozinha, mas no fundo eu tinha uma esperança: minha irmã, Elsa.

Eu e minha irmã éramos inseparáveis quando crianças, mas já faz algum tempo que ela vive trancada em seu quarto. Embora soubesse que era tudo em vão, eu batia na porta, implorando para entrar.

Elsa, por favor, me escuta.

Todos perguntam sem parar

Me encorajam para te dizer

Mas espero por você

Me deixe entrar?

Só temos uma à outra

O que vamos fazer?

Temos que decidir

Você quer brincar na neve?

Inútil, ela continuava a me ignorar. Elsa não quer me ver. Pra que morar nesse castelo enorme se eu estou sempre com um vazio dentro de mim? Por alguns dias eu segui o exemplo da minha irmã e fiquei um pouco em meu quarto.

Em algum momento eu olhei pela janela e tive a impressão de ver uma figura conhecida, mas que eu jurava nem existir. Na mesma hora corri para a biblioteca do castelo, assim que encontrei o livro, comecei a folheá-lo. Terror Terrível? Não! Pesadelo Monstruoso? Não. Zíper Arrepiante? Não... Aqui! Encontrei! Fúria da Noite! Virei à noite lendo sobre esse dragão, e virei à noite seguinte esperando por ele, em vão. Esperei por vários dias, até que, finalmente, e o vi em meu quarto. Ele parecia muito assustado.

– Vem aqui, não precisa ter medo. Eu sou amiga. – disse me aproximando - Calmo aí, garoto. Hã... Garota? Desculpe, eu não sei dizer... Garoto? –ele fez que sim com a cabeça (pelo menos foi o que eu entendi), se aproximando mais de mim. - Isso, garoto. – ele deu um sorriso banguela. Ri. - Você é lindo, Banguela. Posso te chamar assim? – ele sorriu de novo - Você também está sozinho? – perguntei, fazendo carinho no seu focinho. - Não se preocupe, eu fico aqui com você. – ele me puxou pelo braço até a varanda. - Quer me levar a algum lugar? – Banguela olhou de lado, apontando para sua cela. - Tudo bem. - eu nunca montei em um dragão, essa é nova.

Respirei fundo e montei em suas costas. Voamos por toda Arendelle e foi tão lindo. Agora eu sabia que não estava sozinha, porque tinha meu dragão. Banguela e eu passeamos (passeios pelo céu são muito mais emocionantes do que em terra firme) pelo reino por alguns meses, até que um dia ele me levou para uma pequena ilha que pertencia a um povo viking extinto, acho que era... Berk.

– O que houve Banguela? Por que me trouxe aqui? – e como resposta ele lambeu rosto. Eca! – Isso gruda. Foi fofo, mas meio nojento.

Comecei a caminhar pela vila, ou pelo o que sobrou dela. Banguela veio atrás de mim. De repente senti uma mão em meu ombro. Era um garoto alto, magro, com olhos verdes e cabelos castanhos. Ele vestia uma armadura preta com detalhes vermelhos.

– Quem é você? – perguntei, um pouco assustada.

– Anna, fique calma.

– Como você sabe meu nome? O que você fez com o meu dragão?

– Eu sei que é difícil de acreditar, mas eu sou o seu dragão.

– Não... Não. Como é possível?

– Foi uma maldição. Eu era como você, Anna. Eu também montava no Banguela. Ele não era só meu dragão, também meu melhor amigo. Eu não sei como, mas uma magia nos uniu. Eu tenho um Fúria da noite dentro de mim. – eu confiei no Banguela. Por que ele nunca me contou? - Não precisa ter medo, Anna. Eu aprendi a me controlar, Banguela não vai te fazer mal. – não é do Banguela que eu tenho medo - Espera. Fique aqui. Comigo. – ele se aproximou do meu rosto, mas eu logo desviei.

– Por favor, só me leve para casa.

Ele se transformou e me deixou no castelo de Arendelle. Depois desse dia eu nunca mais o vi. Meu dragão ainda deixa saudades, às vezes eu penso no que poderia ter sido se eu tivesse ficado.